30 de julho de 2021

Corta, corta, corta…

… que nisto das emissões quem manda sou; e enquanto eu mandar, falas se falares como deve ser…

Pensas que podes dizer o que queres, pensas?

Pensas que podes vir para aqui defender o teu amigo, e atacar-nos, pensas?

Pensas que és o maior, pensas?

Achas-te engraçado, engraçadinho? Mas comigo não fazes farinha, não troças nem (me) metes uma pulga atrás da orelha…, que eu não deixo. 

O mal foi terem-te deixado falar… Quem está, está; quem não está, não está… Aqui não devia haver mas nem meio mas… Ai se fosse eu a mandar nisto tudo… Mas como temos aqui muito banana, que não os tem no sítio, bastou falar-lhe grosso para ele meter o rabo entre as pernas. 

Mas pronto, pio cortado festim acabado. 

29 de julho de 2021

Tempos de mudança

Anunciam-se tempos de mudança na política pombalense. O que, em princípio, são boas notícias.

O PSD – Pedro Pimpão – apresenta-se às eleições com uma lista totalmente renovada. Não reconduz nenhum dos actuais vereadores. Faz bem. Mostra que, apesar de três décadas no poder, continua a saber ler a realidade e a saber tirar conclusões.

O movimento (uniformemente retardado) de Narciso Mota chocou com a realidade. Berrou. A desistência é um dos poucos momentos de lucidez, que permite colocar um ponto final no descrédito dos intervenientes.

O PS continua igual (com a mesma e…). É um partido que perdeu a noção da realidade, que foge dela como a avestruz (enfia a cabeça na areia convencida que não vendo ninguém também ninguém a vê). O problema são as eleições. Nelas é preciso mostrar e dar a cara. E quem mantém a cara enfiada no subsolo durante quatro anos não pode ter cara para mostrar quando dela mais precisa. Se conseguir participar nas eleições é já uma pequena vitória. Mas com tanta intriga e desistências vai ser difícil.

28 de julho de 2021

Nós, os desfalcados

Uma notícia da agência Lusa nesta quarta-feira, 28 de julho, coloca a nu aquilo que os censos de 2021 revelaram, aquilo de que há muito suspeitávamos e temos vindo a dizer, aqui no Farpas: estamos sem gente, estamos a perder população a todo o vapor. De tal ordem que somos o único concelho do distrito de Leiria que perde mandatos. "Abusaram tanto deles, que perdemos dois", disse-me esta manhã um camarada, quando comentávamos esta triste realidade. 

Partimos para as eleições autárquicas assim. Desfalcados. Por isso é um tanto risível ouvir os chavões que o putativo próximo presidente utiliza, no modo campanha, prometendo mundos e fundos do digital, da sustentabilidade, como se só agora tivesse descoberto o buraco em que estamos. Nós, que temos aqui tudo à porta, que enchemos a boca com a centralidade, com as vias de comunicação, como aludia um secretário de Estado que aqui veio há poucos dias apresentar a candidata do PS. 

Começa a ser ofensivo, para quem cá ficou, ouvir esse chorrilho de palavras ocas. Quando falo do caso da terra aos camaradas da imprensa regional que resistem, no país, enquadro o nosso empobrecimento: os jornais fecharam porque o tecido empresarial definhou, porque o poder não gosta de verdades incómodas. Ouçam-se as rádios e atente-se no que é a publicidade: a oficina, a tasca, a mercearia. Ou nem precisamos de tanto: uma volta pelo coração da cidade, por estes dias (em que até temos mais gente, graças aos que vêm à terra visitar a família, depois de terem partido à procura do que aqui não tinham) ilustra bem o estado a que chegámos, com as lojas vazias. Pombal é nada menos que uma cidade em agonia, graças a essa insuficiência cardíaca. Foi bom para o Pimpão [Pedro], que assim conseguiu um espaço catita para sede de candidatura. Ate setembro, é menos uma loja fechada.

Todo esse estado comatoso com que partimos para as eleições autárquicas é uma espécie de pescadinha de rabo na boca - Sem gente não há movimento, sem dinâmica não há crescimento; assim se explica tão facilmente a descredibilização da política e a dificuldade que os partidos tiveram em fechar listas. Deixou de ser atractivo integrar um órgão autárquico. Aqui chegados, talvez não fosse pior que as candidaturas repensassem o que dizem nos programas - se os houvesse. Que experimentassem uma espécie de back to basics - para sermos modernos. Deixem-se lá da conversa de atrair mundos e fundos, e preocupem-se em segurar os que ainda cá estão. Em dar alguma qualidade de vida aos mais velhos (foi a parte que fixei do discurso de Odete Alves), que são a esmagadora maioria. O tempo já não é o dos Lares, Centros de Dia e Apoio Domiciliário. É outro. 

