PS: Não foi só Telmo que infringiu as regras. Mas
como, por cá, os desejos e o moralismo sobrepõem-se sempre às regras, e havia que agradecer
a caridade ao presidente e à nossa madre de Calcutá, siga…
"E na epiderme de cada facto contemporâneo cravaremos uma farpa: apenas a porção de ferro estritamente indispensável para deixar pendente um sinal."
30 de abril de 2022
Quarta Quezília – O Telmo e o Professor
Ir à lã e ser tosquiado
Enganaram-se redondamente os que julgaram que José Gomes Fernandes não voltaria à Assembleia Municipal, depois dos episódios de fevereiro. Em nome da verdade, confesso: também eu o julgava de espinha mais direita, perante a sua bancada, que o deixou a falar sozinho. Mas quem anda aqui há 30 anos a destilar fel político deve ter alguma dificuldade em recolher a viola. E por isso voltou. Voltou à fila da frente, para enfrentar os "farisaicos" do PS - como lhe chamou. A JGF não lhe basta que o PSD seja maioria; é preciso que seja supremacia. O justiceiro líder (?) só tem uma vantagem relativamente a muitos sabujos da sua bancada: di-lo de caras*, com toda a raiva, sem as falinhas mansas que tanto o incomodam.
Desta vez, Marlene Matias respondeu-lhe à letra. O que o PS precisa de entender é que JGF só percebe aquela linguagem. Não se pode usar de outra.
*veremos, nos próximos tempos, se essa frontalidade se aplica/ou a todas as bancadas da AM.
29 de abril de 2022
Segunda quezília – entre inimigos de estimação
São conhecidos, entre a classe política local e alguns cidadãos mais informados, os mimos e os desaguisados entre Luís Couto, do Grupo Oeste Independentes, e Manuel Serra, do PSD e do Oeste, e vice-versa, agravados dentro da Comissão de Avaliação da Petição da Amagro, contra o Investimento da Lusiaves (a que voltarei). O último episódio aconteceu na última AM, com Manuel Serra a acusar Luís Couto de irregularidades na sua eleição para a AM e a anunciar a intenção de participar as irregularidades ao Ministério Público.
A política pombalense é uma zanguizarra onde ninguém se entende e todos se atacam e se consomem em despiques estéreis e ataques vis. Mas agora, saltou-se de patamar; já não é só quezília, é ataque à bomba.
Como está, a política local vai fazer vítimas. Mais do que muitos imaginam.
28 de abril de 2022
Politiqueiros em acção
Hoje, reuniram-se meia dúzia de pimpões nas Meirinhas para, dizem eles, arregimentar a população para exigir junto da Infraestruturas de Portugal – do Governo - um nó de acesso à autoestrada A1, na fronteira entre as Meirinhas e o Barracão.
Para estas cabecinhas voadoras basta desejar uma
coisa para ela se tornar possível, útil ou virtuosa. Estes escravos da acção não
estudam, não analisam e não quantificam nada. São politiqueiros da tentativa
erro, usualmente do erro, que raramente percebem os problemas e nunca acertam
nas soluções.
Centrem-se no óbvio, cabecinhas voadoras.
Primeira quezília
A reunião da AM, de anteontem, foi um chorrilho de quezílias. O pátio de comédia – de mau gosto – em que se transformou política pombalense montou definitivamente o seu circo no Salão Nobre.
Ainda não tinham chegado todos os atores, e ainda se estava no ponto prévio de aprovação da acta da reunião anterior, e já Ilídio Mota exigia que o seu aparte, com o qual exigiu, na anterior reunião, que o seu companheiro e líder de bancada José Gomes Fernandes pedisse desculpas aos membros da bancada do PS, por os ter ofendido, senão retirava-se da assembleia juntamente com eles, constasse da acta.
José Gomes Fernandes sentiu a picada e reagiu à sua maneira.
Estava dado o mote para a longuíssima e quezilenta refrega.
27 de abril de 2022
26 de abril de 2022
Liberdade, Igualdade, Fraternidade
No dia em que escrevo há um sol que brilha mesmo que ameaçado por algumas nuvens. O que vislumbro do lado de lá da minha janela poderia ser a da noite eleitoral de ontem em França: a Democracia vence, mas muitas nuvens permanecem na mente de todos nós.
