20 de abril de 2022

O Falso Associativismo e a grande promiscuidade

Já muito por aqui dissertei sobre o Falso Associativismo e os seus “empreendedores”, que germina como erva daninha nesta pobre e desgraçada terra que não se governa nem se deixa governar, fomentado por políticos perversos que se comportam baixamente sem terem consciência da sua baixeza. Liga-os uma corrupção moral instituída, aceite por uma boa parte da comunidade, que urge denunciar até que os dedos não enrijem e a voz não se cale. Muitos acreditaram que o profeta Pedro trouxesse alguma decência a esta promiscua relação. Mas os primeiros actos mostraram que as coisas iam continuar iguais ou piores.



Nos festejos de Natal, o Pedro adoptou os promíscuos esquemas do passado: entregou ao amigo Vila Verde, através da Adilpom, a organização dos festejos com um bolo financeiro avantajado. Foi alvo de fortes críticas – e de queixa às entidades fiscalizadoras do bom uso dos dinheiros públicos, diz-se. Desculpou-se com o pouco tempo em funções. 

Agora, para não variar, entregou a coordenação do programa comemorativo do 25 Abril ao presidente-executivo – Né -, que na reunião com os representantes dos partidos apresentou uma proposta de programa que incluía o festival “Oh da Praça”. Houve quem tivesse questionado a entrega de uma iniciativa desta importância e com este orçamento a uma entidade informal ou com formalidade desconhecida em vez de convidar entidades/associações sérias com experiência e competência reconhecida na organização de eventos culturais. O poder fez ouvidos de mercador.

No entanto, passados alguns dias a parte cultural – o “Oh da Praça” - passou, sem se saber por quê, para a junta de Freguesia de Pombal, tal como o subsídio. Logo muitos questionaram a legalidade do processo e da entidade organizadora. Foi explicado que a associação, recentemente criada, tinha como presidente Vasco Faleiro, ex-trabalhador do Café Concerto.     

Nesta terra, farta em Falso Associativismo e em promiscuidade entre este e o poder político, as associações nascem até debaixo das pedras. O Farpas tem a honra de apresentar mais uma grande empreendedora: Catarina Gaspar Pimpão – esposa do Pedro, presidente da câmara (da Junta), que juntamente com o acima referido Vasco Faleiro, de o “Oh da Praça”, constituiu uma associação para promover eventos culturais e todo o tipo de actividades culturais e sociais - com o dinheiro público, com certeza.

Caros leitores, conseguem perceber os esquemas? Ou precisam de mais explicações?

2 comentários:

  1. No nosso Concelho sempre existiram "Associações" desse tipo. É uma forma de entregar dinheiros públicos a agentes privados. Viver não custa...custa é saber viver. Continuo a afirmar que o povo é quem mais ordena e se os mantém no poder há 30 anos é porque acha que do outro lado não há alternativa e mal por mal já basta assim. Espero que desta vez o PS faça as coisas bem, para se afirmar como alternativa credível em 2025. O PS não pode voltar a cometer o erro de escolher o Candidato em finais de 2024 para ir a votos em 2025. As eleições para a Concelhia são ainda este ano e devem escolher candidato até meados de 2023, para dar tempo de formar equipas e ir para o terreno.

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  2. Prezado Adelino Malho, comunidades de Pombal e Poder Público,
    A base da democracia é a transparência, principalmente dos erários. Penso em possibilidades de fraudes usadas para desviar dinheiros da máquina sem o conhecimento do povo. A pergunta que fica: quais fraudes se realizaram nos 30 anos de PSD? A considerar que a corrupção acontece no secreto com um pacto entre os sujeitos inescrupulosos, no caso em concreto, ninguém poderá provar quanto de facto as bandas receberiam e quantos dinheiros seriam devolvidos e de que forma. Estranho é que bandas importantes e honestas do círculo de nossas tradições locais não iriam fazer parte deste evento. Mas, esses grandes artistas, com significado comunitário representam a essência das populações e a tradicionalidade da cultura popular perde-se, o que é lamentável. Neste Concelho tem muita gente que consegue viver com tão pouco! Dinheiros suados, que fazem com que o munícipe use descontos dos cartões, acompanhe as promoções nos jornais publicitários, andem de lá para cá, a procurar encher os sacos vazios. Quem não sofre com um poder de compra ínfimo para suprir as necessidades diárias da vida? Os não sofredores são os ludibriados que vivem na felicidade hedónica. Com a inflação ficámos todos mais pobres. E o lazer e a cultura ao cidadão médio acontecem de forma diversificada, na maior parte das vezes a distração dá-se com piqueniques pelos parques, praias e outros espaços públicos, a cultura com os eventos gratuitamente proporcionados. E deparamo-nos com isto? O papel da primeira-dama deveria estar envolto na promoção da caridade, impulsionar a educação e o social do Concelho, actos que não se vislumbram, aliás muitos nem a conhecem porque estrategicamente não acompanhou o marido nas eleições. Recomendo vivamente aos pombalenses que conheçam as raízes das árvores e a qualidade dos seus frutos.
    Da Autarquia não sabemos o que se está a fazer pelas(os): aldeias, agricultura, reserva de águas, comerciantes, alunos e outros utentes carentes. E a criação dos cargos sem justificações? E o Director-geral? E o município verde? E as obras no IC2 e IC8? E a saúde? E o PPR, como esse dinheiro vai promover um suposto crescimento em tempos pandémicos, de guerra e de economia instável? Queremos representações eficazes com a oposição na reunião ordinária da Assembleia que se avizinha. Os votos recebidos pelo PSD não sinalizam 50 mil habitantes. Proponham acções, moções de repúdio e fiscalizem concretamente tudo isto! Mas, arrisco a dizer que em breve o Movimento Popular de Pombal sairá às ruas: jovens, aposentados, mulheres e homens em marchas a reivindicar transparência, gerenciamento e o fim: das explorações ambientais - Louriçal, Sicó e Crespos estamos convosco! Lutaremos por não: contratações irracionais, dos falsos associativismos, do tráfico de influências que indiretamente provocam violações graves contra as comunidades do Concelho de Pombal. E sim, juntos regulamos o poder em busca de um Pombal limpo!

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