28 de julho de 2023

Pombal, terra de pimpões e bustos (II)

Já aqui demos nota do desmando do doutor Pimpão ao dar o nome e mandar colocar um busto do almirante Silva Ribeiro no largo da Central de Camionagem. Mas faltava dizer que o busto nos custou 12500 euros + IVA + trabalhos de colocação. 



Também aqui ridicularizamos o busto do empresário das Meirinhas. Mas sejamos justos num pormenor: o meirinhense pagou do próprio bolso a tola vaidade. 

Para compor o ramalhete mandaram vir - e vem - uma estorninha para dar pompa à coisa, que nada tem a ver com isto mas também se quer mostrar.

Quando o pedantismo público atinge estes patamares perde-se definitivamente o sentido da decência.

Siga a festa.

27 de julho de 2023

Sai um bodo requentado, sff


 


À hora a que vos escrevo ainda se parte muita pedra ali no antigo Largo da Biblioteca, que agora passará a ser o largo do Almirante. Mas não é por isso que o Bodo deixará de ser inaugurado, sem pompa nem circunstância, pela ministra da Justiça - que se tivesse vergonha não vinha dar para este peditório, nem contribuir para tamanho circo. Afinal, foi a ela, enquanto candidata, que o mandatário financeiro da candidatura de Pedro Pimpão - que acumula o cargo de presidente dos Bombeiros - recusou receber, ao tempo da campanha. Mas como já percebemos, isto da representação pública e dos titulares de cargos está como há-de ir. E por isso, vale o que vale. 

Amanhã teremos honras de governantes, numa espécie de regresso ao passado: Pedro Pimpão desencantou o AgroBodo - com o qual Narciso Mota acabou, numa decisão sensata. Tenho a sensação de que estamos a andar para trás com uma velocidade vertiginosa: É o AgroBodo (que fazia sentido nos anos 80 do século passado...), é a Confraria a acantonar as freguesias na Praça Marquês de Pombal, é a Igreja a tomar conta do Cardal (mandando outros literalmente às urtigas, para junto das piscinas), é a criação de um hino (!), qual laivo bafiento,  foi o presidente da Câmara na televisão a dizer coisas sobre o Bodo que adulteram a lenda, logo ele, tão 'oh meu Pombal', tão coração da cidade, tão amigo do chefe-de-gabinete-historiador.  

E no meio dessa feira de vaidades que escala em publicações, selfies, desfiles e toda uma bebedeira de aparato fútil, fica a sensação de que alguma coisa correu mal com o programa e à última hora sobraram aqueles artistas. Evitando o trabalho, este ano até as barracas de cerveja foram concessionadas a um privado, ao invés da gestão municipal. 

Nos concelhos à nossa volta as festas da cidade e dos concelhos são aproveitadas pelas autarquias para permitir às associações que as rentabilizem. Tasquinhas e bares são explorados pelas colectividades. Mas aqui, que somos muito à frente, preferimos investir nos subsídios.

Siga a festa!


25 de julho de 2023

Obras Tortas 2.0 – Central de Camionagem

As obras de requalificação (embelezamento) da zona adjacente à Central de Camionagem eram para ter terminado no final do mês passado, mas nas vésperas da inauguração prosseguem… - no modo “Faz & Desfaz”.

São, porventura, o exemplo maior do voluntarismo, do amadorismo, da incapacidade de realização e do desperdício de recursos públicos - só batidas pelo inenarrável CIMU-SICÓ. Mas no final ainda haverá muita gentinha a elogiar aquilo – “ficou muito bonito”. 

Falhada a grande obra do regime, o CIMU-SICÓ, D. Diogo agarrou-se a este grande “projecto” que, segundo ele, mudaria toda a orgânica da cidade, aproximando as duas zonas da cidade, através da introdução de uma passagem superior que serviria não só como elemento ligante das duas zonas mas funcionaria como articulador dos serviços de transportes públicos, integrando-os no novo Interface Modal de Transportes; e redesenharia o espaço urbano com zonas verdes, espaços de lazer e ócio e a criação uma de ciclovia sobre a linha férrea.



