11 de outubro de 2022

A Democracia segue dentro de momentos (II)

Nota prévia: Ontem, a Paula Sofia abordou esta temática na sequência e a propósito das eleições para as concelhias do PSD e do PS. Agora, abordo-a na perspectiva do estado do regime.

Não há democracia sem partidos. Em Pombal já não há partidos (dignos desse nome).



Dos partidos pequenos não vale a pena falar. Mirraram. Resta o PSD, e o PS. Mas já não há por onde escolher, e que escolher. PSD e PS já foram diferentes, e adversários. Agora, são em tudo iguais execepto nas suas circunstâncias: um tem poder, e tem presente; o outro perdeu-o (há muito) e perdeu-se. Actualmente são meras chocadeiras, corpos estranhos, desligados da realidade e da comunidade, que se limitam a cumprir as rotinas e as formalidades indispensáveis à sua existência.

Nesta terra, onde a política é pátio de comédia, o partido no poder sobrevive ligado ao poder. O da oposição, irremediavelmente afastado do poder, estilhaçado e consumido pela intriga, mirra perdido no mais terrível purgatório, o abismo do vácuo, e na mais tenebrosa ignorância de não saber o que é, para que serve e o que fazer.

A classe política local – e não só - é má por uma necessidade iniludível de sobrevivência. Consequentemente, a mediocridade dos eleitos só pode surpreender quem desconhece a realidade dos aparelhos partidários. Mas uma coisa é certa: com tais partidos a comunidade dissolve-se pela indiferença e pela desistência.

O caminho, sem bifurcações, está traçado. Para atingir o resultado basta não fazer nada.

6 comentários:

  1. Amigo Malho, supondo que o meu amigo tem razão, e que tudo o que aqui diz seja verdade, diga-me, onde poderemos encontrar uma solução que resolva o que constata?
    É que carpir todos sabemos, agora resolver os problemas é que é difícil.
    A organização política que temos, democrática, é esta. E se é pouco produtiva não é só em Pombal que acontece.
    Há alguma coisa na vida moderna que afasta a maioria das pessoas das preocupações públicas e isso está patente no que diz, logo, dos que restam, alguns serão menos indicados, mas, seja como for será com os que restam que temos de dar provimento aos lugares públicos e fazer figas para que tudo corra melhor possível.
    E sempre restam alguns, na política, a quererem fazer efetivamente alguma coisa.
    Digamos que o meu amigo é o pessimista e eu serei o otimista.
    Abraço

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  2. Amigo Serra, está feito um político “e peras”, sempre no registo politicamente correto de adocicar a realidade ou de a comentar sem a assumir, indo pelo supondo! – brilhante!.
    E sabe, também, repartir bem: ficar com o bolo e dar a fava ao outro. Assim, eu sou o pessimista e o meu amigo, logicamente, o optimista – melhor dizendo, o positivista do positivismo do profeta.
    Pessimista, eu?! Direi que: simplesmente um realista informado.

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    1. Amigo Malho, folgo em saber que apreciou o comentário com a fleuma própria das pessoas inteligentes.
      Não é todos os dias que se "entala" o Malho e ainda por cima na casa dele.
      Sabe, isto não é só mestria do autor,
      é principalmente sorte de um momento feliz que nós, os humildes escribas, sabemos reconhecer.
      Apreciei sobremaneira a forma irónica, e simpática, com que soube reconhecer e encaixar a fava, sem deixar de apreciar o adocicado do momento.
      O que quer dizer, que até os realistas, bem informados, podem disfrutar aqui de alguns momentos mais descontraídos e aprazíveis que os irredutíveis otimistas concedem, mesmo que o profeta nem interfira.😉

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    1. Engenheiro Marques, a quem de coração agradeço o facto do senhor e da sua esposa terem feiro parte do processo que que me permite hoje estar fisicamente apta a continuar a ser quem sempre fui, quando tudo apontava para que assim não fosse, com todo o respeito, não posso, nem vou ficar em silêncio. Não concordo 99.9% com os comentários maliciosos com que um dos colaboradores (sim, colaborador, o Farpas Pombalinas não tem trabalhadores) opta por partilhar a sua opinião. Daí a dizer Morte ao Farpas, há uma diferença enorme, que não é apenas politica – entre o senhor e eu sempre existiu e somos amigos. Morte seja a quem for, não é uma questão de humor. É simplesmente errado. Que se cale o imbecil. PIM. Morte, apenas à ditadura e ao fascismo que envenena o nosso concelho. Ao Farpas Pombalinas e à democracia longa vida!

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  4. Entre a Morte e a imbecilidade, a morte sempre.
    Esta Morte é força, é triunfo, é vida; por contraponto perfeito ao débil, ao fraco, ao sonso, ao mirrado…

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