17 de agosto de 2009

De um simples ribeiro a uma grande praia



Ontem, empurrado pelo meu miúdo, voltei a Castanheira de Pêra para passar o dia na famosa Praia das Rocas. Os miúdos, normalmente, não se enganam na escolha das atractividades lúdicas. Valeu a pena, passámos um belo domingo.
É espantoso como a câmara transformou um simples ribeiro numa enorme e belíssima praia, animada e cheia de atractividades (ver imagens). Fui lá nos primeiros anos (2003 e 2004) e já naquela altura fiquei surpreendido com a visão e o arrojo do executivo camarário que concebeu e realizou aquele avultado investimento público. Temi que depois do epifenómeno inicial a coisa acabasse num enorme elefante branco. Felizmente nada disso aconteceu, o empreendimento continua vivo, com grande capacidade para atrair famílias dos concelhos vizinhos e não só (vi por lá várias famílias de Pombal).
Daqui se conclui que os executivos municipais podem fazer muito mais pelo desenvolvimento das suas comunidades do que à primeira vista se pode pensar. Mas para isso é necessário possuir alguma imaginação e alguma visão (no mínimo para além das próprias palmas das mãos) e não destruir riquezas naturais, valiosíssimas nos dias que correm, nem desbaratar recursos financeiros em subsídios frívolos e em benfeitorias e arranjas de fraco valor.

20 comentários:

  1. Castanheira de Pêra, a excelência da gestão camarária. Com dívidas que não pagará em 20 anos. Sem dúvida um feito que Narciso Mota está longe de alcançar.

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  2. Nuno Carrasqueira,
    Não sei qual é a situação económico-financeira da CM C. Pera. Nem esse é a questão do meu post.
    Mas se pega nele deveria saber que o endividamento não é um defeito ou uma doença, de gestão.
    Salazar também detestava o endividamento, e o resultado viu-se.
    Boas,
    AM

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  3. Amigo e companheiro Adelino Malho, boa noite.
    Para não baralhar as datas prefiro não falar em datas.
    Mas deixa-me dizer-te que também fico contente, porque também conheço, pelo êxito da Praia das Rocas, em Castanheira de Pêra.
    Mas fico muito triste porque nos anos 70 fui à inauguração da famosa e exemplar Zona Industrial Ribeira Pêra, em Castanheira de Pêra.
    Fui e gostei.
    Prometia ser uma Zona Industrial exemplar.
    Volvidos uns anos voltei lá, de novo, agora em negócios, aquando do Referendo à Regionalização.
    Fui falar com o meu amigo José Manuel que é o único fabricante do País que faz barretes de campino.
    E como o Partido Socialista queria que a minha capital de Região fosse Santarém, terra de touros, toureiros e de Campinos, fui encomendar-lhe tantos barretes de campino quantos os lugares de eleição do Distrito de Leiria, tendo, a que cada um, enviado um barrete para que enfiassem o barrete.
    Fiquei triste, muito triste, muito triste mesmo, por ver a tão promissora Zona Industrial Ribeira Pêra transformada num deserto, ou quase.
    Acho que só restava, mesmo, a fábrica do meu amigo José Manuel.
    Tudo o resto eram esqueletos.
    Agora, fico contente por ver que se viraram para o turismo.
    Acho, mesmo, que Portugal deveria fazer, também, esse caminho.
    Vender o SOL e a ÁGUA, principalmente no Algarve e não no ALLGARVE.
    Fico contente por tu, também, ficares contente.
    Aquele abraço turístico.
    A Bem da Nação turística!

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  4. Ó engº, como eu o compreendo. Nos anos 90 assisti (e noticiei, veja só) a aquisição da Quinta de Santana por parte da Câmara de Pombal. Era lá que se iria fazer isto e aquilo. É uma pena.

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  5. Que deus nos livre e guarde de pessoas tã dinamicas que efectuam invesimentos tão aarrojados que deixam vários executivos de corda ao pescoço, sem se puderem mexer.

