30 de outubro de 2011

Partidos políticos (locais)

No PS, os seus dirigentes mostram que andam (meio) desavindos e que a organização ou o tempo são escassos. Em tal situação, não conseguem desempenhar as obrigações de oposição…
O CDS luta por um lugar ao sol, sem grandes sinais de visibilidade…
Os partidos da oposição, como o PS e o CDS, têm de mostrar organização e actividade políticas permanentes, para poderem controlar os excessos e os vícios do poder e transmitir, ao eleitorado, a ideia de que podem ser alternativas.
Do lado do poder, o PSD parece que não funciona: a comissão política é composta por pessoas muito ocupadas (noutras áreas), sem tempo para reunir e organizar; as assembleias de militantes de secção não são convocadas e não se realizam para, ao que consta, a comissão política e os autarcas (do executivo camarário) não terem de prestar esclarecimentos (contas) dos seus trabalhos políticos…
Os partidos no poder, como o PSD, não podem servir apenas de trampolim de acesso dos seus dirigentes aos cargos políticos elegíveis e de máquina de apoio, nas assembleias autárquicas, aos órgãos executivos compostos pelos seus militantes ou apoiantes.
O PSD tem de manter uma actividade política permanente, separada da actividade dos órgãos autárquicos onde alguns dos seus militantes exercem funções, até porque tem uma grande base social de apoio que não deve desbaratar. Por outro lado, os militantes não devem sentir que apenas servem para ser chamados a votar nas eleições internas. Também têm o direito de participar na actividade política do partido.
Quem tem (algo a esconder) medo de prestar contas aos militantes?!...

27 de outubro de 2011

O investimento descontinuado

Soube-se hoje mesmo que o Governo suspendeu a construção da Unidade de Cuidados Continuados de Pombal, à semelhança do que vai acontecer com todas aquelas do país que estiverem ainda em fase de projecto.
Pombal é dos poucos concelhos do distrito que ainda não tem uma unidade dessas, conforme se pode constatar, tristemente, na visita do presidente da União das Misericórdias. E porque será? Não temos velhos? Temos pois. Muitos. E outros doentes também.
Não temos instituições para tutelar o serviço? Temos pois. Não será por acaso que o provedor da Santa Casa é uma espécie de braço-direito desse representante máximo das Misericórdias Portuguesas.
Então o que é que não temos? Não temos uma Câmara como nos outros concelhos, que se chegue à frente e assuma o apoio aos idosos como uma prioridade. E pelos vistos não temos um Governo que se importe muito com isso. A avaliar pelo rumo que as coisas estão a tomar, em breve estaremos ao nível de 1973, não apenas no salário mínimo mas na forma como olhamos para a sociedade. Porque em breve a Educação e a Saúde hão ser apenas para alguns, como dantes.
E por mais entrevistas destas que aquele rapaz do CDS venha conceder, a realidade está aí para mostrar o contrário. Bem pregas, Frei Tomás...

17 de outubro de 2011

Água mais cara

O serviço de abastecimento de água da CMP nunca teve (porque não pode ter) grande qualidade. Mas é um dos mais caros do distrito de Leiria. No entanto, o executivo aprovou (com votos contra do PS) o aumento das tarifas.

A avidez pela receita persiste...

Tasquinhas

Bastou uma Câmara Municipal organizar uma “festa gastronómica” com algumas características tradicionais, em instalações provisórias de nómadas, e chamar-lhe “tasquinhas”, para todas as outras Câmaras Municipais imitarem o “evento” todos os anos.
Misturam-se refeições e exposições, ao jeito de “pão e circo”. O povo gosta e adere, as associações obtêm algumas receitas para as suas actividades e os políticos mostram-se e ganham votos. Apenas o fisco e os restaurantes “sedentários” não participam da festa…

11 de outubro de 2011

Ponte D. Maria da “pedra lascada”

As obras de embelezamento (e de esbanjamento) da zona da Ponte D. Maria, ditas de “restauro”, foram inauguradas no início das festas do bodo, há mais de 2 meses. Porém, após encerramento das festas, a ponte também foi encerrada e as obras foram reiniciadas, continuando até à data sem fim à vista, enquanto a ciclovia já está danificada na zona da ponte rodoviária sobre o rio Arunca.
Não sei quais foram os critérios pré-estabelecidos para a concepção e execução dos projectos e obras, mas sei que não foram os de moderação financeira, de segurança para os utentes e de cuidado com os materiais já existentes. O luxo dos materiais, o perigo das novas pedras pontiagudas para os peões descuidados ou incapacitados e o “lascar” das pedras dos arcos da ponte são os sinais reveladores da cultura de (ir)responsabilidades dos dirigentes da “dona da obra”.
Continuarei a voltar a este tema, de tempos a tempos, enquanto forem “ofendidos” o esforço espartano e a austeridade doméstica de quem paga impostos e enquanto não for dada uma solução para as pedras pontiagudas ou para a estupidez de quem as mantém…

10 de outubro de 2011

R.I.P.

