Desde as primeiras eleições europeias (1987) que os partidos do centrão têm concentrado a votação: começou nos 60% e chegou nas últimas aos 77%. Nestas, caíram para 58%, havendo que ter em conta os 6% de eleitores que fizeram questão de votar em branco ou nulo (a abstenção foi elevadíssima, mas digamos que essa variável já era expectável, restava era saber o número exacto). Este cenário que poucas vezes se viu (apenas 1985, em legislativas, em que o fenómeno PRD arrecadou quase 20% dos votos), levanta questões sobre o que poderá acontecer em Setembro. Para que fique bem claro, afasto qualquer espectro de ingovernabilidade nem acho que esse argumento seja utilizável fora do discurso partidário e em campanha. O que parece ser de considerar é que a maioria dos eleitores desconfia do "seu" centrão. "Parece" apenas porque as Europeias são eleições diferentes, em que o voto de protesto pode ser utilizado com maior à vontade. Quer isto dizer que duvido que a soma dos dois maiores partidos seja inferior a 60% nas próximas eleições. Duvido, mas não só não tenho certezas como muitas vezes até me engano. No entanto, não querer retirar ilações de todos os resultados de Domingo, parece-me mais que má táctica, uma péssima estratégia.
"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
9 de junho de 2009
29 comentários:
O comentário que vai submeter será moderado (rejeitado ou aceite na integra), tão breve quanto possível, por um dos administradores.
Se o comentário não abordar a temática do post ou o fizer de forma injuriosa ou difamatória não será publicado. Neste caso, aconselhamo-lo a corrigir o conteúdo ou a linguagem.
Bons comentários.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Tenho de discordar parcialmente contigo, nessa da ingovernabilidade. Parece-me que Rangel tem razão: as medidas tomadas a partir de "hoje" devem ter em consideração a desaprovação da parte do eleitorado participante e portanto não devem ser condicionantes de futuras governações.
ResponderEliminarClaro, isto leva-nos a discussões como a de se tão elevada abstenção permite realmente tirar ilações sobre a actividade governativa/legislativa ou o facto de o votos de Domingo não terem sido todos de protesto - é impossível quantificar isso, parece-me. Mas o facto é que quem vota é quem decide. Pelo menos no papel.
Quando falo em ingovernabilidade é usar esse argumento como se de um "papão" se tratasse ou aquela imagem do "depois de mim, o caos". Concordo que o PS precisa de pensar bem no que vai fazer nos próximos meses. Nunca quis estar na pele de José Sócrates, quanto mais agora.
ResponderEliminarNo entanto, como bem dizia o JMF ontem: é nas dificuldades que se vêem os líderes.
"Ingovernabilidade" é pouco mais do que aquilo que temos hoje!
ResponderEliminar... Ou pouco menos, consoante a perspectiva! :)
ResponderEliminarÉ típico do português deixar que os outros decidam por ele, e o que faz melhor é arranjar desculpas dos outros para argumentar a sua própria ignorância e egoísmo. Por isso, se tiverem a curiosidade de perguntar directamente às pessoas se foram votar, certamente encontrarão uma maioria que não votou. E se continuarem a conversa e perguntarem porquê? Os que não votaram respondem quase em coro "foi uma forma de protesto porque eles não fazem nada".
ResponderEliminarPara alguns, admito que até possa ter sido essa a razão, mas a grande maioria está a tentar tornar nobre um acto desprezível.
Mas tenho uma outra teoria para os elevados números da abstenção, é que nesta campanha eu não vi aquelas distribuições absurdas de porta-chaves, canetas, e afins, nem os panfletos invadiram a minha caixa de correio, o que fez com que muitas pessoas não se sentissem aliciadas para votar.
Pessoalmente não concordo com a distribuição desses "subornos" pois constituem gastos avultados, contribuem para a degradação do planeta e não têm fundamentos verdadeiramente políticos, mas sei que há muita gentinha que quase se atropela para ter uma "esmolinha".
Porém, como disse no início, Eu não vi, o que não quer dizer que não tenha existido esse tipo de campanha. Aliás, agradecia mesmo que confirmassem (ou não) a validade das minhas palavras, porque sinceramente não é meu hobbie procurar este tipo de coisas, dado que prefiro obter informações através da internet, por exemplo.
