22 de fevereiro de 2022

Uma dor na alma, e no orçamento

Sabendo que a contratação do Director Municipal iria ser criticada, o doutor Pimpão enfrascou um chorrilho frases-feitas e foi debitá-las para a reunião do executivo, com a eloquência habitual e o obcecante desejo de mostrar a si mesmo que é capaz de convencer mesmo não estando convencido. Ignora, coitado, que ninguém convence com disparates; e que os disparates não são toleráveis naquele lugar.

Disse ele, sem corar de vergonha, e sem qualquer sinal de desconforto dos presentes, que a reestruturação orgânica que cria uma Direcção Municipal - para o anunciado director – “tem impacto financeiro neutro”, porque apesar de criar uma unidade orgânica - a dita Direcção Municipal – elimina outra(s).

Ficámos a saber que o doutor Pimpão acha que cortando caixas no organograma corta custos com pessoal (nomeadamente na administração pública). Qualquer gerente do mais simples quiosque sabe o que faz variar os custos de pessoal. Mas, pelo visto, o doutor Pimpão e os membros da sua equipa não sabem.



13 comentários:

  1. A forma mais fácil de contestar uma decisão é apontar o seu custo. E numa iniciativa inédita ainda é mais fácil, porque afinal é sempre o argumento demagógico o que mais colhe, versus o desconhecido da vantagem esperada e da qual não há histórico.

    Nem sempre as defesas em sede de reunião de câmara saem limpinhas e concisas e por vezes vão atrás da armadilha demagógica em vez de se direcionarem para a razão objetiva que passa pela necessidade e eficiência do que o executivo decidiu contratar.

    E se centrarmos o assunto onde ele deve ser colocado, as questões inteligentes a fazer são: O que justifica essa decisão e contratação, o que se espera dela e quais os objetivos que se pretendem atingir. E é isso que deverá justificar o custo.

    Convenhamos que uma discussão assim não é entendível pela maioria nem se consegue dirimir com a escorreiteza fácil exigida entre a imperial e o tremoço. São assuntos para outros fóruns onde se reclama um pouco mais dos interventores.

    Num município que dentro de um mês vai ter de absorver mais 50% de pessoal nos seus quadros, vai passar de 400 para 600 pela transferência de todos os funcionários administrativos e operacionais da educação e dos centros de saúde do concelho, alem de toda a direção e orientação desses recursos humanos e das delegações operacionais, obrigam o executivo a adaptar-se e dar os passos necessários ao seu bom desempenho.
    Neste caso entendeu entre os possíveis, como essencial o recurso a esse administrador municipal que irá tratar da agilização e bom funcionamento orgânico que seria certamente mais difícil se tivesse de ser todo ele articulado pelos políticos.

    Assim sendo, bem podemos todos perorar nos custos e deixar por aí a discussão pensando que assim fazemos oposição e muita valia trazemos à colação, porem pouco mais fica que algum vazio.

    E que tal discutirmos a utilidade de um Fórmula 1 pelo custo dos pneus e ainda pelo consumo dos 40/50 litros de gasolina especial aos 100 Km? É sempre muito redutora a preocupação de quem pensa só nos custos. Então e as performances necessárias para se ganharem as corridas, objetivo primeiro da máquina? Pois é que é exatamente aí que se tem de situar a discussão e não nos custos e assim eu poderia talvez dar também a esta troca de argumentação o título: Uma dor nos Slicks e no Combustível…

