30 de novembro de 2010

Água cara e de má qualidade

Um estudo da AEPSA confirma que a água dos sistemas contratualizados em parcerias público-privadas é, em média, 30 % mais cara mas tem melhor qualidade e menos perdas.
Nós por cá temos o pior de dois mundos: água cara e sem qualidade.

Em que estamos a pensar?

No mundo, que pula e avança, à velocidade do Facebook. E por isso é lá que estamos, desde hoje, à espera de todos os amigos que se quiserem juntar ao Farpas. Por lá vão passar todos os posts que aqui forem publicados e também toda a necessária discussão. Gostam disto?

29 de novembro de 2010

As obras do engenheiro

No passado fim-de-semana estive em Almagreira e verifiquei que a rua principal, recentemente asfaltada e embelezada com passeios tipo montanha russa, estava a ser esburacada. Em conversa com residentes referi a incompetência e a inconsciência reinante que leva a câmara, nos dias de hoje, a derreter dinheiro a asfaltar e a construir passeios numa longa rua e, pouco tempo depois, a rebentá-la para colocar saneamento. Corrigiram-me logo: - o saneamento foi colocado pela câmara antes da asfaltagem, só que, foi tão mal colocado, acima da cota das casas, que agora tiverem que o arrancar e voltar a colocar.
Não restam dúvidas, quando escavamos as obras do engenheiro é assim: cada cabadela duas minhocas!

Manuel Domingues dixit

Manuel Duarte Domingues, a propósito da situação autárquica pombalense, disse na última edição de O Correio de Pombal: “A limitação de mandatos é uma regra que o bom senso deveria ter posto em prática há muitos anos, porque a rotação e a renovação de cargos públicos é extremamente saudável. Quando se está dez anos ou mais no poder cria-se a habituação, gere-se a rotina, perde-se a criatividade, criam-se clientelas, não se renovam equipas, estagna-se.”


Eu não conseguiria caracterizar melhor os últimos mandatos do Eng. Narciso Mota.

26 de novembro de 2010

Ainda o Orçamento Histórico

É a soma de meio embuste e meia artimanha. É embuste porque não será, em grande parte, concretizado. E é artimanha porque esconde, por detrás do pseudo intuito realizador, um estratagema para cortar as asas ao novo presidente da câmara.
É verdade que a parte do orçamento que engloba o Plano Plurianual de Investimentos (PPI) assenta, em grande parte, em projectos financiados pelo QREN. Mas é igualmente verdade que a câmara, para os executar, vai ter que se endividar fortemente, e, no contexto actual, dificilmente conseguirá o volume de financiamento de que necessita para executar os projectos. Assim, infelizmente, uma parte significativa dos projectos anunciados ficará no papel, o que é mau porque a maioria deles é necessária.
Narciso Mota protelou ao longo dos vários mandatos os investimentos estruturantes (Saneamento, Sistema de Abastecimento de Água, Centros Escolares, Parque Verde, Despoluição do Rio Arunca, etc.) porque sempre lhe interessou mais a gestão populista, assente em obras de fachada e na subsídió-dependência, e arcaica, que se vangloriava do baixo endividamento (suposto indicador de boa gestão). No entanto, aparece agora, a propagandear um orçamento histórico de 70 milhões de euros, que vai obrigar a câmara a endividar-se fortemente. Porquê agora? Não teria mais racional realizar os investimentos estruturantes há dez ou quinze anos atrás, quando as percentagens de financiamento comunitário e as receitas próprias da câmara eram maiores e o financiamento era mais fácil e mais barato? A que se deve esta mudança radical de politica de endividamento? Ao peso na consciência de quem protelou desnecessariamente investimentos estruturantes (muito exigidos e muito prometidos) ou a um estratagema para esgotar rapidamente a capacidade de endividamento da câmara e assim cortar as asas ao sucessor?
Mais uma vez, alguns investimentos vão realizar-se não por convicção ou por razões económico-financeiras mas por capricho. É esta a nossa sina: no País e no Pombal.

Regeneração Urbana

E agora, senhoras e senhores, segundo a sugestão aqui deixada, eis o Projecto Integrado de Valorização do Centro Histórico de Pombal. Já sabemos o quanto o Sr. Presidente da Câmara gosta que pessoas sem formação nas áreas de engenharia e arquitectura se pronunciem sobre projectos, mas o que está em causa aqui é mais a divulgação e a opinião do comum cidadão que vê a sua cidade sujeita a obras que podem ou não vir a ser estruturantes. Já que as discussões públicas são mal aproveitadas, quando existem, não vejo mal nenhum na discussão das opções (e desde já digo que se algumas me merecem o apoio, outras causam-me dúvidas, para não dizer perplexidades), até porque o senso comum muitas vezes consegue fazer coisas que os técnicos não fazem (vide caso do Parque de Estacionamento subterrâneo na Praça Marquês de Pombal ou o estado em que fica a Rua da Encosta do Castelo). Por isso, e uma vez que não estando a legitimidade eleitoral em causa, não é menos verdade que nos 4 anos que intermedeiam eleições, sejamos obrigados a aceitar acriticamente tudo, fica aqui a informação para a discussão. Iluminada, pois claro. Ou histórica. Escolham vocês.

