Sempre achei que "Árvores Vivas" de Judite da Silva Gameiro foi do que melhor se fez em Pombal no que diz respeito à chamada arte urbana. Não sei se a Autarquia encarou o projecto como efémero mas, pelo que leio no Pombal Jornal, a artista sempre acreditou que a sua obra seria acarinhada por forma a poder durar mais do que um ano e meio. E eu também...
Aquilo que, no início, parecia ser uma bela história de amor entre a Câmara e os artistas locais, acabou (talvez sem surpresa) em traição. E nestas coisas da traição, já se sabe quem é sempre o último a saber.
Diogo Mateus tem vindo progressivamente
a desenvolver de forma dissimulada e teatral uma estratégia de sedução e de
afirmação de poder e influência. Começou o exercício do seu mandato a tomar o
pequeno-almoço com funcionários, a dar folgas, a reduzir horários, a atribuir apoios
sociais e a aliciar e comprometer a oposição de esquerda, enquanto, simultaneamente,
criava alguns conflitos, nomeadamente com o anterior presidente, vereadores e
conselho de escola, que tentava resolver com o recurso às habituais falácias.
Depois, refinou a sua estratégia,
estreitando os laços com a igreja e misericórdias e com as associações e incrementando
a sedução à esquerda em geral, a nível cultural ou atores políticos, a quem começou
a oferecer cada vez mais lugares, e recuperou como sua a política do anterior presidente
de criar cargos e de mandar construir obras desnecessárias, caras e com erros
de conceção, enquanto mantém o esforço dos contribuintes, apesar da crise e do
colapso económico de muitos cidadãos, a maioria a rumar para o estrangeiro.
Entretanto, os militantes do partido
que o apoiam vão-se interrogando sobre estas e outras questões, designadamente
sobre o programa de atuação (não eleitoral) em confronto com o programa e a identidade do partido…
No verão de 1991, Pombal respirava progresso e abastança. À hora de almoço os empregados no comércio e serviços acotovelavam-se nos restaurantes, as fábricas eram várias e empregavam muita gente, Cavaco estava a um passo de conseguir aquela maioria absoluta e tudo corria bem, no país e no mundo (havia o Iraque e tal, mas era longe, nada nos haveria de beliscar). Foi nesse tempo de glória que conheci os clubes Rotários e Lions - nessa altura mais ou menos divididos em Pombal, subtilmente, entre poder (PS) e oposição(PSD). Como eu era muito nova e lá na Moita do Boi o único clube que havia era a Associação, lá fui, cheia de curiosidade, ao serviço que o director do Correio de Pombal me mandou fazer: um jantar no Manjar do Marquês para a entrega de uma televisão à Cercipom. Era muita gente, nesse tempo: os rotários e os jornalistas.
...
No inverno de 2012, quando Pombal se preparava para deixar de ter jornais (com a morte anunciada do Correio de Pombal) quando o grupo para o qual trabalhei 18 anos tinha fechado o Eco e reduzido os seus quadros nos outros jornais para metade, o Rotary Clube convidou-me para ir a uma das suas reuniões de terça falar da crise dos jornais e da imprensa regional. Tenho no clube gente de que gosto muito, como é o caso do meu mestre Alfredo Faustino. Admiro outros, que ainda por lá andam, embora me identifique pouco com os moldes (declinei dois convites, nos últimos anos, para integrar organizações similares). Antes de me ouvir, um deles quis saber a minha opinião sobre os rotários. E eu disse. Contei a história da televisão, e como me tinha ido embora a pensar que, com o dinheiro do jantar, poderiam comprar-se mais duas televisões. Ressalvei, na altura, o mérito de uma organização que contribuía de outras formas para a comunidade, por exemplo com a pioneira criação das bolsas de estudo (ou dos concursos de contos, noutro tempos) ou a realização de conferências e debates.
...
No outono deste ano suspendi o meu mandato na Assembleia de Freguesia de Pombal (para a qual fui eleita nas eleições de 2013, como independente, na lista do PS). O regresso ao noticiário político nas páginas do DN ditou-me esse dever ético. E por isso não participei nem assisti à última reunião daquele órgão, nem estava a perceber a conversa do actual presidente dos rotários, no facebook, por estes dias. Fui saber. Parece que a Junta de Freguesia (cujo executivo integra) deu um subsídio de 750 euros ao Rotary, para uma bolsa de estudo, das várias que o clube atribui. Como? Não será mais lógico a Junta criar a sua própria bolsa, já que quer apoiar? E o Rotary agora funciona assim? O que é que aconteceu ao mecenato?
Melhor que este fait divers em tempo de Natal (quando a solidariedade voltou a dar lugar à caridadezinha), só o desfile do executivo camarário - amplamente divulgada - na venda de jornais outra vez promovida pelo Região de Leiria, a favor de instituições do distrito. Faz agora anos que o director acabou a acção de charme do dia, entrou no jornal, já de noite, e concluiu o processo de extinção de postos de trabalho iniciado meses antes.
