28 de junho de 2024

AM – a realidade estava guardada para o fim

A política pombalense caiu numa pasmaceira completa, pavorosamente monótona e desajeitadamente insípida, que desinteressa até aos mais interessados. Num ápice, passámos do mais maçante despotismo para o mais estéril desportivismo, protagonizado por criaturas que não nos representam, nos não conhecem nem nos querem conhecer, receosos de que os conheçamos a eles(as).

As reuniões da “Junta” - executivo municipal – tornaram-se intelectualmente insuportáveis, com figurantes protegidos por um pacto de “não-agressão” que só beneficia o fraco poder. As reuniões da Assembleia Municipal deslizam penosamente para verdadeiros exemplares de assembleias de freguesia, monopolizadas pelos presidentes de junta - coisa nunca vista nesta terra e em terra alguma. Resultado de uma maioria desinteressada e de uma minoria debilitada; de onde só sobressaem os Pimpões, mais pelos modos e tom que pelo resto. 

Mas a realidade é áspera, nomeadamente para mentes balofas. O dotor Pimpão pode continuar imerso na bolha mediática que ele próprio criou e insufla, iludido pelo efeito mágico das festas e eventos, inebriado pelos muitos milhões que sistematicamente apregoa, mas uma coisa é certa: a realidade será sempre a realidade, senão para o iludido, pelo menos para quem a sente.

No meio de tanta banalidade e obscenidade, untada com banha (bajulação) rançosa, ainda surge, de vez em quando, uma voz lúcida, que expõe a realidade, ou parte dela, como deve ser, sem cerimónia nem brandura. Foi o que fez o presidente Humberto, falando sobre o projecto ECO Freguesias, quando afirmou que o executivo prometeu muito mas “em três anos não conseguiu colocar nenhum Ecoponto na freguesia de Almagreira”, e noutras, porque o que interessa é a bandeira - um desleixo, entre muitos, com o essencial.

Sigam as festas, e os eventos.

27 de junho de 2024

Pimpão chuta com o pé que tem mais à mão


 


A primeira página do Região de Leiria desta semana aparece nas bancas travestida de caderneta de cromos. Em primeiro plano, o nosso Super Pimpão. 

Ainda embriagado pelo sucesso da Pombal Cup (que teve a proeza de colocar até um antigo adversário como Aníbal Cardona a tecer loas ao folclore 'desportivo' que gostamos de pagar aos outros), mal refeito do fogo de artifício e de mais uma festa, em que até finos tirou, o nosso autarca é a estrela maior da reportagem do RL com uma mão cheia de presidentes. Foi ele o escolhido para capa. E vejam só, a ironia: Pombal não é capa de jornal pelo inauguração de um qualquer equipamento (cultural, desportivo, turístico). Não é capa pela atração de um qualquer investimento que aqui criasse postos de trabalho e fixasse emprego. Tão pouco pela mudança de qualquer paradigma. É capa porque o presidente da câmara dá chutos na bola. Máquina. Campeão. 

Espreitando a Assembleia Municipal desta tarde, é muito óbvia a realidade paralela em que estamos a viver no Largo do Cardal. Pimpão disse a da altura que só lhe dá vontade de rir. Que Deus ta conserve Pedro. A nós dá-nos muitas vezes vontade de chorar. Mas depois de assistirmos ao notório ambiente de cortar à faca que perpassa da expressão das vereadoras, e sobretudo aos olhares da vereadora Isabel Marto...retiramo-nos de fininho. 

20 de junho de 2024

A bola de sabão rebentou

Ontem abordei, aqui, a formação da última bola de sabão da política pombalense. 

Hoje comunico-vos que a bola de sabão rebentou. Não como a "justificação" apresenta o patético episódio, mas como aqui foi descrito.



Os justificativos soam-nos aos ouvidos como badaladas de um dobre de finados.

Do néscio episódio não virá mal nenhum à terra.  

Enterrem-se as ilusões e as misérias. Paz às suas almas.

19 de junho de 2024

Dotor Coelho – o salvador

O dotor Coelho julga-se, há muito, imbuído do dever supremo de enfrentar e derrotar o dotor Pimpão nas urnas. Nos últimos tempos, o que fez na política pombalense resume-se a esse desígnio, que (só ele) viu escrito nas estrelas.


