Mais do que impostos, mais do que compensações que terão de
dar à comunidade, o que verdadeiramente assusta um investidor é a incerteza que
as regras podem mudar a qualquer momento.
E se efectivamente a incerteza é muita, a decisão de pegar
na trouxa e ir para outro lugar será mais certa. Ao contrário dos políticos, os
investidores não vão ao sabor dos (bons?) ventos. Querem ter a certeza que
podem investir e que as regras não mudam a meio.
Ora vejamos:
- A expansão da Zona Industrial da Guia (ZIG) já estava prevista para esta zona e a Câmara Municipal agiu em conformidade e de acordo com o previsto. Já aqui referi que a Câmara esteve bem ao criar as condições para a instalação deste investimento.
- O espaço adjudicado em hasta pública é específico para actividades económicas e, portanto, previsto para Indústria e está assim definido há anos.
Onde estão as
incertezas:
- O PSD da Concelhia está completamente dividido neste ponto. Os do Oeste, agora assumidamente liderados pelo Manuel António, estão contra a implantação nesse local em desacordo o PSD “Central” liderado pelo executivo camarário que coordenou a atracção de investimento e trouxe atempadamente o processo para a Assembleia Municipal;
- Ao usar este assunto como uma bandeira eleitoral, que é isso que transparece na totalidade, o PSD do Oeste apresenta-se oficialmente na campanha pela segunda maior freguesia do Concelho, esquecendo-se que poderia lá atrás ter contribuído para que a ZIG não crescesse para nascente como referem, mas agora é que se lembram;
- Como se não bastasse, os deputados independentes da Junta de Freguesia de Pombal Oeste, votam na sua grande maioria do lado do PSD do Oeste, mostrando claramente que não existe qualquer coordenação entre este executivo da junta e a sua bancada parlamentar, cedendo facilmente a meia dúzia de argumentos;
- Manuel António, com a sua experiência política dos pormenores, apercebendo-se que a Assembleia da União de Freguesias não havia entregue a moção com os 8 dias de antecedência aproveita muito bem o assunto politicamente para injuriar o Presidente da Junta e antecipa a discussão para esta assembleia ao invés da próxima;
- Na próxima Assembleia este assunto, como já estava previsto, continuará a ser debatido e imaginando que a Assembleia volta atrás na decisão haverá duas consequências possíveis: 1) O Investimento vai para a outro local ou 2) a conseguir aquilo que os proponentes querem, terá que ser o município a compensar todas as trapalhadas ao Investidor e muito provavelmente compensar em valor, leia-se redução de receita ou prejuízo para o erário público, mas quem paga não são os interesses de campanhas eleitorais;
- O Grupo Lusiaves, e bem, já pediu um adiamento do pagamento e vai estar, como qualquer outro potencial investidor, à espera de próximos desenvolvimentos desta novela até, eventualmente, se cansar.
O mais engraçado
disto tudo é que o projecto final nem sequer foi apresentado, ou seja, estão
todos a falar de questões hipotéticas e na verdade ninguém pode aferir se já impacto ou não porque o projecto não foi apresentado.
No meio disto tudo
aparece o Sr. José do Oeste [nome fictício] que ouvindo estas histórias, e do
alto da sua memória de quase 80 anos, declara:
- “Pombal é sempre
a mesma coisa… Foi igualzinho quando foi do investimento das celuloses na
Leirosa… Aquilo era para ser no Concelho de Pombal e colocaram tantos problemas
que foi para o Concelho da Figueira aqui bem ao lado… Conclusão: Pombal não
teve quaisquer investimentos nem benefícios financeiros mas leva na mesma com o
cheiro e com a espuma amarela na praia [do Osso da Baleia]… Agora andam às
guerras para ser meia dúzia de quilómetros para o lado… Assim não vamos lá…”
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