28 de setembro de 2019

2 Milhões de Euros para o novo Centro Escolar da Guia

As obras consideradas de regime nunca são consensuais. São contestadas por esta ou aquela razão, mas normalmente no longo prazo são vistas como obras emblemáticas e deixam a marca de quem as defendeu e de quem procura deixar o seu nome da história. Principalmente se forem estratégicas, mas temo que neste caso esta situação não se coloque e não vislumbro esse consenso no futuro.
Já aqui foi referido pelo Farpas, o despropósito do anúncio de investimento de 5 Milhões de Euros para três novas escolas: Guia, Vila Cã e Pelariga. O Concelho de Pombal tem EXCESSO de oferta quer privada, quer particular, havendo capacidade a mais no município e em particular nos centros agora anunciados nas respetivas freguesias.
No caso da adjudicação do novo Centro Escolar da Guia há que refletir em vários prismas:
  • Da prioridade: há anos que a população clama pelo saneamento básico e que atrasa continuamente - o suposto início das obras do emissário Carnide-Louriçal, que iria finalmente cobrir a união de freguesias eáreas circunscritas, ao que consta, a sua adjudicação ainda não se realizou e vai continuar a atrasar, no entanto estes 2 Milhões estão já adjudicados; 
  • Da cegueira: teima-se em seguir uma lista de merceeiro de obras que constam nas Grandes Opções do Plano e no Plano Plurianual de Investimentos que transcrevem um manifesto eleitoral sem olhar para as reais necessidades locais, mas uma vista superficial como se todas as realidades do Concelho fossem iguais;
  • Do desrespeito: sendo esta uma obra camarária não me recordo de qualquer validação se este investimento era o prioritário para a populaçã não tenho qualquer dúvida se a população fosse inquirida (ou via assembleia de freguesia) que prefeririam abdicar desde centro escolar pela realização ainda neste mandato do saneamento básico;
  • Do impacto económico: este investimento tem um impacto em instituições privadas e reconhecidas localmente como é o caso da ACUREDE que há décadas colmatou, e bem, uma necessidade da Guia e região e que agora vê uma clara alternativa. Escusado será dizer que também estas instituições são suportadas financeiramente pelos nossos impostos (só no próximo ano serão transferidos para as IPSS do distrito de Leiria cerca de 60 milhões de Euros para este tipo de instituições) o que significa que estamos a duplicar recursos, a pagar duas vezes pelo mesmo e a colocar em questão a viabilidade futura de outras instituições na Guia, Ilha e Mata-Mourisca;
Finalmente, o conceito de escola que queremos.
Pela capacidade anunciada, para que este investimento possa ser justificável, haverá necessidade de reequacionar (se não foi já) a transferência das crianças dos centros escolares da Mata Mourisca e da Ilha para a Guia. 
Neste ponto, mais do que no financeiro, defendo que a escola deve estar ligada à comunidade local. A proximidade é crucial para essa ligação e que se mantenham os aspetos singulares culturais que dão origem, na Ilha por exemplo, a manifestações singulares como o Ti Milha, ao artesanato único a nível nacional, ao rancho, a um dos Grupos Desportivos com mais inscritos no distrito. Isto tambéé educação e retirar as crianças desta vivência próxima é contribuir para aviários de conteúdos educativos.

Anda tudo ao contr
ário?
Luis Couto


5 comentários:

  1. Este post é tão assertivo e explica tão bem como funciona este Executivo laranja...Obras tortas e desnecessárias só para mostrar trabalho. E o povo Vota alegremente na SETA.

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  2. Novo Centro Escolar da Guia e as Ideias Erradas
    Parte 1-

    Ora aqui ficam outras opiniões sobre os assuntos versados para darem outra perspectiva mais real e mais informada sobre os assuntos elencados no mesmo registo literário tipo jurídico-contabilístico, como segue.

    Começa logo por opinar sobre a casa dos outros versus a sua, naquele registo paroquial tão habitual das nossas gentes tipo o meu quintal e o do meu vizinho, porque fica indelével o foco de todo o interesse local da ILHA como é fácil de concluir pelo que do texto transcrevo: “na Ilha por exemplo, a manifestações singulares como o Ti Milha, ao artesanato único a nível nacional, ao rancho, a um dos Grupos Desportivos com mais inscritos no distrito. Isto também é educação e retirar as crianças desta vivência próxima é contribuir para “aviários” de conteúdos educativos”

    O Ti-Milha, O artesanato único do Bracejo da Ilha, do club de futebol da Ilha, do Rancho da Ilha, e tudo isto numa escolha de exemplos totalmente aleatórios, pois repare-se escolha “ao acaso” DA ILHA ao bom estilo Ricardo Araújo Pereira.

