Uma festa, pequena ou grande, de uma família ou de uma comunidade, é sempre um evento que expõe e realça as qualidades e os defeitos, as forças e as fraquezas, os valores e os princípios dos seus organizadores.
As Festas do Dodo confirmam-no: ali se manifesta de forma crua a desarrumação, a desorganização, a incoerência, a falta de critério, o amadorismo, a falta de rigor e o tratamento de favor a que assistimos durante todo o ano por todo o concelho.
As festas estão partidas por três espaços sem ligação entre eles e sem coerência na sua composição, por onde as pessoas vagueiam sem norte. O Cardal, que deveria ser o cartão de visita das festas é de uma pobreza franciscana: cinge-se ás farturas e umas barracas privilegiadas mas desinteressantes. Nos outros espaços a organização é tipo feira da ladra.
O Bodo é uma marca forte, alicerçada numa tradição secular, que, apesar de todos os atropelos, continua a atrair muita gente. Mas é possível fazer muito melhor. O concelho merece-o.
PS: A alteração do horário do concerto da Áurea, no domingo, à última hora, sem avisar os espectadores nem os músicos, revela a arrogância dos organizadores. A Áurea, apesar de não ter culpa no sucedido, pediu desculpa aos espectadores.