27 de agosto de 2009

Eleições e Candidatos

A degradação da actividade política é uma realidade mais ou menos consensual nesta terra cada vez mais mal frequentada e noutras deste País (e não só) que se manifesta na ocorrência, cada vez mais frequente, de factos escandalosas. A causa primária disto está, como não podia deixar de ser, no político; tal como no circo está no palhaço.
Olhando para o perfil dos candidatos aos próximos sufrágios não são expectáveis melhorias na acção politica. Estou convencido que os critérios de escolha dos candidatos foram, na maioria dos casos, unicamente os definidos na lei: ter capacidade eleitoral activa. Só assim se compreende que as listas estejam povoadas em lugares ilegíveis de gente mal preparada, mal empregada, desempregada ou à procura do primeiro emprego (digno desse nome). No entanto, como o nível de exigência está muito baixo concedo que o recrutamento de candidatos para uma Junta se faça entre a população desempregada ou mal empregada, julgo até que para uma Junta o facto de o candidato estar desempregado poderia ser um dos critério de selecção e até de voto, mas baixar os critérios de selecção a este nível para os órgãos da Câmara ou para deputado da República é demais.
Por este caminho a actividade política rapidamente se transformará na mais rasca das actividades lícitas.

11 comentários:

  1. Amigo e companheiro Adelino Malho, boa noite.
    Apesar de tu me considerares o mais rasca dos mais rascas, como tu já aqui escreveste, quero expressar-te toda a minha solidariedade política por o Partido Socialista de Pombal te ter votado ao ostracismo, aliás como também já fez ao nosso amigo e companheiro Rui Miranda, de entre outros.
    Deixa-me, todavia, dizer-te que em Pombal não há desemprego.
    Há um valor residual de desempregados.
    Se falarmos de mal empregados, ou à procura do primeiro emprego já a conversa é outra.
    Assim sendo não entendo porque é que colocaste este post, que só tu entendes e mais ninguém.
    Valha-me a pilinha do Menino Jesus, como dizia o outro.
    Abraço.

    ResponderEliminar
  2. Eu entendo. E gostei do trocadilho com os lugares "ilegíveis".

    ResponderEliminar
  3. Caro Amigo Malho
    Desta vez não posso estar de acordo contigo, porque se me falares de profissionais da politica desempregados é uma coisa, agora de um profissional de outra actividade que por qualquer motivo numa dada altura da vida estar desempregado é outra.

    ResponderEliminar
  4. Sou de outro tempo, estou velho (e cansado para alguns passantes por este blogue) mas era considerada boa gestão, nesses tempos, escolherem-se colaboradores inteligentes e sabedores, às vezes mais que o chefe máximo. Mas aqui em Pombal, rapidamente aprendi, que só quem sabe lambuzar o ego do chefe mesmo que não valha nada (ou de preferência valha menos que o chefe) é que é escolhido. Quem possa ver um pouco mais longe pode ofuscar o brilho dos brilhadores.

    ResponderEliminar
  5. Boa tarde!
    Professor não se aborreça pela brincadeira do outro dia, foi mesmo brincadeira em sinal de respeito que temos um pelo outro há muitos anos.

    Quando ao conteúdo do texto pouco mais adianto ao que já tinha afirmado à uns tempos: os partidos, por vezes, são máquinas para proteger os incompetentes.

    ResponderEliminar
  6. Alguns são mesmo "ilegíveis", mas olhando para as fotografias, faz-se luz! O Sopas tem uma bela selecção de fotografias que trazem "legibilidade" aos candidatos.
    A actividade politica anda por baixo. Noto contudo algum optimismo por parte do Adelino Malho, porque mesmo considerando-a "a mais rasca das actividades", ainda a coloca no universo das "lícitas". Poderia ter sido mais pessimista... um dia destes, ainda vem para aí um código penal destrambelhado (que ideia original!), e essa actividade ainda lá vem consagrada na "lista negra".
    Contudo (e agora com um pouco mais de seriedade), há excepções que não merecem esta generalização. Temos algumas cá em Pombal. Mesmo nos candidatos às juntas de freguesia. Nós temos um cá n'"os da casa", por exemplo!

    ResponderEliminar
  7. Ainda não consigo perceber como é que certas pessoas são convidadas a integrar as listas, dado que não tem qualquer experiência política nem formação ou experiência profissional que possa contribuir para uma actuação positiva. Amigos convidam amigos, apenas de modo a fazer número para completar as listas, sendo quase um nada que dá a cara e o nome na campanha e que nunca mais volta a aparecer.

    ResponderEliminar
  8. Como o meu caso é o referido aqui, i.e. não tenho experiência política, o meu conhecimento na área é mediano e pouco académico e (não o sabia defeito) estou a estagiar e não com contrato de trabalho, coloco apenas uma questão, ou melhor, um desafio: pensem como se sentiriam caso um candidato autárquico vos convidasse para uma lista pelas vossas reconhecidas capacidades técnicas.

