22 de abril de 2019

Os Vampiros da Liberdade

O mês de Abril é sempre propício a reflexões sobre a liberdade. Estamos particularmente num período difícil, precisamente porque só nos lembramos da revolução de Abril….em Abril!
Com a agravante que na nossa terra, o 25 de abril, não passa do mero “depósito” de uma coroa de cravos no busto de Salgueiro Maia!
Não é por acaso que toda esta onda populista se vai instalando um pouco por todo o mundo, e cá, timidamente, já o vamos sentindo. Serão apenas os políticos os únicos culpados do estado a que chegamos? Claro que têm a sua quota de culpa, mas considero que todos nos temos demitido da nossa condição de cidadão activo. Cidadania activa não se pode resumir apenas e só ao acto de Votar. É muito mais do que isso. É ter voz, é ter opinião, é pensar, é discutir, é exigir a quem nos governa responsabilidades e participar activamente na sua comunidade. Bem sei, que “ousar” ser um cidadão activo, nem sempre é bem aceite por aqueles que nos governam. Até porque é sempre muito incómodo. Tem sido difícil (não se gosta) de pensamentos “desalinhados”, precisamente porque falta-nos a maturidade democrática em perceber que é precisamente na diferença e na diversidade de pensamentos e opiniões, que reside a essência da democracia!
Alimentar a democracia não passa só por ter melhores políticos, mas passa também por termos cidadãos mais exigentes, mais críticos (a critica não tem que ser necessariamente negativa), mais activos e Livres! Livres no pensamento essencialmente.


4 comentários:

  1. Cara Marlene, ora cá está uma opinião equilibrada embora não consiga bem perceber a ligação com o título? Afinal quem são os Vampiros? Todos nós, os que se demitem de intervir politicamente?
    Lembro-me dos Vampiros do Zeca Afonso, mas esses estavam bem definidos!
    Já deu para perceber que eu só gosto de comentar temas gerais, contribuindo assim para o rol de opiniões democráticas que se desejam, porque é exatamente nesse âmbito que melhor podem ser arroladas as nossas contribuições para uma súmula comum que melhor possa servir ao coletivo.
    E não intervenho no comentário local, da culpa deste e da falha daquele e do que devia fazer oposição e não faz, porque o assunto é demasiado árido e o efeito absolutamente nulo, porque, no final, sobram só as marcas dos campos do litígio, uma desconfiança endémica das partes e a garantida conversa de surdos que se vai perpetuando.
    Repare-se que nenhuma coragem me falta para falar nos assuntos mais fraturantes e incisivos,tanto dos meus como dos outros e acho que já dei bem provas disso, apenas não são importantes para a nossa vida comum e por isso a minha preferência de intervenção.
    Sobre o 25 de Abril quem hoje poderá discordar das vantagens para a sociedade a partir de 1974? O poder autárquico crescente, a liberdade de pensamento garantida, a emancipação dos valores e costumes adaptados às convicções de cada um, o fim do isolamento internacional.
    A comemoração pelas entidades oficiais é a possível, homenageando um filho da terra determinante para o sucesso daquilo que hoje todos beneficiamos. Poderia ser melhor, mais efusiva, com celebrações entusiásticas mas, pergunto eu, e qual a sua utilidade? Passaríamos a ser mais democratas, mais opinativos ou mais interventivos? Não me parece que acontecesse.
    Há uma forma habitual de se criticar que eu não pratico nem aprecio, mas democraticamente aceito, até porque me permite comentar depois. :)
    Assim como socialmente nos habituámos a encontrar divindades ou divindade que nos acalme a ansiedade sobre interrogações do que desconhecemos ou almejamos, também nos habituámos a juntar sempre às nossas críticas uns quaisquer "messias de serviço", que, ao serem crucificado no prelo igualmente acalma esta ansiedade e nos dispensa da responsabilidade sobre o que achamos menos tratado ou acudido.
    Em ambos os casos nos demitimos da responsabilização pessoal fazendo incidir a mesma sobre alguém que se aponta. Para mim isso é que é falta de coragem, mas também é a atitude que mais abunda na nossa sociedade.
    Eu até compreendo que se seja assim e o difícil é ser-se ao contrário,simplesmente acredito que eficaz é, quando todos nós aceitamos a nossa quota-parte de responsabilidade que melhor opinamos, solidarizamos e contribuímos para o desiderato comum.
    E por isso a felicitei no início e faço sobressair o "seu final" com o qual eu não podia estar mais de acordo:
    "Livres no pensamento essencialmente"
    E é essa liberdade que me permite continuar "Laranja sem desbotar" ( clementina segundo o Roque) num fórum preferencialmente "Rosa", onde nem me sinto mal porque, tal como lá, também cá ninguém pensa por mim ou me convence daquilo em que eu não acredito.
    Um bom 25 de Abril a todos.

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    1. Caro Serra, os vampiros da liberdade são todos aqueles que nos inibem de pensar, de falar, de sermos livres! Às vezes não damos por eles, outras vezes, somos nós inadvertidamente (ou não) que exercemos esse poder sobre nós. Não esquecendo que paradoxalmente, os próprios partidos mais uns que outros, também o fazem. Há muitos vampiros por aí, cabe -nos a nós resistir e combater, porque o pensamento, esse se quisermos, ninguem o amarra, esse é verdadeiramente livre!
      Sobre as comemorações do 25 de Abril em Pombal....será o meu próximo post.
      Abraço

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  2. Pombal, esta bela localidade que é multifacetada. Comemora-se o 25 de Abril, como em todo o lado...Depois comemora-se o 25 de Novembro, que é uma data que só os saudosistas do estado novo e os anti-comunistas comemoram. Só comemorado depois de D. Diogo/J. Pimpão terem tomado conta do Convento do Cardal. Venho aqui humildemente pedir ao próximo Presidente da C.M.P. que acabe com esta "medonha" cerimónia. Ja pedi ao D. Diogo numa AM, mas ele não acedeu...não pedi ao J. Pimpão...em 2019 vou pedir ao J. Pimpão...Devo levar um NÃO e um chuto no rabo...mas pedir não é roubar. Abraço amigos. 25 DE ABRIL...SEMPRE...

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    1. Roque, achas mesmo que se comemora o 25 de abril em Pombal?

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