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  2. Dos gastos absurdos em novas contratações públicas, alto lá! O Presidente quer libertação da burocracia e vem com a filosofia treinada do populismo e demagogia? Esclarecemos Exmo. Maior do Concelho de Pombal que, nós cidadãos, autóctones, imigrantes, apátridas ou não, negros, brancos, mouros e amarelos somos do círculo popular, não privilegiado, não somos dos tachos, mas pagamos impostos e fazemos números. Conhecemos a importância de poupar cêntimos para: comida, educação, transporte, higiene, roupas e saúde - usufruto próprio e familiar.
    Somos quem quantifica valores em políticas públicas municipais, verbas centrais e europeias. Queremos respeito! Demagogia? Populismo? Presidente faça o que se propôs quando eleito. É trabalho duro, assim como do povo digno da República Portuguesa: acordar cedo, mal-humorado, indisposto, no frio ou chuva, mas, a dedicação impulsiona enfrentar desafios da vida. No outro dia resistimos, empreendemos e sobrevivemos. Começamos a lide e não temos hora para terminar.
    Os cargos de Presidente da Câmara Municipal não alteram atribuições em contos de fada, as pessoas são reais e os problemas efectivos e concretos. Solucioná-los requer estratégias, compromissos, dedicação, estudos e responsabilidades públicas. Mas, acima de tudo tem que estar aberto para aprender, enquanto seres inacabados de um continuum. É possível a construção de inúmeras competências e aprimorarmos.
    Em gestão de recursos humanos, do qual sou Mestre, a máquina não deve contratar para capitalizar depois. Em períodos de grandes faturamentos com novas receitas, calcula-se a possibilidade de novos gastos, mas imprescindíveis. Na eminência de uma guerra, com crise hídrica, problemas da seca nas lavouras, elevações em temperaturas, pandemia, demandam reservas financeiras, para socorrer nas emergências. É preciso coerência, mas maturidade para repensar projectos e acções que demandam novos gastos e ônus.
    Mas, Ilustríssimo Dr. Pedro Pimpão a vossa campanha que contou com inúmeros espectáculos, festas, debates, webinares, entrevistas na comunicação social, apresentação da proposta do programa de Governo, o Presidente não se apercebeu ao que se candidatou? A força popular dirá não! para regular o poder!
    O limite da gestão pública, em mandos e desmandos unilaterais nas acções sem coerência: financeira, camarária e estatutária fragilizam o significado da capacidade local. Vir um mandatário externo assumir atribuições executivas demanda fuga das responsabilidades municipais das quais V. Ex.ª foi eleito.
    Manifesta Pombal, afastem de nós esse cálice (Chico Buarque de Holanda)!

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    1. Bom dia Marisa,
      Li atentamente o seu texto, e devo dizer, de RH voce deve saber muito!!! mas de GESTAO nao percebe nada...entao de gestao publica nem vou falar!Isto parece fàcil mas nao é assim...levaria uma eternidade a explicar, mas acredite que assim é!
      Cordiais cumprimentos.

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    2. Essa Marisa, pensa que veio lá do Brasil ensinar Gestão/politica a quem cá trabalha. Tem muita retórica e nada mais

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  3. Eu sou a favor de um ou dois gestores, o impacto financeiro "publico" ia ser maior como é natural mas os custos em projectos e orcamentos e planeamento seriam muito menores do que no passado! Cumprimentos.

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  4. Amigo Serra,

    Na sua ânsia de contribuir para a justificação da contratação do director municipal – defender o Pedro - demarca-se bem dos disparates dele, mas cai nalgumas falácias, nomeadamente a integração de mais pessoal (em parte também uma falácia).

    A razão por detrás da contratação do director municipal é só uma, e (já) está claríssima

    Justificar a contratação do director municipal com o aumento de pessoal, proveniente da delegação de competências, nomeadamente das áreas da educação e saúde, não cola. São pessoas que operacionalmente continuam a prestar serviço nas mesmas instituições (fora da câmara), que não são coordenadas pela câmara, com as quais a câmara se limita a processar os salários e pouco mais.

    PS: olhe, conheço uma empresa que em 20 anos passou de 200 para perto de 1000 pessoas e a pessoa que faz a gestão do pessoal é a mesma e única.

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    1. Amigo Malho, o problema é que vão passar a ser coordenados pela câmara, não só os RH, também todo o acréscimo da gestão da orgânica das competências delegadas que vão bem para lá da dita falaciosa argumentação que me tenta colar.
      E note, amigo, que um exemplo que conhece e assumiu aumento de responsabilidades sem aumentar direções é apenas um exemplo avulso, esse sim terei de considerar falacioso dada a intenção de querer, na sua especificidade, torná-lo genericamente válido.

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  5. Unknown a lamentar a sua escolha de não se identificar. Gosto da democracia, dos olhos nos olhos e conhecer com quem interajo, sou aficionada por transparências. Mas, sobre a questão de Gestão não possuo o maneirismo do I value myself because. No entanto, ao invés de tentar explicar o inexplicável, ou creditar uma lacuna de incompreensão no que domino, leia o meu curriculum que é público. As minhas especialidades no doutoramento são “organizações e lideranças” e o meu currículo é sustentado em Governança e políticas públicas. Portanto, sei o que falo, compreendo o que vejo com segurança a ponto de publicar as minhas conjecturas e assinar com selo de competência, que a mim cabem, as análises. No campo político vislumbro uma gestão caótica, obscura e desarticulada.
    Estou à disposição para quaisquer esclarecimentos.

