Erro número 1: Impressão de viseiras para proteção do staff nas instituições
Usar uma situação de crise para promoção pessoal é o pior exemplo que se pode dar.
Quando é necessário dinamizar pessoas porque precisamos de
apoio de muitos para acções
concretas (e acredito que vamos precisar de muitas nos próximos tempos), faz todo o sentido, mas não é este o caso da promoção da impressão 3D de viseiras que é apresentado pelo Presidente da Câmara. Erro comunicacional na forma e no
actor.
Este pedido
deveria ser promovido por quem gere e bem esta instituição, Nelson Pedrosa, e não pelo Presidente. A Câmara pode e deve dar visibilidade a esta ação e colocar recursos para encontrar
empresas com CNC que possam apoiar rapidamente os números necessários e coordenar a recolha para evitar
deslocações
como é
indicado. Não
digam às
pessoas para visitar o projecto Maker na Biblioteca Municipal… É necessário ficar em casa!
Erro número 2: Conferência de imprensa
A comunicação do número de infectados e em vigilância é da competência das autoridades de saúde e não da câmara, e muito menos interpretações de carácter pessoal. Em boa altura que esta
comunicação
passou a ser passada directamente para os meios de comunicação social regionais.
Criam-se alarmismos falsos e
errados, nomeadamente de situações
com os Bombeiros sem qualquer articulação com as autoridades de saúde. Deveria por exemplo indicar quais as
medidas que pode ou não
apoiar na proteção dos
bombeiros de Pombal.
Erro número 3:
Toda a comunicação deveria estar direcionada para a situação de crise e das ações da câmara. Não é compreensível que o executivo neste momento desfoque disso,
ora vejamos algumas notícias
disponíveis
no site da Câmara (https://www.cm-pombal.pt/noticias-3/)
- 30 de Março: Município de Pombal apoia requalificação de parque infantil na Mata Mourisca
(cerca de 10 mil e 6 mil euros para a Fábrica da Igreja)
- 27 de Março: Pombal adere à Hora do Planeta 2020 – numa altura de crise esta paragem é sequer de considerar?
- 26 de Março: Construção do Centro Escolar de Vila Cã com Parecer Favorável do Tribunal de Contas – já aqui foi falado várias vezes sobre a (pouca) importância deste investimento
Prevêem-se tempos difíceis para pessoas, empresas e instituições.
O bom senso
dita que, antecipando-se necessidades, todo e qualquer investimento seja suspenso
para potenciais necessidades imediatas.
Se os cenários se cumprirem, brevemente teremos
pessoas sem dinheiro para comer e será preciso mobilizar fundos de imediato porque o
Governo Central não terá capacidade. Existem na lei mecanismos
para alterar o orçamento
municipal rapidamente se for necessário.
Ninguém quer saber de programas eleitorais neste
momento!
Haja bom senso na
comunicação e
nas decisões.