31 de outubro de 2022

O débil sinal de vida do PS local

Quis o destino ou alguém por ele que o PS local desse sinal de vida na véspera do dia de finados – ele há cada coincidência! Veio afirmar - em comunicado! - que “respeita resultados para desanexação freguesias”. Estava tão bem mudo, que é o seu estado natural, à espera de uma primavera qualquer. Mas não: quis dizer o que não vale a pena ser dito. Eis tudo quanto se pode arrancar daqueles cérebros.


Verdade seja dita: o PS local já só existe para respeitar resultados. Mas, coitados, ainda acreditam que fazendo esta débil e sonsa figura granjeiam respeito.

Deus lhes perdoe.

29 de outubro de 2022



O Farpas regressa novamente aos debates no Café Concerto, retomando a iniciativa "Um Café e uma Farpa", já no próximo dia 7 de Novembro. O tema não poderia ser mais actual, a poucos dias do arranque oficial do ano lectivo.

A criação precepitada de um núcleo, nestes moldes, (não é um pólo nem uma escola superior) sempre dividiu opiniões em Pombal, nomeadamente quanto à sua necessidade e viabilidade. É hora de fazermos esse debate. Para tal convidamos os professores Ricardo Vieira, do IPL, e Adérito Araújo, da Universidade de Coimbra.
A discussão far-se-á com todos os que se juntarem a nós, dia 7, pelas 21 horas.

25 de outubro de 2022

Sai uma revista para promover o doutor Pimpão

Por despacho do doutor Pimpão a “junta” adjudicou, por ajuste directo, dia 4-10-2022, à Magnetik Minds – Eventos e Patrocínios, Lda, a impressão de duas edições da revista municipal (a que se seguirão outras, com certeza,), por 20.640 euros.


Acompanho a ascensão e queda de caciques locais há algum tempo. Lembro-me bem da indignação do PSD local quando o doutor Carolino mandou publicar uma revista municipal sobre, dizia ele, a actividade da câmara. Fez chacota da revista ao longo de todo o mandato, acusando-o de usar o dinheiro público para fazer o culto da personalidade típico de determinados regimes – ridicularizaram até o número de fotografias do presidente na revista.

Na altura do doutor Carolino não havia redes sociais nem jornais coloridos ou com muita imagem... Agora - neste novo mundo - não chega ao doutor Pimpão passar o tempo em romarias e eventos públicos; ter meia dúzia de propagandistas só para o promover nos media e nas redes sociais, onde num ano já leva mais fotografias publicadas no site do município que Narciso Mota e Diogo Mateus em 30 anos! -; ainda nos faz pagar uma revista para o promover.

O doutor Pimpão desconhece, e não tem quem o alerte, coitado, que a pior coisa que se pode fazer a um mau produto é publicitá-lo - mata-o mais depressa. E não tem consciência que desperdiçar o que não é dele é muito feio.

24 de outubro de 2022

Sai 59.500 euros para o J. Ramos

Por despacho do doutor Pimpão, a “junta” adjudicou a Jorge Fortunato Ramos, Design e Publicidade, Unipessoal Lda, dia 28-9-2022, serviços de criatividade e design gráfico, por uns módicos 59.500 euros, através de consulta prévia (a que só ele respondeu!), com prazo de 730 dias!


O contrato não especifica - como convém - o serviço prestado; limita-se a elencar o que o prestador faz. E para gestor do contrato - como convém também - foi nomeado o Chefe de Gabinete de Apoio à presidência – o doutor Né -; cargo político sem atribuições e sem autoridade administrativa (ao contrário do que ele acha e do que lhe permitem – o abuso de funções já vem do antecessor, mas agora, como não há autoridade naquela casa, agravou-se).

Estes esquemas são antigos, mas neste mandato tendem a agravar-se. Os mais atentos a estas coisas conhecem bem o processo e os fins em vista – são amplamente comentados na praça. Mas o que é demais enjoa. E provoca vómitos. Porque consubstância o uso indevido dos dinheiros públicos e a violação da letra e do espírito do Código de Contratação Pública.

Chamem a polícia; que a gente não pode continuar a pagar isto.

23 de outubro de 2022

Nos 100 anos do Sporting Clube de Pombal

A noite de 21 de outubro foi bonita. Um raro momento do colectivo, numa merecida homenagem ao centenário do Sporting de Pombal. 