O Correio de Pombal morreu, deixou de existir, expirou, foi conhecer o Criador, encontra-se privado de vida, repousa em paz, os seus processos metabólicos pertencem à história, bateu a bota, fechou a cortina e foi juntar-se aos coros celestiais. Bem, a menos que alguém me convença de que é possível fazer omeletas sem ovos! É que, ao ler o jornal da semana passada verifiquei, com pesar, que o falecido título pombalense não tem um único jornalista na redacção.

8 de outubro de 2011

PMU, PMU, grande PMU

No Diário da República nº 145, Série II, de 2011-07-29, foi publicado o anúncio de procedimento n.º 3836/2011, para Manutenção, Limpeza e Reparação de Pontos de Água DFCI (Defesa da Floresta Contra Incêndios) - Processo n.º 004/CPB/SA/11, tal como poderá ser verificado em
http://www.directobras.pt/Concurso_Publico/30887/3/Manutencao_Limpeza_e_Reparacao_de_Pontos_de_Agua_DFCI-Defesa_da_Floresta_Contra_Incendios--Processo_no_004.CPB.SA.11
Os critérios de pontuação eram de 60% para o preço e de 40% para o prazo de execução.
Foram apresentadas várias propostas, tendo saído vencedora a da PMU, com o preço de €19.975,00, o mais baixo. A PMU pode concorrer com preços mais baixos do que as empresas privadas concorrentes, porque já tem as receitas das multas e das avenças de estacionamento de automóveis e as receitas do Café Concerto. Consta que as instalações, os equipamentos e o combustível são suportados ou fornecidos pela Câmara Municipal.
Assim é fácil fazer dumping, executar serviços a preço inferiores aos custos. Assim ficam quebradas as regras da concorrência, com prejuízo para as empresas que têm de produzir riqueza e pagar impostos e alarga-se a actividade pública a todos os sectores produtivos, tal como no comunismo. Os contribuintes pagam ou entram em insolvência e o endividamento público cresce sem controlo.
Assim é fácil garantir emprego a filis familiae. Até parece que o concurso foi aberto adrede para garantir trabalho à PMU e justificar a incorporação de novos e especiais recrutas. Os métodos são os mesmos dos concursos para admissão de pessoal: cria-se a roupagem à medida do concorrente...

A coisa




O Centro Cultural não podia chamar-se António Serrano, o Teatro também não. O prémio Vaz de Morais também não podia avançar. Um busto em memória de um Primeiro-Ministro que nunca foi pombalense mas era de Pombal também custou a nascer. Por isso, nem sei bem como classificar o que ali estão a congeminar.

7 de outubro de 2011

A Horta Comunitária (Urbana)

Os políticos da cidade uniram-se em torno de uma causa comum: uma horta comunitária (urbana). Pombal sempre foi uma terra de agricultores. Mas a agricultura nunca deu nada de relevante à terra. Serviu, quando muito para ir matando a fome ao povo, mas este, quando quis melhorar o nível de vida teve que abandonar as terras. É verdade que ainda por cá existe uma cooperativa agrícola, na mão de políticos e burocratas, mas não tem agricultores nem produtos agrícolas. Ainda comercializa um vinho que da terra pouco mais tem que o nome.

Agora, os políticos urbanos querem incentivar o regresso à terra. Talvez seja tarde. Pombal, a urbe, há muito que deixou de ter terra (agora é só asfalto e betão) e nunca teve gente que a soubesse trabalhar. O projecto até pode vingar e tornar-se um viveiro de futuros agricultores mas falta-lhe terra…As couves e os nabos não crescem no asfalto.

AM: um local mal frequentado

Pelo que rezam as crónicas, a última AM foi o espectáculo mais degradante alguma vez presenciado no Salão Nobre.

Os actores principais e a maioria dos figurantes talvez não se dêem conta, mas há muito que ultrapassaram o nível do risível e alguns perderam o sentido da dignidade. Quando por lá passei, no anterior mandato, o ambiente era doentio mas, entretanto, tornou-se indecente. Ali, o coração tomou conta da razão, a ofensa é uma arma de arremesso, a cólera e o ódio dizimaram a lucidez e o respeito, a má educação tornou-se a principal forma de expressão. E apesar disso não param de chafurdar…


Era tempo das figuras respeitáveis, que ainda lá existem, dizerem: BASTA!