    Deve ser do exemplo da Pampilhosa e das suas mágnifica piscinas.

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  6. Já agora para quem souber:
    Quantas pessoas atrai um destes maravilhosos investimentos(num verão inteiro e não só ao fim de semana)?
    Quantas pessoas atrai um frivolo (frugal??) investimento como o da Osso da Baleia(num verão inteiro e não só ao fim de semana)??

    Se não me engano praia Dourada a da qualidade de vida tb deve ser douradisima

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  7. Amigo e companheiro Alegria2, boa noite.
    Ao tempo do Engº Joaquim de Almeida, enquanto Presidente da Câmara Municipal de Pombal, foi estudada uma estratégia para colocar Pombal no mapa, com o lema… da Serra ao Mar.
    Fizeram-se piqueniques em ambos os extremos.
    Da Serra tudo bem. Está bem e recomenda-se.
    Apesar de ter havido, posteriormente, uma iluminária que queria florestar a Serra e povoá-la de caça.
    A erva de Santa Maria… que dá o particular sabor ao queijo do Rabaçal…!?
    Os algares que conduzem a água para a cidade de Pombal…!?
    Ao Mar!
    Lá fomos observar o metro de altura de espuma preta, preta de breu, que se gerava na arrebentação.
    Agora temos uma praia classificada (já lá foi ver?) com uma protecção às dunas primárias.
    Será que isto não é preservar o ambiente?
    E as dunas secundárias, que podem ser observadas, pedestramente, com toda a sua riqueza natural não são uma séria e honesta defesa do ambiente?
    E a praia não é, hoje, um local aprazível e agradável?
    Infra-estruturada e vigiada.
    Valha-me Nossa Senhora da Boa Morte.
    Dizer mal, por dizer mal, é dizer mal de todos aqueles que, ao longo dos anos, lutaram pela grandiosidade do concelho de Pombal, no seu todo, e que deram o seu melhor em prol de um melhor concelho.
    Olhemos para o futuro mas sem esquecer o passado.
    Sem abraço.

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  8. Os meus parabéns, Akegria2! O exemplo que focou é carismático: eu também acho que a praia do Osso da Baleia é um exemplo carismático do bom aproveitamento turistico de Pombal. Aliás, é o que tem valido a esta economia tão deprimida! Os meus parabéns pela astúcia! :)

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  9. E já agora, Alegria2... se o conceito se restringe a "quantas pessoas atrai", mesmo que o valor acrescentado seja ZERO, não invista nem em praias de rocas, nem em "frugalidades" baleares: contrate o Tony Carreira meia dúzia de vezes por ano, que o investimento não é assim tão avultado como isso, e tb atrai muita gente.
    Falando sério, não posso acreditar que seja esse o conceito de turismo que pretendam para o nosso concelho. É claro que tem que respeitar o meio ambiente... mas tb é claro que tem que ter contrapartidas para o concelho. Tem que ser investimento reprodutivo. Tem que gerar mais-valias. Senão, é uma coisa "masturbatória", apenas para alimementar o ego. A praia do Osso da Baleia pode ser muito bonita, não nego. Pode atrair muita gente. O facto é que ninguém ganha um tostão com aquilo, e meus amigos, por muito que se preserve, as pessoas "estragam". Se há desprezo em se ganhar dinheiro, e só interessa preservar o meio ambiente, então fechem a praia, tornem-na interdita ao público. De outra forma (e em jeito de conclusão, essa é a minha opinião sobre a dita praia), aquilo nem é peixe nem é carne: nem é uma praia selvagem, impoluta e 100% preservada, nem é um polo turistico gerador de riqueza!

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  10. Caros,
    Por acaso informei-me, na recepção, aquando da saída, sobre o número de visitantes ao fim de semana. Informaram-me que varia muito, o máximo foram 4000 pessoas (pagantes) e normal anda pelas 2000 e tal.
    Atendendo ao preço dos bilhetes, nada baratos, acho muito bom, e, em principio, dará para recuperar o investimento, até porque o espaço gera, para além dos bilhetes, outras receitas (significativas).
    E reparem no rácio muito importante: visitantes/população residente!
    Boas,
    AM

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  11. Ou outro ainda mais imprtante, Adelino: "vistitantes que de outra forma jamais poriam os pés em Castanheira, nem lá comprariam um clip que fosse, e nem pensar em lá almoçar" / população residente!