No lugar de
Granja da Cumieira, freguesia de Pombal, na estrada que dali liga ao lugar de
Cardeais da freguesia de Vila Cã, existe uma depressão seguida de lomba não
sinalizada. Os condutores das viaturas automóveis que seguem do referido lugar
de Granja da Cumieira para Cardeais são surpreendidos com uma pancada da base
da viatura no pavimento da lomba seguida de um ressalto. Algumas viaturas já
ficaram com os "cárteres" rachados.
Enquanto o pavimento da estrada vai abatendo e se
aguarda pela reparação, a qual talvez só seja efetuada
quando for pedida responsabilidade civil ao município, vamos caminhando em
Pombal sobre as passadeiras vermelhas do Natal e vamos assistindo à remodelação
da rua do Barco com todos os berloques e labirintos…
Assembleia Municipal de Pombal, 30/9/201,
Discussão e votação da Proposta da Câmara sobre o Lançamento de Derrama.
Proposta da câmara para isenção de Derrama as empresas que criem, no mínimo, 3
novos postos de trabalho.
Assembleia Municipal de Pombal, 30/9/2015, Intervenções na Generalidade. Resposta de Diogo Mateus a uma intervenção elogiosa e auto-elogiosa sobre o Orçamento Participativo:
Na arte de interrogar e responder é comummente aceite que não há
perguntas difíceis, pode é haver respostas difíceis. Na Assembleia Municipal de
Pombal não é bem assim.
A assembleia está melhor. Não por mérito de quem pergunta, mas por mérito de quem responde.
Em Leiria, uns quantos opinion-makers
têm procurado lançar um movimento para transformar o IPL em Universidade. Já
conseguiram, pelo menos, uma coisa: envolver as estruturas partidárias na
polémica – os partidos, despidos como estão de pensamento estruturado, salivam imediatamente
quando pressentem movimentações. O caminho para o desastre está traçado.
O IPL conseguiu, na última década, credibilizar uma oferta educativa
dirigida à região e com alguma qualidade. O que menos necessitava nesse
trajecto era de uma polémica gratuita e de uma alteração do seu código genético
e do trajecto que o tem conduzido a algum sucesso.
Bem sei que é legítimo que uma instituição queira saltar de patamar, mas
é isso necessário, exequível e virtuoso? Tenho dúvidas, muitas.
Por um lado, Portugal não necessita de mais Universidades, tem, até,
demais; e as que tem são de pequena dimensão quando comparadas com as
congéneres europeias, com quem competem, nomeadamente no ensino pós-graduado. A
tendência a que se assiste é para a diminuição do número de Universidades,
movimento já concretizado em Lisboa, com a fusão entre a UL e a UTL, e, pelo
que ouvi, passo já admitido entre as Universidades de Coimbra e Aveiro, e inevitável
para as Universidades de Trás-os-Montes e Alto Douro e da Beira Interior.
Por outro lado, actualmente, é mais importante diversificar ofertas
educativas do que padronizá-las.
Em resumo, em vez de transformar o IPL em Universidade talvez fosse mais
adequado aproximá-lo da Universidade de Coimbra. Mas desconfio que os orgulhos
e interesses de paróquia não o permitirão.
A correlação entre o potencial de crescimento de uma economia, o
potencial humano e o nível de vida das pessoas e é tão evidente que actualmente
é considerado uma tautologia. No entanto, em Portugal, e por cá, somos
confrontados frequentemente com opiniões avestruzas que desvalorizam o papel da
escola na vida das pessoas e da sociedade.
Eric Hanushek, da Universidade de Stanford, afirmou anteontem numa
conferência em Lisboa “que os resultados conseguidos nos testes PISA, sobre o
desempenho nas áreas da matemática, leitura e ciências, realizados pela OCDE,
têm uma forte correlação com o crescimento económico”. Segundo Hanushek,
“Portugal foi um dos países que mais melhorou nos últimos 15 anos, está hoje a
meio da tabela, perto dos Estados Unidos, mas representa uma subida de 25
pontos nos testes”. Habushek fez o exercício de seguinte: “se Portugal
atingisse o nível da Polónia nos testes PISA, isso significaria, em 80 anos, um
crescimento de 340% do PIB português e salários 15% mais altos em cada ano,
durante 80 anos." Talvez seja uma extrapolação com pressupostos muito
optimistas, mas dá que pensar.
Em Portugal (e em Pombal também) culpa-se demasiado os políticos pelo
nosso atraso secular, com uma cegueira e um fanatismo perturbantes; sem se
olhar para as causas estruturais desse atraso, e elas são tão evidentes. Uma delas, e talvez a mais preponderante, é o grave défice de
Educação da população.
Em 1900, a Holanda comemorou a entrada no novo século proclamando a erradicação
do analfabetismo. Em Portugal os níveis de Educação são baixíssimos, quando
comparados com os nossos parceiros europeus. Mas em Pombal a realidade
surpreende até os mais atentos a estas coisas. A Carta Educativa do Concelho
mostra-nos um retrato de tons muito negros: 25% da população sem instrução e
28% da população detém apenas o 1.º ciclo do Ensino Básico.