Tive a sorte de conviver de perto e muito com um dos fundadores: António Serrano, um pombalense maior que deixou marca em TODAS as associações desta terra, desde a Cultura ao Desporto, e cuja memória merecia ser perpetuada de outra forma. Porque não temos (nem teremos) outra igual. Se a exposição comemorativa do centenário tivesse sido feita de forma menos inquinada (é impressionante como o que pode a desonestidade intelectual em detrimento de um bem maior, como a memória da terra), teria sido uma boa ocasião para se perceber isso mesmo. Adiante. Contava-me ele como foram difíceis aqueles tempos, nuns loucos anos 20 que em Pombal fervilhavam também, ao ponto de três clubes se travarem de rivalidades. Foi por isso que António Gaspar Serrano, o "Zé da Serra" das Gazetilhas d'O ECO, criou um segundo pseudónimo: Tingmainião, com o qual podia assinar as crónicas na imprensa local, sem ferir susceptibilidades. Tão ele. "Era a junção dos três nomes dos clubes...o Sporting, a União, e o 1º de Maio".

Todos os anos, António Serrano escrevia a respeito do [seu] SC Pombal - e das outras colectividades. Em 1972, ano das bodas de ouro do clube, escreveu a gazetilha que aqui vos deixo. 



20 de outubro de 2022

Festas do Bodo - as contas da doutora Gina

Na última reunião da “junta”, a doutora Odete voltou a perguntar pelas Contas do Bodo. A doutora Gina tinha prometido apresentá-las até 15 de setembro. Mas voltou a falhar! Pior: mostrou que desconhece o dever! E o que são Contas!

Os mais atentos já tinham percebido que a grupeta que nos (des)governa é (só) de Festas, não é de Contas.  Mas quem ouve o discurso que a doutora Gina levou escrito, para a reunião da “junta”, para justificar aquilo que ela considera as Contas do Bodo, fica simplesmente estarrecido. Parece coisa de adolescente chique que na ida à discoteca abusou do cartão de crédito da mãe e procura justificar o irresponsável deslize,

foi fixe  - muito positivo -, estava muita gente, divertimo-nos imenso, as coisas eram caras, tivemos que gastar mais do que contavamos…

Ficámos definitivamente a saber que para a doutora Gina e para o doutor Pimpão - tal como para a adolescente rica que vai à discoteca e abusa do cartão de crédito da mãe – prestar contas (das Festas do Bodo, por exemplo) é dizer quanto gastaram! 

Gastaram muito, mais de 350.000 euros, só pela câmara! Aos quais se deve acrescentar, como muito bem corrigiu a doutora Marto, no final da discussão, a despesa realizada pela Adilpom e pela PMUGest, ainda desconhecida! 

Infelizmente, já tivemos semelhante desgoverno… E por muito menos, o doutor Vila Verde foi corrido e a empresa que dirigia foi encerrada. Mas, pelo menos, o doutor Vila Verde sabia o que é um “Orçamento”, e uma Prestação de Contas… 

PS: Bastou um mês e pouco de mandato para os ingleses perceberem a quão inepta é a primeiro-ministro Truss. Despacharam-na, hoje. E o doutor Pimpão já leva um ano!... Ainda não perceberam…?



19 de outubro de 2022

A arte de andar à maçã do chão

Os partidos políticos - sobretudo ao nível local - transformaram-se em círculos impermeáveis à crítica, onde cola bem o registo "Pombal pela positiva" que o doutor Pimpão quer impregnar, deixando pouco espaço ao pensamento, à discussão, e redundando na asneira, não raras vezes. Se no PS alguém tivesse tido o bom senso de fazer o mínimo de discussão em torno desta ideia falaciosa de levar propostas (que NUNCA serão aprovadas), talvez se percebesse, antecipadamente, que fazê-lo é o equivalente a montar uma carreira de tiro: de tiros nos pés. 

Nas últimas reuniões de Câmara, a doutora Odete tem tido um bom desempenho. Não há dúvidas de que lidar com este presidente (lhe) é muito mais leve, ou talvez seja o aliviar de responsabilidades no partido que está, paradoxalmente, a torná-la mais interventiva, mais assertiva. Mas todo o caminho que vinha construindo caiu por terra quando se deu a este ridículo [muito bem aproveitado pelo Pedro, que teve ali o seu melhor momento político de todo o primeiro ano de mandato, afinal, levando a oposição ao tapete]. E porquê? Porque cedeu aos caprichos da sua mini, levando à reunião do executivo uma proposta mal-amanhada, daquelas que fariam sentido para discutir, tão só, nas reuniões do Conselho Municipal da Juventude. Aliás, neste momento paira uma confusão generalizada  sobre o que são os órgãos, como funcionam e as regras básicas que devem nortear quem os integra. Não admira. Quando o presidente (des)trata  por "tu" os membros da AM, durante a sessão, ou se dirige a um vereador por "oh meu", não podemos esperar nada menos que membros do executivo tomarem café em directo, outras que, por falta de histórico, dizem as maiores barbaridades.