 

Ontem deu mais um passo para o precipício: reuniu com três almas penadas - um tarólogo e dois anões-políticos - e decidiu, logo ali, apresentar a sua candidatura à presidência do partido (PS) e da câmara municipal, e convocar uma conferência de imprensa para anunciar as “boas-novas”. Do menu faz (ou faria) parte a apresentação do cabeça de lista à Assembleia Municipal (AM). Mas antes de arrancar, dois fortes reveses ocorreram: a primeira escolha rejeitou o convite, e a segunda também. Nada que desanime o dotor Coelho, homem para quem os sonhos e as ilusões políticas são como as bolas de sabão nos lábios de uma criança – fazem-se e desfazem-se continuamente com um pequeno sopro. 

Mas convenhamos: o dotor Coelho não é um joão-ninguém qualquer; é homem decente e respeitado, de boas famílias, de qualidades incomuns e congénitas, bom falante, mas conhecido pelos seus caprichos, altivez e suspicácias. Um bom-cristão que encarna na plenitude o antigo cavaleiro andante, abnegado lutador contra moinhos de vento. Um inconseguido cheio de qualidades. Um profeta sem rebanho.

Que Deus o acompanhe neste sacrifício.

18 de junho de 2024

Revisão do PDM – uma oportunidade perdida?

Por simples curiosidade - não tenho nenhum interesse particular na coisa - fui à sessão de esclarecimento e apresentação pública da 2.ª Revisão do Plano Director Municipal (PDM) promovida pela Câmara e Junta de Freguesia de Pombal, hoje, às 19 horas, no mini-auditório do cine-teatro. Saí de lá com uma pequena surpresa, sala composta, e uma confirmação/desilusão.



O Plano Director Municipal (PDM) é, por definição, o principal instrumento de organização e gestão do território municipal. Por conseguinte, deveria estabelecer o quadro estratégico de desenvolvimento do município, nas diferentes dimensões da gestão do território.

É hoje comummente aceite que o uso do território é o principal factor de desenvolvimento de um qualquer território, porque a forma como é estabelecido e orientado gera inevitavelmente eficiência ou ineficiência. E é a eficiência ou a ineficiência geradas que trazem progresso ou retrocesso.

O primeiro PDM foi um simples proforma que não acrescentou nada ao concelho; a não ser, ser o alvará indispensável para aceder aos fundos comunitários. O segundo, que agora se inicia e entrará em vigor no 2.º semestre de 2024, seguirá as mesmas passadas e resultará no mesmo: nada potenciador o concelho. Ficou claro, na sessão, que a câmara não estabeleceu nenhum objectivo ou sequer propósito claro que enquadre o documento; mas já fez aprovar o regulamento da 2.ª alteração do PDM, documento com 133 páginas que estabelece critérios de licenciamento para tudo e mais alguma coisa. 

Por exemplo, choca quem olha para estas coisas com algum sentido crítico que os responsáveis políticos incentivem mais excepções na construção de edificado em relação ao estabelecido, e muitas vezes não cumprido, quando se sabe que o principal factor gerador de ineficiência neste  concelho (e noutros) é o povoado demasiado disperso, fomentado pelo Estado Novo e deixado correr desleixadamente pelo poder local democrático. 

Pode andar-se com a palavra estratégia todos os dias e horas na boca; quando não se tem sentido e pensamento estratégico nada feito, nesta e nas dimensões subsequentes.

13 de junho de 2024

Obras nas Meirinhas – Coisas à Pança

“A quem hás-de castigar com obras, não trates mal com palavras, pois bem basta ao desditoso a pena do suplício, sem o acrescentamento das injúrias”.

                                            - Conselho de D. Quixote ao Pança; in D. Quixote. 

Apressadamente, porque o jantar/comício da AD a tal obrigava, a junta das Meirinhas – João Pimpão – implantou às três pancadas, sem licença e sem autorização das entidades oficiais, um parque de estacionamento em Reserva Agrícola Nacional (RAN) e leito de cheia, nas traseiras do ao Pavilhão Municipal das Meirinhas. O desmando chocou muitos residentes e não residentes; e já mereceu queixa no Ministério Público.



Pelo que se sabe, neste caso a câmara foi simples criada de serviço do presidente da junta. Foi tudo feito em família. Mas perante a sujeira do caso não pode lavar as mãos, ignorar os seus contornos políticos e jurídicos, como se nada tivesse a ver com a coisa. Deve embargar imediatamente a malfeitoria, a fim de salvaguardar a sua competência e autoridade perante o caso e a comunidade. 

Há muito que política pombalense rola sobre o modus faciendi da política do facto consumado - forma ordinária e antidemocrática de administrar e fazer obra. Só assim se percebe que João Pimpão, criatura que nutre enorme desprezo pela lei e pelos modos de actuação democrática, grande inventor de esquemas, atalhos e desvios, e que existe (politicamente) para mandar e estourar dinheiro, se tornasse expoente maior da espécie. Na verdade, uma certa estupidez de espírito tornou-se atributo necessário se não para todo decisor público, ao menos para os que querem apresentar obra e gastar dinheiro sem critério.