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  6. Caro Camarada Roque,
    Vim do Brasil, com muito orgulho, negra e mulher. Mas, não quer dizer que não possa participar num espaço público que dialoga sobre questões do Concelho no qual resido. É o que o Exmo. Camarada e Colega do Partido Socialista faz ao dirigir-se a mim como forma de delimitar o espaço, a inferir que não posso fazê-lo. Recomendo vivamente que leia o comentário da data de ontem, na reportagem do Farpas, que infere a problemática da discriminação, até porque não subtraio o lugar de ninguém, mas uso a oportunidade de participar, assim como o Ilmo. interveniente. Apesar da diferença de género e cor compreendo que qualquer um possa fazê-lo, enquanto espaço público. A República Portuguesa, sustentada na Constituição de 1976, promulgada após a Revolução dos Cravos, possui o Catálogo de Liberdades Direitos e Garantias que normatiza as participações efectivas e democráticas dirigidas ao público, aberto e autorizado como é o caso do Blog Farpas Pombalinas. Acto que resulta a intersubjectividade, convergências ou divergências de um determinado assunto, em que o meu discurso, soma-se a outros e definem a troca na cultura já híbrida que faz nascer outra. O Brasil está aqui e Portugal acolá. É a interculturalidade, in casu, versa-se sobre política e contratação pública. No link abaixo, no comentário do post da nobre jornalista Paula Sofia Luz, o ávido colega partidário pode assim empiricamente compreender.
    http://farpaspombalinas.blogspot.com/2022/02/a-igualdade-fica-nos-tao-bem.html
    O Exmo. Camarada do PS esquece-se de dizer que sou portuguesa. Dito isto, esclareço-vos que fico lisonjeada em referir a análise de retórica, foi uma simples hermenêutica conjectural da política e governação em Pombal. Envolve gestão e não apenas, vai além daquilo que se pode ver. Faço na condição técnica habilitada e por ser cidadã do Concelho. Bom seria se todos os(as) pombalenses assim o fizessem. Quem sabe nasceria a grande liderança que mudaria o destino do Município.
    Camarada Roque, existo e tenho história social, trabalho filosófico, empírico com cátedra pública. Não vim mudar nada, mas que bom se provoco reflexão a transformar a simples condição humana que contribui à evolução das sociedades. Inacabada, nada sei e a cada dia aprimoro-me porque falta muito... Elevo minha remição porque não vou me calar posso falar e escrever, pulso à vida. Apresento-vos a biografia para vossa Exª compreender o que me move:

    Marisa Batista, disponível em https://orcid.org/0000-0001-5437-2377
    Com dupla nacionalidade, brasileira e portuguesa, Ex-diretora institucional do Governo do Estado de São Paulo-Brasil, foi Professora na Cidade de São Paulo - Brasil, Coordenadora e Gestora de Projetos no CEU Atlântica, participou do Projeto de Investigação e Desenvolvimento-E3T em Leiria, sob a competente Coordenação do Professor Doutor João Cruz Fernandes Thomaz. Possui formação em Educação Artística, Artes Cênicas, Pedagogia, Pós-graduação em Supervisão Escolar diplomas reconhecidos pela Universidade de São Paulo. É detentora de Extensão em Cultura Popular (FAFE) - USP, Mestrado em Gestão de Recursos Humanos pelo ISLA – Leiria e na defesa da dissertação atingiu 18 valores. Cursou disciplinas no Curso de Doutoramento em Educação na ULHT detentora de certificação intermédia do Doutoramento. Em 2009, distinguida com o prémio de júbilo e congratulações da Prefeitura Municipal de São Paulo e prémio da Black Society e da Deputada Theodosina Ribeiro. Recebeu o prêmio Brasil-Itália de Comunicação e Destaque 2018 na Categoria Cientista Social com a comunicação defendida - no INCTE - 2018 com o título - A Educação Multicultural e Cosmopolita. Defende a ética profissional, o currículo multiculturalista interativo (Interculturalidade) na formação de pessoas razoáveis, solidárias e tolerantes, autora do livro: “A gestão no espaço escolar: Como atingir uma Pedagogia de Excelência?”


    https://www.youtube.com/watch?v=sf7Y0Tboa5s&t=160s

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    1. Cara camarada Marisa, aprecio o seu currículo, mas neste espaço de opinião é tão valorizado o Doutor como o cidadão com Ensino Básico. A senhora realmente de modesta não tem nada. Nem sei como ainda vive em Pombal, uma terra tão sub-desenvolvida...