    "Fantástico, mais reconhecime...espere,vou ficar em lugar não elegível (pelo menos aos olhos de quem não é utópico)?

    "Sim. É que os outros lugares também estão ocupados por gente altamente competente no domínio técnico."

    Daqui, obviamente, a conversa partiria para o (desculpem a expressão,mas estou a tentar ser realista) "Vá badamerda". A menos que a pessoa convidada goste de ser vista como a menos capaz de um grupo de capazes. E, pior, ver-se sem a oportunidade de demonstrar o contrário.

    Os lugares não elegíveis não trazem nada de bom para quem os ocupa. Para a JA, digo-lhe que dar a cara e o nome por uma campanha atrai mais dúvida, exames de consciência e crítica externa (e interna) do que seja lá o que acha que dá de bom. Contactos? E os que se arranjam por outras bandas?

    Eu próprio exigi, consciente das minhas limitações, um lugar não elegível. E mesmo assim foi difícil aceitar dar a cara, fi-lo porque aceitei a necessidade de haver quem soubesse discutir. Tenho o hábito de dizer que as excepções se devem reconhecer como tal e não se sentirem ofendidas, mas o argumentário aqui usado, de desemprego a desocupação, da ilegibilidade dos lugares (que por isso mesmo não representam qualquer benefício para quem os ocupa) a pretensas ânsias de fama e celebridade, parece ter servido apenas para uma conclusão: a de que os partidos empregam gente incompetente e inadequada à política. Obrigado, estava meio mundo cego para tão recôndito segredo. Passemos à próxima revelação.

    ResponderEliminar
  9. Caro João Gante, nunca disse que era bom fazer parte das listas em lugares não elegíveis, até refiro como "nada". Mas atenção que esse "nada" não é com o sentido pejorativo, mas sim com alguma comiseração.
    Eu não esperaria que esses lugares fossem ocupados por pessoas com levado domínio técnico, mas era interessante que pelo menos tivessem algo a dar e que fossem minimamente interessados em cooperar com os eleitos na discussão de ideias e projectos.
    Há que esclarecer, desde já, que esta minha observação não diz respeito a todos os casos, bem pelo contrário. Tenho a perfeita noção que muitas das pessoas que integram as listas procuram mostrar o interesse pelas questões relacionadas com Pombal e dar a conhecer que que lado estão.

    ResponderEliminar
  10. Boa tarde!
    JA, como sabe, por vezes não basta ser inteligente e aplicado (a), é preciso ter sorte e perseverânlça quanta baste para atingir os objectivos a que se propõe.

    Os humanos têm uma inteligência nata e uma inteligência adquirida,esta última, fruto das práticas e dos saberes acumulados, vindos de geração em geração.

    Para a actividade política é bom ser inteligente e se tiver uma pequena ajuda dos mais velhos e mais experientes atingirá os objectivos a que se propõe mas rapidamente. Se for inteligente quanto baste, não tiver ajuda dos mais velhos, começa a incomodar os acomodados estes fazem-lhe a folha, em vez de dançar começa-se a arrastar.

    A actividade política, é preciso compreende-la, é bonita quando exercida com coerência e rigor, sentimo-nos realizados quando fazemos algo em nome da causa e das coisas públicas.

    Eu encaro a participação de certas pessoas nas listas em primeiro lugar porque há sempre a possibilidade de serem eleitas ou mesmo virem a exercer um cargo político e em 2º lugar para os mais velhos lhes transmitirem saberes que iram contribuir para o seu enriquecimeto intelectual e em situações futuras é preciso renovar as listas, é preciso fazer escola.

    O problema coloca-se quando essas pessoas são literalmente esquecidas e vetadas ao ostracismo; passam a ficar desiludidas da actividade política, cansaram-se não enriqueceram intelectualmente e deram o seu tempo por perdido, não foram bem esclarecidas nem lhes definiram tarefas.

    Temos que entender uma lista como uma equipa a toda a prova,

    ResponderEliminar
  11. Pessoas com o intuito de aprender, com vista a mais tarde, quem sabe, ocupar lugares cimeiros - perfeito, sendo mesmo aquilo que se pretende.
    Pessoas que ocupam lugares apenas para completar listas e sem qualquer ambição ou disponibilidade para aprender - desperdício.

    Muito raros, talvez inexistentes, são os casos de pessoas que conseguiram subir a um patamar político elevado sem a ajuda dos mais velhos, que é fundamental e exemplar se for conseguida com base no trabalho realizado e nas expectativas propostas. Mas se for com base em relações familiares e de amizade, é muito triste e não serve os reais interesses da população.

    ResponderEliminar

O comentário que vai submeter será moderado (rejeitado ou aceite na integra), tão breve quanto possível, por um dos administradores.
Se o comentário não abordar a temática do post ou o fizer de forma injuriosa ou difamatória não será publicado. Neste caso, aconselhamo-lo a corrigir o conteúdo ou a linguagem.
Bons comentários.