Está explicado, em grande parte, o atraso socioeconómico do concelho de
Pombal. E não contem com melhorias nos próximos anos.
Numa nota de imprensa do gabinete de comunicação/propaganda da CMP,
intitulada “Obras de construção do Centro Escolar de Vermoil já arrancaram” –
belo titulo - pode ler-se: “O Centro
Escolar de Vermoil está implantado no centro de gravidade da concentração da
população a servir, distando de forma semelhante entre os principais núcleos
urbanos da freguesia de Vermoil, encontrando-se numa zona de forte expansão
urbana e com forte procura de habitação permanente”.
Ao ler isto, até o pombalense mais alheado destas coisas exclamará:
estão a falar de quê? De Lisboa, de Paris, de Londres…?
Falar de núcleos urbanos em Vermoil é como falar em floresta no deserto,
e classificar a Chã de Baixo como “uma zona de forte expansão urbana e com
forte procura de habitação permanente” é como falar de vida no cemitério.
Quem redigiu esta “peça”, nunca visitou Vermoil – de certeza. Se o
tivesse feito, não colaborava neste dislate, que desinforma em vez de informar,
diz o que não pode ser dito e ignora o que deve ser dito. Saberia que Vermoil
é uma terra que vive um sono profundo: nada ali muda, nada ali é novidade. Quem
a viu nos anos 70, do século passado, e por lá se perde agora, encontra a mesma
paisagem, o mesmo modo de vida, os mesmos costumes, a mesma religiosidade. Os
comboios continuam a passar por lá, mas deixaram de apitar; porventura, para
não perturbarem o sono profundo. Os sinos da Igreja continuam a tocar, mais
para funerais do que para baptizados.
A situação de Vermoil não é muito diferente de outras freguesias do
concelho. Mas o definhamento é mais evidente. É o resultado de muitas más
escolhas, que obedeceram sempre ao mesmo critério: agradar a gregos e troianos.
No final, desagradou a ambos.
A localização do Centro Escolar na Chã de Baixo é só mais um erro no
percurso, com as mesmas consequências: perder garotos (população) para as freguesias
limítrofes (e já tem tão poucos).
“Onde não há visão as populações
desaparecem”, já rezava a Bíblia. Mas, pelos vistos, até os beatos a levam pouco a sério.
Tão estranha decisão merece algumas questões:
Vermoil tem necessidade de um Centro Escolar? Ttem e vai ter crianças
para ele?
Porque é que a junta mandou o Centro Escolar para Chã de Baixo? Pensa
passar para lá a sede de freguesia? Ou parir mais uma freguesia?
Em Pombal, o urbanismo está a ser influenciado pelo estilo rococó. As
obras no Barco são um (mau) exemplo do estilo dos ornamentos rebuscados. Fica,
no entanto, uma dúvida: as preocupações da câmara são estéticas ou os
ornamentos visam dificultar a fluidez do trânsito.
Nos últimos dias foram acrescentados vários ornamentos nas obras do
Barco que só complicam a circulação. Uma superfície comercial de Pombal adoptou
também o estilo rococó no seu parque de estacionamento, mas quando percebeu que
os ornamentos incomodavam os clientes, removeu-os imediatamente. Aprendam. E não
compliquem a vida às pessoas.
Mal tomou posse como Presidente da
Câmara Municipal de Pombal, Luís Diogo Mateus foi rápido a mandar demolir e
remover o quiosque/sanitário do Largo do Cardal, dando seguimento ao desagrado e
às críticas públicas de uma grande parte dos cidadãos, mais fortes aqui no “farpas”,
e dando oportunidade a que alguns entendessem o ato como o derrube simbólico do
anterior poder.
Simultaneamente e estranhamente, o
executivo camarário mostrava-se silencioso e inerte quanto aos pinos de pedra
afiada da ponte Dª Maria e quanto aos pinos metálicos do Largo do Cardal,
apesar de ter sido por nós alertado no “farpas” sobre perigo para a integridade
física e até para a vida dos cidadãos-peões e para a possível responsabilização
civil e criminal dos autarcas.
Volvido muito tempo e depois de vários
acidentes e pedidos de indemnização das respetivas vítimas, o executivo camarário
decidiu finalmente mandar remover a maior parte dos pinos metálicos do Largo do
Cardal e, recentemente, os pinos de pedra afiada da Ponte Dª Maria.
Da remoção dos pinos não podemos
lamentar o dinheiro destruído, porque a destruição ocorreu aquando da execução
da obra e não aquando da remoção do perigo. Mas temos de lamentar que o
executivo camarário tivesse necessitado das “provas” dos feridos para agir e não
tivesse visto atempadamente àquilo que estava à vista de todos desde o projeto
e desde o princípio e de que nós havíamos alertado.
Porque censurei a colocação dos
pinos pelos motivos suprarreferidos, deixo aqui um conselho: doravante os membros
do executivo camarário poderão ler os nossos úteis “pareceres” aqui publicados e seguir
as nossas indicações, sem os custos de qualquer avença…