29 de dezembro de 2023

Assobia para o lado


 

As redes sociais andam agitadas com a última novidade da Base.gov, onde a câmara de Pombal é obrigada a revelar tudo o que não consegue esconder, em matéria do que é gastar o nosso dinheiro. Sem rei, mas com muito rock. 

Depois de amanhã há passagem de ano - tão reclamada durante tantos anos - e claro que a grupeta de Pedro Pimpão não fazia por menos: Carlão, um nome sonante da cena musical, é cabeça de cartaz. E mesmo que a atuação aconteça às 22h30 (hora a que a maioria dos pombalenses estará a jantar, em casa ou num restaurante), é noite de reveillon e é caro atuar na província: 34 mil euros é quanto nos vai custar. Depois, quando finalmente a malta sair de casa para fazer a festa no Jardim do Cardal, sobrarão umas migalhas para o Dj Nuno Fernandez e os Bagunçada, dois miúdos simpáticos que já estão habituados a levar com os fins de festa (quem não se lembra de Agosto nas Meirinhas?)

Entretanto, o nosso presidente regressou às redes (depois de mais umas férias) para embandeirar em arco com as notícias sobre o prémio com que a API o distinguiu: Promoção da Imprensa. Se eu não conhecesse tão bem o que está na génese destes prémios (e de quem os idealiza), quase pensava que houve ali um engano no artigo (in)definido, pois que para Pedro Pimpão o prémio faria sentido se fosse Promoção NA Imprensa. 

E eu, que o conheço desde os tempos em que ele andava "lá pelos corredores do jornal" (como gosta de lembrar) não percebo como pode um autarca fazer alarde de um prémio destes, quando a imprensa e a rádio na sua terra chegaram ao que se sabe. Há quanto tempo não se lembra o leitor de uma reportagem, de uma entrevista (a sério, sem ser um guião com deixas para autarcas brilharem), de uma notícia que belisque a beleza da realidade perfeita? Há quanto tempo despareceu a imprensa incómoda, de que foram percussores o pai e o tio do nosso autarca-modelo?

Bem vistas as coisas, é fazer como canta o Carlão: assobia para o lado. 

26 de dezembro de 2023

Orçamento Participativo – uma trapalhada em 3 actos (I)

D. Diogo introduziu o Orçamento Participativo na rotina política pombalense em 2015. Mas como é esperto e mais rigoroso que esta trupe que nos desgoverna, logo percebeu as limitações e conflitos de vontades e administrativas que a modalidade acarretava, bem expostas logo na primeira edição. Mas apesar fragilidades, irregularidades e injustiças bem patentes, em todos os concursos e ao longo de todas as fases do processo, a coisa foi andando porque era preciso mostrar serviço e que a malta conta para alguma coisa.

Actualmente é evidente que o processo nasceu e cresceu torto, está viciado, gera injustiças e irregularidades, que bem exploradas podem trazer grandes chatices, e é um atropelo às boas regras de governação. Mas a coisa anda assim porque, pelos vistos, interessa que ande assim.



O regulamento é vago e pouco claro nos objectivos e nos critérios; a Comissão de Análise Técnica (?), que selecciona as propostas admitidas a concurso, não respeita o regulamento, nem no espírito nem na letra – parece que decide por critérios ad-hoc; o poder político deixa correr a coisa, permitindo que a comissão aprove propostas que violam o regulamento e as leis que regulam a correcta utilização dos dinheiros públicos sejam admitidas à votação, comprometendo, desta forma, a legitimidade e justiça do processo e a execução das propostas.

Este ano a proposta vencedora - Sophia – Projecto Educativo de Combate à Fragilidade Sénior - belas palavras - foi apresentada por uma associação e, pasme-se, pelo Politécnico de Leiria (eles assim o reivindicam!), apesar do regulamento estabelecer que “podem participar todos os cidadãos recenseados no Município de Pombal (com idade igual ou superior a 18 anos)”. Neste reino encantado, do Pedro & C.ª, toda a gente aqui vem bicar… Uns mais que outros. Mas isso fica para outro post.

22 de dezembro de 2023

Reunião da “Junta”, e dos “assessores”

A “Junta” reuniu ontem sem a presença do presidente da “Junta”, novamente de férias – passa mais tempo em férias do que a trabalhar. Mas enfim…; se durante as férias nos dispensar da (sua) propaganda, menos mau.

Mau, mau, foi ver a turma de pseudo-assessores, a quem o dotor Pimpão deu emprego, e o director municipal, ali, entretidos, a assistirem à reunião! E os quatro membros da “Junta” atarantados com duas ou três questões corriqueiras da oposição colaborativa - que não colabora entre si.

Um pouco de decoro, se faz favor.

BOAS FESTAS

 


21 de dezembro de 2023

Redinha: quem nasceu para a forca não morre afogado



Os habitantes da Redinha ainda estão naquela fase em que uma pessoa não sabe se ria ou se chore. À falta de melhor ideia, o (ainda) presidente da junta decidiu criar um motivo de atração na terra: uma forca. Como está bem de ver, o povo é um ingrato e não está a corresponder a tão nobre iniciativa, que evoca qualquer coisa que ele lá saberá, mas ainda não disse. 

O que disse, na última reunião da Assembleia de Freguesia, esta semana, foi que sim, concorreu e foi colocado nas Lajes do Pico. É claro que concorreu porque sim, já que, pasme-se, diz que nunca foi intenção dele aceitar o cargo. Que o seu compromisso é com o povo da Redinha. E por isso, finda a comissão de serviço em Pombal, está de novo no posto de trabalho em...Alcobaça.

Se dúvidas houvessem, saberíamos agora que Paulo Duarte é um rapaz que gosta de testar o sistema, só para ver se funciona. Terá sido essa a razão pela qual indagou, junto de uma figura do PS, o que era preciso para renunciar ao cargo - isto antes de aqui tornarmos pública a colocação nos Açores. Um autarca previdente, é o que é. Ou como diz o povo: "quem nasceu para a forca não morre afogado". 

19 de dezembro de 2023

Um número de contorcionismo

No mandato anterior, as reuniões dos órgãos municipais foram, várias vezes, classificadas como touradas, pelos próprios eleitos. Neste mandato, é um circo insípido, sem arrojo e sem graça, onde, de vez em quando, um malabarista ou um equilibrista voluntarista arrisca um número.

Na última reunião da AM, coube ao dotor Henrique a representação de um número de contorcionismo sobre o malfadado negócio dos terrenos para o Parque Verde. Começou por dizer que, se tivesse participado na reunião anterior, teria votado contra a aquisição dos terrenos, porque, disse ele, nunca compreendeu o fetiche da aquisição daqueles terrenos para aquele fim em concreto. Mas logo rematou que iria votar favoravelmente o novo negócio porque a diferença de preço (de 1.800.000 € para 1.200.000 €), com a dispensa dos artigos em causa, para aquele fim (Parque Verde) o deixava completamente confortável. 

Ficámos a saber que o dotor Henrique não aprecia fetiches caros. Mas aprecia fetiches modestos, de 1.200.000 €! Já o dotor Siopa (& C.ª) prefere os grandes fetiches, que, segundo ele, não têm preço, ou daqui a cem anos ninguém se vai lembrar do preço.



18 de dezembro de 2023

Dotor Pimpão, dois pesos e duas medidas

O processo que corre nos tribunais contra Diogo Mateus e João Pimpão, pela prática de crimes de peculato no exercício das suas funções na câmara, e ausência de consequências políticas, pelos visados e pelas entidades envolvidas, tem feito correr alguma tinta e tem provocado alguma indignação.  

Finalmente, alguém da dita oposição, o dotor Coelho, levantou a questão na AM, perguntando se as regras, de conduta ético-política, que o líder do PSD Luís Montenegro impôs aos candidatos e aos titulares de cargos políticos eleitos pelo partido, também se aplicavam em Pombal; se o presidente da câmara tinha avançado com o Pedido de Indemnização Civil; e se câmara se tinha feito assistente no processo.