E nós que passámos a vida a apresentarmo-nos como um concelho do litoral, estamos desgraçadamente no plano do Interior, só que sem oferta turística, sequer. Somos então 48.966 eleitores, menos 3.216 do que há quatro anos. 



23 de julho de 2021

O partido do Jardim da Várzea

Hoje, ao final da tarde, o PS local vai apresentar a Candidatura às Eleições Autárquicas no Jardim da Várzea. A escolha do local tem tanto de acertada como de inevitável. O partido do Jardim da Várzea fica sempre bem na Várzea. 

O PS foi sempre da Várzea, mas só nos últimos tempos ficou conhecido pelo Partido da Várzea, ou mais concretamente, pelo Partido do Jardim da Várzea. Ser da Várzea ou pela Várzea não é um handicap para uma corrida autárquica, antes pelo contrário. Handicap é ser o partido do Jardim da Várzea, é ser o partido só do Jardim da Várzea. 

Custa muito, a um democrata, ver um partido com a responsabilidade e a história do PS local chegar ao final do mandato autárquico associado unicamente à questão do Jardim da Várzea. E mesmo nesta, ter ido simplesmente a reboque da opinião pública, atrás da onda.

Passaram mais quatro anos, que somam a outros vinte, um mandato cheio de polémicas, de irregularidades e de guerras declaradas entre os protagonistas no poder; e, mesmo assim, o PS que hoje se apresenta aos pombalenses não é novamente alternativa. É um partido resignado à sua condição de apêndice, enfraquecido, dividido, descrente, apático, sem ideias nem instinto político, conduzido por figuras que nem mesmo chegam a saber para que serve a política, que vivem demasiado à parte da comunidade, destituídas de razões pró ou contra o que quer que seja.

Custa e talvez seja desnecessário falar disto. Mas há realidades que, por muito que façam doer os olhos, e os sentimentos, não se podem ignorar.

18 de julho de 2021

O Novo Salvador


 

45º Aniversário do TAP

Termos uma companhia como o TAP em Pombal é um enorme motivo de orgulho. Os anos passam, mas o grupo tem sabido manter viva a inquietação que o encoraja a abraçar as mais exigentes parcerias. As comemorações do 45º aniversário, que terminam hoje, são a prova disso mesmo. E como o melhor vem sempre no fim, o TAP convida-nos para "O Banquete", servido hoje às 21h30, no Teatro-Cine, numa encenação de António Oliveira e Julieta Rodrigues, da Companhia Radar 360º. Muitos parabéns ao TAP!

15 de julho de 2021

Vão para dentro, que se constipam


 

O presidente da Câmara e a vereadora da Cultura chamaram a imprensa esta semana para anunciar o programa que assinala as festas do Bodo - ainda congeladas pela pandemia.

Além do Arunca com água e das farturas em três ou quatro pontos da cidade, o Município elaborou um programa com vários apontamentos musicais e exposições, chamando-lhe na mesma "em dias de Bodo", tal como fizera no ano passado. Só que desta vez o palco não será a Praça Marquês de Pombal. Julgávamos (muitos de nós) que seria o 'jardim' do Cardal, travestido de praça desde as obras, pois que ali decorreu recentemente o primeiro espetáculo do Festival Sete Sóis Sete Luas, bem como o 'Crianças ao palco', organizado pela Junta.

Mas eis que Diogo Mateus e Ana Cabral anunciaram a surpresa: os espetáculos não são ao ar livre, mas antes no Teatro Cine e no (ressuscitado) auditório da biblioteca. Escudaram-se nas indicações das autoridades de saúde. Ora, como todos sabemos, todos os especialistas à escala nacional e mundial apontam as atividades ao ar livre como mais seguras no que respeita à transmissão do vírus e propagação da covid-19. Mas no concelho de Pombal é diferente. Não deixa de ser estranho que a mesma autoridade de saúde autorize animação de rua nas praias do mesmo distrito de Leiria, por exemplo. 