Como o voluntarismo tem perna curta, e o inferno está cheio de boas intenções, boa parte “projecto” (das intenções) caiu na fase de debate público; e D. Diogo caiu antes do início da empreitada. Como a capacidade de realização do doutor Pimpão & C.ª é idêntica à de uma barata tonta, o lançamento da parte do projecto referente a Central de Camionagem e área adjacente arrastou-se, arrastou-se, até ter de ser amputado da parte essencial – Central de Camionagem – por incapacidade de concretização dentro do prazo de financiamento comunitário. 

Restou, finalmente, o embelezamento da zona adjacente à Central de Camionagem. Mas nem isso, eles conseguem fazer (bem)… Naquele estaleiro próprio do terceiro mundo, as obras arrastam-se no "Faz & Desfaz" que, para além de desbaratar recursos, incomoda e irrita o cidadão mais pacato.  O dono da obra – câmara - não sabe o que quer; o empreiteiro é o que se vê (no local)! O projecto está cheio de erros (o maior, o escoamento das águas pluviais, fica para o próximo arranjo); as alterações, por falta de planeamento e de revisão do projecto, sucedem-se; etc. Agora, quando se preparavam para a inauguração, lembraram-se que era preciso arranjar poiso para o busto do almirante. Toca a partir o que tanto custou a acabar.



Passámos, num passe de mágica, do mais maçante despotismo para o mais estéril desportivismo. Eis a nossa triste sina: sempre de cavalo para burro. 

PS: Se não se pode correr (já) com o doutor Pimpão & C.ª, nem com doutor Agostinho, contratem um Director Municipal que consiga colocar alguma ordem naquela casa.

22 de julho de 2023

Protocolo de cedência da Piscina do Instituto D. João V à câmara – um contrato leonino

O doutor Pimpão levou à reunião do executivo um acordo com o Instituto D. João V em que este cedia a sua piscina a troco de um vasto leque de proveitos. Perante a merecida contestação do doutor Simões (PS) retirou a proposta.



O acordo tripartido, que na verdade seria bipartido (a câmara acabaria por pagar tudo), envolvia a câmara, o instituto e a junta do Louriçal. O instituto cedia 3 horas diárias de utilização da piscina por 530 euros/dia (11600 euros/mês, 127600 euros/ano), mais 300 euros por cada dia de competição, com a câmara a suportar ainda os custos das análises e do tratamento da água. A junta suportaria o pagamento de um nadador-salvador, um equipamento de aspiração e serviços de limpeza (que acabariam subsidiados pela câmara).

Isto não é contratação pública; isto é negociata reles que nem um adolescente minimamente sensato arriscaria fazer, quando mais um diplomado em Direito.

20 de julho de 2023

Obras Tortas 2.0 – Faz & desfaz

Depois de aqui termos apontado a aberrante obra-torta do mini-parque no Casarelo, que ficou rapidamente inoperacional, a câmara começou a refazer a pequena benfeitoria com uma solução construtiva totalmente diferente.

Na obra em curso na Central de Camionagem os erros são maiores e de mais onerosos – assunto para próxímo post.

Porque é que o Zé e a Maria têm que pagar tanta incompetência?



12 de julho de 2023

O doutor Pimpão tem medo das imagens

O doutor Pimpão é o maior escravo da imagem alguma vez criado nesta terra e arredores - em poucos meses publicou e mandou publicar no site do município mais imagens que D. Diogo em oito anos e N. Mota em vinte -, mas tem medo das imagens... 