O presidente da concelhia do PSD não deu resposta às inevitáveis perguntas – é uma existência que não existe – um duende desta época. 

O dotor Pimpão disfarçou mal o incómodo, e também procurou fugir às perguntas. Respondeu a parte; o suficiente para revelar a sua dupla faceta. Sobre a retirada de consequências políticas, de acordo com as regras determinadas pela direcção do seu partido e dos elementares imperativos de decência ético-política, nada disse. Sobre os passos dados pela câmara, no processo, percebeu-se que também não queria falar; mas, a muito custo, lá disse que a câmara tinha avançado com o Pedido de Indemnização Civil, mas não se tinha feito assistente no processo. No final da resposta, fez um ataque pessoal ao adversário.

Convém aqui dizer, porque vem claramente a propósito, que o dotor Pimpão presidente atoptou postura completamente diferente no processo-crime que correu nos tribunais contra funcionários do município. Neste, litigou de forma compulsiva e discriminatória, recorrendo a interpretações jurídicas e a argumentos que roçam a indigência, depois de sentença em 2.ª instância! 

É esta criatura terrivelmente insegura e impreparada, dissimulada de bom-cristão, que vê na mais óbvia pergunta ou na observação mais corriqueira uma ofensa ou uma alusão aviltante, mas é incapaz de destrinçar a honra da torpeza ético-moral, e pratica levianamente a política dos dois pesos e das duas medidas.



17 de dezembro de 2023

Os negócios da “Junta”

Tenho por aqui afirmado regularmente que não temos um verdadeiro executivo municipal mas uma simples “Junta” - sem presidente de “junta”! Mas com o passar do tempo, tenho que reconhecer que a comparação é injusta para os executivos e os presidentes de junta. Na verdade, a trupe que está na câmara está mais próxima do típico “Grupo de Finalistas”, que informalmente organiza uns convívios e umas viagens, que de uma verdadeira junta.



Organizam festas sem orçamento. Não se preocupam com a despesa e muito menos com a receita. Não prestam contas porque não são de contas, só de festas. 

Contratam serviços mas não exigem nem cumprem. Ninguém os respeita nem se dão muito ao respeito. O fornecedor da iluminação deste Natal deixou-os com as calças na mão. Mas com o anterior a coisa poderia ter sido muito pior…

Agora, fizeram um negócio de milhões, aquisição dos terrenos para o dito Parque Verde, e fizeram-no aprovar na AM. Mas logo de seguida tiveram que o desfazer/emendar porque foi tudo feito em cima do joelho. Parte dos terrenos estava arrendada e o arrendatário tem direito de preferência, que exerceu. Mas o caso, não vai ficar por aqui. O dotor Navega, responsável maior por esta enorme trapalhada, informou que vai ser preciso fazer uma permuta com o outro adquirente, para arranjar terreno que permita melhorar os acessos.

A trapalhada segue dentro de momentos. 

15 de dezembro de 2023

Orçamento Municipal – um exercício de fantasia com números

O dotor Pimpão, sempre ávido a prestar homenagem catita, aproveitou a reunião da AM para assinalar os 30 anos de governação PSD na CMP, na pessoa do seu actual adorno no roteio pelas festas e capelinhas  – Narciso Mota - tudo lhe serve para celebração. Não celebrou grande coisa porque os mandatos de N. Mota e de D. Mateus não deixaram boa memória nem bom desempenho (resultados). Mas dele, do dotor Pimpão, só se pode esperar pior.

Os mandatos de N. Mota e D. Mateus não deixaram boa memória, bom desempenho, porque aplicaram mal os avultados recursos financeiros ao seu dispor. Mas uma importante faceta das suas governações lhe ser creditada: a sustentabilidade da económico-financeira da câmara. Uma gestão cautelosa e responsável, na adequação da estrutura de pessoal e no equilíbrio financeiro, procurou e conseguiu sempre libertar uma boa parcela dos recursos financeiros para investimento. Com o dotor Pimpão quebrou-se definitivamente esta praxis; é gastar como se não houvesse amanhã, em festas, eventos e romarias, em planos e programas, em tachos, avenças e contratos para os amigos.

O Orçamento para o próximo ano espelha bem a desgovernação do dotor Pimpão & C.ª. Pela primeira vez, nos últimos 30 anos, a parcela da despesa corrente (pessoal e consumíveis) suplanta a das despesas de capital (investimento no concelho). Mas, como já aqui tínhamos dito, a situação vai agravar-se porque os erros que o dotor Pimpão tem cometido produzirão efeitos nefastos nos próximos 30 anos. 

Pode custar muito ouvir isto, mas tem que ser dito: não se pode entregar uma câmara com a dimensão de Pombal a um inepto como o dotor Pimpão, nem meter-lhe nas mãos umas largas dezenas de milhões de euros e outras tantas de capacidade de endividamento. Tal como não se pode entregar a administração e as finanças da câmara a um (ex-)insolvente como o dotor Agostinho. Há muita gente que não se importa com estas coisas, prefere as festas e romarias, mas isto tem que ser denunciado continuamente porque o dinheiro é nosso e é escasso.

O orçamento para 2024 traduz bem o dotor Pimpão e a sua trupe: fantasia e despesismo. Derrete o dinheiro no que não devia (tachos, festas e planos) e falta-lhe dinheiro para o essencial (para investir no que é necessário). Colocado perante esta dificuldade, que ele próprio criou, atira-se para os braços dos bancos e endivida a câmara movido pela necessidade de mostrar obra, muita dela desnecessária e que só vai sobrecarregar a despesa corrente da câmara.

O dotor Pimpão é uma criatura fantasiosa que enquistou com a mania do notável e do extraordinário. Acredita que os euros se multiplicam com um truque de magia, o orçamento se engrandece com suposições e dinheiro alheio, e as realizações acontecem por desejo. Não tem perdão, nem culpa, coitado.




PS: o dotor Coelho e o dotor Couto fizeram boas intervenções sobre o Orçamento (principal instrumento de governação autárquica) mas infelizmente não suscitaram discussão.   Do executivo saiu uma infinidade de nadas; e da bancada da maioria, depenada de saber e definitivamente entregue ao facilitador de negócios, saiu a habitual ladainha retórica cheia de farfalhice juvenil.

14 de dezembro de 2023

Secos & molhados: o Natal às escuras

 


Chegados a meio de Dezembro, a maioria das ruas da cidade ainda está agora a vestir-se de Natal. Podemos dar todas as voltas que quisermos ao texto, mas  é a iluminação que faz a diferença numa terra, seja ela de que dimensão for. E aqui já todos percebemos que este ano a coisa correu mal. Anda agora a ser remediada, aos remendos, e foi preciso um jornal de Leiria trazer a notícia para sabermos que, alegadamente, a empresa contratada pelo Município não cumpriu o contrato. Depois, outro jornal de Leiria fez o favor de passar a mensagem da autarquia: na última reunião do executivo, à porta fechada, a vereadora do pelouro pediu desculpa aos pombalenses. 

Não sou daquelas para quem as desculpas se evitam. Os erros acontecem. Lá diz o povo que errar é humano, mas persistir no erro é burrice. Desde que chegou à Câmara, Pedro Pimpão estendeu a passadeira vermelha a JVV, arrastando com ele tudo o que é adorno. Está bem de ver que, no final das contas, esta é a segunda empresa pouco recomendada para os trabalhos, envolvida numa trapalhada qualquer. Mas esse não é o problema. O problema é mesmo uma Câmara que colecciona prémios e se desfaz em publicações e toda a espécie de comunicação não ter arranjado tempo e espaço para esse pedido de desculpas. Nem era preciso tanto...bastava uma explicação. Mas ali no Largo do Cardal o executivo está tão ego-centrado em citar-se, em mostrar-se, em promover-se, que depois falta o essencial: tempo para os munícipes. Respeito. Consideração. Estou certa que a maioria dos comerciantes, se fosse chamada a isso, estaria disponível para colaborar numa solução qualquer. E outros agentes também. Há municípios que desenham assim as festividades, envolvendo a comunidade. 

