23 de março de 2022

Sobre a reunião da “Junta”

A “Junta” reuniu quinta-feira passada. Da agenda ressalta, para além da aprovação de mais um chorrilho de subsídios e “esmolas”, agora retirados da reunião transmitida para serem encobertos na não transmitida, a aprovação da extensão do prazo de construção do CIMU-SICÓ (agora EXPLORE-SICÓ) e o lançamento, por atacado, de uma dezena de concursos para admissão de pessoal. 


O doutor Pimpão limitou a sua participação na reunião ao Período-Antes-da-Ordem-do-Dia (PAOD), que aproveitou para adular os serviços que dirige e a comunidade pelo apoio aos refugiados da Ucrânia; mas, quando perguntado sobre o tipo de acolhimento prestado, mostrou desconhecimento da realidade e passou a questão para a doutora Catarina que pouco mais sabia. Depois, quando confrontado com as indignas condições de acolhimento (amontoados numa cave fria) engasgou-se. E de seguida, informou os presentes que, por motivos de agenda (naquela casa até a gestão da agenda é um problema!), tinha que se ausentar (foi, com certeza, rotear ou alimentar o facebook) e delegar a condução da reunião na descontextualizada doutora Marto, que, coitada, lá cumpriu as formalidades penosa e arrastadamente.

O CIMU-SICÓ foi lançado há QUINZE ANOS(!) e a sua construção iniciada há OITO ANOS (!), com um interregno pelo meio. Entretanto, a construtora - Soteol, SA - pediu e a câmara concedeu a extensão do prazo por mais 150 dias, por agora. É sabido e ressabido que ninguém acredita que a obra seja concluída pelo preço e prazo acordados. Mas os nossos (in)decisores políticos continuam a deixar-se enganar e a tentar enganar-nos. Já assumem que o mamarracho é um erro arquitectónico e um sorvedouro de dinheiros públicos ao longo do tempo, mas são incapazes de tomar a decisão que se impõe: DEMOLIR. 

A doutora Catarina – agora alcandorada a  gestora de Recursos Humanos – levou à reunião uma dezena de concursos, por atacado (em conjunto), para admissão de seis dezenas de funcionários, do lote de 216 previstos, que acrescentam 1.000.000 € ao Orçamento de Pessoal de 2022 e seguintes, sem fundamentar, em concreto, cada concurso e cada admissão, chegando ao ridículo de afirmar, “sabem como é, estas coisas são discutidas com as chefias e entre nós”. 

Apesar do irrelevante impacto financeiro, levam - bem - à reunião do executivo cada subsídio pontual. Mas, no que concerne  às admissões de pessoal, que comprometem despesa de milhões durante uma vida, levam tudo por atacado, logo sem fundamentação clara. 

PS: De entre muitos, a câmara concedeu um subsídio de 1000 € a uma tal Sicó-trilhos, para um trail em Abiul. A doutora Gina interveio, e justificou a prenda muito bem – é especialista na matéria. E o doutor Luís elogiou-a. 

8 comentários:

