Nos últimos dias, temos assistido a um corrupio de apresentações de projectos/obras na cidade.
Uma pessoa ainda não se tinha restabelecido do atentado ao Jardim Histórico da Várzea, que o transformava numa praça modernaça, e da mistela, a seguir apresentada, que procurava um compromisso inviável entre o histórico e o vulgar, e levou, logo de seguida, com o projecto da Interface de Transportes e a Ponte sobre a Linha Férrea, que custa a digerir e merece tratamento devido.
Hoje, tivemos direito à apresentação da Rede Pedonal e Ciclável da Cidade. Fui lá com o compromisso comigo próprio de não participar na discussão (para dar uma folga ao poder). Mas perante a nula participação do público presente, que parece ir ali só por curiosidade, decidi tecer uns comentários sobre o conceito – pobrezinho, ultrapassado, inseguro.
Mas o pior estava guardado para o fim: a apresentação do “projecto” de um Parque de Estacionamento num espaço adjacente ao Largo do Carmo, junto à Praça Marques de Pombal (coração do Centro Histórico). Uma coisa inconcebível. Tive que lhes dizer que aquilo não é um projecto, é uma enorme aberração urbanística, porque usa o que há de mais escasso num centro histórico, o espaço livre, para fazer um parque de estacionamento.
Decididamente, este presidente - e este executivo - não tem noção nenhuma de como usar o raro e nobre espaço público, é um escravo da vontade que só faz asneiras, que se propõe qualificar o espaço público mas descaracteriza-o sistematicamente. Como dizia, há tempos, um influente correligionário: “este presidente deveria ser proibido de mexer no espaço público", nomeadamente nas zonas nobres.
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