Amigo e companheiro Dr. João Alvim, boa noite.
ResponderEliminarRepito pela enésima vez.
Se a máquina me comer o texto (lindo, lindo como o Sol) segurem-me que eu vou-me a ela.
Fui-me a ela.
ResponderEliminarPrimeiro a parte "lúdica".
Eu, agricultor, me confesso.
Se não chover, vai tudo por água abaixo.
Uma vaca partiu um corno.
E ainda por cima o médico não se tira de cima da mulher.
Agora a sério. Não era?
Vamos por exclusão de partes.
Quem é que, na realidade, manda no País?
O poder político deveria mandar, mas não manda.
O poder económico manda? Mas manda quando e aonde?
O poder financeiro manda? Mas demonstrou ser incompetente. Inquinou a economia real.
As sociedades secretas mandam? E mandam em quê? E em quem? No poder político?
Se querem saber a minha opinião, digo-vos que quem manda no País é um núcleo duro, duríssimo, de 20/30 cidadãos, portugueses ou não, que representam não sei o quê. Será o poder económico?
Como é que mandam e como é que transmitem as ordens é que eu gostaria de saber.
Se alguém for capaz e quiser, responder às minhas dúvidas, então, eu sou capaz de fazer uma análise ao que se passou no passado Domingo, ao que se passou há 5, 10, 35 anos atrás, e o que é que se vai passar num futuro próximo.
O povo, esse, limita-se a fazer de conta.
Sei que vou para o cadafalso.
Mas vamos ver qual é o primeiro a atirar a primeira pedra.
Até lá... respiro, até que me deixem.
Todavia reconheço não há alternativas.
Democracia participativa. Mas participativa por quem e para quem e porquê?
O Dr. Salazar tinha razão, quando dizia:
"Se soubesses quanto custa mandar, gostarias de obedecer toda a vida".
Este humilde e obediente servo, Vos saúda.
Avé César, os que vão morrer te saúdam.
Abraço.
Amigo e companheiro R.M., gostei do teu comentário, à excepção daquela anedota inicial, confesso que não percebei o contexto.
ResponderEliminarMas, à tua dúvida de quem manda, eu diria; o poder económico! e tu perguntas, mas qual? há vários?
Sim, mas eu referia, talvez, aqueles que ninguem(?!) vê ou quer vêr, tais como:
Os que; subornam, condicionam, em particular a justiça das mais variadas formas, compram e vendem consciências, etc.etc.etc.
Sei que vou ser "sacrificado" ou "crucificado", mas eu não vendo a minha consciência! ESTA NÂO ESTÀ À VENDA!...
Um abraço
Ó Zé, alguma vez haveríamos de estar de acordo homem!
ResponderEliminarÓ Paula Sofia, embora possamos estar em campos diferêntes, no que toca à nossa ideologia politica, estamos certamente de acordo, quando estiver em causa a liberdade e a justiça.
ResponderEliminarJá noutras ocasiões, aqui no blog, lhe prestei a minha homenagem, enquanto jornalista do "Eco"
Caro Amigo Rodrigues Marques
ResponderEliminarFoi com grande satisfação que li este seu comentário. Para quem ja foi deputado da Nação, e que de certeza viu e ouviu muita coisa, é de uma grande coragem o que acaba de afirmar, que neste País são só umas dezenas de cidadãos que comandam tudo e os outros coitados, comem e calam.Parabens continua a ser um grande Social Democrata
Pessoal,
ResponderEliminarO problema nem é tanto os 20 ou 30, mas a pirâmide de interesses que suporta o seu poder.
Boas,
AM
Já que se fala em poder/interesses, não necessitamos de fazer a analise a nivel nacional. Basta localizarmo-nos no nosso burgo para percebermos a teia de interesses que gravitam em torno do poder.
ResponderEliminarSendo mais explicito, vejam as duas últimas edições do Correio de Pombal. Simplesmente uma vergonha!
Ora digam lá se existe ou não em Pombal o interesse economico a subjogar o poder politico?
Viva o 25 de Abril de 1974!
Um abraço
Amigo (a) e companheiro (a), Pomba, bom dia.
ResponderEliminarTeste, pela enésima vez.
Amiga e companheira Pomba, boa tarde.
