25 de setembro de 2024

O PS vai alinhar os chakras


 

O PS/Pombal vai a eleições na próxima sexta-feira, com uma lista única, o que quer dizer que o próximo presidente da concelhia será - em teoria - o terapeuta holístico Rui Pinhão. 

Sabemos todos como o partido anda precisado de meditação, de equilíbrio, e por isso é hora de alinhar os chakras. A lista P, que se apresenta a eleições, tem tudo para reunir em constelação tudo o que nos falta. Por isso é hora de ficarmos descansados quanto ao futuro, o mesmo dizer quanto às eleições autárquicas do próximo ano. 

Pinhão - que nasceu em Ansião mas aqui mora há muitos anos - vai acompanhado de um rol de socialistas mais ou menos conhecidos, com o grupo de João Coelho a liderar as hostilidades. Já o grupo de Odete Alves está - em teoria - afastado das lides. 

Como em política nem tudo o que parece é, só a acção futura nos vai mostrar o caminho da verdade e da luz. 

Impermeável à crítica, o novo líder do PS/Pombal diz (no seu sítio da internet) que sempre se sentiu "uma criança diferente das outras, e com uma forte sensação de que um dia iria deixar a minha marca ajudando os outros". Estava escrito nas estrelas. Diz que até chegou a pensar em "ir para padre". Afinal, ficou-se pelos escuteiros. 

Pelo andar da carruagem, o melhor é deixarmo-nos de eleições e fazermos só uma convenção de Baden Powell. Com essa canhota Pimpão não se importa. 

16 de setembro de 2024

Não comunicar? Faz P.Art(e)


Há um princípio em comunicação que estabelece uma regra clara: o que não é publicado "não existe". E esse é um mantra antigo, muito antigo, da era pré-digital e redes sociais. É quase tão antigo como o princípio do respeito pelas ideias dos outros, renegando o plágio. Ora, vendo o que aconteceu em Pombal nos últimos dias concluímos que, por cá, juntamos o pior dos dois mundos. 

Não bastava a Câmara ter sido acusada de roubar a ideia de um festival de arte urbana a um punhado de artistas locais, conseguiu ainda fazer o pleno: gastar o (nosso) dinheiro e esforçar-se por não o divulgar, quiçá com vergonha do sucedido.  

O local foi bem pensado, a iniciativa também, e é sabido que em Pombal corre uma cena de Hip-Hop - com vários trabalhos já gravados por malta da terra. Também é sabido que a arte urbana tem não só seguidores como promotores, e por isso fazer um festival dedicado a uma e outra coisa junto à Casa Varela, era mais do que tirar a cultura debaixo da ponte, encimando-a. Mas é preciso que se saiba que as coisas acontecem, sob pena de se fazerem só para quem as executa. Trazer a Pombal nomes sonantes como o lendário Sam The Kid, Nasty factor ou Vludo, limitando-se a um post na página do Município é não só ofensivo para os artistas como para quem lhes paga: nós. 

Ao longo das últimas horas sucederam-se lamentos de quem só soube que cá estiveram depois do evento ter acontecido. Porque o gabinete de comunicação da Câmara funciona como se estivéssemos em 2004 e bastasse enviar uma nota de imprensa para os jornais - que nesse tempo eram vários - duas semanas antes. Ou então em 2008, e o mais ousado fosse um post no facebook. 

É recorrente esta falta de comunicação da autarquia, que o presidente pensa que compensa com a promoção da arte de rotear por aí, nas suas páginas pessoais. De que nos serve que promova os eventos depois de acontecerem?! O que interessa que descarreguem fotos à pázada na página da Câmara se a divulgação não existiu? 

Assim não, Pimpão. Assim não vamos lá. Muito menos cativamos os mais novos para darem de si à terra. A não ser que a ideia seja só chamar os que já estão predestinados, vulgo "jovens autarcas" e quejandos.

O Faz P.Art - Street Art Festival”, tinha tudo para criar público: um festival ligado à arte, ao ar livre, à sustentabilidade e ao meio ambiente.  Mas aqui temos o síndroma invertido de Midas. E não promover...Faz Parte.