30 de dezembro de 2020

As (boas) festas da Junta

Pedro Pimpão dirige-se do Cardal para a Câmara, num exercício de treino. A mensagem é gravada e vai para o ar no dia de Natal, que é quando nasce o (Deus) menino. Ele e os seus 'reis magos', primeiro a solo, depois em coro, num chorrilho de agradecimentos mais carnavaleiro que natalício: agradecem e agradecem e voltam a agradecer, não com tónica de serviço público (como era de esperar), mas antes com foco no mandato. Serviço político e partidário, portanto.

Sendo assim, ficam duas dúvidas. Uma moral e outra legal.

1. Está Pedro Pimpão a despedir-se da Junta? Terá ele garantida a maioria dos votos na concelhia do PSD para fazer sair do caminho Diogo Mateus?

2. Qual é a alínea da lei das autarquias locais que permite juntar no mesmo executivo um vogal que deixou o cargo com aquele que o veio substituir? Se fosse eu a vocês não me espantaria que na reunião da Assembleia de Freguesia de Pombal marcada para hoje (em modo presencial, que loucura, no Teatro-Cine), Pedro Roma e Ana Carolina Jesus (eterna menina JA, aqui no Farpas) dividissem a cadeira. 

Oh sr. Nascimento Lopes, ponha lá ordem na casa.

27 de dezembro de 2020

Mais! Por favor mais Orçamento Participativo!

Várias conclusões se podem tirar deste orçamento participativo:

 

  • Grande parte dos projectos eram necessidades e cabiam perfeitamente no orçamento do município;
  • Foram propostos por colectividades;
  • Os projectos mais votados foram aqueles que mais votos conseguiram mobilizar;
  • A participação foi de cerca de 2000 pessoas o que representa perto de 10% dos votantes nas últimas autárquicas para decidir o destino de uma verba que nem perto de 0,1% do orçamento quadrienal chega - isto significa que mexe com as pessoas e motiva à participação.

 

Este nível de participação contrasta com o desinteresse geral das obras inscritas no plano plurianual de investimentos (PPI) leia-se desinteresse ao projecto sufragado nas autárquicas versus necessidades locais. 

 

Estaremos em breve em eleições autárquicas

 

Gostaria de ver era qual o valor que cada um dos candidatos que vão concorrer estaria disposto a reservar à decisão directa. 

 

Eu arriscava-me a começar com 1 milhão de euros/ano dividido proporcionalmente por cada freguesia do concelho. 

 

Significaria cerca de 10% do valor anual previsto no PPI... 

 

Não é irrealista. É preciso ter vontade de ganhar as próximas eleições.

 

Já agora, 2000 pessoas é menos que a média de pessoas alcançadas por cada post do Farpas.

 

 



24 de dezembro de 2020

Os nossos votos

 


São os votos de todos os da casa, para todos os que nos acompanham. Boas Festas!

Migalhas e Migalhinhas


Termina hoje, dia 23 de Dezembro, à meia noite, mais uma edição do orçamento participativo em que estão a ser votados 5 projectos propostos exclusivamente por coletividades.

A maioria dos projectos a votação são necessidades claras de associações e não deveriam sequer constar deste show-off. Deveriam ser, há muito, obras incluídas no orçamento municipal. Mas por vezes é mais fácil ir buscar algum financiamento através deste financiamento do que convencer o executivo da sua necessidade.

Por isso se verificam projectos de requalificação absolutamente necessários, não necessariamente desta forma.

Por isso o resultado da votação não será pelo mérito da proposta, mas a colectividade com maior capacidade de votação.

Não nos espantemos então que a EB Marquês de Pombal, por exemplo, use a mailing list dos pais do agrupamento, composto por cerca de 3000 alunos, para apelar ao voto de algo que deveria ser responsabilidade da câmara, ou do Governo. Será correcta esta abordagem? Será ética?


Poderíamos querer ver ali mais para projectos verdadeiramente ambiciosos de indivíduos com iniciativas diferenciadoras. Porque a ideia do OP é essa: levar os cidadãos a participarem com ideias, fazendo o município a sua parte, no âmbito financeiro. Mas há que cumprir calendário e entreter as hostes...