6 de outubro de 2011

Se o meu castelo falasse, parte n

Pelos vistos, o encerramento do Castelo tem uma justificação, segundo o que aqui leio. A ideia é um filme sobre Pombal para passar num mini-auditório (esperemos que mais interessante que aquele que passa no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha). Consta ainda que o difícil era arranjar um espaço de cenário que não tivesse betão. O que não se estranha. Ficamos sem perceber se a ideia é um espaço museológico ou se um mero entretém. Já várias vezes defendi que o que valia a pena seria a última, submetida logicamente aos Templários. Mas esperarei para ver. Constatando ainda e sempre que o segredo é a alma do negócio. O mesmo segredo que depois dá azo a coisas disparatadas como rebocar a betão. E não a outras, bem mais interessantes, como as que fazem aqui ao lado. Opções.

4 de outubro de 2011

Touradas

Veja-se o que aconteceu em Penela, depois de já ter acontecido em Viana do Castelo (por isso é que votei no Defensor) e em Sintra. Se Pombal fosse o 4º concelho do país a tomar igual medida, eu ficaria orgulhoso. Mas sinceramente, não tenho qualquer expectativa de uma tal audácia. É mais fácil aparecer na festa e saudar os populares, "ajaezados à andaluza".

2 de outubro de 2011

Na Freguesia de Pombal

Tal como referi num comentário a um post anterior, deixo aqui algumas notas sobre duas propostas apresentadas na última Assembleia de Freguesia de Pombal. Isto "apesar" de acreditar na necessidade de uma profunda reorganização dos órgãos, sob pena de se perder uma oportunidade única (sim, que a fazer fé no que se sabe, a ideia é não perturbar os equilíbrios de poder existentes e, quem sabe, ainda contornar as limitações de mandatos).

Uma delas foi co-proposta por mim, eleito pelo PS e por Susana Santos, eleita pelo PSD, sobre a criação de uma experiência piloto para uma horta comunitária. Seria bom que fosse a sociedade civil a criar um projecto com estas características, mas a intenção de ambos era dar um pontapé de saída político e administrativo, para desenvolver um projecto transversal em relação a vários objectivos (inclusão geracional, sustentabilidade, etc) e que, havendo adesão, mais que dar voz a uma moda tornada necessária, pode ser um pouco que cria uma zona verde diferente na cidade.

A outra, subscrita pela bancada eleita pelo PS, e aprovada por unanimidade, tinha a ver com a criação/adesão ao Banco do Livro Escolar para o ano lectivo em curso. A iniciativa até apareceu na sociedade civil via Facebook, mas havendo condições/recursos na Junta porque não utilizá-los?

Ambas as propostas demonstram que havendo vontade dos órgãos se pode trabalhar "fora da caixa", mas idealmente poderiam até aparecer vindas de fora, da dita sociedade civil, que se calhar até seriam abraçadas de outra forma. Seja como for, estas convergências e ideias, que não se devem deixar de saudar, não fazem esquecer que as Juntas gerem orçamentos e que a forma como funcionam não está imune a críticas. Mais uma vez, queremos a racionalização de órgãos que não afecte a sua proximidade ou meras correias de transmissão? 

1 de outubro de 2011

Conflito entre o Presidente da CM e e o da AM

Correm rumores de que o Presidente da Câmara Municipal se desentendeu a sério com o Presidente da Assembleia Municipal, dirigindo-lhe palavras com a “educação” que lhe é habitual, a propósito de uma visita do Presidente da Assembleia ao local do “pomo da discórdia” dos limites de 2 freguesias e à inscrição de pessoas para intervirem na Assembleia no tempo destinado ao público.
Tudo se resolveu, com os executivo a convidar pessoas para comparecerem na Assembleia a fim de intervirem em sentido contrário no tempo do público e com o Presidente da Assembleia a “baixar-se”, a "colaborar", a recusar o direito de intervenção aos 3 perigosos “agitadores” e a mascarar a ocupação do tempo com outros oradores que se inscreveram posteriormente.
Independentemente dos fundamentos da disputa dos limites das freguesias em causa, sobre a qual não tenho interesse nem quero dar opinião, parece-me que foi o Presidente da Câmara quem criou o problema e a divisão entre as pessoas vizinhas de duas freguesias. Se assim não fosse, não teria necessidade de amordaçar a voz de quem o queria questionar ou confrontar. Não teria necessidade de calar a verdade…
Para a história fica um acto ilegal e cobarde, revelador da falta de dignidade e da falta de respeito pelos valores democráticos e das regras do seu exercício.
Com actos como aqueles, praticados pelo poder, Portugal não poderá recuperar…