Como qualquer terra portuguesa, Pombal também tem as suas figuras típicas, com as suas grandezas e miudezas - também tem o seu Conselheiro Acácio.
Como não podia deixar de ser, o nosso conselheiro tem muitas parecenças com o do Eça: o formalismo discursivo cheio salamaleques, maneirismos e etiquetas antiquadas, uma pedanteria balofa e uma delicadeza excessiva que ofende todos os patamares da inteligência. Mas tem, também, algo que o distingue do seu semelhante. Falta-lhe a impressiva feição mental e a capacidade de representação da figura retratada pelo Eça.
O nosso conselheiro não impressiona, cansa; repete continuamente “Senhor Presidente” e “Sua Excelência”, numa postura corporal e numa entoação de voz em que não há como saber se pergunta, elogia ou censura. E por medo ou timidez, ferra os olhos no papel que o suporta e nunca olha para o mencionado. O outro, o célebre, “Sempre que dizia – El Rei! Erguia-se”.
NR: E abusou tanto nos salamaleques que deixou a sua correligionária apeada, sem tempo para usar da palavra.