O lema da Revolução Francesa permanece no nosso imaginário e costuma ser evocado também nas comemorações do 25 de abril em Portugal. Todavia, como em muitos outros aspetos, muito do que se gritava em 1789 está ainda por cumprir.
No nosso concelho do interior, à beira-mar plantado, poderia parecer que a fraternidade se estaria a cumprir. As páginas publicitárias do Município (no FB aparece como comércio local, pelo que se compreende que estejam a tentar vender uma imagem) apresentam com alguma frequência a partilha de algumas migalhas com quem sofre às mãos de um invasor. Nos discursos oficiais, parecem existir campeões em todo o lado em linha com as orientações dos gurus holísticos de autoajuda. Todavia, os nossos idosos continuam ao abandono, as minorias estão esquecidas e guetizadas, as/os trabalhadoras/es continuam exploradas/os e a ter de trabalhar 12, 14 ou mais horas por dia para, no final, ainda escutarem as lengalengas da meritocracia. Que Fraternidade é esta?
Hoje, celebramos a Liberdade. Em Pombal, apesar dos percalços do mau-tempo(!), também a celebramos. Todavia, deveríamos questionar a qualidade da Liberdade quando escutamos tantas pessoas a dizerem que não se manifestam contra as opções do poder vigente com medo de represálias. Que Liberdade é esta?
Mas, acima de tudo, jamais existirá Liberdade, enquanto não existir Igualdade. A primeira nunca se conseguirá cumprir totalmente, enquanto a segunda não estiver garantida. O Município apresentou um Plano Municipal para a Igualdade. Mas este é, claramente, um plano para ficar na gaveta. Acima de tudo porque, em determinado ponto, se faz depender esse plano da existência de verbas externas para o poder executar. Basta esta alínea para perceber que o documento é uma mão cheia de quimeras, pois os planos municipais para a Igualdade são opções estratégias políticas para o território, sem alocação de verbas governamentais. A sua base (o diagnóstico de género em Pombal) tem lacunas metodológicas que apenas se compreendem pelo pouco investimento de quem ordenou a sua execução. Deixo alguns exemplos:
a) questionário de diagnóstico aplicado aos serviços: o município tinha 17 quadros dirigentes, foram aplicados 16 questionários, obtiveram apenas 9 respostas. Que validade tem este diagnóstico?
b) entidades externas: enviados 59 questionários, foram respondidos apenas 25. Não se explicita a qualidade das entidades externas (conselhos de administração? Técnicos especializados?) o que condiciona a leitura da realidade das respostas. Qual a razão de não ter existido uma deslocação às sedes?
c) Quantas ruas com nomes femininos tem a Cidade de Pombal? E o Concelho? Nos últimos 10 anos, que preocupações existiram em termos de toponímia? Que planos para a "década" e este propósito?
d) Quantos livros escritos por mulheres foram financiados pelo município nos últimos 10 anos? Que planos para a "década" e este propósito?
e) qual o espaço que as mulheres tiveram para expor as suas obras nos últimos 10 anos? (Sim, eu sei que a Casa Varela tem uma exposição de Lídia Carrola a decorrer.)
f) qual o espaço musical dado às mulheres, comparando com os homens, nos últimos 10 anos?
g) os estudos internacionais apontam a iluminação das cidades como um fator de desigualdade com prejuízo para as mulheres. Que diagnóstico foi feito a este propósito?
Não é necessário ser-se um perito em Igualdade para perceber muito do que falta cumprir. Basta estar atento e basta querer, efetivamente, mudar. Ao discurso oficial é necessário aliar as ações e essas tardam em aparecer.
Viva o 25 de abril! Viva a Liberdade, Viva a Igualdade, Vida a Fraternidade.
Luís Gonçalves
25 de abril de 2022
Faz de conta que somos pela Liberdade
Na primeira comemoração do 25 de Abril que lhe coube em sorte enquanto Presidente da Câmara, Pedro Pimpão fez todo um show off à sua maneira: uma infantilização da cerimónia - e nem sequer estou a falar da escolha do punhado de jovens em representação dos partidos neste regresso da intervenção política (que se saúda). Ora para quem anda nisto há tantos anos, e já assistiu às mais altas comemorações da data na AR, não é desculpável tamanha falha de protocolo. Quem preside às comemorações não é o presidente da Câmara. É o presidente da Assembleia Municipal. Mas como esse agora é líder parlamentar do PSD e tinha que estar em Lisboa, precisamente na AR, e aqui no burgo o partido ainda está a colar os cacos, a nova ambição agora é isto: uma sessão solene sem presidente da Assembleia, nem ninguém que o represente. Adiante.