No final das contas, há nisto um paradoxo: a Câmara que mais passa a vida em festas não consegue organizá-las como era preciso. Dos tempos do coaching Pedro Pimpão poderia ter retirado aquele ensinamento do foco. É isso que lhe falta. É claro que entre as idas à Covilhã e a Lisboa (lá foi mais uma excursão, desta vez a convite de Paulo Mota Pinto, para a Assembleia da República) gasta-se muito tempo. Que é, como sabemos, essencial para fazer coisas. 


13 de dezembro de 2023

Episódio da burlesca ilusão

A Associação Portuguesa de Imprensa atribuiu ao Município de Pombal – ao dotor Pimpão - o Prémio Promoção da Imprensa. No caso, Promoção na Imprensa. 

No mundo da burlesca ilusão (da mentira) tudo o que a serve vende-se (e compra-se) sem freio. Mas não há nada mais enternecedor que um náufrago agarrado a uma bóia furada em águas revoltosas.

6 de dezembro de 2023

Obrigado Sérgio.


 *foto no jantar do 10º aniversário do Farpas, 25 de Abril de 2018

O Sérgio Medeiros foi-se embora ontem, subitamente, com a mesma discrição com que passou pela vida, contrastando com o impacto da sua existência na terra. Na terra que o viu nascer, crescer (e morrer), onde deixa a sua marca tão vincada. Na terra que queria compreender, descendo-lhe às entranhas. Foi por isso que há tantos anos criou, com alguns amigos, o Grupo Protecção Sicó. O Sérgio fez de tudo para proteger a serra, sempre. E a terra também. 

Numa noite fria de Janeiro de 2018, ele o o Hugo Neves sentaram-se connosco a explicar tudo o que não sabíamos, ajudando a preparar o debate mais participado de toda a série "um café e uma farpa", sobre o CIMU Sicó. O Sérgio era de uma generosidade intelectual acima da média, mesmo que travada pela timidez. Pela vida fora, foi a ele que recorri quando precisava de juntar uma opinião conhecedora em artigos que envolvessem a terra e a serra. Porque ele era um cavaleiro andante da natureza. Que vagueava silenciosamente, sem se fazer notar. 

Obrigada Sérgio, pela marca que nos deixas. 

Um abraço à Cláudia, ao Afonso e ao Miguel, e também à Manuela e ao Arlindo Medeiros, ao Gustavo, e a todos os que lhe sentirão para sempre a falta. 

4 de dezembro de 2023

GOP e Orçamento mais ou menos compromissados

Quem não conhecesse nada da política pombalense, e das criaturas que nela vegetam, e, por mero acaso, assistisse à "discussão" e votação das Grandes Opções do Plano (GOP) e Orçamento, realizada na última sexta-feira, ficaria estupefacto com a mediocridade reinante. Mas o problema maior já nem é esse; é meter-se nas mãos destas criaturas tanto dinheiro. E pior: estarem todos empenhados na contratação de mais aos bancos! 

Já houve um tempo, recente, em que a apresentação e discussão das GOP e Orçamento era um momento alto da política pombalense, com discussão acesa, esclarecida e esclarecedora. Actualmente, no registo "junta", é uma mera formalidade, onde cada parte faz a sua declaraçãozinha, e ala que se faz tarde e a festa não se pode perder.

Pela sua conhecida aversão aos números e por aparentar sintomas de urticária, o dotor Pimpão limitou-se a introduzir o assunto com as habituais expressões pomposas, que só ele entende, entrecortadas com muita mímica de mãos, e passou o assunto à dotora Marto, que se limitou a ler a apresentação preparada, e a acrescentar uns comentários... - saía melhor daquilo se se tivesse limitado a ler. 

Já todos sabíamos que os documentos tinham o destino traçado: aprovação pela maioria. Mas faltava saber o que iria dizer deles a dita “oposição”. Este ano teria sido fácil evitar a má-figura. Bastava optar pela abstenção, que não compromete muito, e remeterem-se ao silêncio aproveitando a falha regimental do dotor Pimpão - entregou os documentos fora de prazo. Mas a atração pelo micro falou mais alto. Falaram tanto, e disseram tantas banalidades e tontices que o micro entupiu! Mostraram-nos o que já sabíamos: que não têm ideias - ou melhor, que subscrevem as intenções  da maioria -; que tem pouca ou nenhuma noção do que é a administração autárquica e as  atribuições dos municípios; e nenhum tino sobre o que é a ação política e o seu papel.

Do que faz avançar uma terra falta-nos quase tudo: não temos governo, nem poder, nem oposição, nem exigência colectiva. Entrámos definitivamente numa espiral de declínio, onde umas quantas criaturas foram feitas e juntaram-se para se ampararem reciprocamente.



1 de dezembro de 2023

“Junta” reuniu em espírito natalício

Ainda não estávamos – e estamos - em período natalício, as luzes e as músicas da época ainda não chegaram nem se sabe quando chegam, mas os membros da “junta” já estão no espírito da época. Foi lindo vê-los trocar sorrisos e amabilidades na última reunião, ontem, em Vermoil.



A “junta" trazia a “lição” bem preparada, com o dotor Pimpão a entrar comedido deixando espaço e tempo para as segundas figuras brilharem. A “oposição" alinhou no alinhamento, fornecendo as “deixas” convenientes. O dotor Simões ainda destoou querendo saber como ia o trabalho de recolha do cancioneiro popular local “acordado” com o Tiago Pereira, mas foi coisa insuficiente para comprometer o espírito de concórdia e de profícua colaboração.

A dotora Odete forneceu uma excelente “deixa” à dotora Catarina – aquele caderninho nunca a deixa ficar mal. Mas a dotora Catarina, ontem, não precisava do jeitinho: trazia a “lição” bem preparada. Brindou-nos com um rodízio variadíssimo de prémios e distinções, já conquistadas e a concretizar até ao final do ano. A cereja no topo do bolo foi quando ela anunciou que Pombal é candidato a “Concelho Taurino”, e está bem posicionado para obter tão distinta Consagração. Nestas coisas esta malta - Pimpão & C.ª - nunca falha.

O dotor Navega foi obrigado a falar de obras. Perguntaram-lhe pela concretização do Orçamento Participativo de 2017 (Cobertura dos campos do Clube de Ténis). Assumiu que a obra é muito mais cara do que o prometido, e (ainda) não tem dinheiro para obra. Mas para as festas nunca falta dinheiro, diríamos nós, mas não o diz a dita "oposição". O dotor Navega era um homem das obras, respeitado e respeitador, e num ápice, coitado, rendeu-se às festas - o que fazem as más companhias! Agora, o homem nem os campos, para ele e os amigos jogarem Padel, arranja! Já se diz que faz lembrar o engenheiro Almeida, de quem diziam que era tão incapz que nem a estrada para a sua casa arranjava!

Quem esteve muito bem foi a dotora Gina – a varredora da cultura, como lhe chamou o Salvador Sobral no espectáculo que aqui realizou recentemente, e vai repetir! Nota-se que está mais solta e mais afirmativa; leu muito bem o relatório das festas e espectáculos que lhe prepararam, e anunciou um Natal de arromba com um orçamento de 280.000 € - Orçamento...! À “partida” que o dotor Simões lhe pregou respondeu que o assunto deveria estar com a direcção da Cultura, onde se diz que ela não risca nada – a sua especialidade são as festas e os trail.

A dotora Marto, sempre discreta, não quis ficar atrás: anunciou uma grande gala de apresentação das propostas do Orçamento Participativo no Café Concerto e on-line. De eventos e anúncios estamos fartos, dotora Marto. Do que a malta gostava era de uma obrazita!   

