A Assembleia de Freguesia de Pombal fez o que tinha a fazer perante obras que caíram do céu da forma que caíram e quando caíram. Perante a ausência de informação atempada aos comerciantes, perante um projecto de que não se conhece versão definitiva e também perante a falta de informação sobre o enquadramento arqueológico, era inevitável que a Assembleia não se demitisse das suas funções. E por unanimidade condenou a forma como se realizaram as obras. Dando voz à indignação de muita gente.
Aliás, a Assembleia nem foi a primeira. Já o GPS tinha alertado para o arranque das obras, contactando entidades com responsabilidades de fiscalização. E sim, o vereador que se indigna com a indignação esteve na Assembleia em Junho de 2012. Há um ano e a apresentar o projecto. Naturalmente que as informações que prestou se centraram na explicação do mesmo (que está na página do Município). Terá dito que se iam ter em conta as necessidades dos comerciantes, se bem me recordo. Mas isso seria o mínimo, note-se.
No entanto, chegadas as obras, a comunicação aos comerciantes foi em cima da hora e os casos caricatos, em que as obsessões com pormenores do projecto se sobrepuseram à realidade do terreno, naturalmente surgiu indignação. E o facto de não se aparentar ter cuidado com os vestígios arqueológicos gerou outro foco de indignação. E não entender isto é que chateia.
Portanto, a Assembleia não mentiu e, de forma legítima, e sem ligar a cores (ainda bem), indignou-se por unanimidade. E bem. Afinal, se a Junta de Freguesia é parceira, custaria assim tanto avisá-la do que se pretendia fazer com eventuais vestígios, por exemplo? Ou informar com mais tempo os comerciantes? Isto foi o que indignou os eleitos que representam a Freguesia. Ninguém disse para não fazer ou criticou a obra em si (nisso as opiniões variam). E sobretudo ninguém mentiu. Porque nunca se disse a ninguém, e oportunidades não faltaram antes da Assembleia o que se pensava fazer em determinados cenários. Que, convenhamos, mais parece aparecerem por reacção e não por terem sido planeados. Ao menos isso.
Em suma, em 20 anos fez-se muita coisa, mas continua a não se perceber como fazer. Quando se fizer as contas ao dinheiro que podia ter sido melhor gasto (contas que penso que se começarão a fazer a partir de Outubro, quando determinadas heranças tiverem que ser renegadas), vai-se perceber isso. Faça-se o necessário e sem desperdiçar.