Concentremo-nos então no discurso de Pimpão, que apareceu de cravo ao peito, dedo em riste, a encher a boca com a liberdade e o respeito. Repetiu a palavra vezes sem conta, talvez para si próprio. Talvez porque sabe que quem quer ser respeitado tem que se dar ao respeito. Diz o Pedro que quis dar duas dimensões às (suas) primeiras comemorações do 25 de Abril: a liberdade de Imprensa e a liberdade política. O problema é o conceito que o Pedro tem de liberdade de imprensa. Entende-a como mensageira, logo, o jornalista está bom para pé de microfone. A ele não o preocupa nada que tenham desaparecido tantos títulos aqui da terra, porque estes bastam para "veicular as opiniões" - uma das missões que reconhece à imprensa.
O Pedro está ressabiado com o Farpas. Percebemo-lo agora. Pedro, o democrata, o arejado, aquele que veio depois de Narciso Mota e Diogo Mateus, foi o primeiro a não responder sequer ao convite deste colectivo para participar no aniversário, que aconteceu ontem à noite, com casa cheia e debate vivo, tema inusitado, seis meses depois dele tomar: "poder local em Pombal: que alternativa?". Está 'picado' o Pedro, e não é de agora. Ontem à noite, também a sua sucessora na Junta estava assim. A malta precisa de festa. Alimenta-se dela. E isto de não haver a festa prometida, foi um problema. Como é sabido, estava agendado um festival para estes dias em Pombal, o "Oh da Praça", coisa de arromba, integrado no programa do 25 de Abril, que numa primeira fase foi apresentado aos responsáveis políticos da praça como sendo uma coisa da responsabilidade da Câmara. Mas depois passou para a Junta. E da Junta passou para uma organização de nome "Encant'art", uma suposta associação nova, alegadamente presidida por um velho conhecido dos meandros da animação cultural. Anunciou-se uma tempestade, cancelou-se o festival. De Pimpão, nem um pio se ouviu. Ele, que conta com todos, para quem todos contam, que valoriza tanto a liberdade de imprensa, trouxe a Pombal dois jornalistas "de renome" (Júlio Magalhães e Manuel Queirós), numa quinta-feira às duas da tarde; encheu-se os claustros com uma turma da ETAP, tão interessada que nem uma única pergunta dali saiu. Nem um jornalista da terra. Deu-lhe jeito dizer que é filho e sobrinho de jornalistas. Sim, é. E é lamentável que não se tenha lembrado disso antes. Porque naquele dia, Alfredo A. Faustino - que estava na plateia, a assistir - teria feito uma intervenção muito mais viva e rica que qualquer um deles. Foi confrangedor perceber que nenhum dos dois convidados sabia sequer da existência da Associação de Literacia para os Media e Jornalismo, que desde 2019 faz um trabalho de proximidade com as escolas deste país, em parceria com o Ministério da Educação, apontado como exemplo na Europa.
De modo que augura tudo de bom o anúncio que fez esta manhã: já que o país tem uma comissão para as comemorações dos 50 anos do 25 de abril, ele também vai criar uma em Pombal. E convidou Luís Marques, antigo jornalista e administrador da SIC, para presidir à estrutura. Sabendo-se da ligação estreita que mantém com Pombal..mal podemos esperar pelas novidades.
20 de abril de 2022
O Falso Associativismo e a grande promiscuidade
Já muito por aqui dissertei sobre o Falso Associativismo e os seus “empreendedores”, que germina como erva daninha nesta pobre e desgraçada terra que não se governa nem se deixa governar, fomentado por políticos perversos que se comportam baixamente sem terem consciência da sua baixeza. Liga-os uma corrupção moral instituída, aceite por uma boa parte da comunidade, que urge denunciar até que os dedos não enrijem e a voz não se cale. Muitos acreditaram que o profeta Pedro trouxesse alguma decência a esta promiscua relação. Mas os primeiros actos mostraram que as coisas iam continuar iguais ou piores.
Nos festejos de Natal, o Pedro adoptou os promíscuos
esquemas do passado: entregou ao amigo Vila Verde, através da Adilpom, a
organização dos festejos com um bolo financeiro avantajado. Foi alvo de fortes críticas
– e de queixa às entidades fiscalizadoras do bom uso dos dinheiros públicos,
diz-se. Desculpou-se com o pouco tempo em funções.