Pombal será um caso de estudo, também nesta matéria. Além dos dias de Bodo, também o ATL da Junta de Freguesia de Pombal viu chumbadas as idas à praia com as crianças. Não vá o vírus esconder-se no parque do Osso da Baleia. Mas podem ir ao aquaparque, ok?

Por último, percebemos que está tudo bem quando não há perguntas sobre nada disto. 

10 de julho de 2021

PARA, ou a vã glória de subsistir

Nos últimos anos o Farpas tornou-se um nome conhecido nos corredores dos tribunais. Até hoje, a Justiça foi o que tem de ser: justa. Para desgosto dos poderes instalados e dos que se querem instalar...

No caso mais recente, o juiz não só não pronunciou o arguido como discorreu de forma brilhante sobre o que deve ser o exercício da liberdade de expressão, a crítica e a honra. Sobre o que é o Farpas. Foi a propósito de um post publicado em março de 2019 anunciando a criação de uma associação que morreu na casca - embora estejam criadas todas as condições para renascer. Falamos da  PARA - projectos de apoio a recursos para o autismo, cuja direção é presidida pelo homem de mão de Pedro Pimpão para a área da comunicação - Patrick Mendes - tendo como diretora executiva a sua mulher, Viviana Mendes. Depois juntam-se ao ramalhete outras flores locais, que não contam para o caso, à excepção da cândida presidente do CDS, Liliana Silva, que fotografou e difundiu a constituição dos órgãos sociais da associação e deixou que outra pessoa fosse acusada de 'toupeira', no seu lugar.

Há capítulos da história que, por ora, me vou abster de contar. Como os que envolvem a manipulação da Associação de Pais como meio para atingir um fim. Por ora, importa sublinhar aqui outras coisas:

1. Diogo Mateus percebeu bem o que ali estava em causa. Podemos acusá-lo de muita coisa mas não de compadrio e amiguismo

2. Pedro Pimpão é presidente da Assembleia Geral da Associação PARA, e mesmo antes de chegar ao poder já está a dar a mão aos amigos. Por isso são exageradas as notícias da morte desta nobre associação - que logo na primeira reunião aprovou a criação de um posto de trabalho para a mulher do presidente - como aventava na sua alegação o advogado Edgar Domingues, responsabilizando-nos por tal infortúnio. 

3. Quem tem dinheiro para contendas judiciais não precisará, certamente, dos dinheiros públicos. Agora só precisa de embrulhar a decisão do tribunal e prosseguir nessa senda que é #umanovaambicao

foto in https://www.psd.pt/pt/cen/justica

A Síndrome


 

9 de julho de 2021

Ora viva, senhor deputado


 

A partir de segunda-feira o jovem Joel Gomes vai ser deputado na Assembleia da República, substituindo no cargo um político de carreira: João Paulo Pedrosa, que assumirá funções de direção na Segurança Social de Leiria. 

O Joel veste bem a pele de socialista local, no que respeita à capacidade de encaixe e impermeabilidade à crítica. Por isso podem apressar-se a pedir-lhe amizade nas redes sociais e a felicitá-lo por tão suadas funções, fruto de um trabalho político ímpar que desenvolveu ao leme da JS de Pombal e do distrito de Leiria. É chegada a hora do país conhecer a capacidade de intervenção, e sobretudo as posições que defende. Fogo à peça, Joel!

8 de julho de 2021

Sinais dos tempos: o PSD socializou

Em Pombal, temos – também - dois PSD`s: o da câmara e o alternativo (à câmara e às juntas). O da câmara governa, com agenda própria, movido pelo fazer por fazer, e agora pelo não-deixar-fazer; o alternativo escorraçou o actual e esperava que os dias passassem depressa, sem fazer ondas, pelo “pote”.

Mas, entretanto, deu-se conta que o actual dono do “pote” o quer deixar vazio, e, se possível, roto. Os alarmes tocaram. A compra do Hotel Pombalense foi o verdadeiro sinal de alarme. Vai daí, decidiram, na última reunião da comissão política, realizada anteontem, que é preciso tomar posição pública contra a perniciosa compra. E rejeitar a proposta de compra que o executivo terá que submeter à assembleia municipal.

Isto promete.


6 de julho de 2021

Onde se dá conta da mui digna cerimónia da conquista da ensinança inferior e da eminente conquista do Pança

Aos dois dias do mês de julho do ano de mil seiscentos e vinte e um, o nosso mui alto, magnânimo e esforçado Príncipe conquistava para o reino uma extensão da Escola Superior do reino vizinho, que aqui virá ministrar ensinança dita de inferior, mas mui necessária para este atardado reino. 


