29 de fevereiro de 2024

Política pombalense – uma dor de alma

Os abiulenses ignoraram a reunião da Assembleia Municipal (AM) na sua terra; só se deve dar importância ao que a tem. E na verdade, estes “números” só interessam aos pimpões desta vida.



Nesta terra - e não só - a política deixou de ser um desígnio nobre para se tornar simples obrigação rotineira. Mas nunca esta veracidade se expressou como na última reunião da AM, realizada em Abiul. Perpassava por aquelas caras, por aquela espécie de bonecos ali sentados, uma resignação e um estupor apático gritantes, só quebrados pelos trovões, risadas e irritantes apartes dos pimpões.

Nesta nova realidade, a bancada da maioria, mais lúcida, já interiorizou a sua obsolescência, excepto o João Pimpão. A da dita oposição ainda esbraceja, despedaçada entre os seus êxtases e os seus tormentos, por uma salvação que sabe(?) não chegará. A descrença e o desnorte são tão grandes que já quase abdicam do PAOD, sacrificando tudo na imolação final com as malditas Recomendações. Agora acompanhados, também, pelo Oportunista do Oeste; arrumado sem levantar garupa por dois coices do João Pimpão.

Este PS não aprende nem ganha juízo, definha lentamente, meio-deprimido, numa agonia dolorosa cheia de traições e contradições. No ponto mais importante da reunião – Alteração do Orçamento e GOP – os representantes do partido no executivo aprovaram, os membros da bancada na AM rejeitaram!  

28 de fevereiro de 2024

Uma tourada em Abiul

 



A ideia peregrina de levar as reuniões magnas da Câmara- e agora da Assembleia Municipal -  para as freguesias, conheceu ontem novo capítulo, em Abiul. Ora, como está bem de ver, eram resmas de cidadãos daquela freguesia a assistir à reunião...o que diz muito da eficácia desta falaciosa iniciativa. Valeu a clarividência da presidente da Junta de Pombal, Carla Longo, que logo ao início deu a nota importante: isto é tudo muito bonito mas não há condições. Condições de trabalho. É claro que só quem trabalha consegue compreender a falta que faz uma mesa de apoio para consultar documentos, em papel ou no computador. Quem olha para a atividade política e para o exercício das funções públicas como um roteiro de vaidades, uma forma de passar o tempo e ainda ser pago por isso, nem sequer se lembra desses "pormenores". No melhor dos casos, a coisa serve para acicatar as vontades de outros presidentes da junta, como se viu bem intervenção de Gonçalo Ramos, que, pois claro, também queria um auditório. 

O mandato vai a mais de meio e já não tenho grande esperança que Paulo Mota Pinto consiga passar ao resto da sua tropa do partido algumas noções básicas de como saber estar. Ontem, em Abiul, mais uma vez Pedro Pimpão deu mostras de quem dignifica muito pouco o lugar de presidente da Câmara, num chorrilhos de à partes, bocas e risadas que lhe podiam ficar bem quando era um jota em ascensão, mas lhe ficam mal, tendo em conta o cargo que ocupa. Foi várias vezes advertido pelo presidente da AM, mas estou em crer que o que não tem remédio remediado está. 

Como isto é dos Pimpões, o auditório voltou a estar por conta do irmão João, que se permitia falar da sala, falar do corredor, falar como e quando lhe apetece.

Toda este quadro que está a acontecer tem o condão de desprestigiar o órgão AM, que todos prometaram dignificar, em juramento solene, pelas funções que lhe são confiadas. Vem-me à memória o que me disse há muitos anos o já falecido Pimpão dos Santos, na primeira reunião da Assembleia a que me mandou assistir: "é o órgão mais importante do município". E era.

Em resumo, quando perguntei sobre como tinha corrido a sessão que só hoje espreitei, aqui, a resposta não podia ser mais clara: 

- uma tourada!

16 de fevereiro de 2024

Coisas de deslumbrado

Por princípio, não gostamos de publicitar nulidades ou excrescências, mas regra é regra e excepção é excepção.