Agora, para não variar, entregou a coordenação do
programa comemorativo do 25 Abril ao presidente-executivo – Né -, que na
reunião com os representantes dos partidos apresentou uma proposta de programa
que incluía o festival “Oh da Praça”. Houve quem tivesse questionado a entrega
de uma iniciativa desta importância e com este orçamento a uma entidade
informal ou com formalidade desconhecida em vez de convidar entidades/associações
sérias com experiência e competência reconhecida na organização de eventos
culturais. O poder fez ouvidos de mercador.
No entanto, passados alguns dias a parte cultural –
o “Oh da Praça” - passou, sem se saber por quê, para a junta de Freguesia de
Pombal, tal como o subsídio. Logo muitos questionaram a legalidade do processo
e da entidade organizadora. Foi explicado que a associação, recentemente
criada, tinha como presidente Vasco Faleiro, ex-trabalhador do Café Concerto.
Nesta terra, farta em Falso Associativismo e em promiscuidade entre este e o poder político, as associações nascem até debaixo das pedras. O Farpas tem a honra de apresentar mais uma grande empreendedora: Catarina Gaspar Pimpão – esposa do Pedro, presidente da câmara (da Junta), que juntamente com o acima referido Vasco Faleiro, de o “Oh da Praça”, constituiu uma associação para promover eventos culturais e todo o tipo de actividades culturais e sociais - com o dinheiro público, com certeza.
Caros leitores, conseguem perceber os esquemas? Ou precisam de mais explicações?
19 de abril de 2022
E o essencial, Pedro?!
A câmara de Pombal está entulhada de vereadores, assessores e funcionários ligados ao poder. Mas, pelos vistos, não chegam para o essencial. E o essencial é, no lado substantivo, cumprir as atribuições fundamentais da câmara (onde vamos ter muito que escrever); e, no lado formal, cumprir, por exemplo, os deveres de informação e transparência, obrigatórios na administração pública, tais como, prestar contas, divulgar as decisões, disponibilizar atempadamente os áudios e as actas das reuniões, efectuar as notificações devidas, etc.
Se no lado substantivo a coisa não é fácil, porque exige conhecimentos, experiência e dedicação - coisas que não abundam por lá; no lado formal basta querer e dispor de algum tempo para as obrigações – coisas que também não abundam por lá, porque gastam o tempo todo a rotear ou a tratar do roteio seguinte.
Continuem na festa, que os desgostos vêm a caminho.
PS: As reuniões do executivo destinam-se, essencialmente, a decidir. Como tal, não faz qualquer sentido assistir a reuniões de várias horas e não se ficar a saber o resultado das votações. É um erro que vem do passado que urge corrigir. O resultado? O resultado é que conta.
Adenda: a câmara respondeu de imediato à crítica e já divulgou parte da informação.
Todos concordam com a importância da Saúde Mental. Mas quem paga?
Na medicina convencional todos acham perfeitamente normal sintomas, que não são ainda doenças, mas que devem ser tratados. Vamos dar alguns exemplos:
- Intolerância à Glucose pode ou não conduzir a diabetes, no entanto aumenta a probabilidade em ter diabetes, o que aumenta o risco de ataques cardíacos, enfartes ou outras doenças;
- Pré-hipertensão nem sempre leva a hipertensão, mas aumenta o risco de ter, o que aumenta a probabilidade de ataques cardíacos, enfartes e outras doenças;
- Osteopenia poderá levar a osteoporose.
- Outros…
As doenças podem desenvolver-se lentamente, apresentando sintomas ligeiros até que aconteçam efectivamente.
Se forem detectados cedo, antes de se tornarem em doença e tomar medidas de prevenção, há uma forte probabilidade de se evitarem patologias graves.
Assim também é com a saúde mental.
No passado dia 29 de Março o governo francês aprovou uma medida que permite ter acesso até 8 consultas/ano de psicologia para cada pessoa.
Em Portugal, quem precisar fazer psicoterapia tem que ter no bolso 200€ por mês, pelo menos. Quantos agregados familiares conseguem suportar este montante mensalmente? Poucos.
Tomando o exemplo do total da população de Pombal, replicando os pressupostos da abordagem francesa mas com a devida adaptação a custos nacionais:
- Usando como referência o valor de consulta de psicologia paga por uma companhia de seguro;
- Assumindo que o utente pagaria um valor base por consulta de, por exemplo, 10€ (o que representaria um custo mensal de 40€).
