19 de junho de 2021

A coisa, o coiso e o fel

O coiso continua com fel à coisa. Percebe-se: vaidosão como é abomina quem lhe faz sombra.

Para o coiso a política é para uma casta, feita dentro de quatro paredes. O coiso detesta  escrutínio, transparência, antecipação. 

O coiso é uma criatura risível, que quando torcido parece direito e quando oco parece cheio, para quem a banalidade é sofisticação e a coerência um embaraço. 

O coiso fala por falar, simplesmente para se ouvir… Na última reunião, começou por criticar novamente a longa agenda, por estender demasiado a reunião, mas apressou-se logo a debitar banalidades durante mais de meia hora, até o presidente lhe retirar a palavra. Pelo meio, reconheceu – mais uma vez – que não leu os documentos e, por isso, iria abster-se em muitos pontos.  

No final, destilou o fel que o mata - que o matou -, revoltado por surgirem no “mentideiro e naquelas coisas desagradáveis e lamentáveis de quem não tem mais nada para fazer nem sabe fazer mais nada na vida” o que deveria ser seu e só seu. Antes já tinha sugerido o enfiar a carapuça, agora estava mesmo a ver-se ao espelho. Quem ficou conhecido como vereador-do-turno-da-tarde, para quem a profissão é uma miragem e o mérito um apêndice, nunca merecerá respeitabilidade pública, mas poderia ter vergonha na cara e respeito pelo cargo que ocupa. 


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