11 de dezembro de 2012

Síntese do debate

Na sexta-feira passada o Hotel Cardal acolheu, simpaticamente, mais um debate da série "Um café e uma farpa". Para a sua gerência, as primeiras palavras de agradecimento.

A nossa proposta consistiu em colocar à discussão do tema “Imprensa de Pombal: morreu ou mataram-na?”. Com o desaparecimento de “O Correio de Pombal”, essa discussão tornou-se pertinente pois, pela primeira vez em 100 anos, Pombal deixou de contar com um jornal de âmbito concelhio.  

As intervenções iniciais (de 5 minutos) ficaram a cargo de Alfredo Faustino, a quem coube defender a tese do “morreu”, e de Paula Sofia Luz,  que assumiu a defesa do “mataram-na”. Percebeu-se imediatamente que o tema proposto, mais do que potenciar conflitos, foi gerador de consensos.  Tanto os defensores da “morte matada” como os da “morte falecida”, para citar o Daniel Abrunheiro, concordaram no essencial. A prova disso foi que, já o debate ia longo, a Sofia – uma jovem aluna de Comunicação Social – iniciou a sua intervenção com “concordo com tudo o que foi dito até agora”. Mas tal não significa que a discussão tivesse sido morna ou desinteressante. Antes pelo contrário. Puseram-se os “nomes aos bois” e debateu-se com profundidade.

Durante  hora e meia de discussão, foi caracterizado o cenário e identificados os protagonistas do enredo. E foram várias as causas apontadas para o infeliz desenlace. Destaco as que me pareceram mais consensuais: a falta de profissionalismo na imprensa local; a pouca disponibilidade das empresas para apoiar financeiramente um projecto jornalístico; uma classe política com sérios problemas em lidar com a crítica; um crescente desinteresse dos cidadãos, especialmente dos mais novos, pelos jornais locais, privilegiando novas formas de acesso à informação. Tudo isto num cenário de um país em forte crise económica e num concelho com pouca massa crítica.

Mas a riqueza do debate não esteve na constatação da tragédia mas sim nos tópicos que convocaram a reflexão. Este período de nojo em que vivemos, para usar as palavras de Carlos Camponez, deve fazer-nos pensar na grande importância que pode ter a imprensa local. O nosso sentimento de pertença à comunidade necessita de um espaço que dê eco às pequenas notícias, às festas populares, aos resultados desportivos, para já não falar nas secções de necrologia, dos aniversários, do cartaz do cinema e das farmácias de serviço.

Precisamos de uma imprensa regional de qualidade, comprometida com as causas sociais da comunidade em que vive e que saiba recuperar as redes locais de identidade. Uma imprensa regional gerida com rigor, que aprenda com a experiência e erros do passado e não se deixe deslumbrar com cintilantes modelos de gestão, muitas vezes desadequados. E, já agora, com jornalistas na redacção.

15 comentários:

  1. Bom dia
    Caro Adérito:
    Parece-me que têm a chave do sucesso nas mãos!

    O Farpas está já em fase de maturação, passou os 4 primeiros anos, sempre difíceis e têm prestado um bom serviço à comunidade cibernautica.

    Os apaixonados do Farpas, uns jornalistas, outros com profissões liberais e alguns com cultura superior à média, podem prestar um bom serviço a Pombal.

    O nome está feito, é conhecido, têm apresentado textos e conteúdos de qualidade, porque esperam, façam uma cooperativa e, se bem entenderem, convidem-me, alinho!

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  2. Sr. Grilo falante desta vez concordo consigo. Façam a cooperativa que eu também alinho.

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  3. Meu caro Grilo Falante: faça-nos chegar por e-mail a sua identidade ;)

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  4. Boa tarde
    Caríssima Paula Sofia:
    O nosso camarada e Ilustre Professor de Números sabe a quem pertence este nic name, já lhe disse quem sou, de qualquer modo, se bem o entender e se garantir sigilo dê-me o seu mail.

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    1. rodriguesmarques@quilate.pt
      Promessa de escuteiro: Sigilo absoluto.

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    2. Bom dia
      Camarada Marques ou companheiro a curiosidade, por vezes, é sua inimiga, não queira controlar tudo porque quem muito burro toca algum deixa para trás.


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    3. Amigo e companheiro Grilo Falante, boa noite.
      Eu não estava a falar de solipedes, esses pertencem aos socialistas.
      Estava, sim, a falar de e-mails.
      Abraço

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    4. Amigo e companheiro Grilo Falante, boa noite.
      Eu não estava a falar de solipedes, esses pertencem aos socialistas.
      Estava, sim, a falar de e-mails.
      Abraço

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    5. Amigo e companheiro Grilo Falante, boa noite.
      Eu não estava a falar de solipedes, esses pertencem aos socialistas.
      Estava, sim, a falar de e-mails.
      Abraço

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    6. Óh! Com mil diabos.
      A máquina entontou.

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  5. Boa tarde democratas.

    Ao ler estes comentários referente a este texto que devia ser analisado antes de ser publico por motivos óbvios, ateste-se a quem o escreveu.

    Registo a facilidade de alguém que "alinha". São uns fáceis, alinham em tudo sabe Deus a troco de quê.

    Grilo! Raio, esquisito.

    Sou do tempo em que as senhoras estavam no lugar certo, em casa, hoje é vulgar ver um rapaz casado com um lenço enrolado no pescoço que deduzo para tapar o colarinho da camisa, estas liberdades femininas coalham a moral e indicam a necessidade de voltar a mandar as mulheres para uma reeducação religiosa como no tempo em que elas, as senhoras, cuidavam dos seus maridos.

    Vem aí a Nova Ordem, com ela a moral, respeito e as melhores virtudes, vamos erguer a Nação e repor a Lei n.º 2137, de 1968 para que os homens casados deixem de tapar os colarinhos com um lenço.

    Viva Portugal

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    1. Estimado Nobre Povo: Também eu sou quase desse tempo. E por isso estranho, com veemência, que nesta altura da vida o meu caro amigo se dedique a apreciar os toques de modernidade, ou de elegância. V. Exª há-de convir que para (re)erguer a nação talvez não seja prudente os senhores de meia idade (rapazes, vá) atravessarem Pombal, em caminhada nocturna, a caminho do antigo bairro Santiago. Sabendo eu das suas qualidades de informador, aqui lhe peço que passe palavra.

      Agradecida,

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    2. Bom dia
      Caro Nação Valente alinho significa estar alinhado com algo e, neste caso, o alinhamento é com o Farpas a troco de poder comunicar e debater problemas de todos nós publicamente, até o Sr., meio a brincar meio a sério debate os problemas, não se estenda, começa a ser arriscado fazer o passeio nocturno pela Avenida até Santiago.

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  6. Boa tarde arautos da liberdade.

    Querem ver que tenho de chamar a policia, estamos destinados, nós os que falamos da Pátria, ao silencio, o tal dos inocentes, a senhora enganou-se e o senhor de Grilo escorregou na alface.

    E se falar-mos verdade. Se acabou o Correio de Pombal então não temos um jornal como se deseja, um jornal também é um negócio, sem concorrência investidores não faltam não há é quem compre nem empresários para publicitar, mas, também acho que outras evidencias (como o homem do boné da FUP) não ajuda nada. Diria mais mas tenho medo.

    Pela Pátria



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    1. Nação Valente ou resto de Nobre Povo - não é preciso chamar a polícia para vos dar força á vervorreia que sai da vossa boca. A Democracia que odeias dá-te força para vomitares o ódio que tens dentro de ti!......

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