24 de novembro de 2010

Viagens pela minha terra

Ontem participei numa visita de trabalho às Freguesias de Pombal e Vila Cã, enquanto membro da Assembleia de Freguesia de Pombal. No essencial, e atendo-me à "minha" freguesia, a preocupação era mostrar ao Presidente da Câmara o que deveria ser feito, em especial, em sede de asfaltagem e também de saneamento básico numa longa (e parcial) visita por vários sítios da Freguesia. O que vi (e ouvi) elucidou-me: a prioridade é asfaltar todo o caminho não asfaltado, abrindo outros, mas não há hierarquias estabelecidas. Aliás, comentário oportuno (e de cor insuspeita aos olhos do Presidente da Câmara) notava que com tanto pedido de asfalto para a JF Pombal, lá para 2017 sobraria algo para os outros.

Com efeito, e já em campanha o tinha dito, perante recursos escassos (e usando novo comentador insuspeito - os custos de manutenção), interessa saber como se vai fazer a manutenção. Por isso, de todas as vias "importantes" e "estruturantes" que vimos ontem, continua a ser interessante saber como ordená-las, até para pressionar mais eficazmente a autarquia. São critérios, senhores. Mas isso ainda é uma forma de trabalhar que deveria ser alterada. Seja como for, sendo o povo soberano e os resultados eleitorais um reflexo disso mesmo, esperemos até 2013, para comparar - no que é comparável em função da visita - e tirar as devidas conclusões. No entanto quero crer que, mais que oficiar e pedir, é demonstrar pela força dos números, o porquê de algumas intervenções serem mais importantes que outras. Isso e considerar outras alternativas à "simples" asfaltagem. E mais fica para depois.

Ideias para a crise

Uma solução económica para a iluminação de Natal em Pombal? Usar todos os iluminados que o Presidente da Câmara enumera nas suas intervenções e usá-los para esse efeito.

Um dia faço greve. Hoje é o dia.

23 de novembro de 2010

A previsibilidade é uma arte

Quando até os mais distraídos sorriem perante as notícias, cuja base pode não passar de uma manobra bem orquestrada, eis que o presidente da Câmara reage à notícia do alegado vereador supostamente interessado no CDS como era de esperar. Oram leiam.

Ainda o cemitério

O Público, no dia 2 de Novembro, noticiava a autorização para receber funerais. Parece ser o fim da polémica do cemitério do Casal Velho. Mas algo deve ficar em jeito de "lição" de toda esta história.

Antes de mais, quero deixar claro que não sei de que lado está a razão, por não conhecer os fundamentos técnicos que suportam uma e outra versão.
O primeiro alerta tem que ser para a forma de realizar obra. Sendo a população o verdadeiro e último destinatário da acção política, é conveniente que seja escutada previamente.

O segundo alerta, e mais vigoroso, é para a própria população. Porque se a classe política tem obrigação de escutar as populações, também estas têm que "falar" , para que possam ser ouvidas. E têm que falar com alguma tempestividade. Antes da obra, e não depois desta consumada. Como é evidente, a classe política não pode ir perguntar a cada uma das pessoas o que pensa sobre o assunto, pelo que seria útil que esta (população) encontrasse formas organizadas de se fazer escutar. Que exercesse verdadeiramente a sua condição de cidadania. Que explorasse formas providas de maior eficácia para uma participação cívica útil e incisiva.
Volto a sublinhar que não sei se isto foi ou não feito. Quando e como avançaram as decisões e as reclamações. Parece-me é que este processo não é bom para ninguém, independentemente do lado em que resida a razão.

Serões Culturais

No próximo sábado, dia 27 de Novembro, irá decorrer no Teatro Cine de Pombal uma sessão especial dos Serões Culturais, uma iniciativa da Junta de Freguesia do Louriçal, em parceria com as colectividades da Freguesia. Como poderão confirmar no cartaz, foram envolvidas todas as associações da freguesia numa iniciativa que tinha várias vertentes em competição: perguntas de cultura geral e realização de provas livres (teatrais, musicais,...). Não obstante a saudável competição (ganhou a Associação de Matas e Cipreste, já agora!), destaca-se daqui o convívio e o dinamismo que as associações já tinham, mas que aqui é ainda mais fomentado, pela necessidade de construir equipas e provas livres. Um bom exemplo daquilo que uma junta de freguesia pode fazer pelas suas colectividades, mesmo sem grandes subsídios.
A sessão no Teatro Cine será uma pequena súmula das provas livres apresentadas (uma por cada colectividade), e como é evidente, conta-se com a presença dos pombalenses.