30 de novembro de 2023

A falácia do Orçamento Participativo



Os pombalenses estão a ser chamados mais uma vez para a votação do Orçamento Participativo (OP), mas já todos percebemos que ter uma boa ideia não é suficiente. Primeiro porque não é sinal de vir a ser escolhida, depois porque, mesmo que o seja, em Pombal isso não é garantia de nada. Atente-se nas propostas vencedoras em anos anteriores, que vão ganhando mofo. Recuemos, por exemplo, até 2017, ano em que venceu a proposta para  cobertura de um campo no Clube de Ténis de Pombal. Ou da bancada coberta e balneários do campo das Lagoas, na Ilha, em 2021.

Já aqui escrevi várias vezes sobre o tema, por considerar descabido que uma iniciativa destinada aos cidadãos seja habitualmente usurpada pelas colectividades e outras associações, que têm ao seu alcance outras formas de subsidiação. Mas uma vez definidas as regras, e uma vez aceites, que seja. Bastava que fossem cumpridas. Ora acontece que uma das prerrogativas do OP é a execução no prazo de 12 meses. É certo que nunca se diz de que ano...

E também por isso não é de estranhar que cada vez mais colectividades tentem a sua sorte. Aqui só se estranha o critério de admissão. Que alguém nos explique, por exemplo, por que razão a Banda Filarmónica da mesma Ilha foi excluída este ano, com o projecto de beneficiação da sua sede. Para não falar do projecto de intervenção artística e comunitária numa aldeia do Louriçal, há alguns anos.

Nesta dualidade de critérios, sempre com dois pesos e duas medidas, temos uma certeza: Há projectos que são vencedores e nunca chegarão a ver a luz do dia, há outros que são facilitados sem qualquer controle, como foi o caso do PARA, se bem se lembram, sem que nunca exista responsabilização política. 

Este ano estão a votação 11 projectos. E se alguns são genuinamente propostas de grupos de cidadãos (exequíveis no tempo e no espaço), lá estão disfarçados outros. É procurar e perceber de onde vêm. 

28 de novembro de 2023

Câmara desgovernada

Até agora temo-nos centrado nos erros, omissões e trapalhadas do dotor Pimpão & C.ª. Mas dois anos de mandato já nos permitem falar com dados, aprofundar a análise e confirmar conclusões. Por agora só com comparação homóloga, mas a seu tempo divulgaremos a comparação com outros mandatos e decisores políticos. 

Os dados indicam que na área do pessoal Pombal entrou aceleradamente no desfiladeiro da ingovernabilidade. Mas nos combustíveis, nos eventos, nas finanças ou nas empreitadas a realidade será análoga. 



Já aqui tinha alertado para o expressivo aumento do número de funcionários - para os quadros e em regime de avença - e dirigentes. Mas é no indicador do trabalho extraordinário que se encontra o maior desgoverno: aumento de 40% no trabalho extraordinário nos dias úteis; aumento de 25% nos dias de descanso semanal ou feriados.  

O desgoverno da câmara começa a ser preocupante. Por as autarquias serem entidades públicas dotadas de autonomia administrativa e financeira, e por enquadramento jurídico do regime laboral no sector público assentar (quase) exclusivamente no “contrato vitalício”, a área de gestão do pessoal é crítica para o equilíbrio financeiro das autarquias. As que caíram na situação de insolvência (sim, isto não acontece só às empresas e aos particulares…) apresentavam uma estrutura de pessoal exagerada, acumulada por desleixo e amiguismo, que é muito difícil de reverter e compromete por muito tempo o cumprimento das atribuições do município. 

Pombal vai pagar caro a desventura que concedeu ao Pedro. E o Pedro, coitado, também. No final, que se espera não muito distante, seria bom que se aprendesse a lição. A lição que diz que não se pode entregar uma câmara desta dimensão e com esta exigência administrativa a um tipo impreparado, que não controla nem se autocontrola, e se deixou acercar de oportunistas como moscas sobre o torrão de açúcar numa tarde de verão.   

24 de novembro de 2023

Câmara exige indemnização a Diogo Mateus e João Pimpão

O Município de Pombal (o presidente da câmara) fez entrar recentemente no Tribunal Criminal de Leiria, e foi aceite pelo juiz responsável pelo processo, um Pedido de Indemnização Civil contra os arguidos Diogo Mateus e João Pimpão, por no exercício das suas funções terem lesado a câmara.


Diogo Mateus e João Pimpão aguardam julgamento pelos crimes de peculato e peculato de uso. Sobre Diogo Mateus recai também a imputação do crime de falsificação de documentos.

22 de novembro de 2023

Figuras carismáticas

As duas figuras (mais) carismáticas da nossa terra, em pose para a posteridade.

Tão diferentes, e tão iguais - na fama e no carisma.

Deus os abençoe.


20 de novembro de 2023

O presidente de “junta” inconseguido

Num ápice, o dotor Pimpão passou do profeta da boa-vontade, que muito prometia – felicidade e folia, natalidade e prosperidade, bem-estar e envelhecimento feliz, na terra e no céu estrelado - para simples entertainer, que passa o tempo a autopromover-se à custa do orçamento.



Primeiro quis fazer do concelho o seu Domingão, com festas, festivais e arraiais, intercalado com conferências, eventos e celebrações. Mas quando percebeu que folia e bebedeira em excesso provocam azia, inflectiu o sermão do optimismo vazio, das coisas que eram para ser mas não chegaram a ser, para algo diferente, supostamente sério. No Dia do Município - agora convertido na Semana do Município - anunciou que o próximo ano será marcado pela aposta no Desenvolvimento Económico (expressão que é uma incongruência do seu tamanho). Já antes tinha afirmado que o desenvolvimento económico é a pedra basilar para o crescimento do território. Vai daí, encomendou ao Região de Leiria a Conferência Pombal 2030 – Construir o Futuro que teve mais palestrantes que ouvintes, e não se sabe quanto nos custou e como foi/será paga; o dotor Né foi para Espanha, em boa companhia, promover o famigerado Turismo - o Marquês e o Castelo; e saiu o Guia do Investidor com a Via Verde para o investimento. Mas falta-nos o básico: a capacidade de responder aos requerimentos sobre Obras Particulares e o resto. 

Pelo meio, distribuiu mais umas medalhas e prestou mais umas homenagens catitas. Mas vão-lhe faltando mais Farias desta vida para os seus números de altruísmo egoísta.  Na última cerimónia (a terceira do mandato), distinguidos recusaram a medalha. Pois é: o valor das medalhas provém mais de quem as dá do que de quem as recebe.

Chegados aqui, ao meio da ponte, bem pode o dotor Pimpão alimentar esta comédia e comedoria com festas, festivais, planos para 2030 e conferências sobre como Construir o Futuro. Uma coisa é certa: com esta trupe esta terra não pode ter bom presente - quanto mais futuro! 

12 de novembro de 2023

Ele é que é(ra) o presidente da Junta



Está a ser um verdadeiro 'domingão' na freguesia da Redinha - apesar de não ter sido contemplada com a visita do camião da SIC. A esta hora ainda decorre uma reunião de urgência entre o executivo. Porquê? Porque o presidente da junta deixará de ser Paulo Duarte (mais conhecido por Silas) e provavelmente passará a ser o jovem Élio Sebastião.

Silas, o bom da fita, há muito que sabia desta possibilidade. Pelo menos a partir do momento em que se candidatou a um cargo profissional fora do continente. Ora, como acabou de ser colocado nessas funções, impõe-se que a junta tenha um presidente presente. 

É claro que, sendo coerente com o desprezo a que votou o partido que o apoiou nas duas últimas eleições, não passou cavaco aos órgãos do PS. Que poderá finalmente (!) vir a ter uma freguesia sua. 

10 de novembro de 2023

Paradoxos

Em Sines obstaculizam um investimento de 3,5 Mil Milhões de Euros de emprego qualificado ou altamente qualificado - recusam ceder 70 metros de zona dita protegida à zona industrial.


Em Pombal não temos um investimento de meia dúzia de milhões de euros há décadas nem a criação de um único emprego altamente qualificado.

O mundo é muito desigual e ingrato.


