Baseado num Regulamento Municipal de Apoio ao Associativismo Cultural totalmente desadequado, a nossa Autarquia deliberou conceder apoios a coletividades e freguesias no valor de 273.695,00 euros. Não me interessa discutir o montante, pois ele apenas tem leitura política se for analisado em termos da globalidade do orçamento camarário (que, neste momento, desconheço). O que me choca - e repudio com veemência - é a evidência da vulnerabilidade do nosso poder autárquico a grupos de pressão, como é o caso da Federação do Folclore Português.
Se outros exemplos não houvessem, a lista de apoios divulgada e o
regulamento que a suporta mostram claramente que, no que toca à cultura,
os nossos representantes são uns nabos. E isso até poderia não ser mau,
caso tivessem a humildade de o reconhecer e de promover parcerias
claras com quem realmente percebe do assunto. Até lá iremos continuar a
assistir a idiossincrasias como o de distinguir ranchos federados e não
federados na hora de distribuir os dinheiros que são de todos.