A mercê foi concedida pelo mui digno e singular ministro da ensinança superior do reino de Portucale, grande criador e defensor da ensinança inferior, que foi recebido, com grande solenidade, ordem e regimento, no mui bem engalanado auditório da biblioteca do reino, para a concretização do acto. Para a dita cerimónia foram igualmente convidados a regedora da região centro e o mui distinto reitor da dita escola superior, agora dedicada ao inferior. O Príncipe fez-se acompanhar pela bibliotecária-mor, promovida a educadora do reino, pelo ministro das obras-tortas e pelos principais senhores e senhoras do reino que muito embelezaram o rito. A doutora das mouriscas completou discretamente o enfeite.

Na hora de falar, o Príncipe fez uma arenga mui bem-feita e bem conforme aos ditos cursos, esqueceu por momentos as críticas à política de ensino do reino, e meteu palavras e sentenças tão notáveis que pareciam de prudente príncipe. No final, agraciou as ditas figuras com medalhas (de latão) e cabazes de comedura.

O Pança esteve, desta vez, diligente e discreto, mostrou muita prestança, trato e proficiência na disposição e assento das distintas figuras segundo as suas precedências. No final, intercedeu, junto do Amo, por uma reunião como ministro do reino, que o meteu logo no lugar, sussurrando-lhe que “reuniões com ministros do reino não são coisa para criaturas da tua condição”. 

No mesmo dia, depois de tudo feito e acabado, o Príncipe alardeava grande contentamento pelo número, mas o Pança não disfarçava o azedume.

- Estais chateado, Pança, depois de tão grandiosa jornada?  

O Pança puxou o pé direito para junto do esquerdo, endireitou-se, hirto, levantou os calcanhares, encolheu a barriga, franziu a testa e encheu as bochechas.

- Estou, e tenho que estar, porque o Senhor é muito desagradecido – replicou o Pança. Agora que me proponho conquistar um condado, só para mim, e quando precisava muito da Vossa ajuda e amparo, Vossa Mercê nem se digna mexer uma palha por este tão leal e esforçado servidor.

- Apoio, sim, se o merecerdes…

- Claro que mereço, uma extensão desta dita escola no meu condado, e até merecia mais. 

- E tendes, nesse teu condado, necessidades de ensinamento que justifiquem a dita escola?

- Claro, Alteza… 

- Então dize-me, quais…?

- Técnico de semeadura da fava; técnico de apanha e descasca da fava; técnico de cozedura da fava; técnico tirador de finos; técnico virador de frangos; etc.

- Tendes ideias, e necessidades... Mas dize-me outra cousa, Pança: sois vós, que não sois doutor, que ireis administrar a dita escola? 

- Bem sei que para isso, que o Senhor refere, é preciso um canudo, e bem sei que ainda o não tenho - vou adquiri-lo na dita escola -, mas já sou reconhecido como tal, e até já dou ordens a doutores, doutoras e até a ministros deste reino, bem dadas e melhor obedecidas. 

- Então, quem tendes para a reitoria da escola? 

- Tenho tudo alinhavado; já falei com uma doutora, com dois cursos, minha conterrânea, que aceitou logo o cargo…

- Não me digas que é a Flor?! 

- Essa mesmo… - confirmou o Pança; e completou: - é pessoa de muito mando e palavreado, que muito nos tem ajudado nas refregas. Veja só, Alteza, como ela meteu o conde do Oeste na ordem e se atirou aos nossos traidores.

- Não haja dúvida, Pança; sois um homem apaixonado por poder, e por favas… Apesar do pouco siso, entendimento boto e ânimo temerário, foste-me leal. Conceder-te-ei a mercê que tanto suplicas – extensão da escola de ensinança inferior no teu condado.

- Em nome do Pai, do Filho e do Espirito Santo; Ámen. (Deve estar algum Santo para cair do Altar, pensou mas não o disse). Obrigado, Alteza. Deixai-me beijar as reais mãos e jurar-Vos lealdade eterna.

- Vai com Deus, Pança, e sempre na Graça de Deus, e não abuses da sorte nem do cargo, que por tão estreita senda vai o conde, ou o príncipe, como o jornaleiro.

                                                                                    Miguel Saavedra


4 de julho de 2021

Importa-se de repetir?