  1. Cimu-Sicó - Se tivesse sido uma obra necessária, bem pensada e útil, há muito que estava feita e a funcionar. Como não foi, transformou-se naquele elefante branco que se desejava não existisse, mas como existe alguma solução se tem de dar. Fosse esta uma obra de iniciativa privada e todos sabemos onde já estaria a empresa promotora.
    Infelizmente não foi só este elefante branco que ao longo dos anos se foram decidindo, porque infelizmente ser-se votado pelo povo para desempenhar um lugar de decisão não é uma competência que o edil adquire, mas tão só um mandato para fazer o melhor possível. E neste e noutros casos a ponderação e decisão foram pouco felizes. Também uma passagem pedonal sobre a CP em Pombal e um Hotel a última hora, para não falar de uma hasta publica de triste memória lá para as bandas do Oeste, foram decisões idênticas que nem sei bem até aonde ainda podem comprometer a boa administração do executivo.
    Sobre a carrada de admissões, ou concursos públicos, trata-se tão só da transferência do pessoal escolar para a câmara pela delegação de competências. Não tem história nem mistério. É o processo legal de o fazer já que não houve legislação especial para essa transmissão, o que me parece um erro.
    Sobre as prestações de cada vereador, cada comentador tem a sua opinião e julgo que o facto dos vereadores poderem ter outras prestações altamente esclarecedoras e bem informadas ao invés de explicações mais gerais, parece-me tratar-se do conforto politico e decisão superior a questões de alguma complexidade preparadas pelos serviços.
    Sobre o PC se ausentar após o PAOD apenas refiro que espero tenha sido uma exceção porque aquela reunião é o ponto alto da decisão dos executivos e a principal altura para se manifestar companhia e solidariedade a todos os pares do mesmo; Tudo tem a sua prioridade, mas ninguém reclama a um PC a sua presença quando isso corresponde a faltar a uma reunião de câmara.
    Sobre os subsídios às coletividades e atividades desportivas e lúdicas apenas sei que o ânimo voluntário e coletivo para esse associativismo e acontecimentos é cada vez menor e se não forem as entidades publicas a dar uma ajuda corremos o risco de mais tarde, nem com subsídios eles existirem.
    Há que dar tempo ao tempo e ir aguardando que todos no executivo entrem em velocidade de cruzeiro porque eficácia e desenvolvimento é o que todos esperamos dele, apesar destas opiniões que só realçam o lado pior de quem se esforça que, se por um lado os detratam, por outro alertam-nos para fragilidades que possam apresentar, como acontece a qualquer humano que exista e que queira ir melhorando.

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  2. Só vos digo uma coisa. Se o PS se renovar e apresentar desta vez um candidato, com vontade e convicção de vir a ser Presidente de Camara, o PSD pode mesmo perder a Gestão da CMP, á semelhança de Leiria e Ansião. Os últimos candidatos do PS ( Eng. Claro e Drª Odete) só pretendiam ser Vereadores nunca mostraram vontade de ser Presidentes de Camara. Estou a gostar da nova dinâmica do PS: A JS está a renovar em bom. No partido uma nova geração vai avançar e segundo me parece a actual Presidente vai ser colocada numa prateleira lá na sala junto ao jardim. Vamos PS em 2025 vamos voltar a colocar Pombal no mapa.

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    1. Amigo Roque, ainda o jogo vai no princípio e já tu estás a anunciar o resultado em jeito de claque do PS a dar ânimo às hostes.
      Fazes tudo bem, mas só falhas no vaticínio final, porque esse prognóstico só mesmo no fim do jogo será certeiro.
      Abraço

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  3. Um texto que vem ao encontro daquilo que todos nos estavamos a espera...um presidente da CMP cheio de ideias vazias, e para nao acrescentar mais termos, um vazio de tudo. O que vale a saua "felicidade" .Como referi em anteriores textos, Pombal litoral cada vez mais um concelho tao caracteristico aos concelhos ditos "interiores"...a Camara como primeiro empregadoer do conelho!!! estamos muito mal e ja nao vejo luz ao fundo do tunel.
    Cumprimentos.

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    1. Amigo "desconhecido".
      Só lhe digo que para alguém cuja identidade nem o espelho reflete não será de estranhar também não conseguir ver a luz ao fundo do túnel.
      Mas que ela está lá, está, e que é da autoria do Pedro também. Tanto as realizações quanto a felicidade associada.

