31 de agosto de 2018

CIMU-SICÓ – é para demolir?

A construção do CIMU-SICÓ está parada há dois anos e meio; no estado que o vídeo mostra! O CIMU-SICÓ foi apresentado, em 2007, como um projecto grandioso – megalómano, até – com duas valências essenciais: (1) divulgação do património histórico e cultural da região; (2) centro de apoio aos desportos de natureza e turismo. O projecto é uma aberração arquitectónica, tanto no que se refere ao enquadramento paisagístico como à funcionalidade interior (um labirinto disforme com corredores e inúmeras salas). Ao longo dos doze anos de criação do mamarracho, a câmara nunca conseguiu aportar-lhe conteúdos/valor que justificassem o elevado investimento e a descaracterização da paisagem protegida. Depois do fraco interesse das diversas entidades pela vertente da divulgação do património histórico e cultural da região – o Centro Ciência Viva afastou logo a possibilidade de ali instalar um pólo – o projecto ficou, em grande parte, amputado da primeira valência e resumido à segunda - desportos de natureza e turismo –, a que a câmara pensou, recentemente, agregar uma ponte suspensa sobre o Vale do Poio – mais uma bizarria. 
Entretanto, a câmara estabeleceu um protocolo com o Grupo de Protecção da Sicó (GPS) que “prevê a cedência do direito de superfície da antiga Escola Primária de Ereiras a favor do GPS, e que permitirá a ampliação daquela infraestrutura, com vista a receber o Centro de BTT Sicó, projecto que pretende instalar uma rede de trilhos pedestres e cicláveis na Serra de Sicó". O protocolo acrescenta que “o Centro de BTT Sicó pretende ter um papel fundamental na potenciação das actividades de cycling e walking no Maciço Calcário Sicó-Alvaiázere, assumindo-se igualmente como um pólo de promoção de Turismo de Natureza descentralizado dos principais centros urbanos”. Com o protocolo estabelecido, a câmara apoia e financia a criação de uma estrutura, próxima do CIMU-SICÓ, que vai fazer exactamente o que o CIMU-SICÓ se propunha desenvolver - desportos de natureza e turismo. Perante esta duplicação de meios pergunta-se: - Com o protocolo estabelecido, o executivo – Diogo Mateus – prepara-se para, assim, justificar a demolição do mamarracho (está numa fase em que os prejuízos, apesar de tudo, são ainda moderados)? Defina-se, presidente; a duplicação de infraestruturas e de meios não é aceitável. Esclareça os pombalenses; são eles que pagam estes desmandos. 

PS: Faz sentido a criação de uma estrutura minimalista para apoio às actividades/desportos de montanha. No entanto, parece-me que as Ereiras não é o local mais indicado. Por todas as razões (localização, atractividade, potencial turístico, etc.) a Aldeia do Vale é o local ideal.

30 de agosto de 2018

Da série "cidade desmazelada" ou a negligência municipal


Chamava-se Centro Coordenador de Transportes, quando foi inaugurado, ao tempo em que a Câmara era presidida por Armindo Carolino. Além de estação rodoviária, o edifício foi dotado de vários espaços (comerciais) e durante anos quase cumpriu a sua função - até para além dela, pois que integra, inclusive, uma residência social. 25 anos depois, não passa de um edifício-fantasma, descuidado. Um dos poucos espaços que ainda lhe dá vida e  movimento é uma tabacaria/quiosque. Há anos que a proprietária reclama junto da Câmara - dona do espaço - que tome medidas para acabar com a indecência que ali acontece durante a noite, e que todos os dias deixa o espaço imundo, como as fotos documentam. 
Supomos que não há pelouro responsável por isto. 

29 de agosto de 2018

Feitos num 8


É como estamos, afinal. A bem da verdade, o monumento ao biscoito do Louriçal foi pago por todos os munícipes do concelho. Para que conste: em Julho, em reunião de Câmara, foi aprovado um subsídio no valor de 8 mil euros, para o efeito. É a gastar. Quem pode, pode.