20 de novembro de 2010

O regresso do CDS que traz até o líder

Paulo Portas está anunciado para este domingo, em Pombal. Vai visitar o Lar da Stª Casa da Misericórdia. Mas isso é o menos. O que realmente importa reter é que o líder vem dar fôlego ao renascido CDS, que voltou a ter sede partidária na cidade. Só isso? Não. Importa reflectir sobre aquela quase-notícia do OCP desta semana, escrita e confirmada como deve ser aqui, pelo Orlando Cardoso, que aponta para (mais)um dissidente na equipa de Narciso: um vereador laranja que se disponibilizou ao CDS para candidatura autárquica em 2013.
Ora, sendo assim, faço aqui a minha própria aposta:
Não é Diogo Mateus.
Não deve ser Fernando Parreira.
Não será Pedro Pimpão.
Posso até estar enganada, mas não será nenhuma das moças.
Como o segredo em Pombal tem perna mais curta do que a mentira, não tarda havemos de saber, meus caros leitores. Assim como a lista de apoiantes supostamente alaranjados que, com o tempo, se calhar até com a chuva, desbotaram.

19 de novembro de 2010

Regresso do CDS

A Paula Sofia já tinha dado conta, aqui no Farpas, que o CDS estava a preparar, com seriedade, o seu regresso às lides partidárias no concelho de Pombal. Pelo Correio de Pombal soube que a presença do partido já é visível na "Avenida". Excelente notícia!

Apesar de, politicamente, me situar nos seus antípodas, reconheço o bom trabalho que o CDS tem feito nos últimos anos, sobretudo devido ao crescente protagonismo de uma nova geração de políticos como Nuno Melo ou Assunção Cristas. Além disso, sempre achei que a salvação das democracias ocidentais se encontra no reforço de partidos minoritários como o CDS ou o PCP. Só com uma digna representação dessas forças políticas é possível dar voz a quem não se contenta com o marasmo do "centrão".


Desejo, pois, longa vida ao CDS no concelho e espero da direita pombalense uma forte e inteligente oposição ao PSD local.

18 de novembro de 2010

Orçamentos

Um "orçamento histórico" de 70 milhões devido ao Castelo, à requalificação da Zona Histórica e a obras no saneamento, anuncia o Presidente da Câmara. Ora, se o Castelo custava 3 milhões e a maioria era dinheiro da Administração Central, se um Orçamento "não histórico" anda na casa dos 30 milhões, quer dizer que os outros 40 virão de fora (nomeadamente do QREN). Seja como for, são declarações interessantes numa altura em que o cenário político mexe (quem diria que umas bandeiras na Avenida teriam o condão de provocar algum frisson?) e que me deixam curioso em relação ao documento que o Executivo apresentará.

Faz bem a autarquia usar dinheiro do QREN? Faz. E seria interessante que todos conhecessem os projectos em causa. Mas tirando o saneamento (sendo que não é um investimento tão linear quanto parece por questões que vão muito além das questões locais), quais serão as opções? Não parecem ser sociais mas sim para cravar a fatídica placa. É que regeneração, numa terra onde a estratégia é fazer primeiro, programar depois, é palavra que mete medo.

Mas agora que estamos quase em época de "pré- E depois do Adeus" (leia-se 2013), o que é que ficará? Note-se que eu não esperava um Orçamento Histórico. Aliás, nem sei bem o que será isso. Se é dizer que se vai gastar muito dinheiro que se foi buscar a outras fontes, ok, está bem, gaste-se, se só pode ser gasto para esses fins. Mas quanto ao orçamento em si, aquele que não depende de QRENs para ser inflacionado e exibido como bandeira, gostaria que tivesse em conta que em breve os cortes a nível nacional atingirão as autarquias, até aquelas que financeiramente não estão mal (e dispenso-me de falar em controlos internos).

Espero, por isso, fora os investimentos de candidaturas, um orçamento de contenção, rigoroso e realista, nunca esquecendo que as Autarquias não são as principais culpadas do descontrolo das contas públicas, embora também dêem os seus maus exemplos. Aliás, suponho que se o PSD local estivesse todo na AR exigiria o mesmo ao Governo: rigor, contenção e realismo. Mas, como aqui, o coração ao pé da boca é vantagem política e os comes e bebes argumento eleitoral, tudo é possível. Até ouvir falar num orçamento histórico em vez de um orçamento realista. Mas o melhor mesmo é esperar para ver, sendo que para já, em termos de discurso, já que de cima não há exemplo que nos inspire, pelo menos que viesse de baixo (em termos de pirâmide). Isso sim, seria Histórico!