Da oposição, o que esperávamos era alternativa. Mas o PS teima em não perceber que só se é alternativa quando se é verdadeiramente diferente. O que fez ontem, foi colar-se ao registo da bancada na AM - que tem tido os resultados que sabemos. É um jeito que apanharam de andar à maçã do chão, mesmo nos momentos em que podiam distribuir a melhor fruta. E depois, já se sabe, a culpa é dos outros. Ah, e nossa, claro...


18 de outubro de 2022

Pombal, temos um problema...


Por: Sidónio Santos

Fui desafiado pelos responsáveis deste Blog para dar a minha opinião sobre a situação política de Pombal, com especial enfoque neste primeiro ano de mandato do atual executivo.

O meu distanciamento da atividade política, faz com que se consiga efetuar uma avaliação sem influencia partidária ou de grupos de opinião formatados, embora mantenha intacto o meu pensamento político e por isso continuo a acreditar que chegamos a esta “estatização” devido a 30 anos de MAIORIA ABSOLUTA de um partido político, cujas decisões não precisam de ser discutidas, apresentadas e consensualizadas para serem implementadas. Por isso, há cada vez mais decisões inúteis e realização de obras cuja prioridade e funcionalidade são discutíveis. A bem da verdade, é necessário também referir que os projetos alternativos nunca conseguiram alcançar uma projeção que permitissem quebrar esta maioria do PSD.

Esta situação, fomentou um problema de génese em Pombal, pois normalizou a ideia de que a política é um EMPREGO e deixou de ser uma MISSÃO ou um SERVIÇO a Pombal e aos Pombalenses. Esta filosofia, associada ao amiguismo, está bem enraizada na cultura do atual executivo e equipas constituídas, e já nos está a criar um problema   que vai piorar com o tempo.

Mas vamos por partes:

Acredito que o atual executivo municipal seja bem-intencionado, mas durante este ano já é mais do que evidente a falta de preparação, pensamento político e desarticulação da equipa que nos governa. Para o exercício destas funções, não basta ser simpático, bem-parecido ou ter conhecimentos técnicos, mas sim ter capacidade de gestão operacional, estratégica de várias áreas de atuação de um Município e de um organismo público desta natureza.

Isto já era mais do que evidente na campanha, pois quem apresenta um programa com mais de 100 medidas ou propostas denota a ausência de uma ideia clara e do que é considerado prioritário para o Concelho, tendo este receio sido confirmado após a tomada de posse, com a decisão “inovadora” na designação e distribuição dos pelouros que apenas serviram para alimentar capas de jornais e que na realidade aumentaram a inoperacionalidade interna da Câmara devido à desarticulação orgânica.

É esta a realidade caótica criada que veio justificar em parte a abertura do concurso para contratação de um Diretor Municipal para fazer o trabalho que na sua maioria competia ao Presidente e tentar meter ordem na casa. 

Esta decisão é um “crime de lesa a pátria” (expressão utilizada frequentemente por Narciso Mota), pois além do custo que lhe está associado (+/-200 000€ de salários em 3 anos), vai provocar mais inoperacionalidade interna.  Como dizia um ex-PSD e apoiante do atual presidente “Até se viesse de borla, era uma má decisão”, devendo-se exigir ao Presidente que faça o trabalho para o qual foi eleito. Contratar alguém para fazer o seu trabalho e pagar com dinheiro de todos nós, aumentando despesa fixa é uma medida de gestão incorreta e que não foi validada pelos eleitores. É apenas mais um reflexo dos efeitos nefastos da maioria absoluta, pois confunde-se com poder absoluto. 

Hoje, se não fosse a enorme quantidade de imigrantes que o Concelho tem vindo a receber, com todos os benefícios e desafios que isso acarreta, os dados da demografia e da atividade económica seriam piores e as aldeias estariam mais desertificadas. Esta é uma dinâmica social a que o município não tem dado a devida atenção.    