8 de novembro de 2023

Um feriado municipal que dura seis dias




Eis que  fomos surpreendidos com o anúncio de que o Dia do Município (feriado municipal de 11 de Novembro) este ano dura seis dias. SEIS dias. É isso, Pedro: se a vida são dois dias e o carnaval são três, por que não há-de o Dia do Município de Pombal desdobrar-se em seis? Porquê ficar-se pela véspera, como era usual, com um espetáculo para o povo? Ora, se temos espaços públicos com lugares suficientes para todos e mais alguns (não ligues à má-língua das redes sociais que aponta o Teatro-Cine como pequeno, que diz que os bilhetes esgotam mesmo antes de ser anunciado, e mimimis) tu avança, com toda a confiança.

Tenho apreciado essa ideia fabulosa de abrires as portas da Câmara aos miúdos. A ideia é pô-los a fazer alguma coisa? É mostrar que isto é tudo nosso? Boa, Pedro! Na volta ainda te ensinam como passar o dia nas redes sociais e conseguir gerir a Câmara em simultâneo. Fazer funcionar os serviços. Ah, espera, aquilo chama-se "à descoberta dos serviços municipais"! Vamos reencontrá-los. 

Tu sabes que é na juventude que se desenha o futuro. Nada temas. São Martinho há-de amparar-te. Pede-se ao cura Vaz que inclua uma oração dessas no "Dia da Família Paroquial de Pombal", no domingo. Que mania têm esses iluminados de dizer que a Câmara deve ser laica. Ou então eclética na representação de outras religiões. Não aprendem nada com o Marcelo. Mas tu aprendes, Pedro, tu sabes quem é que conta. 

E agora fica a dica: no próximo ano, liga o Bodo com o Natal, usando apenas o 11 de Novembro como elo. Fazemos um programa único, boa?!



4 de novembro de 2023

Discussão do Plano Estratégico – uma conversa da treta

O dotor Pimpão resolveu levar o Plano Estratégico à Assembleia Municipal. Fez bem. Nada delícia mais os dotores e as dotoras da província que a oportunidade de falar publicamente de coisas complexas. Foi um deleite ver os nossos altos representantes a debitar banalidades desconexas sobre matérias que desconhecem. O líder de bancada do PSD, J. G. Fernandes, abandonou a reunião quando se iniciou este ponto…



Acompanho as reuniões da Assembleia Municipal há três décadas; não me lembro de assistir a uma coisa tão sensaborona e chocha. O documento não ajuda nada: é um monte de palha que não tem nada de estratégico - nem intento estratégico estabelece - de onde só se aproveita o diagnóstico. Consequentemente, não ajuda nada à discussão da temática, já de si complexa. Mas como as pessoas adoram falar do que não sabem, e gostam de se ouvir, foi uma diarreia de banalidades desconexas e de retórica de polichinelo.

Não conheço nenhum político – e conheço muitos – que use mais vezes a palavra estratégia (e suas derivadas) que o dotor Pimpão - o dos Santos já o quer acompanhar mas ainda não consegue. E sabem porque é que ele usa frequentemente a palavra estratégia? Porque desconhece o seu verdadeiro conteúdo e quer parecer o que não é. Quanto mais frequentemente uma pessoa usa a palavra estratégia mais desconhece o seu conteúdo. No caso do dotor Pimpão chega a ser irritante ouvir o encadeado que ele faz do palavreado sobre o tema. Para além de revelar um profundo desconhecimento sobre a matéria, comprova que é exactamente a negação daquilo que quer parecer, tanto no discurso como na acção/decisão – não possui conhecimento nem réstia de pensamento estratégico. 

O problema daquela infrutífera conversa de café, como alguém lhe chamou, nem foi tê-la. É julgar-se que daquilo, da conversa ou do plano, pode sair alguma coisa palpável, algum contributo concreto para o desenvolvimento do concelho. Contribui tanto como o programa eleitoral do PSD, que o dotor Pimpão ergueu perante a assembleia. Ou seja: nada.

Depois de ouvir aquilo, reforcei a minha consideração pelos que se remeteram ao silêncio – à cabeça pelo J. G. Fernandes.     

3 de novembro de 2023

Má-fé, descontrolo e obscuridade na câmara

A proposta de Aquisição de Combustíveis a Granel foi à Assembleia Municipal, acompanhada pela polémica mal desenvolvida na reunião do executivo. Às dúvidas sobre o estrondoso aumento da estimativa de consumo de combustíveis para 2022, o doutor Coelho acrescentou o pedido de esclarecimento sobre furto de combustíveis nas instalações da câmara – o boato corre às claras e cheio de pormenores na praça pública.

Sobre a primeira questão, o doutor Pimpão, contrariado e crispado, disse que a doutora Marto já tinha informado o doutor Simões que estimativa de consumo de combustíveis para 2022 foi fortemente empolada para se obter maior peso negocial e melhor preço – a chico-espertice saloia já vai neste nível! Sobre o furto de combustíveis nada disse para além de autovitimização.



Já era tempo de o doutor Pimpão meter na cabeça que o exercício da actividade administrativa rege-se por um vasto conjunto de princípios e valores, que, no seu conjunto, asseguram a boa-governação da coisa pública e a respeitabilidade perante os cidadãos, nomeadamente o princípio da boa-fé negocial. É grave que o doutor Pimpão, a doutora Marto e o(s) dirigente(s) não pautem o seu comportamento pelos valores do respeito, da lisura, da rectidão, da urbanidade, da correcção e da integridade”. Mas mais grave mesmo é o desplante de assumir publicamente que a câmara recorre a truques de vigarista na contratação pública. Isto não é sério; isto não é coisa de gente séria.

Por outro lado, sobre a questão, muito grave, do furto de combustível, o doutor Pimpão não desmentiu nem confirmou, só se vitimizou. Incumpriu mais uma vez os deveres de responsabilidade e transparência. Quem se escusa, se acusa.

PS: Enquanto se discutia o furto de combustíveis, João Pimpão lançava apartes: "fui eu e o Diogo; fui eu e o Diogo; ...". Já sabíamos que João Pimpão não respeita a Justiça nem as Instituições Políticas; mas expor, desta forma, o seu ex-presidente é demais. Eis a pimpolhada no seu esplendor.

31 de outubro de 2023

Obras? Fale-lhes de festas

Não conheço o senhor Adelino, morador ali para o lado dos Governos, mas pela intervenção que o “forçaram” a ter que fazer na reunião da “Junta” é, com certeza, um cidadão interessadíssimo pela coisa pública. Um cidadão que identifica problemas e estrangulamentos da mais diversa natureza, avalia (conta os carros durante dias inteiros para poder falar apoiado em dados) e aponta soluções. Mas com este poder mudo para os problemas, que só quer festas, diversão e bajulação, ninguém o ouve, ninguém lhe responde...

Bem pode o “dotor” Pimpão encher a boca com o “todos contam” que já lhe tiraram a pinta, já não o levam a sério - as suas palavras são uma farsa e sua aparência de boas intenções é uma fraude. Como bom-profeta, forja ladainhas em que posteriormente acredita, mas estatela-se perante a realidade. Como bem mostrou o senhor Adelino.


30 de outubro de 2023

Sinal de vida de uma oposição inepta, que nem conhece a lei que a regula

A recente acusação de João Pimpão, presidente da Junta de Freguesia das Meirinhas, pelo Tribunal Criminal de Leiria, pela prática de crimes de peculato, fez despertar a Concelhia do PS de Pombal de um longo sono sepulcral. Mas melhor seria que tivesse permanecido no maldito sono.

Tal como burro calado passa por sábio também inepto inativo passa por capaz. Já se sabia que era tanto ou mais inepta que o poder, mas com o recente comunicado vem mostrar que nem a lei que regula o seu papel conhece.

O João Pimpão não pode suspender o mandato por estar acusado em processo-crime, mas pode - e deve - renunciar. A concelhia do PS deveria saber isto! Se não o sabe, deveria aconselhar-se com quem sabe - jurista/advogado, se não têm lá nenhum/a.

