Às vezes acontece: efabula-se tanto, que deixa-se de se saber
o que se é; o fidalgo de Albergaria pensava que era Conde, mas já só era Aio.
A história conta-se em poucas palavras, certo dia, o
fidalgo de Albergaria pôs-se a pensar:
- “Se não tenho oposição e se o condado continua a mirrar,
é melhor fazê-lo crescer”.
Como era um homem de ação, logo partiu para a conquista e
atirou-se aos condados vizinhos, que há muito vinha cobiçando. Só que, a tática
e a estratégia estavam erradas (o homem tinha, entretanto, perdido qualidades), e, em vez de conquistar, foi conquistado.
Desgostoso, o Conde que já só era Aio, lá foi, sexta-feira,
de corda ao pescoço, pedir perdão aos seus súbditos.
Ao que um fidalgo chega!
Louvados sejam os povos de Albergaria que podem assistir a encenações destas em plena assembleia de freguesia. E Pombal a aprovar moções e indignações indigestas. Não é camarada Alvim?
ResponderEliminarPois, diz que sim... Ao ponto de mais que indigestão provocar cegueira... selectiva, já que nem se procurou perceber aquilo que outros perceberam de forma simples: há coisas que se fazem com e não contra. É a herança destes 20 anos. Uma verdadeira engenharia política.
ResponderEliminara definição é perfeita:engenharia política.
Eliminar"Óh! Nom praza a Barrabás!
ResponderEliminarSe Garcia Moniz diz
Que os que morrem como eu fiz
São livres de Satanás"
Grandes novas me contas... mensageiro
ResponderEliminarO Eng. Marques anda com o síndroma "Jorge Jesus" no fim do jogo perde tudo e fica...sem correios...sem Freguesia ... sem Fregueses...
ResponderEliminarBom dia
ResponderEliminarO Aio agora usa barbas?
Amigo e camarada Adelino Malho, boa tarde.
ResponderEliminarHoje de manhã defendi-me, de cabeça, com o enforcado do Auto das Barcas, de Gil Vicente.
Sabes que, quando representamos Gil Vicente, aos 18 anos, nunca mais nos esquecemos.
Mas agora a sério e copiando.
Cena XI - Vem um homem que morreu enforcado, e, chegando ao batel dos mal-aventurados, diz o Arrais, tanto que chegou:
Diabo: Venhais embora, Enforcado! Que diz lá Garcia Moniz?
Enforcado: Eu te direi que ele diz: que fui bem aventurado/em morrer dependurado/como o tordo na buiz,/e diz que os feitos que eu fiz/me fazem canonizado.
Diabo: Entra cá, governarás/atá as portas do Inferno.
Enforcado: Não é essa a Nau que eu governo.
Diabo: Mando-te eu que aqui irás.
Enforcado: Oh! Não praza a Barrabás!/Se Garcia Moniz diz/que os que morrem como eu fiz,/são livres de Satanás…/E disse que a Deus prouvera/que fora ele o enforcado;/e que fosse Deus louvado,/que em bô hora eu cá nascera;/e que o Senhor me escolhera,/e por meu bem vi beleguins./E com isto mil latins/mui lindos, feitos de cera./E, no passo derradeiro,/me disse nos meus ouvidos/que o lugar dos escolhidos/era a forca e o Limoeiro;/nem guardião do moesteiro/não tinha tanta santa gente/como Afonso Valente,/que é agora carcereiro.
……………………………
Diabo: Este foi bom embarcar./- Eia! Todos! Apear,/que está em seco o batel!/Saí vós, Frei Babriel!/Ajuda! Ali a botar!
Adelino, Abraço.