Bem isto a propósito de uma criatura deslumbrada, João Antunes dos Santos (JAS), quarto na lista do PSD/AD às próximas legislativas,  que tem andado a solo num rodopio bacoco e inútil a incomodar instituições respeitáveis e a abusar da boa-vontade dos seus dirigentes; e que, vejam só, não saciado com os tais desvarios, resolveu fazer uma apresentação pública da “sua candidatura”, no Cine-Teatro. Não se enxerga. Nem o insofrido Pedro se prestou a tamanho ridículo!


O provável deputado é uma criatura difícil de caracterizar e descrever. É pedante. E medíocre (politicamente). Dos seus talentos ressalta a capacidade de sorrir sem cessar e piar como o pintassilgo.  Mas já se vê como grande entre os grandes da política e do regime. Não tem noção, coitado, que é simples figurante da romaria, que não acrescenta nem retira nada (nem um voto), tal a sua insignificância. É  uma criatura talhada para nos envergonhar, não para nos representar.

Adenda: aqui no Farpas, depois de rebolarmos uma pedra, repetimos frequentemente entre nós: a realidade (local) ultrapassa sempre a ficção. E cá temos o deslumbrado para o confirmar: não satisfeito com o patético acto da apresentação da “sua candidatura, resolveu lançar uma lista de apoio à sua candidatura! Aonde pode chegar o delírio!

9 de fevereiro de 2024

A infantilização dos idosos (e o aproveitamento dela)

*foto da galeria publicada na página do Município de Pombal


Não contente com o aglomerado de crianças pequenas que quase nunca se divertem com desfiles militarizados, o município de Pombal apostou nos últimos anos em transpor para os mais velhos  esse exibicionismo ao gosto dos lares, centros de dia e demais "respostas sociais", numa chocante infantilização dos idosos. Que não apenas mereciam como têm direito à dignidade, à decência, ao respeito, numa fase da vida em que muitos já não estão capazes  de decidir por si. Questiono-me, nestas horas, para que serve um Plano Municipal para a Igualdade. Para que serve, afinal, a tal estratégia para o "envelhecimento ativo", para que servem os estudos, as conferências, os debates, as evidências, as palavras vãs, se acabamos nisto. 

2 de fevereiro de 2024

Desmandos da “Junta”

Antes de ontem, o dotor Pimpão mandou reunir novamente a “Junta” para dar sequência à distribuição de loas e aos seus desmandos.



Fez aprovar, por unanimidade, e aclamação silenciosa, a aquisição de 48.207 m2 de terrenos rústicos (pinhais), ali para as bandas do Pinheirinho, por uns módicos 578.484 euros, ao preço de 12 euros por metro quadrado. O caro leitor também faria e agradeceria, com certeza, tão frutuoso negócio - se tal lhe fosse permitido.

Em 2020, a câmara vendeu 121.850 m2, urbanizáveis, contíguos à Zona Industrial da Guia, por 640.000 euros, ao preço de 5,2 euros por metro quadrado. Na altura, D. Diogo justificou o preço com dois argumentos racionais e compreensíveis: primeiro, a câmara deve disponibilizar terrenos para a localização de indústrias a preços acessíveis; segundo, a câmara tinha adquirido os terrenos a 2 a 3 euros o metro quadrado, logo vendeu com uma mais-valia aceitável.

Para o dotor Pimpão & C.ª, e para a dita oposição (se tal "ofensa" se pode fazer àquelas pobres criaturas), os fins justificam os meios, ou como diz o “outro”, daqui por uns anos ninguém se vai lembrar do preço pago. Estamos assim entregues a tagarelas movidas por esponjosos anseios, incapazes de compreender o princípio da utilidade e o valor do dinheiro, que compram tudo feito, ao preço que lhes colocam à frente.

Num passe de mágica passámos do despotismo iluminado para o estéril desportivismo. Que mais nos irá acontecer?!