A construção do CIMU-SICÓ está parada há dois anos e meio; no estado que o vídeo mostra!
O CIMU-SICÓ foi apresentado, em 2007, como um projecto grandioso – megalómano, até – com duas valências essenciais: (1) divulgação do património histórico e cultural da região; (2) centro de apoio aos desportos de natureza e turismo.
O projecto é uma aberração arquitectónica, tanto no que se refere ao enquadramento paisagístico como à funcionalidade interior (um labirinto disforme com corredores e inúmeras salas). Ao longo dos doze anos de criação do mamarracho, a câmara nunca conseguiu aportar-lhe conteúdos/valor que justificassem o elevado investimento e a descaracterização da paisagem protegida. Depois do fraco interesse das diversas entidades pela vertente da divulgação do património histórico e cultural da região – o Centro Ciência Viva afastou logo a possibilidade de ali instalar um pólo – o projecto ficou, em grande parte, amputado da primeira valência e resumido à segunda - desportos de natureza e turismo –, a que a câmara pensou, recentemente, agregar uma ponte suspensa sobre o Vale do Poio – mais uma bizarria.
Entretanto, a câmara estabeleceu um protocolo com o Grupo de Protecção da Sicó (GPS) que “prevê a cedência do direito de superfície da antiga Escola Primária de Ereiras a favor do GPS, e que permitirá a ampliação daquela infraestrutura, com vista a receber o Centro de BTT Sicó, projecto que pretende instalar uma rede de trilhos pedestres e cicláveis na Serra de Sicó". O protocolo acrescenta que “o Centro de BTT Sicó pretende ter um papel fundamental na potenciação das actividades de cycling e walking no Maciço Calcário Sicó-Alvaiázere, assumindo-se igualmente como um pólo de promoção de Turismo de Natureza descentralizado dos principais centros urbanos”.
Com o protocolo estabelecido, a câmara apoia e financia a criação de uma estrutura, próxima do CIMU-SICÓ, que vai fazer exactamente o que o CIMU-SICÓ se propunha desenvolver - desportos de natureza e turismo.
Perante esta duplicação de meios pergunta-se:
- Com o protocolo estabelecido, o executivo – Diogo Mateus – prepara-se para, assim, justificar a demolição do mamarracho (está numa fase em que os prejuízos, apesar de tudo, são ainda moderados)?
Defina-se, presidente; a duplicação de infraestruturas e de meios não é aceitável. Esclareça os pombalenses; são eles que pagam estes desmandos.
PS: Faz sentido a criação de uma estrutura minimalista para apoio às actividades/desportos de montanha. No entanto, parece-me que as Ereiras não é o local mais indicado. Por todas as razões (localização, atractividade, potencial turístico, etc.) a Aldeia do Vale é o local ideal.