15 de novembro de 2010

Cultura em rede

O Município de Pombal integra, desde o ano passado, o projecto Cultrede. Para além da rentabilização de recursos, este tipo de estruturas em rede possibilita disseminação de boas práticas de programação e gestão cultural, bem como a itinerância de projectos artísticos de qualidade, impossível de concretizar noutro contexto.

Em Pombal, onde a oferta cultural, por manifesta incapacidade dos agentes municipais, é particularmente deficitária, é notório o efeito positivo dessas parcerias. O aumento significativo da programação cultural de qualidade no Teatro-Cine (que ainda não tem uma página decente na internet) é disso um bom exemplo. Para além das actividades da Cultrede, temos também beneficiado do projecto “Bandas em Concerto”, promovido pela Direcção Regional de Cultura do Centro.

Parabéns à Autarquia pela iniciativa.

9 de novembro de 2010

Passámos a fasquia!

Os juros a 10 anos da nossa dívida soberana (pomposo apelido para tão miserável sorte) passaram a barreira dos 7%. Já alguém viu por aí o FMI?

5 de novembro de 2010

Carneirada

A CMP ganhou nos tribunais o diferendo que manteve população da Charneca, ao longo de seis anos, sobre a construção do cemitério no Casal Velho. A batalha jurídica terminou, mas o mais difícil está por conseguir: ganhar a batalha pelo cemitério.
É que ter um cemitério sem enterros é como ter um jardim sem flores. A carneirada não terminou.

Nas bocas do mundo

Numa semana em que se torna cada vez mais evidente que vivemos num país sem futuro, deparei com três referências à nossa terrinha que gostava de partilhar convosco. Afinal, pode haver "vida para além do deficit".

A primeira foi a da existência de um "Fado Pombal". Sim, tal e qual! O seu autor é o grande José Mário Branco que o escreveu para ser cantado pelo Camané. Este, numa entrevista ao Público, justificou: "a música tem uma terminação que soa um bocado a fado de Coimbra, mas como não é fado de Coimbra nem fado de Lisboa, embora seja inspirado nos dois, ficou intermédio: Pombal."


Esse facto não
parece ter comovido o novo guru português da auto-ajuda, Daniel Sá Nogueira (ele há cada cromo!). Em entrevista ao jornal I confessou que, depois de ter nascido na África do Sul, "enfiaram-me me no Pombal que, se ainda hoje não é uma cidade de referência nacional, há 20 anos era o fim do mundo". Por acaso, fiquei com pena que não o tivessem enfiado noutro lugar qualquer.

Como não há duas sem três, deparei-me com a existência de um mochila portuguesa, de grande qualidade, com a referência "Sicó", numa clara homenagem à nossa região e ao seu potencial turístico.


Com mochila e fado, acho que não precisamos de auto-ajuda para acreditar nas potencialidades da terra. Pena é que os nossos eleitos se esforcem tanto para nos fazer acreditar no contrário.

Os medalhados do costume e o teatro que se impõe

A notícia já é pública há dias, mas de tão desinteressante que anda a nossa realidade, quase passa em claro. É mais ou menos como Dia do Município em Novembro, Natal em Dezembro. Bom, dia 11 há uma lista de 15 personalidades/empresas/instituições que vão ser agraciadas pela Câmara.
Algumas são reincidentes. Percebi, com o tempo, que isto de ser reconhecido pelo poder obedece a um percurso no pódio. Assim sendo, o mérito começa em prata ou bronze, e vai evoluindo para o ouro. Nenhum nos merece particular relevo, o que diz bem do estado boring da efeméride.
Depois há teatro. À falta de uma comemoração popularucha do Dia do Município (que é no dia S. Martinho e isso facilitava tudo), à noite há teatro. O enredo de "Senhor Silva" - a peça que vai trazer a Pombal Tózé Martinho e um rol de actores mais ou menos conhecidos - é perigoso: Escrita por Ray Cooney, “Super Silva”, conta as peripécias de João Silva, um taxista que sendo casado com duas mulheres, Bárbara e Isabel, tenta fazer de tudo para que uma não fique a saber da existência da outra. Esta situação complica-se quando João Silva salva uma velhinha de ser assaltada, envolvendo-se na história dois polícias e um jornalista que quer levar a público a heróica história do taxista. Para ajudar na confusão envolvem-se nesta embrulhada Beto e Aníbal, vizinhos das duas mulheres de João Silva".