25 de março de 2021

A Oeste as coisas aquecem…

... Entre os defensores e os opositores ao Investimento da Lusiaves na Zona Industrial da Guia.

Com a chegada do Pedido de Informação Prévia (PIP), à câmara e à junta, ficou mais claro que a empresa pretende instalar um matadouro e processamento de carne(s) – “uma unidade industrial (tipo I) de processamento alimentar”, num complexo industrial com de 160 m de frente, 190 m de profundidade e blocos com 14 m de altura – um monstro -, junto à vila da Guia, com todos os impactos ambientais conhecidos.

Perante isto, a contestação da oposição (núcleo do PSD do Oeste), da associação de melhoramentos da Guia – Amago, que avançou com um Providencia Cautelar contra o Hasta Pública e o Investimento/Unidade, e de uma boa parte da população, a junta joga à defesa, queima tempo, esconde o jogo, e faz trapalhadas – convocou a contra-gosto uma assembleia de freguesia para discutir o PIP, por videoconferência, que não conseguiu(?) realizar.

Resultado: de um problema fez dois. Em política, os problemas desconhecidos abafam-se (e resolvem-se); os públicos enfrentam-se e matam-se o mais rápido possível.

Quem não tem posições claras sobre questões estruturantes pode servir para muita coisa, não serve para governar.

4 comentários:

  1. Paula Sofia Luz
    O Oeste (a reboque do Lusiavesgate) tornou-se o meu caso preferido para acompanhar nestas autárquicas. Uma espécie de enigma para decifrar em modo quebra-cabeças: como é que quem tem posições tão claras sobre tudo (e tão contestatárias), sendo que são muitos e todos cheios de currículo autárquico, não conseguiu segurar o poder. Isto faz-me dizer de Manuel Serra & compª o que já disse sobre Pedro Brilhante: há pessoas que nasceram para ser da oposição.

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    1. Cara Paula, cada um é para aquilo que nasce e pergunta como não conseguimos segurar o poder? É fácil a resposta.

      As pessoas são sempre um pouco ofuscadas pelo que querem ouvir.

      Nós não prometemos o regresso dos postos médicos de onde eles saíram porque era impossível.

      Não prometemos a desagregação das freguesias porque nunca dependeu da vontade das juntas, nem sequer das Câmaras...

      Também não prometemos os transportes públicos ( para o intermarché)...

      Mas outros prometeram esses impossíveis, e as pessoas foram atrás do sonho, do canto das sereias que perdem os homens.

      Onde estão essas promessas agora implementadas?

      No fundo as pessoas apostaram no Joker do baralho e afinal saiu-lhes o duque de paus.

      Olhe azar de quem arriscou querer ter quase tudo e ficou com muito menos...

      É a lotaria da democracia a funcionar...

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  2. Não é fácil resolver. Se por um lado, um investimento desta natureza e dimensão traz muito emprego e desenvolvimento económico para a freguesia, por outro lado tem de se analisar com muito cuidado o impacto ambiental e os problemas daí decorrentes para a população. Há que pesar tudo e decidir rapidamente e em consciência.

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  3. Amigo Malho, infelizmente e para mal do meu sossego tenho de concordar consigo.
    Se eu fosse o PJ nunca teríamos chegado aquela hasta publica porque logo desde o início discordaria do aumento da ZIG do qual não tinha conhecimento, apesar de ser acusado de ter votado essa alteração ao PDM que nunca dei por ela. No meu tempo estava em vigência o PU da Guia, que considerava 6 Ha iniciais e logo a seguir zona verde ecológica municipal; Eu várias vezes comentei com os meus colegas ser errado ali existir essa ZIG, pois a barreira natural da ZIG seria o Caminho de Ferro. Obviamente que se eu soubesse da intenção havia de me virar do avesso em todos os fóruns para que tal atentado não ocorresse.
    Talvez por essa afirmação da nossa junta, até desse jeito que eu fosse afastado.
    Mas como até há pouco tempo, onde agora existe um DESERTO de 12 Ha, existia uma floresta de 12Ha, e futuramente pretende-se a existência de 14ha de áreas cobertas, 1,2 de índice de construção, o assunto ia passando porque não era premente.
    Bem sei que a Junta não tem competência legal sobre este caso, mas uma coisa posso garantir, no meu mandato nunca a CMP fez o que quer que fosse na UFGIMM sem a concordância da Junta e olhe que houve obras paradas e proteladas já depois de adjudicadas, porque nos batíamos até ao fim pela nossa visão e opinião, onde os interesses da população, a qualidade das obras e as cautelas devidas estavam sempre em primeiro lugar.
    Quer dois exemplos? Enquanto a CMP andava às turras com o ACES Pinhal Litoral com ameaças de mandar a polícia desimpedir instalações de saúde que estavam a ser utilizadas na USF da Guia, andava eu a pressionar pelos transportes dos doentes necessitados e a apaziguar todos e a dar ânimo aos médicos e pessoal da saúde para que os doentes fossem bem atendidos e com qualidade.
    Em 2015 ia arrancar a pavimentação da rua antões - moita do boi e foi a junta que parou a obra. Ninguém aqui faz pavimentações sem os passeios e os pluviais primeiro dissemos nós, afirmado isso para o vereador Pedro Murtinho... O alcatrão foi para outro lado e em 2016 iniciavam-se os passeios e pluviais e então sim, em 2017 acabou-se com o novo tapete... Está lá para verem…
    Na Rua dos colaboradores não queriam fazer passeios no seu início e a junta mandou parar a obra até que fossem feitos com os devidos alargamentos que os proprietários permitiram. A luta não foi fácil, mas sempre levámos a água toda ao nosso moinho.
    Na Água Formosa foi o acompanhamento da junta sempre ao lado dos mais prejudicados e queixosos que conseguiu que a Lusíaves desistisse de fazer aviários ao lado da 109 junto ao Hotel Lagoa do Linho. O PDM permite esse construção e que eu saiba a Lusiaves até hoje não desistiu do processo de construção que já estava na CMP para apreciação…
    Mas isso era num tempo em que as questões estruturantes eram bem definidas, assumidas e defendidas...

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