O custo anual para uma Câmara Municipal como a de Pombal corresponderia a um peso orçamental na ordem dos 200 mil euros/ano.
Valia a pena pensar nisso. Mas melhor ainda, fazer.
15 de abril de 2022
Caso Lusiaves – uma verdadeira frigideira
Como já por aqui afirmei, o caso Lusiaves vai fazer vítimas nesta desnorteada e impreparada classe política local. Seja pela avidez pelo protagonismo – pelo desastre –, seja pela simples canalhice de empurrar o outro antes seja o próprio a cair.
A frigideira arde há muito tempo, hora em lume brando ora em lume intenso - que o digam os anteriores protagonistas políticos. Até há poucos dias, a coisa corria em lume brando. Mas eis que o inábil Navega decide atirar um dos seus para a frigideira, e dar-lhe fogo. Estava dado o mote perfeito para a entrada em cena dos precipitados mandatários do PS neste caso – sempre ávidos de protagonismo e incapazes de desperdiçar uma ruindade.
Agora agarrem-nos!
13 de abril de 2022
A excursão a França
O novo executivo foi dar um ar de sua graça a terras de França, desta vez sem Pedro Pimpão, que mandou o "presidente da junta em exercício", vulgo chefe de gabinete, carinhosamente tratado por 'Né', oficialmente Nelson Pedrosa. Não haverá por este país nenhum outro tão aplicado e com tamanhos poderes. Nem o antecessor algum dia almejou tal alcance, por mais que pesquisemos nos arquivos do Farpas.
Mas a feira de Nanterre é - como se sabe - importantíssima desde há muito. E por isso era da mais elementar justiça enviar a nata da vereação para estabelecer contactos com a comunidade emigrante. Sanadas que parecem estar as incompreensões da Adilpom, foi bonito de ver o são convívio entre beijinhos de Pombal, licores e biscoitos, mesmo que tenha dado pouco nas vistas à imprensa local. Para a próxima a excursão tem de contemplar "os nossos" mensageiros. Uma falha, Pimpão. Era mais uma partilha nas redes...
9 de abril de 2022
O Caso Lusiaves
O investimento da Lusiaves na Guia é o elefante na sala da paroquial política local, que ninguém sabe arrumar e todos usam como arma de arremesso político e pessoal.
Há muito que, por cá, a política local está circunscrita ao mero hábito da intriga, que dissolve e enfraquece o sentido de comunidade e desenvolve todas as fraquezas que são com ela solidárias: a falsidade, a canalhice e a traição…
Criaram uma comissão para ajudar a remover o elefante da sala, mas os seus membros não se entendem nem sequer sobre o funcionamento da dita, quanto mais sobre o problema. Ninguém quer uma solução; todos - ou quase - querem jogar o jogo perde-perde da canalhice.
Do outro lado, temos um poder fraco e cada vez mais enfraquecido que não ajuda nem se deixa ajudar. Limita-se a fomentar a canalhice. A política é uma actividade que não é para qualquer um – é para muito poucos, porque poucos são capazes de a exercer e de permanecerem imunes aos seus vícios. Até pessoas estruturalmente honestas perdem por completo o sentido da honra, fazem sacanices sem saber que as fazem, ou, pior, fazem-nas sabendo que as fazem ou pelo prazer de as fazer. No caso Lusiaves já estamos no último patamar.
O caso Lusiaves tem uma forte dimensão técnica e uma forte dimensão política. Não é para meninos de coro armados em rufias. Já contribuiu fortemente para enterrar o anterior poder. Vai ser o primeiro grande teste a este fraco e inábil poder. Vai fazer vítimas - mais do que muitos imaginam.
14 anos de Farpas
Dois anos depois, voltamos aos jantares e ao debate cara a cara, como gostamos. O tema é o que se impõe, por esta altura: "Poder local em Pombal - que alternativa?"
Convidámos para lançar o debate dois seguidores e actores políticos da terra: João Coelho e Sidónio Santos. A discussão está aberta a quem se quiser juntar, mediante inscrição obrigatória (farpaspombalinas@gmail.com) e limitada aos lugares disponíveis.