23 de agosto de 2018

Tartufices

No verão passado, Pedrogão Grande (e os concelhos limítrofes) foi devastado por um violento incêndio que provocou a maior tragédia humana, neste tipo de catástrofe, em Portugal.
Os portugueses (e não só) desencadearam uma onda de solidariedade que permitiu disponibilizar, em pouco tempo, recursos financeiros e materiais mais do que suficientes para reparar os prejuízos materiais e restabelecer a normalidade possível daquelas vidas e daquela frágil comunidade.
Pensou-se que o mais difícil - o possível - estava feito. Puro engano! A reportagem da TVI sobre a reconstrução das casas em Pedrogão Grande, que passou ontem no Jornal da Noite, mostrou-nos uma mistela abjecta com as piores misérias humanas: a mentira, a hipocrisia, a desonestidade, o compadrio, a injustiça, a corrupção, a trafulhice, o aproveitamento pessoal, o roubo. O que choca não é que estes vícios e irregularidades estejam mais uma vez presentes na distribuição de dinheiros públicos – infelizmente, já estamos habituados. O que repugna profundamente é ver o patamar de desfaçatez que se atingiu; é verificar que até na presença de abundantes recursos materiais, os verdadeiramente necessitados são marginalizados, e os amigos e os oportunistas que pouco ou nada perderam são beneficiados de forma obscena.
Pobre terra, onde a corrupção brota à vista desarmada como um fungo. Pobres coitados, que tem à sua frente gente sem pinga de vergonha - uma cambada de impostores sem princípios e sem pudor.

21 de agosto de 2018

Dúvida


Os jotas, e muitos graúdos, cá do burgo andaram empenhadíssimos na candidatura do fugaz Santana Lopes à liderança do PPD/PSD. No entanto, Santana Lopes perdeu as eleições; e vai daí, resolveu fundar um novo partido.
Os acérrimos apoiantes locais tinham algum alinhamento ideológico com Santana Lopes ou apoiaram-no por simples opção carreirista?
Duvida a esclarecer nos próximos meses.

13 de agosto de 2018

O biscoito e a festa do Louriçal


Está inaugurado com pompa e circunstância o monumento ao Biscoito, coisa singela que terá custado aos cofres do erário público escassos oito mil euros. É uma capicua curiosa. Numa terra que deu à luz vários e tão bons artistas plásticos, o rasgo autárquico não foi além de um biscoito em pedra (ou seja lá o que for) encomendado a um homem do norte.
No sábado, o séquito da Câmara, o garboso presidente da junta e meia dúzia de politiqueiros embandeiraram em arco com o biscoito de pedra. Na gaveta deste executivo está o projecto da Confraria do Biscoito (já que o PS lá foi passear, podia ter aproveitado para o lembrar), por se tratar de uma acção defendida pela anterior junta. E aqui para nós, com toda essa massa não fazíamos umas acções que defendessem melhor o biscoito e o levassem longe? Mas o povo anda contente com a obra, e já se sabe que o que não enche o olho não traz votos. Desconfiamos é que fique tão contente com o rumo que as festas levam: é olhar para o recinto fechado e para o exterior e perceber o desinteresse por parte das colectividades. Mas esse é um balanço que fica para depois, que ainda as festas vão a meio.

10 de agosto de 2018

Sobe & Desce

Cidade desmazelada

A CMP faz obras - muitas mal - e despreza-as. Os equipamentos públicos, nomeadamente os espaços públicos (jardins, ciclovias, etc.) encontram-se no perfeito desmazelo.
O pelouro de manutenção dos Equipamentos Públicos não é minimamente exercido. É inadmissível que a cidade esteja tão desmazelada, nomeadamente quando é mais visitada.
A política não pode ser só festas, inaugurações e politiquice; convinha guardar algum tempo para o que é necessário fazer.