Depois, também deveria saber que essa coisa da presunção da inocência aplica-se – deve ser observada – pelo juiz que decide no processo, não se aplica à política nem à vida em sociedade.

Estavam tão bem a dormir - todo o comunicado é patético.

27 de outubro de 2023

Coisas de inepto

 A habitual proposta de Aquisição de Combustíveis a Granel para o ano seguinte foi à última reunião de câmara - aprovada por unanimidade.

No entanto, o doutor Simões reparou que havia uma enorme variação de consumo de combustíveis, de um ano para o outro, em 2022 foram consumidos mais 100.000 litros que em 2021, e, por isso, perguntou a que se devia tão anormal variação – isto apesar da câmara se dizer muito “Verde” e já ter gastado centenas de milhares de euros em veículos eléctricos, acrescento eu.

Confrontado com tamanha variação/anarmolalidade, numa das principais rubricas da despesa corrente, o doutor Pimpão não soube dar qualquer explicação, nem ninguém por ele - limitou-se a dizer que não sabia.

Já sabíamos, há muito tempo, que o doutor Pimpão não sabe, nem quer saber, o que se passa na câmara; mas será pedir muito que tire duas horas por mês (uma por cada reunião), à diversão sistemática, para ler e se informar sobre as propostas que leva à reunião do executivo?

E não será a variação resultado do rodopio constante por festas, eventos e festins particulares?


26 de outubro de 2023

João Pimpão pronunciado

O actual presidente da Junta de Freguesia das Meirinhas, João Pimpão, foi pronunciado, pelo Juízo de Instrução Criminal de Leiria, a 18-10-2023, pela “prática em concurso efectivo, de: 

- um crime de peculato …, em co-autoria com arguido Luís Diogo Mateus; e 

- um crime de peculato de uso, …, em co-autoria com arguido Luís Diogo Mateus”, no exercício das funções de chefe de gabinete do ex-presidente da Câmara de Pombal.

“encontrando-se o arguido, ainda, incurso nas penas acessórias de proibição do exercício de cargo político e de perda de mandato”.



O sentido ético (pessoal), a ética política vigente e os princípios éticos defendidos e aplicados pelo PSD (e outros partidos) impõem que o João Pimpão renuncie de imediato ao cargo que exerce. Se não o fizer, compete à concelhia do partido a que pertence e por quem foi eleito agir em conformidade com os princípios e prática do PSD: retirar-lhe imediatamente a confiança política e afirmar publicamente que deixa de representar o partido, como muito bem fez Luís Montenegro quando o deputado Pinto Moreira, ex-presidente da Câmara de Espinho, foi constituído arguido por crimes semelhantes. Se compactuarem com eventual desfaçatez do João Pimpão estaremos perante uns “bananas” sem pingo de vergonha e responsabilidade.

À Justiça o que é da justiça. À Ética Política o que é da ética.

PS: custou, mas depois da pressão da direcção do PSD Pinto Moreira renunciou ao cargo de deputado – teve algum decoro.   

Contas do Bodo

A doutora Odete bem cumpriu a formalidade de perguntar pelas contas do Bodo. Tempo perdido. O doutor Pimpão & C.ª não é de contas; é de festas - já está focado na próxima festa, e está-se nas tintas para essa coisa a que chamam contas. Entregou uns números provisórios, só para ludibriar, e seguiu em frente. Não sabe nem quer apresentar contas. Abomina contas.



A doutora Marto veio em socorro do atrapalhado. Disse, com o desplante e a ligeireza reinante, que faltava um papel. Um papel! 

E a doutora Gina, supostamente com aquela pasta, o que disse ela? Nada. Já só faz número. Já só decora o cenário. Consta que lhe está vedado o uso da palavra nas reuniões da “Junta”. Percebe-se. Mas não seria melhor dispensá-la daquele enfado?

25 de outubro de 2023

Retrocesso nas Reuniões Camarárias

Até a doutora Odete já percebeu que o doutor Pimpão não quer que tenhamos acesso aos vídeos das reuniões do executivo. Percebe-se, mas não se pode aceitar tal desaforo.

Em boa hora, D. Diogo iniciou a boa prática de transmitir e disponibilizar livremente as reuniões do executivo e da assembleia municipal. Foi o meio caminho para a sua desgraça...

O doutor Pimpão quer evitar que a história se repita; não percebendo, coitado, que já começou desgraçado - por si, por quem o acompanha e pela forma como acedeu ao poder. Desconhece que na vida política cair em desgraça é o que se pode ter por mais certo. E desconhece também que há duas formas, bem distintas, de cair: com honra ou sem honra (dignidade).

Infelizmente, o retrocesso não é só nas transmissões – melhor assim fosse. É em TUDO. E mais uma vez, tal como com o outro, são os correligionários da maioria que mais se preocupam com o estado da “nação”, que mais fazem para acelerar o inevitável desfecho: uns pressionam os serviços a disponibilizarem os vídeos; outros fazem-nos chegar casos cabeludos.

Em dois malfadados anos a situação enegreceu muito. Enegreceu tanto que até uma praga de baratas (tontas) invadiu e parece querer tomar conta da cidade! Serão as pragas de D. Diogo ou o cerco a apertar-se?

PS: … como vês, Pedro, furámos rapidamente o cerco. 

23 de outubro de 2023

Sobe sobe, balão sobe


 

O presidente da Junta de Vermoil é um rapaz esforçado. Estou em crer que anda a pôr-se em forma para entrar na corrida autárquica em lugar melhorzito, mas isso logo se vê. Daniel Ferreira anda tão feliz com este 'golpe de asa' que lhe ocorreu para o Bodo das Castanhas que espalha a notícia por toda a parte. E onde não vai manda recado. 

Não sabemos ainda quanto vai custar esta brincadeira aos cofres do erário público (sim, vai custar muito dinheiro, pois que basta consultar os preços deste tipo de evento para perceber que só em Vermoil é que a festa se faz por cinco euros, ao preço da uva mijona). Mas isso também não interessa nada. O que importa é ver o povo contente, por instantes: O balão vai subir cerca de 30 metros e descer, logo a seguir. Alguma vezes, tantas quantas puder, entre as 14 e as 16 horas. A sensação será parecida com aquela que temos numa qualquer roda gigante da feira de Maio. 

Mas podemos sempre fazer de conta e imaginar Vermoil com laivos da Capadócia. 

Podemos fechar os olhos e imaginar uma Junta preocupada em criar qualquer coisa com substância para preservar a melhor marca de feiras que há neste concelho - o Bodo das Castanhas - em vez de soprada pela espuma dos dias. Imaginarmos uma freguesia preocupada com o envelhecimento e o despovoamento. Enquanto isso, escusamos de apanhar bonés. 

18 de outubro de 2023

DEZ anos de doutor Pimpão

O doutor Pimpão completou, ontem, DEZ anos à frente da câmara. Dez anos cheios. Cheios de eventos, de festas e de muita embriaguez. Anos de felicidade para a Gina e para a Catarina, para o Navega, para a Marto, para o Marco, para a Nicole, para o Né e a Inês, para o Renato, para o dos Santos, etc.


Como diz a canção, DEZ anos é muito tempo! Em pouco tempo o doutor Pimpão já leva muito tempo, mas   com pouca realização. Com o seu entusiasmo convulsivo e incontrolável deixou-se absorver pelo rodopio público, oscilando entre os prazeres mundanos e as obrigações públicas. E assim gastou metade do tempo a iludir-se com fantasias - festas e eventos - e a outra metade a propagandear os seus devaneios, na exaltação mediática de uma felicidade tola que enfastia e faz bocejar. Assim desbaratou rapidamente o pouco que tem de amável. Actualmente é uma criatura despedaçada entre os seus êxtases e os seus tormentos, com uma existência partida em duas que já só procura, instintivamente, esquivar-se de tudo. Uma espécie de navegante sem rota e sem qualquer desígnio mobilizador, a quem a bússola mostra que segue à deriva, mas incapaz de deter o curso da embarcação. Fraco demais para vencer a incerteza do êxito vive os momentos mais penosos do reinado, infeliz por sua virtude e mais infeliz ainda pela sua fraqueza.

