O PSD local reuniu, duas vezes, para tomar posição sobre a acusação de peculato, no exercício de funções políticas, feita pelo Ministério Publico, a João Pimpão e Diogo Mateus (também acusado de falsificação de docmentos). Mas, até agora, não saiu nada - nem vai sair!
Numa terra onde (nos) falta gente capaz de espalhar lição e fundar exemplo não era no PSD local que a iríamos encontrar. Por ali vegetam, essencialmente, criaturas destras para saber distinguir o ético do legal - pimpões desta vida, mais dignos de desatenção que de aversão, à espera que tudo repouse e da sua oportunidade. Mas isto não vai repousar: no apodrecimento há fermentação.
Nesta santa terrinha, os dirigentes partidários assistem e participam, complacentes e felizes, a esta repulsiva podridão, ao espectáculo baixo e degradante que os decisores públicos servem à comunidade. É verdade que ainda temos na política, e no PSD local, pessoas lúcidas e honestas, mas já sem o fulgor e o sentido de honra para dizer “basta”. Assim, nesta cuspinheira onde já ninguém limpa, os pimpões desta vida gozam do pagode e ainda se vitimizam.
Diogo Mateus e João Pimpão, em vez de sentirem vergonha e pedirem desculpa pelos actos que praticaram, procuram desvalorizar a acusação dizendo que é coisa pouca, mesmo sabendo que nós sabemos que o aproveitamento foi grande: que do fundo de maneio saíram dezenas de milhares de euros irregularmente; que as viagens particulares não foram só para o curso em Lisboa, foram centenas e centenas para todo o lado e para todo o tipo de prazeres; que a multa não foi só uma mas várias e sempre pagas pelo dobro, pelo município, por não identificarem o condutor do carro (do presidente) … Percebe-se o alívio que ambos sentiram com a acusação - 1.467,75 € é bom "negócio" -, mas não se pode aceitar a desfaçatez pública.
Bem pode D. Diogo dizer que está de consciência tranquila; se ainda a tem não pode estar. E a prova que não está, é ter-se remetido ao silêncio na fase de inquérito. Quem está de consciência limpa e tranquila esclarece todos os factos e todas as suspeitas na fase de inquérito e mata o processo. É isso que as pessoas verdadeiramente honestas fazem.
O processo até pode não dar condenação. Mas, como diz o velho princípio romano, “Nem tudo o que é lícito é honesto”. Na Política, primeiro deve primar a Ética; e depois, nos casos aplicáveis, a Justiça. Em Pombal, é quase sempre ao contrário - fora de mão e em excesso de velocidade.