Na última AM, no seu registo inflamado, três oitavas acima do razoável, tentou justificar o injustificável: o não acesso às transmissões das reuniões do executivo. Como lhe falta coragem para assumir a desonrosa decisão socorreu-se dos burocratas da Protecção de Dados (nada mais perigoso para a transparência democrática que um burocrata com um regulamento nas mãos), mas nem eles o ajudaram muito... Por agora, viu-se obrigado a recuar,  mas a manifesta hipocrisia do acto e a falaciosa justificação expuseram-no, mais uma vez, ao ridículo.

O doutor Pimpão sabe – toda a gente sabe – que uma imagem vale por mil palavras - por isso usa e abusa delas. Mas se uma imagem vale por mil palavras; imagens com discurso valem por um milhão de palavras. E é disto que o doutor Pimpão tem medo: o que se diz, como se diz e o que se quis dizer. Quando ele afirma que o que tem valor informativo e jurídico são as actas e não as gravações vídeo das reuniões não pode ser levado a sério - merecia perder imediatamente o diploma em Direito que lhe concederam.


10 de julho de 2023

A culpa foi do Benfica

Já aqui o escrevi e repito: a inclusão dos Presidentes de Junta na Assembeia Municipal (AM) é uma excrescência do regime. A situação torna-se mais visível e confrangedora diante de bufões e sirigaitas ávidas de protagonismo. Por cá, neste mandato, a coisa está a assumir proporções inquietantes. Mas sejamos justos: há presidentes de junta que sabem estar.

Já sabíamos que o pimpão João é um grande bufão, mas esperávamos que a criatura se contivesse um pouco na AM - não monopolizasse as discussões com banalidades debitadas duas oitavas acima do razoável. Também já sabíamos que o pimpão João é “anti-impostos” (anti-carga fiscal), mas, se lhe derem largas, atira-se ao pote (ao dinheiro público) como gato a bofes. Como Chefe de Gabinete foi o que se viu; como presidente da junta é o que se está a ver: um mamão de subsídios. Tudo lhe serve de pretexto, e ninguém lhe mete travão. Até a “oposição” o apoia; mesmo aquela em que ele bate sem dó. Custa a perceber, mas, na verdade, o povo tem razão quando diz “quanto mais me bates mais gosto de ti”.
    
A desculpa preferida do pimpão João para a enfiada de subsídios é o parco orçamento da junta, que ele reduziu significativamente quando se fez pagar pelo serviço prestado – coisa nunca vista naquela pequena junta! Mas ao menos que justificasse o ordenado instruindo bem os processos.  


9 de julho de 2023

Obras Tortas 2.0

O mini-parque de estacionamento recentemente inaugurado, no Casarelo, já está intransitável. E o canteiro anexo está ao abandono.

No primeiro caso, não nos venham com a desculpa do costume – erro de empreiteiro -; é claramente um erro de concepção. No segundo, não nos digam que não conheciam a vergonhosa situação – passam lá todos os dias.

As criaturas que nos (des)governam podem servir para abrilhantar festas e romarias, mas nem para  fazer e manter pequenas benfeitorias servem.



6 de julho de 2023

O resgate do soldado Fernandes


O reaparecimento do líder da bancada do PSD na última reunião da Assembleia Municipal elevou o debate à análise geopolítica. José Gomes Fernandes - que noutro tempo, noutra configuração da AM, tinha nos bastidores o cognome de Taliban do PSD - regressou (finalmente!) à linha da frente. E sobre o que falou este aguerrido causídico, dirigente e membro do órgão máximo do Município? Da Guerra (Na Ucrânia, parece, que as outras não interessam). Claro que aproveitou o ensejo para colar o Governo ao tema, pois que - já se sabe - são só os políticos (mormente os da esquerda, no geral, e do PS em particular) que se aproveitam da guerra, essa senhora de costas tão largas como a pandemia ou como a troika. 
E já que a Assembleia era municipal, lá arranjou maneira de deixar uma sugestão ao presidente da Câmara, sobre não sei quê de medidas, a propósito...da guerra.