O caso Lusiaves monopolizou o debate na última AM, relegando para segundo e terceiro plano dois assuntos tradicionalmente relevantes: Relatório de Gestão e Moção de Censura do PS.
O caso foi introduzido, logo de início, com o debate sobre a admissão de duas moções subscritas por Manuel António (PSD), que tinham sido aprovadas na Assembleia de Freguesia (AF) da UFIGMM e enviadas à Assembleia Municipal. A admissão das propostas foi rejeitada.
No entanto, fazia parte da agenda da reunião a aprovação da extensão dos prazos para submissão dos projectos do investimento da Lusiaves, na Zona Industrial da Guia. O ponto foi aprovado por unanimidade, mas serviu para fazer uma longa discussão que a generalidade da assembleia rejeitou, estranhamente, fazer no início.
Pelo meio, vieram a público as suspeitas, que o líder da bancada do PSD na AF da UFIGMM - Manuel Serra – apontou, na missiva dirigida à presidente da AM, e a todos os partidos lá representados, nomeadamente “a forma pouco democrática como se lançou uma hasta publica à medida de um investidor, para o espaço urbano da nossa(sua) freguesia, em pleno estado de emergência nacional, tudo à revelia das autoridades e das opiniões locais, deixando a população alvoraçada e os seus representantes ainda mais.” E prosseguia: “Todo este negócio é demasiado nubloso no seu lançamento mas cristalino no objectivo de quem pretende beneficiar, dado que existiu uma hipotética grande empresa francesa que afinal nunca ninguém soube quem era, mas cristalino no privilegiamento da Lusiaves, para que se juntarem mais 5 ha aos 7 ha já classificados na ZIG, para ela se poder instalar como desejava mas sem qualquer projecto ou intenção sequer. Não sabemos quem sai beneficiado com isto, nem que outros interesses poderão existir, mas uma coisa sabemos: se essa instalação se fizer no sítio proposto pela câmara de certeza a Guia sai prejudicada, no seu ambiente, no seu crescimento urbano futuro e nas expectativas de muitos residentes e também dos empresários, e isso é um sacrilégio de lesa freguesia que esta bancada jamais poderia permitir, nesta União de Freguesias, sem se bater até à exaustão.” E rematava a missiva ameaçando que “se a câmara insistir naquele local, teremos de juntar a nossa acção porventura escrutinando melhor os processos administrativos envolvidos e os seus contornos que, como afirmámos, estão envoltos numa penumbra que gostaríamos de não ter de aprofundar”.
Decididamente, o investimento anunciado não é a pérola que a câmara tanto apregoou; e de que, aqui, logo duvidei.
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