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    2. Concerteza que as pessoas são livres para opinar sobre qualquer matéria de gestão e política, sejam elas brasileiras, portuguesas, moçambicanas, ou qualquer outra nacionalidade, até mesmo livres para residirem em Pombal ou outro lugar em território nacional, tendo elas residência autorizada pelas autoridades nacionais. Já desde 74 que vivemos e respiramos liberdade, dispensamos em Pombal retrógrados de pensamento oco e limitado. Infelizmente pessoas amarguradas, frustradas nas suas ambições não conseguem tolerar e conviver com a diversidade e o outro, sobretudo quando este tem uma intelectualidade mais desenvolvida que o primata que se opõe.

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    3. Cara Camarada Roque,
      O Exmo. Senhor agora quer saber porque aqui estou: 1.º na minha humilde opinião eu sou livre e posso ir e vir, estar onde quiser, com quem escolher e sobretudo, sou detentora de todas liberdades individuais; 2.º como parece que não domina questões comunitárias e das leis que regulam as relações sociais não compreende que determinados assuntos íntimos não lhe são conferidos, porque não é meu amigo ou parente a ponto de receber essa informação; 3.º como ultrapassa a fronteira da arrogância, recomendo vivamente que leia a Constituição da República porque é imperativa e regula os comportamentos dos cidadãos.
      Entretanto, apenas reescrevi a minha biografia que já é pública, ao contrário do que o Camarada afirma que “não entendo de gestão”. Acrescento que sou especialista em ética, educação, coordenação, recursos humanos, artes, políticas públicas, direitos humanos, imaginários sociais, estética, estratégia: comercial, relações internacionais, economia, didática, pedagogia, psicologia, filosofia, história, comunicação e expressão humana, sociologia, relações humanas, limpeza, estatística, maternidade, infância e juventude.
      Exclusivamente o faço porque o Ilustríssimo Camarada insiste em desqualificações humanas sem fundamentos, possui posição xenófoba e ainda não quer enxergar o óbvio. Em relação ao espaço ser ou não de doutores, não pertence a mim a disposição de hierarquizar, muito pelo contrário explico que sou inacabada e ainda tenho que melhorar, mas falo do meu percurso académico e profissional.
      O meu tempo suplantará um dia e os diplomas que possuo nada servirão para onde irei porque outras habilidades lá estudarei. O Criador não deixa de criar um minuto tudo se transforma e o ciclo se reinicia. Mas, confesso, assim como está escrito na praça do Cardal: amo Pombal, além da minha ancestralidade, acima de tudo a humanidade. Compreendo o quão duro deve ser a frustração na vida, problema que nunca tive porque sou muito bem resolvida, amada e procuro a empatia, afinal vivemos em sociedade.
      Camarada, envio votos e saudações socialistas, apesar de estar convicta que deveria empenhar-se mais em conhecer o que esses votos significam.

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  7. Boa tarde, também eu sou Moçambicano e resido em Pombal há 2 anos, já há algumas semanas que venho acompanhando este blog e sempre me interesso por ver alguns posts e comentários interessantes sobre a politica do Concelho, ás vezes também comento, mas vejo pelo que fala que é matéria exclusivo dos Portugueses, só eles podem opinar ou seja os estrangeiros como o senhor aqui fala não podem expressar-se, não sei se é verdade mas pelo que me disseram o presidente da Câmara também é de Moçambique, se não podemos opinar sobre Politica, gestão e assuntos do Concelho, entendo eu pelo que disse, que as ideias e opiniões dos estrangeiros não são bem-vindas, então porque um presidente da Câmara que julgo ter nascido no estrangeiro foi eleito pela maioria dos Pombalenses? penso que esse seu pensamento xenófobo que os Brasileiros/ ou outras nacionalidades não se podem expressar sobre gestão/politica, não reflecte a maioria dos Pombalenses. O que faz de si felizmente uma minoria que pouco importa, fala por falar, só para passar o tempo e descarregar as suas frustrações porque secalhar não é ninguém assim muito importante. O que lamento obviamente. Espero que se encontre consigo mesmo e siga sua viajem em paz.

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