E nós, neste ambiente esquisito - pálido, cinzento, nubloso -, por aqui vamos resistindo, e incomodando, sem fé em melhores dias, com a noção clara que os dois anos que ainda restam ao doutor Pimpão serão uma eternidade.

13 de outubro de 2023

A falta de Intento Estratégico da Estratégia de Desenvolvimento POMBAL (III)

O Plano Estratégico de Desenvolvimento POMBAL2030, mandado realizar pelo doutor Pimpão, é uma coisa chocha e irrelizável: não tem Intento (Estratégico - sabe lá ele o que isso é) nem Estratégia (de Desenvolvimento). E também não tem verdadeiras acções/decisões estratégicas; nem verdadeiros objectivos mobilizadores; nem indicadores quantificáveis; nem metas a atingir. Não é um plano estratégico, mas serve perfeitamente o propósito do doutor Pimpão: mostrar que quer governar...

O plano propõe 151  “medidas estruturantes” (!) – 151 intenções - que servem para qualquer concelho deste país. O que permite que o doutor Pimpão escolha as que consegue implementar. Mas uma coisa é certa: não conseguirá implementar o plano proposto. Por duas razões (qualquer delas bastante): (i) incapacidade própria; (ii) o plano é irrealizável - exigiria centenas de milhões de euros.

O cargo de presidente da câmara exige competências em dois domínios essenciais: conceptuais (pensamento analítico, capacidade de planeamento, capacidade de decisão e de assumpção de responsabilidades); e operacionais (capacidade de realização – de fazer acontecer as coisas).  Pombal já teve presidentes de câmara com boas competências nestes dois domínios, por exemplo Guilherme Santos e Diogo Mateus. E também já teve presidentes com competências fortes num dos domínios, por exemplo Narciso Mota na capacidade de realização. Mas nunca teve um presidente destituído das competências essenciais exigíveis ao cargo.  

O doutor Pimpão não concebe nada - paga a quem pense por ele; e não realiza nada de substantivo - contratou um Director Municipal para executar por ele, que dramaticamente também não executa nada.  Pelo que nos chegou, de fonte segura, os consultores já lhe tiraram a pinta, já perceberem a sua incapacidade congénita de realização. Talvez por isso, lhe entregaram um plano cheio de intenções, chocho e irrealizável.  É melhor assim.

11 de outubro de 2023

A falta de Intento Estratégico da Estratégia de Desenvolvimento POMBAL (II)

O documento - Estratégia de Desenvolvimento POMBAL2030 - é uma enorme amálgama de banalidades, deturpações conceptuais, palpites e boas intenções para todos os gostos e feitios. 

O despropósito maior está na audição de “Seis Personalidades Estratégicas do Concelho”, indicadas pelo doutor Pimpão, que ali foram debitar um conjunto de palpites e tontices que embrutecem a mais lúcida criatura. Quando as consagradas Escolas da Estratégia descobrirem este factor/constructo da FN WAY, designado “Personalidades Estratégicas”, terão de atualizar os seus manuais, e grandes pensadores como Sun Tzu, C. Clausewitz, M. Porter, H. Mintzberg, I. Nonaka, etc. serão engavetados.



Chega a ser angustiante ler os palpites, desgarrados e patéticos, que estas ilustres figuras debitaram para esquecimento. Ficámos a saber que a maioria nutre grande estima pelo Marquês, pelas virtualidades do mundo rural e da floresta e pelo potencial turístico do concelho. Uns dizem que “Pombal desenvolveu-se “à custa” da sua posição geográfica” e “tendo a sua localização como a melhor vantagem”, outro diz que “a proximidade a Coimbra, Leiria e Figueira da Foz coloca Pombal numa situação mais frágil/complicada”; um diz que “O crescimento de Pombal passa, sobretudo, pelo desenvolvimento económico e na criação de condições para que isso ocorra”, outro diz que “A ruralidade deve ser vista como uma das maiores potencialidades de Pombal, como um ativo gerador de riqueza”; um diz que “O concelho tem dificuldade em atrair grandes indústrias, não havendo um setor que se diferencie”, outro diz que se deve “ser seletivo no tipo de empresas que se localizam no concelho”; um diz que “Pombal deve competir com outros concelhos, sendo fundamental criar um ecossistema diferenciador”, outro diz que “Pombal não quer indústrias que geram emprego qualificado”; um diz que “Pombal é, muitas vezes, encarado apenas como um ponto de passagem, sem elementos estruturados que motivem a paragem para visitar”, outros dizem que “Pombal deve reforçar a aposta na componente intangível do turismo, ligada às experiências, aos momentos”, “potenciar experiências que transponham o verdadeiro valor das coisas”; um diz que “a aposta deve centrar-se no turismo à volta do mar”, outros dizem que se deve dinamizar eventos (Roteiro Pombalino; receitas do Marquês, recriações históricas) e que os “eventos culturais devem ser pensados para fora, para atrair pessoas”; uns dizem que “o concelho não oferece oportunidades profissionais que se coadunam com a sua formação” e “deveria aproveitar o talento”, outro diz que “Pombal precisa de mão-de-obra qualificada (cortador de carne, bons cozinheiros)”!

Numa terra onde é mais fácil entontar uma pessoa que torná-la sábia, ou pelo menos pensante, abandalha-se tudo. Se fosse para juntar ao embrulho umas personalidades da terra, teria sido melhor – mais vantajoso – ouvir, por exemplo, o Cura Vaz e o Graciano Ricardo - figuras relevantes na terra e perfeitamente alinhadas com o doutor Pimpão & C.ª. Com a enorme vantagem de o primeiro falar regularmente com o Senhor, o que poderá ajudar-nos a alcançar o almejado milagre; o segundo fala com muito povo, e do povo vem-nos o que nos faz muita falta: senso comum e bom senso.  

9 de outubro de 2023

A falta de Intento Estratégico da Estratégia de Desenvolvimento de Pombal (I)

Uma proposta (prévia) da Estratégia de Desenvolvimento POMBAL2030, encomendada pelo doutor Pimpão aos amigos da FN WAY – Mira Amaral, Miguel Frasquinho & al –, foi finalmente apresentada!



A proposta é uma uma enorme carrada de palha, bem enfardada e bem empilhada mas de forragem de fraco valor nutritivo e baixa digestibilidade, que servirá unicamente como objecto de entretenimento e propaganda – 312 (!) páginas que nos ficaram a 128 € a página – preço da uva mijona.

Como já se percebeu, o doutor Pimpão não faz o que sabe nem sabe o que faz. Como todo o inepto (político) precisa de alguém, supostamente credível, que lhe diga o que deve fazer; aí tem a “receita”, não a que o podia ajudar mas a que se pode arranjar.

Na verdade, todo o burro come palha, o segredo está em saber dar-lha. Aqui o truque foi o mais básico: colocar à frente do burro um enorme monte de palha que o entediasse pela quantidade.

Mas castigo, castigo, seria obrigar o doutor Pimpão a ler o embrulho todo, no seu gabinete. Ficava-nos bem barata a “festa” – ocupava-o durante meses, ou anos, e poupava-se muita asneira.

7 de outubro de 2023

Excesso de Zelo, ou a marca de Coucelo


Não restam já dúvidas de que neste mandato autárquico a Assembleia Municipal foi salva por Paulo Mota Pinto: um (verdadeiro) democrata, ciente das responsabilidades do cargo, um homem muito acima da pequenez reinante naquelas bancadas. Esta era a ocasião perfeita para muitos aprenderem como se faz. Só que, para isso, é preciso alguma humildade. 

