11 de julho de 2020

Inferno de Dante


(Gustave Doré, Dante fala para os traidores no gelo do Nono círculo, canto 32)

Na primeira parte de “A Divina Comédia”, obra prima de Dante Alighieri, o autor é conduzido ao Inferno pelo poeta romano Virgílio e pela sua musa inspiradora Beatriz. No poema, o Inferno é descrito com nove círculos onde cada um corresponde a um tipo de pecado. Quanto mais profundo o círculo, maior a intensidade do pecado. O fundo do Inferno é destinado aqueles que cometeram o pior dos crimes: a traição. 

A política em Pombal atingiu as profundezas do Inferno e, tal como na obra de Dante, o que existe não é fogo, só gelo. Por cá, os os traidores ainda não estarão submersos na água gelada, apenas com a cabeça e tronco de fora, alimentando-se dos cérebros dos mais fracos. Lá chegaremos. No entanto, se tiverem vergonha, jamais conseguirão voltar a erguer os olhos e recuperar a dignidade perdida. 

O episódio lamentável a que hoje assistimos, protagonizado pela vereadora Ana Gonçalves, não a compromete só a ela: compromete todo o PSD local. A triste vereadora é apenas um joguete submisso aos interesses do seu partido, vendendo a sua dignidade por um prato de lentilhas. E se alguém ainda tinha dúvidas, agora é evidente: vamos ter mais quatro anos de Diogo Mateus à frente da Câmara Municipal de Pombal. Nem Dante conseguiria ser tão cruel!

Hoje lembrei-me de uma música de José Afonso, homem íntegro, chamada "Tinha uma sala mal iluminada". Dizia o poeta: A velha história ainda mal começa // Agora esta voltando ao que era dantes // Mas se há um camarada à tua espera // Não faltes ao encontro sê constante. Ele tinha razão: se há um camarada à tua espera, não faltes ao encontro sê constante.

6 comentários:

  1. O episódio em questão é de facto surpreendente. Apenas pelo insólito de se subscrever uma moção e depois abster-se na votação.
    A traição soe como a única consequência do ato que até pode ter sido mal avaliado pela vereadora que,num momento de hesitação pela agitação continua na câmara, se decidiu por uma neutra abstenção mas que de neutra pouco tinha.
    Passado o ato impos-se a surpresa e indignação dos que com ela contavam e se confrontaram com a traição aqui referida.
    Tenho porém de discordar da influência do partido nesta atitude dado que o partido nada influencia a vida da câmara, aliás muitas vezes é apanhado de surpresa por acontecimentos que nem imagina.
    Para já pode ter sido um passo impensado que ninguém compreende, numa otica de coerencia..
    Admito que a vereadora já se apercebeu da deslealdade que cometeu e estará a ponderar o seu próximo passo..
    Teremos de esperar para ver as cenas dos próximos capítulos...

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  2. Manuel Serra, deita-te e dorme...É o fim do sangue azul do Cardal, porque o do Oeste já foi. O Conde é um cadáver político

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    1. E o Roque alguma vez foi ou será alguma coisa?
      Quando falamos dos outros convem vermo-nos ao espelho...

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    2. Manuel Serra, Sangue Azul não tenho, logo não posso pertencer á Nobreza; Constitui família, logo não posso ser de Clero...Portanto só me resta ser do povo, e estar na base da pirâmide.

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    3. O Roque não foi nada na política. Esteve no PSD, e como não lhe deram nada mudou para o PS. Apenas um frustrado desta vida, e chato. Então no associativismo nem vale a pena falar. Manda uns bitaites aqui e ali. Sempre entretém com as suas baboseiras!

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    4. Afonso...Não o conheço de lado nenhum para me fazer ataques pessoais. Para si só tenho a seguinte frase: Um Vintém é um Vintém...

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