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  4. A administração pública opera com seriedade, valores como ética, honestidade e bom-senso para despertar confiança no munícipe. Atitudes planeadas, cada palavra proferida com cuidado e zelo em actos que impulsionam o humano a ir adiante, desenvolver a massa crítica local e conseguir coesão social. Sair de uma reunião do Executivo demanda despreparo. Não conhecer o que é feito na receção dos deslocados, demanda desumanidade. Não projetar um plano estratégico em tempos de guerra e pandemia, demanda incompetência. O PSD há muito assola o padrão de eficiência em Pombal, distribui dinheiros públicos e cargos que compensam apoios políticos. Em Pombal, cria-se cargos desnecessários, numa suposta garantia de eficiência da máquina. Qualquer cidadão médio antecipa as necessidades do Município, porque nós vivemo-las no dia-a-dia. Só quem passou fome, conhece o valor da comida e nossa ancestralidade ensinou-nos que não pode ser jogada fora, é disso que falamos. Exmo. Sr. Presidente, os pombalenses querem conhecer numa plataforma pública, o projecto de quais os cargos vão ser criados, porquê e quais as necessidades das pessoas nos sectores? Em defesa da transparência, da legalidade democrática e do compromisso social com o concelho. Justifico: a redução do fluxo de Capital, redução de exportações, crises: climáticas, na rede de abastecimentos, no sector energético e no comércio. Estamos todos em rede, queremos respostas!

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  5. Amigo Serra,
    Veio aqui procurar desmontar a matéria das contratações. Já o tinha feito num post anterior, mas não com a veemência com que o faz desta vez. Diz o meu amigo que “a carrada de admissões, ou concursos públicos, trata-se tão só da transferência do pessoal escolar para a câmara pela delegação de competências”. E acrescenta que é matéria que “Não tem história nem mistério”.
    Todos temos direito à opinião. Mas há opiniões que não são admissíveis, nomeadamente num político no exercício de cargo político com dever de fiscalização da acção do executivo municipal. Isto não é uma questão de opinião – é de lei, de direito e de realidade.
    Estas admissões não se referem aos funcionários que são transferidos do Estado para as câmaras no âmbito da delegação de competências. Esses são simplesmente transferidos, porque têm vinculo e mantém-no, não passam nem o seu acesso ao vínculo pode passar por concurso público. Estas admissões são para pessoal novo, para necessidades abertas no quadro de pessoal, e na esmagadora maioria para dirigentes e técnicos superiores.
    O meu amigo tenta tudo para defender o Pedro. Mas há defesas que não defendem, enterram – quem defende e o defendido.
    Abraço, e moderação.

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    1. Amigo Malho, e não é que você tem razão. De facto interpretei mal o que escreveu e depois, claro, saiu asneira... As minhas desculpas pela ligeireza com que falei do caso.
      Mas, nem só de contratações falei, e por isso não se pode concluir que chumbei no exame da credibilidade.
      Mas vejamos, o assunto principal está na contratação desses quadros ou na forma como o executivo os defendeu na reunião? Sobre essa defesa poderei anuir que talvez fosse útil um maior detalhe explicativo, o que obrigava os vereadores a melhor informação técnica. Mas, para mim, a decisão política passa tão só pela concordância de fazer face a necessidades detectadas, e foi o que aconteceu.
      Um CEO pode defender uma solução de investimento pela sua necessidade e utilidade e não ser obrigado a referir ou saber todos os pormenores mais técnicos do caso...
      "Mutatis mutantis" para um vereador.
      Sobre essas admissões, todos nós podemos concordar, discordar, apoiar ou vituperar, porém decide quem tem de decidir e foi o que aconteceu, porque as atividades acrescidas exigidas ao município não se fazem sem braços.
      Julgo que termina com um "lapsus teclum" pois entendo que quereria dizer: quem defende o defensor?
      Sempre lhe digo em minha defesa que aqui este defensor, humilde escriba a quem a vaidade é uma cena que não lhe assiste, convive tão bem com os sucessos como com os erros. Atitudes que a idade nos ensina, logo não precisa que o defendam pois ninguém também o precisa de atacar.
      Espero que se sinta reparado com estas palavras e que veja nelas a moderação suficiente que recomenda.
      Só me resta o mea culpa mea culpa, e talvez uma penitência purificadora que o meu amigo sabe que só são úteis para quem acredita nisso.
      Abraço sem moderação.

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