    O problema é que neste caso não se trata de humor mas sim de uma informação e conclusões totalmente erradas que só desmistifico para que as pessoas que lêem “esta coisa” possam pelo menos ter outra leitura e explicação mais séria e real do que vai acontecendo.

    Vários Prismas:

    Da prioridade: “ o suposto início das obras do emissário Carnide-Louriçal, que iria finalmente cobrir a união de freguesias e áreas circunscritas, ao que consta, a sua adjudicação ainda não se realizou e vai continuar a atrasar” ???????????? Como???????
    Não ao que consta, mas ao que eu sei exatamente, está o mesmo concluído já, estando em fase de construção uma ultima estação elevatória com um valor aproximado de 500.000€, com toda a conduta Ilha-Foz concluída estando para breve a sua entrada em funcionamento.
    Convém sempre aprofundar melhor as fontes.

    Da Cegueira: Sobre a “lista de merceeiro das prioridades”....??? Talvez Cegueira própria!
    Convém termos a humildade de assumir que não raras vezes a cegueira está também do nosso lado, porque superficialidade de análise está toda ela ostentada nas conclusões e opiniões transmitidas no artigo de opinião.
    Lá está outra endémica presunção humana de que as nossas opiniões avulsas, tendenciosas, mesquinhas, paroquiais são, pelo seu efeito psicológico, aceites como doutas e abalizadas opiniões, de quem nada para as soluções propostas contribuiu mas que de uma penada as desvaloriza e classifica de erradas, tal qual os mais que conhecidos jogadores de bancada sempre melhores que o melhor dos craques em campo.
    Continua…

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  3. Novo Centro Escolar da Guia e as Ideias Erradas
    Parte 2-


    Do Desrespeito: “não tenho qualquer dúvida se a população fosse inquirida (ou via assembleia de freguesia) que prefeririam abdicar desde centro escolar pela realização ainda neste mandato do saneamento básico;”

    Pergunta-se: Desrespeito de quem por quem? O saneamento está quase pronto e uma obra não tem a ver com outra. E o respeito pelos Guienses? Há assim tanta certeza que votariam conforme a sua certeza garantida de prioridades? Não acha que isso é uma presunção desmesurada? Não estará aqui muito mais patente o seu Desrespeito por muitos dos seus vizinhos? Eu acho que sim.

    Do Impacto Económico: “ este investimento tem um impacto em instituições privadas e reconhecidas localmente como é o caso da ACUREDE que há décadas colmatou, e bem, uma necessidade da Guia e região e que agora vê uma clara alternativa. Escusado será dizer que também estas instituições são suportadas financeiramente pelos nossos impostos (só no próximo ano serão transferidos para as IPSS do distrito de Leiria cerca de 60 milhões de Euros para este tipo de instituições) o que significa que estamos a duplicar recursos, a pagar duas vezes pelo mesmo e a colocar em questão a viabilidade futura de outras instituições na Guia, Ilha e Mata-Mourisca;”

    Ai jesus senhor que há muito não via argumentação tão falaciosa e conclusões tão tremendistas e erradas que apenas podem alimentar uma visão radical irrecuperável. Será o efeito Trump/ILHA do ILHA FIRST, ILHA FIRST?

    A Acurede cumpre os seus objectivos, toma conta atualmente de 160 crianças e tem lista de espera. A Guia tem um Pre-escolar publico com duas salas, fica junto à Filarmónica da Guia, está a funcionar e ao que sei tem cerca de 20 crianças atualmente. O Novo centro escolar tem exatamente DUAS salas de pré-escolar... Onde está a ameaça à ACUREDE? Portanto nem há duplicação de recursos nem de despesas. Além de que há uma comunidade estrangeira crescente na Guia e também na Ilha consumidoras habituais das ofertas publicas de educação.

    “Finalmente, o conceito de escola que queremos.
    Pela capacidade anunciada, para que este investimento possa ser “justificável”, haverá necessidade de reequacionar (se não foi já) a transferência das crianças dos centros escolares da Mata Mourisca e da Ilha para a Guia.”

    Bem, a Ilha e a Mata Mourisca e as suas crianças têm direito a escolas modernas, com recursos atuais, mas a Guia não! A escola anunciada tem 2 salas de jardim de infância e 4 salas de aula para a primária; Ou seja, exatamente a mesma oferta que já existe na guia, onde funcionam 4 salas de aula e uma sala de JI, só que do tempo do estado novo com todas as instalações acessórias atuais inexistentes, nem salas de atividades, nem meios de comunicação e didáticos modernos nem espaços de recreio atualizados, e é isso e não qualquer outro fantasma que justifica uma estrutura na terra de maior desenvolvimento económico e populacional de toda a UFGIMM, que os espíritos mais mesquinhos e paroquiais se recusam a aceitar, mas já assim é há mais de cem anos e parece que continuará.