Ora, na última reunião, Mota Pinto teve de abandonar os trabalhos antes do fim, deixando o lugar entregue a João Coucelo, o omnipresente membro do PSD que tão depressa aponta os nomes de quem fala como salta para a bancada com retóricas sobre tudo e mais alguma coisa. Coucelo já foi, por mais do que uma vez, presidente da AM em exercício. Mas divide com Pedro Pimpão essa apetência para ficar em cima do muro, e por isso nunca subiu o degrau seguinte. Em momentos como o da última Assembleia, percebe-se porquê. Quis dar uma de democrata-mor e aceitou aquela trapalhada da recomendação-e-proposta da bancada do PS. Mas logo a seguir apressou-se a dar o exemplo, não só votando contra, como usando de uma declaração de voto "extemporaneamente" como o próprio admitiu. 

Estas peneiras não se levam a mal doutor Coucelo. Mas também não podem levar-se a bem. 

1 de outubro de 2023

Número(s) pífio(s)

Acompanho as reuniões da AM há mais de três décadas. Nunca vi desempenho da oposição mais pífio que o da última reunião - do primeiro ao último minuto! Com isto não estou a dizer que os membros da oposição são os piores que ocuparam aquelas cadeiras nas últimas décadas, mão tão-somente a afirmar que o seu desempenho tem sido sofrível e atingiu, na última reunião, o ponto mais baixo – um desastre político total e absoluto. 

Já aqui demos nota da forma como decorreu o PAOD, a “Leitura e discussão da informação do Presidente da Câmara” e a Aquisição dos terrenos da Quinta do Emporão. E era para comentar o ponto referente à “Requalificação do CE de Conde Castelo Melhor”, onde (quase) toda bancada do PS criticou a proposta de todos os lados e levantou graves insinuações sobre as intenções da câmara, mas acabou a votar favoravelmente – aprovação por unanimidade. 

Quando se julgava que era difícil fazer pior, eis que surgem as usuais propostas e/ou Recomendações do PS! Um número simplesmente inanarrável. Custa a compreender tanta precipitação e tanto desnorte. Ao ouvir aquilo veio-me um pensamento à cabeça que durante aquela longa discussão nunca mais saiu: com esta bancada do PS até um básico como o Pedro Pimpão brilha! 

Deus lhes perdoe!



29 de setembro de 2023

Compra da Quinta do Emporão – unanimidade burra e aclamada

Na última reunião da AM, o doutor Pimpão teve o seu primeiro momento de glória política, enquanto presidente da câmara. Fez o pleno - a felicidade geral – com aquisição de uns terrenos rústicos, em leito de cheia, sem potencial de valorização, ao preço do ouro – 27 € por metro quadrado – valor que passa a ser a referência para este tipo de solos. Foi comovente, e bonito, ver a felicidade daquela gentinha, ávida de bajulação, e a troca de salamaleques entre eles.

Coube ao doutor Siopa a abertura dos encómios; pois quem melhor que ele o saberia fazer. Subiu ao púlpito e desafiou os outros a fazerem o mesmo… Na verdade, o púlpito e o doutor Siopa foram feitos um para o outro, fazem um perfeito binómio. O púlpito eleva; e o doutor Siopa, que fala bem e está convencido que apreciam o que diz, gosta de se elevar. No seu hilariante floreado, resolveu justificar o elevado preço dos terrenos com o patético argumento de “daqui a CEM anos ninguém se vai lembrar do valor pago”. A nossa desgraça política não é o doutor Siopa existir (politicamente) e fazer estes números, até porque daqui a meia dúzia de anos ninguém se vai lembrar que ele existiu; é a classe política estar povoada com criaturas como o doutor Siopa.

Seguiu-se-lhe no púlpito o doutor Coucelo, um gentil-homem sapiente e com memória, penosamente amarrado ao papel de apontador de faltas e presenças, que também sabe e gosta de falar (do púlpito), e que logo ali, a contragosto, teve de desmentir o doutor Siopa. A falta de memória é um empecilho terrível.

Seguiu-se-lhe, depois, o doutor dos Santos, esse alfenim que sorri quando fala e fala quando sorri, tipo pintassilgo, e lambe os beiços de gosto quando bajula alguém. Naquele momento, conveio-lhe bajular o doutor Siopa...

Muitas outras almas foram para ali dar ao rabo e fazer gala dos seus créditos pelo “feito”! Mas de umas já falámos demais; e com outras não vale a pena gastar mais latim. A não ser para dizer que, no meio de tanto disparate,   saíram da boca do João Pimpão as palavras mais ajuizadas – quem diria!

Feira do Livro - um sucesso garantido

 



As notícias do verão dão-nos conta de que, apesar de Portugal ser o país que menos lê em toda a Europa, as coisas estão a mudar. 

As imagens da TV mostraram-nos sempre grandes concentrações de pessoas, público avultado e atento, até em pequenos festivais literários. Já passei duas vezes pela nossa (regressada) feira do Livro. Está óptimo para quem prefere ficar longe de multidões. E fica-nos uma certeza: temos um público muito especial. 

28 de setembro de 2023

A refrega dos três Joões

No passado, o ponto “Leitura e discussão da informação do Presidente da Câmara” era o mais pacífico das sessões da AM – uma espécie de “time-out” aproveitado pelos antagonistas para respirar fundo, normalizar a tensão e pulsação. Neste mandato têm sido muito participado e polémico - sistematicamete usado como uma espécie de prolongamento, onde os antagonistas procuram inverter o resultado da primeira refrega ou salvar a própria exibição.

Na última reunião coube ao doutor Coelho a abertura das hostilidades, com um tema que nem por simpatia lá cabia. O tema era/é bom, e até foi bem desenvolvido, mas não era para ali. O doutor Coelho deve tê-lo alinhado para o PAOD; mas como ficou sem tempo (ò tempo volta p` trás!) quis recuperar... Espalhou-se. Foi pena. 

O doutor Coelho fala bem (correctamente), sabe umas coisas e sabe pensar; mas há ali sempre algo de inconseguido - ora lhe falta tempo, ora escolhe mal a oportunidade, ora mete a pata na poça ou lhe faltam apoios. É uma espécie de Morais Sarmento da política pombalense…

Ao doutor dos Santos bastou o regimento para o colocar fora de jogo. O doutor dos Santos está essencialmente para isto - para pregar umas rasteiras regimentais. Com este presidente da AM já teve uns desgostos, mas não deve ser monesprezado. Neste caso a falta foi evidente, tinha que ser punida.

A um lance destes não podia faltar o outro João, o da linhagem Pimpão; um roliço com boa sustentação mas sem destreza de movimentos e de argumentos, que despreza as maneiras (“só liga à forma quem não tem conteúdo”) mas dotado de faro político e killer instint. Aproveitou logo a rasteira ao Coelho, e, com uma cotevolada ao dos Santos e um chega-para-lá ao presidente (da AM) varreu o terreno. E com o número inchou, e partiu confiante para o resto da refrega.

Eis a política pombalense no seu melhor.


27 de setembro de 2023

Da eloquência da oposição - ou da organização


É sempre um deleite ouvir boas intervenções, bem preparadas, e posições bem defendidas - sobretudo neste mandato, em que o nível baixou consideravelmente, a começar pelo executivo municipal e a acabar nas bancadas, pobres bancadas.

Ora, quando acontecem intervenções excepcionais percebemos por que razão foi agora colocado um púlpito na AM. Mesmo que ilustres modestos - como o doutor Siopa - prefiram, por vezes, falar da bancada, sentados, com todo o respeito e deferência pelos demais, mormente os que são desprovidos de eloquência. Ainda assim, há quem se entusiasme de tal modo que acaba por açambarcar o já de si reduzido tempo disponível para toda a bancada do PS. E então, quando chegou a vez do líder “espraiar apontamentos”, a ocasião estava reduzida a pó, cinza e nada. Valeu ali a (já habitual) prontidão do presidente da mesa, Paulo Mota Pinto, que - julgando tratar-se de alguma riposta política - concedeu a Coelho o tempo que já não tinha. Porque isto é como diz o povo: de onde não há, não se pode tirar.