ResponderEliminarEstou tão à-vontade com os jornais e com os jornalistas (alguns até fazem o favor de serem meus amigos) que, todos os dias, compro e leio dois generalistas nacionais, mais os diários regionais, para além dos do fim de semana.
Manias!
Todavia desafio-a a fazer, comigo, um pequeno exercício.
Vamos a ele?
Se considerarmos que metade do que acontece os jornais não dizem, e se metade do que dizem não aconteceu, então podemos concluir que os jornais não existem.
Beijo.
Boa tarde Engº R. Marques.
ResponderEliminarEu não quero ser tão pessimista quanto o Sr quanto aos jornais e aquilo que eles noticam.
Agora, há um dado importante, que não podemos esquecer, e esse o Sr não aflora no seu exercicio.
O poder economico em Pombal subjoga ou não o poder politico? Dito de outra maneira: O poder politico em Pombal está refém do poder económico, nomeadamente de alguns grupos economicos.
O Sr sabe quem são esses grupos e aquilo que representam em Pombal.
Esta questão é a principal e o exemplo que eu dei é só uma pequena amostragem.
Esta questão torna-se mais evidente agora que estamos a entrar neste ciclo eleitoral e que as movimentações de algumas dessas pessoas ligadas a esses grupos económicos começam a acontecer.
O poder económico é tão importante em Pombal, que nos espaço de poucos anos,ha empresarios que antigamente pagavam a campanha do PS eram considerados BESTAS, agora que vão pagar a do PSD já são considerados BESTIAIS....
ResponderEliminarAmiga e companheira Pomba, boa tarde.
ResponderEliminarLá voltamos nós à mesma.
É suposto a minha amiga trabalhar e ter atribuidas responsabilidades.
Temos, todavia, que clarificar que uma coisa é trabalhar e outra, diferente, é ter emprego.
Admitamos que trabalha e é recompensada pelo seu trabalho, cumprindo as regras inerentes ao seu posto de trabalho.
É rigorosamente isso que acontece ao poder político da Câmara e, em particular, aos empregados.
Acha que um empregado da Câmara, sabendo que vai ser fiscalizado por um exército de organismos do Estado, corre o risco de ficar no desemprego?
Não pode, mesmo, correr esse risco a menos que queira correr o risco de ir para a rua.
Já não era o primeiro.
Faça-me o favor de se informar antes de fazer afirmações do teor da que fez.
Posso ser uma fonte, que não aqui.
Beijo.
Bom dia Sr Engº Marques:
ResponderEliminarNinguem está a colocar em causa o profissionalismo e a forma responsável ou não, como cada um exerce a sua actividade profissional.Obviamente, que aquilo que se espera é que cada um seja responsável e execute as suas tarefas com o maior profissionalismo. Muito menos se questiona a forma como cada funcionário da CÂmara executa as suas tarefas.
Feito este ponto de ordem, a questão que está em "cima da mesa" é: O poder politico em Pombal está subjogado ao poder económico?
É aqui que nos devemos concentrar.
A resposta a esta pergunta perdoar-me-á, nada tem a ver com o desempenho profissional de quem quer que seja.
Não consigo fazer a relação entre esta questão e o desempenho profissional de quem quer que seja.
Talvez, se o Sr Engº pudesse ser mais explicito, desse para entender tal relação.
Um grande abraço, com muita amizade e estima.
Amiga e companheira Pomba, bom dia.
ResponderEliminarÉ tão desagradável ter escrito um texto tão lindo e a malvada da máquina comê-lo.
Vou tentar de novo.
Amiga e companheira Pomba, bom dia.
ResponderEliminarA questão é muito simples e está, sempre, ligada à máquina autárquica.
Penso que quando fala em subjugação do poder autárquico ao poder económico está a pensar nos empreiteiros, urbanizadores, nos fornecedores... Enfim em quem cria riqueza.
Mas devia saber que todos os processos entrados na Câmara têm que ser instruídos pelos seus técnicos para, posteriormente, serem submetidos à decisão política.
Na dúvida os técnicos informam "nim" e o poder político que decida sim ou não.
Mas estamos a falar do colectivo: Presidente mais os seus seis Vereadores que nas próximas eleições serão nove.
Tem assim, agora, um boa oportunidade de participar, por dentro, na vida autárquica, disponibilizando-se para integrar uma lista e ser eleita.