9 de agosto de 2018

O perfeito vazio



A última reunião de Câmara, a 01 de Agosto, decorreu sem a presença de qualquer vereador eleito pelo PS. Lembramos aqui os mais distraídos que o PS elegeu apenas um elemento nas últimas eleições autárquicas - Jorge Claro, o último candidato. Ora acontece que - como devem ter reparado os menos distraídos - com a entrada de Odete Alves para líder da concelhia do PS - e sendo que ela não fora eleita, pois que era a nº 2 da lista - Claro foi-se preparando para abdicar do lugar, suspendendo primeiro o mandato por pequenos períodos, estando a renúncia anunciada para os próximos dias. Isso permitiria - e bem - deixar espaço e margem de manobra política à líder. Mas veio o verão, as férias, depois o Bodo, e nisto andaram ali a dançar na Câmara quatro nomes, para ocupar um único lugar. Marlene Matias substituiu Odete Alves, que por sua vez substitui Jorge Claro, mas antes disso uma e outra foram substituídas por Manuel Jordão Gonçalves, essa revelação socialista com aspirações. A verdade é que, na Câmara, os serviços baralharam-se nesta dança de cadeiras. E enviaram a convocatória e respectiva documentação para o eleito (ausente, por sinal), cuja suspensão de mandato estava em vigor até dia 4 de Agosto. 
O vereador Murtinho (a quem Diogo insiste em manter como vice-presidente, mesmo depois da manifesta incompetência revelada) desdobrou-se em telefonemas, mas todas as tentativas se revelaram infrutíferas. E o 'novo' PS? Como é que deixa acontecer uma coisa destas? No meio de tanto candidato a efectivo não se arranjou um suplente?
Alvíssaras a quem der uma resposta certa.  
Recorde-se que aquela era a reunião em que o PS tinha tudo para fazer verdadeiro combate: Diogo Mateus de férias, Murtinho ao leme do executivo, e o maior facto político dos últimos anos: este. 

8 de agosto de 2018

Obras tortas


O Centro Escolar de Pombal (CEP) foi mal concebido, nasceu torto, cresceu torto – como assinalámos aqui -, está torto. Bem diz o povo: o que nasce torto tarde ou nunca se endireita. 
Menos de um ano após a inauguração confirma-se o que há muito se suspeitava: o CEP foi mal concebido, mal construído, mal acompanhado e mal recepcionado. Apresenta múltiplas deficiências/anomalias: fissuras, abatimentos, infiltrações, madeiras empenadas, pinturas degradadas, etc. que exigem uma reparação profunda antes do início do ano lectivo. O empreiteiro foi chamado mas (consta que) não respondeu afirmativamente. Pelos vistos, prefere perder a caução (avultada) do que fazer as reparações.
Vão assim as obras municipais.

