Numa autarquia,
por maior ou mais pequena que seja, pede-se ao Presidente do Executivo que
respeite, defenda e transmita as decisões e tomadas de posição tidas no seu
órgão deliberativo, a Assembleia.
Na Assembleia de
Freguesia, do passado dia 19 de junho, da União de Freguesias de Guia, Ilha e
Mata Mourisca foi aprovada por maioria duas propostas que o Presidente de Junta,
Gonçalo Ramos (NMPH) deveria ter tido o cuidado de ter levado à discussão na Assembleia
Municipal como dois pontos da ordem de trabalhos.
As propostas
versavam sobre a intenção de “ampliação da Zona Industrial da GUIA (ZIG) a
nascente da linha férrea do Oeste” e de alterar a “localização da nova unidade
industrial da Lusiaves” apresentando soluções na mesma ZI (já publicado aqui).
Como não o fez, o
deputado Manuel António (PSD), assinando as propostas em nome individual apresentou-as
no próprio dia da Assembleia, as quais, após votação não foram incluídas,
adiando assim a discussão.
Após uma troca de
palavras entre os referidos protagonistas, Gonçalo Ramos “deduz” que as
referidas propostas tenham sido encaminhadas à Câmara Municipal pela Assembleia
de Freguesia e, que, portanto, não foram só pela mão do Manuel António que estas
chegaram.
Enquanto Presidente
de Junta, o Gonçalo tem de:
- Apresentar ele próprio as propostas à discussão e votação na Assembleia Municipal;
- Saber concretamente se as propostas foram ou não enviadas à Câmara Municipal;
Com quase três (3)
anos de gestão pede-se mais, muito mais a um Presidente de Junta que concorreu
como oposição (?!), mas que nada mais é do que um "Yes Man" do Presidente de Câmara.
Dino Freitas, por acaso ainda não te apercebeste que D. Diogo controla todos os Presidentes de Junta, inclusive o do PS ? Isso sim é uma vergonha para o PS...ter um Presidente de Junta que não liga o mínimo para o partido que trabalhou para o eleger. Este modelo de Autarquias locais está esgotado. Cada vez faz menos sentido um Presidente de Junta ter lugar num órgão que deveria ser totalmente composto por eleitos por partidos, a Assembleia Municipal.
ResponderEliminarToninho, tens muita razão no que concerne aos presidentes controlados; embora acho que há muitos que, por serem mais papistas que o papa, se põem verdadeiramente a jeito para serem controlados. Permite-se lembrar-te que, por exemplo, no caso do único eleito pelo PS, foi ele que cortou com o partido - que há muito já lhe deveria ter retirado a confiança política, desprezando-o totalmente. Como se vê, a Redinha tem tirado daí uns dividendos loucos...
EliminarPara quem não saiba, aqui o Dino é o membro da AF. do CDS da UFGIMM e votou favoravelmente as propostas lá.
ResponderEliminarSobre o seu comentário nada tenho a acrescentar nem a criticar. Sobre evidências não há tergiversações que colham, e sobre personagens irrelevantes só o silêncio é argumento.
Lamento que na AM tenha havido mais preocupação em não dar espaço a um assunto incómodo para o executivo do que em se perceber as razões de ser um assunto que incomoda muitos!
A maioridade política da nossa sociedade devia já estar à-vontade com as diferenças de opinião, mas afinal parece que ainda lá não chegámos porque uma opinião oposta não é o mesmo que uma metralhadora a largar chumbo sobre os visados, mas a cautela usada manifesta esse receio. É amiopia e a menoridade política a afirmarem-se.
A classe política tem de assumir que se dois ex-presidentes de junta de lá se pronunciaram já, da forma que o fizeram, sobre um assunto incómodo na sua terra, é porque alguma razão de peso deve haver!
E que tal preocuparem-se todos em saber o que é? Não seria o mais recomendado?
Eu adianto já alguma coisa:
Insistir em alocar uma indústria primária de grande dimensão e garantidos efeitos ambientais, dentro de um espaço urbano é falta de visão dos responsáveis que o promovem, CM, e se insistem nessa política de investimento a todo o custo, é óbvio que os locais da Guia não se conformam em ver hipotecado o crescimento urbano e de atração humana da sua terra que é só a Vila de maior potencial de crescimento do concelho depois de Pombal.
Eu, como investidor, jamais desejaria implantar uma unidade industrial minha num espaço que poderia obstar a esse desenvolvimento. A minha opção seria sempre a da responsabilidade social que me trouxesse vantagens e boa fama em vez de dores de cabeça futuras que garanto não irão faltar.
Ninguém é acusado de más iniciativas, nem CM nem investidores, mas todas as iniciativas devem ser escrutinadas e, verificadas certas inconformidades nesses avaliações, devem ser reequacionadas. Se não o querem fazer terão de aguentar com o que resta à população: A contestação popular.
Não há empresas indesejadas nem preconceitos sobre certas atividades, há é incompatibilidades de uso de espaços físicos, e esta e outras empresas poderão instalar-se noutros espaços físicos sem dificuldade, dentro do concelho e sem sair desta freguesia. Mas o crescimento da malha urbana da Guia não tem alternativa a não ser para o espaço que pretendem à força tornar, e aumentar, como industrial, logo, se esse crescimento se hipoteca só poderá ser por falta de visão e estratégia de quem a deveria ter.
Mais uma vez apelo: Aja bom senso e respeito pelas legitimas aspirações da população da Guia e não se dêem passos no caminho dito cientificamente de histerese, ou seja, o caminho de volta é bem mais penoso e diferente do que o de ida.
Mas eu sou um otimista e a luz acabará por iluminar os cegos!
Caro Manuel Serra, sem prejuízo de concordar consigo - maioritariamente - no âmago da questão (as legítimas dúvidas sobre a implantação da indústria em causa), deixe-me dizer que, a respeito deste episódio em que o poder amesquinha quem ouse fazer-lhe frente, há uma frase sua que diz tudo, afinal: "uma opinião oposta não é o mesmo que uma metralhadora a largar chumbo sobre os visados". Pois a verdade é que, pelo menos em Pombal, e não apenas para o poder vigente, como para a dita oposição, é assim que é recebido. Por isso, se há algo de positivo a retirar do insólito momento em que os membros da bancada do PSD se comportam (como sempre) como marionetas, votando contra a admissão das moções, é percebermos que ninguém vale pelo que é ou pelo que defende, mas só pela cor com que se apresenta, e pelo afago que dá ao poder. O Manuel António tinha obrigação de saber isso, pois que era gato escaldado. Não teve medo de água fria e...queimou-se. Onde é que está a solidariedade e a coesão territorial que tanto gostam de apregoar? A mim, este negócio cheira-me cada vez pior.
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