Em suma, este ano de mandato tem sido caracterizado essencialmente por uma política de fachada e de representação, que se consubstancia:

1)Executar obras lançadas pelo anterior executivo, mas não se questionar porque não existem obras estratégicas em lançamento;

2)Estar presente em todos os eventos, mas não se questionar porque é que há cada vez menos eventos e qual o impacto dos mesmos para o Concelho;

3)Visitar empresas instaladas para promover o investimento privado, mas não se questionar porque não há nenhuma empresa de grande dimensão a querer instalar-se em Pombal;

4)Querer fazer uma residência para estudantes de ensino superior, mas não se questionar se tem comunidade estudantil e ensino superior que o justifique;

5)Contratar uma empresa externa para elaborar um Plano Estratégico para Pombal, mas não se questionar se essa empresa conhece as especificidades do Concelho de Pombal;  

Quando se faz e não se questiona porquê, decide-se com pouca responsabilidade. 

Pombal, temos um problema….Ainda faltam 3 anos de mandato!

* Economista, ex-candidato à Câmara pelo CDS-PP 

17 de outubro de 2022

Obras tortas – aberrantes e fraudulentas

As obras de requalificação da Várzea - Jardim da Várzea e a requalificação da zona da estação de caminho-de-ferro - são o exemplo maior da prepotência e da irresponsabilidade. Consagram dois pecados capitais: aberração urbanística e gestão dolosa (processo de aquisição do espaço necessário para implantar o projecto).


A aberração urbanística reduziu, contra a vontade dos citadinos, o histórico Jardim da Várzea a uma praça modernaça, que no lugar de qualificar desqualifica um espaço singular e emblemático da cidade. Ficará para a história como um dos maiores atentados à memória colectiva dos pombalenses.

A zona circundante à estação de caminho-de-ferro é o espaço mais impróprio e mais feio da cidade; pedia, há décadas, uma adequada requalificação e valorização, pensada, planeada e concretizada com critério e método - coisas que não abundam nesta malfadada terra, onde tudo é feito às três pancadas, sem olhar a meios e critérios.  

Assim, o executivo do doutor Mateus mandou riscar e lançou a concurso um projecto que incluía imóveis de particulares. O executivo do doutor Pimpão e o do doutor Mateus adquiriram, durante a execução da obra, sem poder negocial e sem qualquer critério, que não o da premência da execução da obra, fracções de imóveis por um montante global de 600.000 euros, por valores de m2 muito acima do valor de mercado, e, veja-se, com discrepâncias entre as fracções adquiridas que atingiram diferenças absurdas de 55%!, prejudicando fortemente o erário público e beneficiando alguns proprietários.

Isto é ou não é gestão dolosa? 

Se isto não revolta nem indigna, siga a festa! 

PS: o vereador Navega teve a lata de se desculpar assim: “na execução de obras onde há terrenos de privados, obviamente que - e queria deixar essa salvaguarda - na medida do possível, sempre que lançarmos uma obra haverá toda a cautela em termos todos os imóveis adquiridos a partir do momento em que entrámos no executivo, essa é uma premissa que temos, obviamente poderá haver uma situação ou outra esporádica que não o permita, mas essa é uma premissa que iremos tentar cumprir”. Oh Navega, o doutor Mateus e o Obras-tortas também pensavam assim! E também cumpriram a premissa na medida do possível. Valha-te Deus!

14 de outubro de 2022

Existe ou não existe…, Catarina?!

Na última reunião do executivo (4/10), a doutora Odete começou por afirmar que trazia umas questões para colocar ao senhor presidente, sobre o Conselho Municipal de Segurança, mas como ele não estava deixava-as na esperança que alguém soubesse responder.

Porventura o presidente foi novamente de férias, sem avisar. Compreende-se: com tão grande enfiada de festas, romarias e eventos uma pessoa tem que meter rapidamente férias senão vai-se abaixo. E também não queremos isso. Mas o que é demais é demais: este presidente relações-públicas já faltou a mais reuniões do executivo, num ano de mandato, que D. Diogo em dois mandatos e Narciso Mota em cinco! E já deu para perceber, nomeadamente nas não transmitidas, que aquilo é um calvário para ele. Mas adiante…

Da conversa despoletada pela doutora Odete percebeu-se que naquela “comissão de festas”, como já são conhecidos, ninguém entendeu a questão. A doutora Marto – vice-presidente e a presidir à reunião – reservou-se: seguiu o prudentemente o provérbio “burro calado passa por sábio”. A doutora Catarina, perita em desculpas e justificações, viu ali uma oportunidade para mostrar a sua “experiência”, mas fico a saber-se que sabe tanto daquilo como os colegas. Acabou torcida, e a receber lições da doutora Odete!

