27 de novembro de 2022

A democracia é uma chatice, fregueses




 Depois da famigerada "auscultação" aos eleitores das duas Uniões de Freguesias do concelho, aconteceu o inesperado: enquanto no Oeste - que viveu o processo a ferro e fogo - a votação acabou por ser por unanimidade (!), em sede da assembleia de freguesia, já na Alitém o caldo entornou. Primeiro foram as ausências de vários membros da bancada do PSD, que assim se escusaram à votação, depois ela lá acabou por acontecer, arrancada a ferros, por maioria, com um voto contra e uma abstenção, e perante a notória azia da maioria do executivo. 

Vale a pena recordar aqui que num e noutro caso a participação do eleitorado foi baixíssima, mas quem se dignou ir às urnas foi lá dizer que quer a desagregação. Quer voltar a ser freguês de Albergaria, de São Simão, de Santiago de Litém, da Guia, da Ilha e da Mata Mourisca. Mesmo que nada volte a ser como dantes: que o Centro de Saúde não reabra, nem a farmácia, nem a escola...

Até 5 de Dezembro o processo tem de estar concluído e entregue à Assembleia Municipal de Pombal, que há-de então pronunciar-se. Venha de lá essa sentença. 

8 comentários:

  1. As uniões de Freguesias, pelo menos no concelho de Pombal, foram um verdadeiro tormento, tanto para eleitos como para os eleitores. Percebo muito bem, que os eleitos do PSD na União de Freguesias do "Alitem", não tenham gostado do veredicto popular. Afinal assim voltam a ser pequenas freguesias e já não dá para os membros do Executivo, principalmente o seu Presidente e poder usufruir de um vencimento de VEREADOR a tempo inteiro. É chato mas vão ter de viver com menos. Paciência é a vida.

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    1. Todos os eleitos do PSD que aceitaram integrar o Grupo de Trabalho estão desde o primeiro momento tão empenhados em representar e garantir a vontade da população como estou eu e como está o eleito do PS. Todos temos uma opinião pessoal e todos prometemos cumprir a vontade da população. É verdade que houve um voto contra e uma abstenção o que é lamentável. Significa que há pelo menos 2 eleitos que se recusaram a respeitar a vontade da população.

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  2. Amiga Paula, há aqui algumas considerações suas que são no mínimo parciais porque senão vejamos:
    "Famigerada" auscultação popular porquê? Para mim foi o mais justo e mais normal ter-se feito.
    Se eu fosse responsável da UF teria pugnado exatamente pela mesma auscultação. E há que respeitar a vontade dos que foram votar e descartar a opinião dos que lá não foram. Afinal é assim para todas as eleições.
    Bem sei que os inconformados, os tais democratas que muito gostam de o evidenciar quando o jogo corre para o lado que mais gostam, mas que quando não corre inventam todo o tipo de argumentos para desacreditar a razão dos seus desgostos, ficam inconsoláveis. E nessa medida o seu título faz jus à ética que deve presidir aos verdadeiros comportamentos democratas.
    O Trump bem que tentou subverter a vontade popular inventando irregularidades que nunca aconteceram. O Bolsonaro, que viu que o Trump nada tinha conseguido pela via trauliteira, remeteu-se ao silencio e certamente nem irá à cerimónia de passagem de faixa presidencial. Os democratas de meia tijela de facto não fazem falta à nossa sociedade bem podem ir pregar para o deserto.
    Não me parece que na Alitém tivesse havido o comportamento mais recomendável daqueles que concordaram em fazer a auscultação popular, embora não seja ilegal fazê-lo e opor-se, porque é assim que a lei determina. Porem, fica a questão: Então se era só para reconhecerem a vontade popular se fosse sim e em caso contrário já não, para quê fazer essa auscultação? Enfim, como se costuma dizer, o mérito e o demérito das ações ficam com quem os pratica.
    Já no Oeste só me posso orgulhar e aplaudir a verticalidade e honestidade dos membros da Assembleia da UFGIMM porque unanimemente decidiram a auscultação e unanimemente respeitaram os resultados.
    Quando se transfere para o povo a manifestação da SUA decisão, todo o democrata deve saber cumprir a sua obrigação.
    Pessoalmente também sou dos que acham que a desagregação é um retrocesso na representatividade das comunidades e nas sinergias conseguidas em termos administrativos e operacionais.
    Porém, as mágoas sentimentais da agregação de 2013, a muito pequena promoção e investimento, ao longo dos anos, na divulgação das vantagens e os erros de palmatória na condução de muitos dos assuntos coletivos extremou as mentes, muitas delas até então defensoras e confortáveis com a agregação mas, perante as decisões inflexíveis com que se confrontaram, na hora do voto preferiram optar pela opção menos sujeita às más interferências.
    Mas a vida continua e se não formos melhor iremos pior, tudo a justificar a pouca cola social que nos liga, principalmente quando o olho gordo e invejoso para o quintal do vizinho é o principal determinante das nossas opções.

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    1. Caro Sr. Manuel Serra um reparo, se me permite. Seis dos eleitos votaram a proposta a favor da desagregação, cumprindo a promessa feita à população de que a sua vontade seria soberana, independentemente da opinião pessoal de cada eleito. Foi com surpresa que verificámos que dos eleitos presentes , um decidiu pela abstenção e outro decidiu votar contra a decisão da população. É lamentável esta afronta à democracia, mas é também claramente um sinal de que a população escolhe ser representada por alguns eleitos cujos interesses superiores não são os da própria população. Creio ser importante referir que o Grupo de Trabalho constituído para esclarecer o povo sobre o processo, conseguiu trabalhar em conjunto, de forma dedicada e inequivocamente democrática, acatando e respeitando a decisão da população. Que não era necessáriamente a opinião pessoal. Não foi, não é, não vai ser fácil cumprir a democracia. A abstenção e o voto contra foi uma surpresa inesperada. Triste. Mas reveladora.

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  3. Maria José, eu aceito todos os reparos mas neste caso julgo estarmos a falar da mesma coisa embora eu possa não ter sido bem explícito. Quando referi que na Alitem a votação não foi a mais recomendável estava-me a referir exatamente aos mesmos que aqui alude.
    Sei bem qual o sentido do voto por lá embora devesse ter sido unânime e não foi, e esse é que é a atitude não recomendável embora fosse legal. E como disse,
    Triste mas revelador.

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    1. Com certeza. Esperemos pelo que ai vem....já agora, a bem da verdade, eu referi que tinham estado ausentes vários eleitos do PSD. Mas não me expliquei bem. Apenas uma das não-presenças era eleito na A F com direito a votação.

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