6 de agosto de 2018

A vida cheia precisa de inimigos, e nós de espiritualizar a inimizade

A cultura mole do politicamente correcto, do sim e não, do compromisso cobarde, da paz indolente, que se instalou, nomeadamente aqui, tem conduzido ao apagamento das consciências, à vida frouxa, ao definhamento e à decadência. No Farpas rejeitamos esta forma de estar e de viver; exigimos o possível, o decente, o engrandecedor. Somos diferentes: temos “inimigos” e gostamos de os ter. Temos feito caminho, mas falta caminhar muito. Com grandes mestres fá-lo-emos com sucesso.
“A espiritualização da sensibilidade chama-se amor: ela é um grande triunfo sobre o Cristianismo. Um outro triunfo é a nossa espiritualização da inimizade. Ela consiste em se compreender profundamente o valor que possui o fato de se ter inimigos. Em resumo: frente ao modo como se agia e concluía outrora, se age e conclui agora inversamente. A igreja sempre quis, em todos os tempos, a aniquilação de seus inimigos: nós, imoralistas e anticristãos, vemos nossa vantagem no fato de que a igreja subsiste... No campo político, a inimizade também se tornou agora algo mais espiritualizado.
Muito mais prudente, muito mais meditativo, muito mais cuidadoso. Quase todos os partidos compreendem que os interesses de sua auto-conservação apontam para a necessidade dos partidos opositores não perderem suas forças; o mesmo vale para o grande político. Uma nova criação sobretudo, algo como um novo império, tem os inimigos como mais necessários do que os amigos: somente na oposição ele se sente necessário, somente na oposição ele se torna necessário... Nós não nos comportamos de modo diverso frente ao "inimigo interior": também aí espiritualizamos a inimizade, também aí compreendemos seu valor. É preciso ser rico em oposições, e só pagando esse preço que se é fecundo; só se permanece jovem sob a pressuposição de que a alma não se espreguiça, não anseia pela paz... Nada nos parece mais estranho do que o que era desejável outrora, o que era desejável para o cristão: a "paz da alma". Nada nos deixa menos invejosos do que a vaca moral e a felicidade balofa da boa consciência. Renunciou-se à vida grandiosa quando se renunciou à guerra: Em muitos casos, por sorte, a "paz da alma" é apenas um mal-entendido, - algo diverso que apenas não sabe se denominar de um modo mais honroso. Sem rodeios e preconceitos, aqui temos alguns casos. A "paz da alma" pode ser, por exemplo, a irradiação suave de uma animalidade rica no interior do campo moral (ou religioso). Ou o começo da fadiga, a primeira sombra que a noite lança, qualquer tipo de noite. Ou um sinal de que o ar está húmido, de que o vento sul se aproxima. Ou a gratidão inconsciente por uma digestão feliz (às vezes chamada "amor aos homens"). Ou a aquietação do convalescente, para o qual todas as coisas possuem um novo sabor, e que espera... Ou o estado que segue a um intenso apaziguamento de nossa paixão dominante, o bem-estar de uma saciedade rara. Ou a senilidade de nossa vontade, de nossos desejos, de nossos vícios. Ou a preguiça, convencida pela vaidade a adornar-se moralmente. Ou a entrada em cena de uma certeza, mesmo de uma certeza terrível, depois da tensão e do martírio produzidos pela incerteza. Ou a expressão da maturidade e do domínio em meio ao agir, criar, efectivar, querer, o respirar tranquilo, a "Liberdade da Vontade" alcançada... Crepúsculo dos Ídolos: quem sabe? Talvez também apenas um tipo de "Paz da Alma"..."

3 de agosto de 2018

Bodo on tape, pessoal!


Eu até percebo os jovens que se querem divertir e ter algum protagonismo junto dos amigos. Agora a Rádio Cardal alinhar numa rubrica que de criativo apenas tem o conceito e de qualidade nem se fala, é que custa ver. 

Esta iniciativa da Rádio mostra que há espaço em Pombal para projectos arrojados, originais, irreverentes. Mas o ser "diferente" não justifica tudo e os nossos filhos nem sempre são os artistas que gostávamos que fossem. Se for para repetir a experiência - como espero - deixo um repto aos jovens protagonistas: revejam o que fizeram, sejam os vossos maiores críticos e trabalhem (muito) mais. O vosso potencial só tem hipótese de se traduzir em algo interessante se forem muito mais exigentes convosco próprios. 

Deixo também este último conselho também à Rádio Cardal. Sou um grande defensor das rádios locais e, por isso mesmo, contem sempre comigo para vos criticar. Acredito no sucesso dos meios de comunicação regionais de qualidade, geridos com rigor, comprometidos com as causas sociais da comunidade em que vivem, que saibam recuperar as redes locais de identidade e não cedam à tentação da subserviência ao poder. Já não acredito em projectos que valorizem o supérfluo e descurem o essencial. 

1 de agosto de 2018

A eficácia da farpa


Menos de 24 horas separam estas duas imagens do prédio 'Carlos Baptista'. Depois da denúncia feita aqui, no domingo à tarde, as pedras foram removidas do local e os mínimos de segurança repostos.
Falta-nos contar, ainda, que a estrada que liga os Motes aos Malhos começou a ser pavimentada no dia seguinte à denúncia pública do processo movido ao munícipe contestatário
E isso é tudo o que importa: que isto de denunciar sirva para melhorar o que está mal.