A Câmara Municipal de Pombal anunciou, com grande alarido que, a partir do próximo Ano Letivo, Pombal passará a disponibilizar na região de uma oferta formativa de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP) e Pós-Graduações, no sentido de responder às necessidades de qualificação do tecido empresarial e criação de emprego científico. 

Criação de emprego científico? Importa-se de repetir?

Para que conste, sempre considerei que a vinda de um pólo de ensino superior para Pombal não é, de maneira nenhuma uma prioridade para o desenvolvimento concelhio. Ao contrário do que muitos autarcas pensam, um estabelecimento de ensino superior não é um barracão onde alguém coloca uma placa a dizer “Universidade inaugurada pelo Senhor Fulano de Tal...”  Uma instituição de ensino superior de qualidade necessita de professores altamente qualificados, alunos motivados, infra-estruturas adequadas, bibliotecas, e muito, muito mais.

Convém clarificar que o que agora se propõe para Pombal é tudo menos um pólo de ensino superior. O protocolo de cooperação entre o Politécnico de Leiria e o Município de Pombal prevê a criação de um Núcleo de Formação para ministrar seis cursos TeSP, que são ofertas formativas não conferentes de grau académico, cuja conclusão, com aproveitamento, conduz à atribuição do diploma de técnico superior profissional. 

Vou abster-me de emitir opinião sobre estes cursos e a forma como têm sido usados para servir os propósitos tanto do governo como dos politécnicos. O que não posso deixar passar em claro, no entanto, é que se afirme que estes cursos visam a criação de emprego científico. Para além de ser insultuoso para quem tem procurado uma formação que corresponda a esse perfil, essa afirmação pretende dar a ideia (falsa!) que, de facto, se está a criar um pólo de ensino superior em Pombal. 

Pombal é um concelho muito empreendedor mas a sua vocação não é o ensino superior. Para além disso, os recursos não são ilimitados e, como tal, há que perceber quais as nossas potencialidades e estabelecer prioridades. O dinheiro que se gasta com este capricho dos TeSP poderia servir para a criação de uma incubadora de empresas de base tecnológica, de um cluster de indústrias criativas - etc, ideias não faltam -, que aproveitasse a proximidade com o Politécnico de Leiria, por um lado, e com a Universidade de Coimbra, por outro. Aí sim, estaríamos a potenciar a criatividade dos nossos jovens e poderíamos dizer que Pombal promove a criação de emprego científico. Caso contrário, são fake news

2 de julho de 2021

Meia pensão ou pensão completa?

 


Hoje foi aprovado a compra do Hotel Pombalense no valor de 2 milhões de Euros. Negócio esse “cozinhado” e ocultado aos pombalenses, pelo menos desde Dezembro de 2020 (data que constam nos “relatórios” dos peritos avaliadores do imóvel).

Pela informação do Presidente, foi a própria Administração do Hotel que apresentou a proposta de o Município adquirir o imóvel(?!)

O edifício tem como previsão a instalação do pólo de cursos TeSP do IPL, eventualmente o Julgado de Paz e ainda, alguns serviços municipais! Um edifício polivalente, portanto, que serve para tudo, ou não servirá para nada disto.

Hoje, esta venda foi aprovada com os votos de Diogo Mateus, Pedro Murtinho, Ana Cabral, Pedro Martins e NARCISO MOTA (o mesmo que com o seu voto permitiu as obras no Jardim da Várzea).

Narciso Mota, um elevado paladino da “Transparência” e da “Verdade”, não quis comprometer-se reprovando uma compra, onde alegadamente pende um processo judicial por inventário e portanto, poderá saír caro aos Munícipes (lembram-se do muro de Abiúl?).

O que terá aconselhado o Advogado avençado do Município?

O executivo e Narciso Mota não tiveram pejo em deixar para o próximo executivo municipal, a grande possibilidade de o mesmo herdar um problema. “Pai” e “Filho” (DM/NM) nos negócios polémicos e nos “elefantes brancos”, estão como sempre estiveram: em comunhão de bens!

Estou expectante pela próxima Assembleia Municipal (a ultima deste mandato). A sua principal função é a de fiscalização. Espero mesmo que os membros de todas as bancadas cumpram o mandato que lhes foi confiado e que deixem de as utilizar para agradecer o alcatrão aqui, a bandeira acolá. A bem da Transparência e a bem da Democracia!

Como alguém me dizia ontem: “posso ser Asno mas não sou Burro!