A Câmara Municipal de Pombal anunciou, com grande alarido que, a partir do próximo Ano Letivo, Pombal passará a disponibilizar na região de uma oferta formativa de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (TeSP) e Pós-Graduações, no sentido de responder às necessidades de qualificação do tecido empresarial e criação de emprego científico.
Criação de emprego científico? Importa-se de repetir?
Para que conste, sempre considerei que a vinda de um pólo de ensino superior para Pombal não é, de maneira nenhuma uma prioridade para o desenvolvimento concelhio. Ao contrário do que muitos autarcas pensam, um estabelecimento de ensino superior não é um barracão onde alguém coloca uma placa a dizer “Universidade inaugurada pelo Senhor Fulano de Tal...” Uma instituição de ensino superior de qualidade necessita de professores altamente qualificados, alunos motivados, infra-estruturas adequadas, bibliotecas, e muito, muito mais.
Convém clarificar que o que agora se propõe para Pombal é tudo menos um pólo de ensino superior. O protocolo de cooperação entre o Politécnico de Leiria e o Município de Pombal prevê a criação de um Núcleo de Formação para ministrar seis cursos TeSP, que são ofertas formativas não conferentes de grau académico, cuja conclusão, com aproveitamento, conduz à atribuição do diploma de técnico superior profissional.
Vou abster-me de emitir opinião sobre estes cursos e a forma como têm sido usados para servir os propósitos tanto do governo como dos politécnicos. O que não posso deixar passar em claro, no entanto, é que se afirme que estes cursos visam a criação de emprego científico. Para além de ser insultuoso para quem tem procurado uma formação que corresponda a esse perfil, essa afirmação pretende dar a ideia (falsa!) que, de facto, se está a criar um pólo de ensino superior em Pombal.
Pombal é um concelho muito empreendedor mas a sua vocação não é o ensino superior. Para além disso, os recursos não são ilimitados e, como tal, há que perceber quais as nossas potencialidades e estabelecer prioridades. O dinheiro que se gasta com este capricho dos TeSP poderia servir para a criação de uma incubadora de empresas de base tecnológica, de um cluster de indústrias criativas - etc, ideias não faltam -, que aproveitasse a proximidade com o Politécnico de Leiria, por um lado, e com a Universidade de Coimbra, por outro. Aí sim, estaríamos a potenciar a criatividade dos nossos jovens e poderíamos dizer que Pombal promove a criação de emprego científico. Caso contrário, são fake news.
Amigo e companheiro Adérito, li com muita preocupação o seu Post, mas não sei se o caminho será o que propõe.
ResponderEliminarSei que estamos em hemisférios opostos.
E sei que quero nivelar por cima e trazer “coisas” para a minha terra.
Estamos em 1989. Eu, como vereador da oposição na Câmara Municipal de Pombal, perdi a batalha da criação de um Polo do Politécnico de Leiria, em Pombal, quando foram criados o de Peniche e o das Caldas da Rainha, estando, na calha, o de Pombal.
Estavam criadas todas as condições para isso acontecer, todavia o então Presidente da Câmara dizia, para a acta, que isso não valia nada, outrossim deveríamos ser um Polo da Universidade de Coimbra que, isso sim, era outra coisa.
Só que a sombra da Torre da Universidade de Coimbra faz a escuridão em seu redor e nunca se fez luz.
Até agora estávamos na escuridão e, agora, fez-se LUZ.
Bem Haja aos Fabricantes da LUZ.
Assim, juntamos o saber saber ao saber fazer que há muito sabemos fazer.
Meu caro,
ResponderEliminarNão temos que concordar. Eu até admito (e desejo) que possa estar errado e o meu amigo cheio de razão. Mas não lhe fica nada bem, depois de tantos anos no círculo do poder, recuar 32 anos para encontrar um bode expiatório para os seus insucessos políticos. Isso e usar o meu post para destilar os seus ódios de estimação. Sabe, melhor do que eu, que preconceito é fruto da ignorância.
Abraço,
Adérito
Eng. Marques, voltaram a dar-lhe o cartão do PSD ? Nunca o chegou a entregar? Nunca ganhou vergonha de colocar os seus interesses pessoais á frente dos interesses do Município, quando se sentou numa bancada da oposição ao seu partido.
ResponderEliminarAmigo e companheiro Adérito, agora na sua pele de Professor Universitário, as verdades são duras de ouvir, não são?
ResponderEliminarMas são verdades.
E a melhor defesa é o ataque, com uma pontinha de mensagens subliminares.
Saúde e Fraternidade
Meu caro,
ResponderEliminarOuça o que os convidados do seu partido dizem sobre o ensino superior em Pombal, em particular Amândio Santos (a partir da 1:00:00): https://www.facebook.com/watch/live/?v=570011333960805&ref=watch_permalink
Quanto às verdades, elas são justificadas com dados e não com afirmações de autoridade. Isso é o que distingue o pensamento científico da charlatanice.
Abraço,
Adérito