    Continua…

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  4. Novo Centro Escolar da Guia e as Ideias Erradas
    Parte 3-

    A terminar o articulista inventa os acontecimentos impossíveis, rebola-se neles em jeito de regozijo masoquista e tenta-nos convencer das suas conclusões, erradas. Quais transferências de alunos e encerramentos de escolas? Talvez já ache bem a transferência de alunos da Guia para o centro Escolar da Mata Mourisca para ocupar a única escola sobre dimensionada da freguesia, que obrigou ao encerramento solidário da escola do Seixo (Freguesia da Guia) que tinha duas turmas completas e lista de espera, mas sobre isso nem uma palavra de opinião?
    E sobre a escola da Mata Mourisca, a tal sobre dimensionada, bati-me quanto pude para entrar em funcionamento sem defeitos que detectei e obriguei a corrigir e tudo fiz para que cumprisse o melhor possível o seu objetivo.

    E termina com o na ILHA, por exemplo, escolha absolutamente aleatória, e acontecimentos aleatoriamente escolhidos na ILHA e só da ILHA, mas tudo para justificar o todo da UFGIMM???
    Ah Grande Ricardo Araújo Pereira que andas a ensinar umas coisas à nossa gente....
    É que por acaso, mas só por acaso, não foi mencionada nenhuma das outras coletividades das 40 da UFGIMM , mas que por acaso, também só por acaso, não existem na Ilha, mas sim na Guia e na Mata Mourisca. A aleatoridade tem destas surpresas.

    Termino com algumas considerações mais tolerantes e agregadoras assim:
    É de muito má opção opinarmos negativamente sobre a casa dos outros, sabe sempre a inveja e a inveja é algo condenável.
    É pouco esclarecido quem julga que o mal dos outros pode ser o nosso bem, como sugere o artigo.
    A ponderação e principalmente a putativa expetativa de se vir a integrar um futuro executivo não colhe votos com posições tão extremadas a não ser no seu núcleo restrito.
    Nem essas posições contribuem para o desenvolvimento harmonioso e geral do espaço em que se vive, nem promove a paz social, porque estas bandeiras divisionistas nada acrescentam à nossa vivencia comum.

    Ou então andamos a um tempo a lutar pela desagregação, ganhamos o lugar no burgo pela promessa feita, e logo e seguida anunciamos que afinal gostamos muito da agregação! ???

    A desagregação se acontecer, e cada vez está mais longínqua, será por vontade da Assembleia da República e não haverá executivo que defenda o contrário porque desde a primeira hora é um assunto controverso.

    Enquanto vivermos em união a melhor forma é cada um puxar o máximo pelo nosso espaço geográfico total e não arranjarmos divisões internas que nos antagonizem porque a vida já é difícil em paz e muito mais o será em guerra. Saibamos limar as diferenças e apreciar em conjunto as identidades e vantagens de cada um porque, na realidade, aproveitam a todos, quer sejam da Ilha, da Mata Mourisca ou da Guia.

    Manuel Serra

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    Respostas
    1. Caro Manuel Serra,

      Com o devido tempo, congratulo-me pelo facto de ter dispensado tempo e construção argumentista para vir de uma forma tão agressiva e detalhada ao artigo sobre o investimento de 2 milhões de euros para o novo centro escolar da Guia, artigo esse que mantenho na íntegra.

      O simples facto de ir argumentar parágrafo por parágrafo o meu artigo significa que efetivamente lhe fez mossa e, portanto, tem toda a pertinência e tem pontos mais do que válidos e partilhados por muita gente e congratulo-me por tornar público algo que é falado em surdina e receio.

      As diferentes opiniões são válidas e construtivas. Aceito-as todas e debato-me pelos meus pontos de vista tal como acho que o deverá fazer.

      Noto, no entanto, que ao invés de discutir ideias passe ao ataque pessoal e de tentar colar falsidades e juízos de valor sobre a minha pessoa como forma de alimentar guerras inexistentes entre as várias localidades e que considero uma hipocrisia.

      Ao contrário do que diz, sempre defendi a agregação das 3 freguesias e não o oposto, sempre defendi esta centralização e não o contrário. Essa sua argumentação do “Ilha First” ou de agendas pessoais de integrar um executivo não cola. Acho melhor pegar por outro lado. É triste, muito triste.

      Não posso, no entanto, de deixar de achar graça às comparações com o Ricardo Araujo Pereira ou com Donald Trump, ainda por cima no mesmo contexto! Há sempre uma primeira vez!

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