Mas desengane-se quem pense que a construção do dito parque de estacionamento em RAN e leito de cheia é uma qualquer precipitação de percurso. Não, não é; é o modus operandi da criatura. São múltiplas as queixas que circulam de boca-em-boca e nos invadem a caixa mensagens; e não se resumem ao desditoso parque, estendem-se à forma como a criatura usa e abusa do poder - que não tem - para alargar arruamentos sem o consentimento dos proprietários afectados e outros desmandos. 


12 de junho de 2024

Comemorar vitórias, enganar derrotas: o que dizem os resultados das eleições em Pombal




No início desta semana lá foi a Câmara para mais um passeio, desta vez na Redinha. E é curioso que a primeira saída do executivo pós eleições europeias (em que o presidente da Câmara e o PSD local tanto se empenharam) tenha acontecido precisamente ao território que menos votos deu ao partido, por mais loas que o presidente da junta lhes teça. 

Esmiuçando o escrutínio, percebemos então que há três freguesias-exemplo, onde o PSD alcança resultados acima dos 50%: Carnide, Abiul e Meirinhas. Ora, nesta última, cujo pavilhão (municipal, portanto tão nosso como lá da terra) se transformou em ninho de vitória laranja, com direito a um parque de estacionamento peculiar...  dá-se o caso paradigmático de ver o PS relegado para um quarto lugar na votação. Ao contrário, na Redinha, o partido (que continua a suportar o autarca local), consegue a sua melhor votação, num empate quase técnico com o PSD, perdão, a AD - o que já acontecera nas legislativas. 

Quanto ao resto, nada de especial a assinalar. É seguirem a comunicação social local nas suas redes sociais, e perceberem o efeito mundo ao contrário, em que os autarcas obedecem aos assessores*, como documenta a parte final deste vídeo, publicado pelo Pombal Jornal. 

*A voz é daquele assessor que, nas vésperas do 25 de abril, reproduziu graçolas sobre atirar comunistas do 7º andar. 




6 de junho de 2024

Pelouros e poleiros: da reorganização dos serviços à trapalhada geral




Eis que junho nos traz novidades, embora pouco frescas e muito menos airosas: Pedro Pimpão acaba de reforçar as suas funções, retirando um conjunto de pelouros às suas vereadoras, assumindo ele mesmo essa responsabilidade. Temos homem, temos presidente!

A partir de agora a vereadora Gina Domingues deixa de se preocupar com a Cultura e Associativismo. Assim como Isabel Marto lava as mãos da Organização Administrativa e Financeira, e Catarina Silva vê-se agora sem a Gestão de Recursos Humanos. Neste baralhar e dar de novo que o presidente experimenta a pouco mais de um ano do fim do mandato, só Pedro Navega escapa à sangria. Ou melhor, ainda sai reforçado (ganha o Trânsito, que até agora estava nas mãos da vereadora Gina). 

Estava bem de ver que aquele elenco de pelouros a metro (50, no total) esticou até não ter mais por onde. E agora, o que fazer? Sobra para quem? Para Pimpão, nosso incansável Pimpão, que entretanto arranjará maneira de distribuir mais tarefas ao vereador oficioso - Marco Ferreira - entre as sessões motivacionais do doutor Agostinho Lopes, diretor-geral, perdão, municipal. 

Aguardamos pois, com toda a expetativa, as explicações que certamente dará aos pombalenses, a propósito desta dança de cadeiras. 



4 de junho de 2024

Meirinhas – o novo cavaquistão

Realiza-se hoje nas Meirinhas o maior evento de campanha do PSD - agora "rebaptizado" AD – para as eleições europeias na região, com as suas maiores figuras do momento: S. Bugalho e L. Montenegro.



Com Narciso Mota, e depois com Diogo Mateus, Pombal conquistou o estatuto de concelho cavaquistão na região. Mas nos últimos anos perdeu o título para as Meirinhas, por mérito dessa outra grande figura local: o presidente da junta João Pimpão.

Não deve ser fácil uma pequena freguesia arcar com esta responsabilidade de realizar a enfiada de grandiosos eventos do PSD nacional na região. Por isso, este esforço e este dinamismo, que belo uso têm dado ao dispendioso pavilhão que muito nos custou, deve ser realçado, e até subsidiado. 

Força João. O PSD está contigo. E nós também.