8 de abril de 2022
Do mal-estar animal
Pelourinhos deprimentes I
Discutia-se, na sessão de 4 de agosto das cortes constituintes, um projeto de lei para a proibição dos espetáculos tauromáquicos, contrários “às luzes do século" (o século era o XIX, o ano era 1821) , e "à natureza humana”. Não parecia legítimo, àqueles homens há já dois séculos, que se divertisse gente à custa do sofrimento dos animais.
“Os homens não devem combater com os brutos, e é horroroso estar martirizando o animal, cravando-lhe farpas, fazendo-lhe mil feridas, e queimando-lhe estas com fogo: tão bárbaro espetáculo não é digno de nós, nem da nossa civilização”, lia-se na proposta do magistrado e político Borges Carneiro.
Também o deputado Teixeira Girão, empresário agrícola, jornalista, académico, político e 1.º Visconde de Vilarinho de São Romão, se refere às touradas como "bárbaro divertimento”, “tolice em expor a vida sem fim útil, sem necessidade, “crueldade e cobardia em atorment[ar]".
Não colheu. A sociedade portuguesa não estava ainda preparada para a extinção das corridas de touros. Ficaram-se pela decisão de diminuir a barbaridade, abolindo os touros de morte, e ir preparando os "costumes".
Volvidos dois séculos, nos espíritos dos nossos governantes, destas luzes nem sombras. Não só se mantém por cá o cruel, cobarde e "bárbaro divertimento", como o município a ele se associa, fazendo-se representar numa cerimónia de felicidade taurina, pela vice-presidente Isabel Marto, vereadora do pelouro do bem-estar animal, fotografada, sorridente, ao lado de um rapazola conhecido por atos de tortura sobre animais.
O presidente, que tem dado mostras do dom da ubiquidade, estando em toda a parte ao mesmo tempo, esteve, neste caso, estranhamente ausente. Não terá querido associar-se à celebração, pelo opróbrio que encerra? Ficando para a número dois o trabalho sujo? Terá evoluído no seu pensamento, e esteja hoje ao nível das luzes de 1821?
Oxalá seja este o caso, pois, de contrário, será apenas mais um presidente aficionado, o mesmo das fotografias de 2017.
Para quando #Pombalmunicipioantitourada?
NOTA: Faz-se, no próximo sábado, em Coimbra, uma Caminhada solidária - o “Cãoimbra Walk”-, com o objetivo de sensibilizar para causa animal. Participe, senhora vereadora, e tome notas.
Lina Oliveira
Professora
7 de abril de 2022
Tripoli, a febre do 'ouro branco' no Louriçal
2 de abril de 2022
O Pedro e a Felicidade
Na ausência de melhor a que se agarrar, o Pedro quis fazer da felicidade um programa político. Desconhece, coitado, que a (ação) política e a (pregação da) felicidade são inconciliáveis – atrapalham-se e anulam-se.
O Pedro (enquanto figura pública) viveu sempre no reino da fantasia, mas vai deixar de viver… Para ele a política é um simples jogo de aparências onde basta aparecer, dissimular e fingir. Esquece-se que os problemas não se resolvem com fintas ou toques de magia. E quem lhe confiou os destinos da câmara esqueceu-se que um simples escuteiro não dá necessariamente um profeta, nem um presidente de junta dá um respeitável presidente de câmara.
Supostamente, o Pedro “estudou” (fez um MBA) sobre Felicidade - ao que a Academia chegou! -; mas não sabe articular duas ideias sobre a teologia que diz prosseguir. Praticou administração autárquica; mas não sabe nada de administração autárquica. Não sabe porque não aprende, não sabe porque nem sequer tenta aprender.
Eis a sua - e a nossa - maior desgraça (política).
1 de abril de 2022
A vereadora desenganada
Doutora Odete foi na excursão a Lisboa mas esqueceu-se de fazer o briefing antes de ir. Só depois de exposta à crítica - no Farpas e nas redes sociais, nomeadamente por parte dos seus camaradas de partido, que digeriram mal este abraço de urso que Pimpão anda a fazer aos vereadores do PS, e de que eles parecem gostar - é que se deu conta do papel ridículo. É feio cuspir no prato onde se come...
As perguntas que fez são todas legítimas, mas quem a ouve falar fica com a ideia de que entrou num autocarro ao engano. Também estranhámos que não tenha aproveitado a ocasião para questionar o presidente sobre a ida à bola, a excursão ao Porto. Ah, espera...será porque também lá estava o vereador Luís Simões, escondido na fotografia?