PS: dos assuntos da agenda saiu uma enfiada de trapalhadas: lapsos, contas erradas, deficiente fundamentação, justificações contraditórias, etc. Alguns pontos foram retirados da agenda, outros aprovados às três pancadas. Tudo mal-ajambrado, inconsistente e improvisado – uma desgraça pegada.


11 de outubro de 2022

A Democracia segue dentro de momentos (II)

Nota prévia: Ontem, a Paula Sofia abordou esta temática na sequência e a propósito das eleições para as concelhias do PSD e do PS. Agora, abordo-a na perspectiva do estado do regime.

Não há democracia sem partidos. Em Pombal já não há partidos (dignos desse nome).



Dos partidos pequenos não vale a pena falar. Mirraram. Resta o PSD, e o PS. Mas já não há por onde escolher, e que escolher. PSD e PS já foram diferentes, e adversários. Agora, são em tudo iguais execepto nas suas circunstâncias: um tem poder, e tem presente; o outro perdeu-o (há muito) e perdeu-se. Actualmente são meras chocadeiras, corpos estranhos, desligados da realidade e da comunidade, que se limitam a cumprir as rotinas e as formalidades indispensáveis à sua existência.

Nesta terra, onde a política é pátio de comédia, o partido no poder sobrevive ligado ao poder. O da oposição, irremediavelmente afastado do poder, estilhaçado e consumido pela intriga, mirra perdido no mais terrível purgatório, o abismo do vácuo, e na mais tenebrosa ignorância de não saber o que é, para que serve e o que fazer.

A classe política local – e não só - é má por uma necessidade iniludível de sobrevivência. Consequentemente, a mediocridade dos eleitos só pode surpreender quem desconhece a realidade dos aparelhos partidários. Mas uma coisa é certa: com tais partidos a comunidade dissolve-se pela indiferença e pela desistência.

O caminho, sem bifurcações, está traçado. Para atingir o resultado basta não fazer nada.

10 de outubro de 2022

A democracia segue dentro de momentos




O PS local acaba de eleger para seu representante máximo o jovem Joel Gomes (o nosso Joelito, de que certamente se recordarão), que assim sucede a Odete Alves - que se mantém apenas como membro da comissão política concelhia, mas de fora do secretariado. 

O jovem Joel, que está alheado de tudo o que é órgão autárquico e movimento cívico aqui na terra (e fora dela também não lhe conhece actividade), tenta assim manter-se à tona, na luta pela sobrevivência política. Rodeou-se de um conjunto de personalidades que já deram o nome para as listas em actos eleitorais - e que agora, por terem pago as quotas, foram parar aos órgãos do partido.

Já no PSD, que foi a eleições na altura do Bodo, promovendo Humberto Lopes (presidente da junta de Almagreira) a líder, aconteceu o contrário: houve quem aparecesse para votar, integrando as listas, sem sequer fazer parte dos cadernos...

E é neste caldo que andam a ser cozinhados aqueles que a seguir nos vão governar. Houve tempos em que nos partidos havia algum critério. Talvez ainda exista nalgumas terras. Noutras, simplesmente a malta já desistiu: na Batalha, Alvaiázere e Pedrógão Grande, o PS nem sequer apresentou listas, sendo que no último era poder até 2021; no penúltimo perdeu as eleições por pouco mais de 30 votos. E no primeiro...é como se tivesse ganho. 

1 de outubro de 2022

E a oposição, pá?!

A “oposição” na AM, sem o doutor Coelho – ausente -, esteve francamente melhor… Continua a ser o saco de boxe do Fernandes e do Pimpão, muito marcada por ainda não lhe terem aprovado uma recomendaçãozinha e a jogar um jogo do qual parece desconhecer as regras; mas já vai recebendo um ou outro elogio, e até já lhe fazem ofertas de fichas de adesão ao PSD!  


Onde a coisa desceu mesmo muito baixo foi na intervenção do novo membro que apareceu na bancada. Começou por dizer que tinha lido todo o relatório de gestão da PMUGest, para depois criticar fortemente o relatório e o desempenho da “empresa” (em nome da bancada), mas, na verdade, só mostrou que não percebeu nada, mas mesmo nada, do que leu – até o presidente da AM, estupefacto, sentiu necessidade de lhe perguntar se o que tinha ouvido era o que ele tinha dito!

Isto de meter um tipo de leis a analisar números e contas, mesmo que sejam só contas de somar e subtrair, geralmente não dá bom resultado.