É uma boa experiência, pode crer.
Beijo.
Boa tarde Engº Marques
ResponderEliminarUm desabafo previo: A máquina está maluca de todo, a comer textos sem escrupulo nenhum.
Depois do seu post a questão ficou mais esclarecida. Se concluiu que era dos empreiteiros e afins que estava a falar, chegou á conclusão obvia.
Não tenho nenhuma duvida que essa gente cria riqueza. Mas cria riqueza a que preço? E como é que essa riquea é distribuida?
Também não tenho duvida que os processos que entram na Câmara , formalmente, estão devidamemnte instruidos. Se assim não fosse, seriam liminarmete rejeitados.
A questão é depois a decdir a quem são entregues a realização /construção das grandes obras.
Como o Sr diz e bem, em caso da resposta ser "nim" o poder politico decide. E decide a favor de quem? decidirá, alvitro eu, a favor de quem é amigo e a favor de quem mais jeito dá. E nesta altura do ciclo eleitoral, o jeito que dá é quem poder ajudar a conquistar mais votos do que o adversário.E como é que se conquistam mais votos? Com dinheiro, e não só.
Finalmente quero agradecer-lhe, reconhecidamnete, o seu conselho da experiência, pois o Sr é uma autoridade nesta matéria, atento o seu já vasto curriculo politico.
Um grande abraço, com muita consideração e estima.
Amiga e companheira Pomba, boa noite.
ResponderEliminarTeste.
Amiga e companheira Pomba, boa noite.
ResponderEliminarTeste feito com sucesso.
Parece-me que sabe mais do que aquilo que quer que se saiba que sabe.
Mas tudo bem!
Todavia passou-me um pequeno pormenor que faz toda a diferença.
Reitera que "no caso da informação ser 'nim' o poder político decide".
Só que o actual poder político da Câmara Municipal de Pombal é composto por cinco cidadãos do PSD e dois do PS.
E todos participam nas decisões.
Até nem está mal.
Na próxima legislatura serão nove.
Oito do PSD e um do PS.
Está pior.
Beijo.
Boa noite Sr engº Rod Marques.
ResponderEliminarQueria começar por dizer que sei aquilo que escrevo. Daquilo que não sei não me atrevo a falar e muito menos a escrever. O resto é um dedução da sua inteira responsabilidade, que respeito.
Infelizmente para a nossa democracia, o PS não tem ninguém a representá-lo na Câmara. Estão lá dois cavalheiros que são autenticos offsides. Daí que a maioria esteja como peixe em água.
Quanto á futurologia, que o Sr antevê, não queira ter tanta certeza. O exemplo das eleições de Domingo é elucidativo. Isto de vitórias antecipadas...
Como o Sr sabe bem sabe e eu também, o PSD em Pombal está a entrar numa situação de retrocesso. As pessoas estão fartas e têm vontade de mudar.
Por assim ser não tenho tanta certeza dos 9 a 1, como o Sr.
Manda a prudência que aguardemos pelo resultado final e antão ai poderemos fazer todas as analises politicas possiveis.
No entanto não acha que 9 a 1 é um resultado muito violento para o concelho de Pombal? Que tal 5 a 4?
Um abraço, com estima e consideração.
Nota correctiva.
ResponderEliminarOnde se lê 9 a 1 deve ler-se 8 a 1.
O meu pedido de desculpas.
Amiga e companheira Pomba, boa noite.
ResponderEliminarEu compreendo a sua atrapalhação com os dígitos.
Ficou baralhada com o 8+1=9, fora nada.
Assim sendo o PS tem que trabalhar muito para não ter nada (nenhum Vereador) no próximo executivo camarário.
Se assim for é mau para a democracia.
Beijo.
Ó companheiro R.M.
ResponderEliminarTu malhas, malhas, mas o pessoal do PS está com "fezada" prás próximas eleições.
Foi sempre assim, sempre a subir de eleição para eleição, e pela lógica, realmente serão 8-1, nas próximas.
É mau para a democracia, e muito pior para o PS/Pombal. Digo eu!
Um abração
Boas!
ResponderEliminarAcredito fielmente que as vossas apostas estarão longe da realidade. No fundo, prognósticos só no fim do jogo, principalmente porque ainda há muito para treinar até chegar o jogo decisivo.