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  12. Bom dia!
    Toda esta controvérsia é curiosa!
    Para uns investiu-se dinheiro,outros investimentos megalómanos, ou ainda investimentos com retorno e opções políticas.

    O segredo do êxito está na curiosidade criada pela publicidade ou seja:
    - O nome " ROCAS" é sugestivo, soa bem.
    - Que eu saiba é a única praia fluvial artificial da região e com ondas e este facto gera curiosidade nas pessoas.
    - Utiliza novas tecnologias? como é feito? não sei! então vamos ver!

    Imaginem meus senhores que a Câmara de Pombal resolvia investir no Osso da Baleia:
    - O nome Osso da Baleia é sugestivo.
    - Criava uma zona de turismo de habitação.
    - Desenvolvia o ecoturismo.
    - Criava porto de abrigo para barcos de recreio
    - Promovia o desenvolvimento do Surf.
    - Fazia uma piscina de água salgada.
    - Criava uma montanha de água salgada.
    - Fazia uma capela em Honra da Nossa Senhora da Boa Morte para dar uma viagem segura para o paraíso eterno, ao Sr. presidente da Câmara.

    Em suma; desenvolvia o turismo cá no rectângulo a beira mar plantado, absorvia todo o orçamento municipal e caía-lhe o Carmo e a Trindade em cima que nem a Sra. da Boa Morte o salvava.

    Era muito bonito não era?

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  13. DBOSS, só não concordo com a última frase... não precisava de absorver todo o orçamento Municipal. Qual foi o orçamento do BODO 2008? Talvez chegasse para essas obras que falava... ou para parte delas. É sempre uma questão de opção, e falei no Bodo só para referir mais de 300.000 € de uma vez... porque poderia referir outras alternativas.

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  14. Aquelas obras todas com 300.000€? Estamos mesmo em época de saldos...
    Ainda será preciso o prejuízo de uns tantos bodos para se equipara àquilo tudo. É verdade que ainda muito se pode fazer no Osso da Baleia, mas não é menos verdade que o conceito que tem sido seguido de preservação da Natureza é louvável, muito mais louvável do que um desenvolvimento de encher o olho mas que não respeitasse o nosso património natural.
    A aposta que vai ser feita no ecoturismo na Mata do Urso é mais um passo importante e mais virá, mas a seu tempo. De forma equilibrada do ponto de vista ambiental, mas também turístico e económico.

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  15. Caro Rodrigues Marques
    Já fui ao Osso, antes e agora.
    Não deve de ter entendido o meu comentário, porque o investimento no osso da BAleia é frugal comparado com o efectuado na Praia das Rocas, com resultados muito semelhantes.

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  16. Meus caros,

    A Praia das Rocas, com todo o respeito, tem tudo a ver com o que o Daniel Abrunheiro fala no texto referido no post anterior. Muito ruído, muita confusão e alguma sujidade como a que se vê por lá, mesmo nas piscinas. Do ponto de vista económico, mesmo que tenha algumas multidões no mês de Agosto, deve ser um elefante branco difícil de gerir e de rentabilizar. É preciso não esquecer que o equipamento se degrada e exige manutenção, creio, que nada barata. A meu ver é turismo de massas, do pior (As pessoas não estão em causa. As massas merecem qualidade igual a todos os demais) .
    Do ponto de vista ambiental,cimentar uma ribeira, como ali se fez, julgo que será um desastre ambiental e que a qualidade da água não oferecerá garantias.Bem perto existem outras praias fluviais de menor dimensão e mais próximas do ambiente natural, que correspondem mais ao meu padrão de qualidade de vida e de desenvolvimento e que bem se poderia fazer na Redinha e no Arunca (Flandes) se a qualidade da água o permitisse.

    Gabriel, quanto ao Osso da Baleia. Olha que é preciso ter cuidado. Olha que tens exemplos bem perto do que poderia ser a nossa praia se se entrasse em devaneios desenvolvimentistas como pareces defender. Pelos exemplos do urbanismo praticado na região seria o bom e o bonito. Queres um novo Pedrogão ou uma nova Vieira? Uma vez cedendo às tentações imobiliárias, já não há remédio nem volta a dar, será isso mesmo que acontecerá. Pode ser desenvolvimento, mas desenvolvimento sustentado é que não será, porque destruirá, irremediavelmente, uma paisagem natural valiosa, sem retorno que se justifique com não mais de um mês de praia com ocupação intensiva e um resto do ano de praia deserta que, nesse caso, passaria aldeia ou vila fantasma. Isso não é sustentabilidade. Não sendo purista, não excluo totalmente a construção. Por exemplo uma pequena estalagem. Hoje existem construções em madeira de grande qualidade, que inseridas na mata, seriam uma solução ambientalmente satisfatória, e que poderia ser usada durante todo ano, especialmente aos fins-de-semana. Mesmo no inverno há quem goste (poucos)e tenha tempo para descansar ou namorar ouvindo e vendo a violência do mar.
    No verão,acesso e estacionamento são fundamentais. Mas falta, acima de tudo um ou dois apoios de praia, feitos de acordo com as novas regras de construção desses equipamentos. Pelas praias do país fora,o que não faltam são exemplos de apoios de praia, com restauração e explanadas, esteticamente lindíssimos e ambientalmente bem enquadrados.O que me parece não ser muito vantajoso é entregar a exploração à junta de freguesia, como me pareceu que sucede actualmente.
    Por mim, mexer com cuidado é a melhor garantia de que as gerações futuras poderão recolher os benefícios, do que nós lhes conseguirmos deixar.

    Abraços

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  17. Amigo e companheiro Alegria2, boa noite.
    Tudo aponta para que não tenha, mesmo, entendido o seu comentário.
    Tentei falar do presente e do futuro, sem esquecer o passado.
    Penitência.
    Agora, com
    Abraço.

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  18. Aditamento

    Olhem existem as casas dos Guardas Florestais, totalmente ao abandono e degradadas, que bem poderiam ser adaptadas e aproveitadas para o turismo e para uso das populações locais, como sucede na Madeira, em que as pessoas que queiram, podem inscrever-se para as usar mediante um pagamento quase simbólico. O que ajuda à sua manutenção e a ocupação que delas se faz evita a sua degradação.
    Não seria necessário um investimento desmesurado e todos poderiam beneficiar, sem impactos ambientais de relevo.

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  19. Boa Tarde!
    Só agora me apercebi: Ó Sr. Gabriel estou surpreendido consigo só agora me apercebi que se rendeu à sra da Boa Morte! Bem haja!

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  20. Jorge Ferreira,
    Concordo contigo. Um novo Pedrogão não é desejável. De maneira nenhuma. E só nos ficaria mal não aprendermos com os erros vizinhos. O meu ponto passa por não cair no outro extremo, que é "não fazer nada, e achar que isso é uma aposta no turismo". Qual turismo? Quantas camas? Quantas refeições?
    Nós temos de facto uma praia ainda pouco (ou nada) afectada pela mão humana (exceptuando as "rabanadas" do mata-7), onde é possivel outras formas de turismo. O tal eco-turismo. Turismo de elevado valor acrescentado. Turismo rural. Turismo sem construção nas dunas ou nas matas (temos o Carriço e a Guia a pouca distância). Sei lá, eu não sou nenhum expert em turismo, mas volto a frisar: ou dá dinheiro (directa ou indirectamente), ou não é turismo. E podemos chegar a essa conclusão, que nao é possivel desenvolver turisticamente sem elevada factura ambiental, e então, DELIBERADAMENTE, não se mexe. Mas pelo menos também não lhe chamamos "aposta turística", não é?

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