 Esta edição é notoriamente muito mais “cumpridora” das regras e até limita o voto a residentes (apesar de não residentes poderem votar se fizerem um pedido por email…), ou não seja para mostrar ao vereador Pedro Brilhante o que não é uma “ingerência política” e usar mais esse argumento na próxima reunião do executivo.


Que ganhe a melhor proposta! E quem mais afincadamente vestir a camisola para ir buscar algum financiamento…


Luís Couto

 


 

21 de dezembro de 2020

O Evangelho da Felicidade


Talvez por nos achar infelizes, com a vida e a governação actuais, desponta por aí, nos media e nas redes sociais, uma nova-velha pregação que (nos) promete a felicidade na Terra – no Pombal.

Até agora, as promessas de felicidade estavam reservadas aos Deuses e aos seus apóstolos, a cumprir no além, e ao movimento do pacifismo budista, que assegura ter encontrado o elixir da felicidade na Terra. Mas por cá, o nosso profecta da boa-vontade quer fazer-nos felizes, só ainda não nos disse como.

Os Gregos da antiguidade acreditavam que no extremo Norte da Terra vivia um povo, os hiperbóreos, que gozava a felicidade eterna. E que era possível alcançar o seu território sem ajuda dos Deuses. Até agora, ninguém o conseguiu. Terá o nosso profecta a chave desse paraíso? E quererão os simples mortais tal privilégio?

É no mínimo duvidoso que o Homem (as pessoas na sua maioria) queira a felicidade como desígnio de vida. Mesmo admitindo que o que é felicidade para uns é infelicidade para outros, e vice-versa. Na verdade, há coisas mais realizadoras do que o sentimento de felicidade mansa e humilde apregoado pelas religiões e pelas filosofias niilistas muito em voga nos nossos dias – puros sintomas de decadência.

Como disse Pessoa, irrita-me a felicidade dos sonhadores débeis que não sabem que são infelizes.

15 de dezembro de 2020

Trambiquices perfeitas

Sexta-feira, o Gabinete de Apoio à Presidência levou à reunião do executivo (não transmitida) uma proposta para a atribuição de um subsídio à junta de freguesia das Meirinhas, no valor de 14.300 € + IVA, que foi aprovada. O subsídio destina-se ao pagamento de um servicito de arquitectura - requalificação da antiga escola primária - ao amigo Renato Guardado.

Para que tudo pareça normal, e legal, a proposta refere que foi lançada uma consulta prévia a três gabinetes de arquitectura da praça, e que "a proposta mais vantajosa" (?!) foi a do Arqt. Renato Guardado.

No tempo de Narciso Mota estas coisas faziam-se com uma “certa” moralidade - "se não ajudarmos os nossos...". Agora é negócio puro e duro.



O AMIGO BREU - Big City


 

11 de dezembro de 2020

Prendas…!

Em época de prendas até os políticos as dão. Não por ser Natal, mas por ser época eleitoral.

E até alguns funcionários municipais - os mais valiosos para o fim em vista - as recebem, de forma surpreendente e avantajada, na forma de promoção, depois serem martirizados durante três anos.

E até os adversários e os inimigos do passado recente são bafejados pela falsa bondade. E a aceitam pela calada.

Poder gera poder; e o nosso Poderoso é mais fino a montar ardis que os seus opositores a abrir os olhos. 


4 de dezembro de 2020

Crime, disse ele


A relação de Narciso Mota com o sucessor Diogo Mateus - à imagem da criatura e criador - anda a atirar para o esquizofrénico, nos últimos tempos. Se bem se recordam, passámos da fase de dentes arreganhados um para o outro para aquela em que parecia tudo bem, no registo "ajudar os nossos". Mas a última reunião de Câmara mostrou que o abraço de urso que Diogo deu a Narciso, aqui há tempos, pode ter os dias contados. Mais: na contenda Diogo/Pimpão, que anima o PSD local, Narciso pode ser uma peça importante, que já anda a ser disputada...
Depois de ouvir as críticas violentas que o ex-presidente fez ao actual, seria de esperar que D. Diogo ripostasse com clamor, e não apenas com o semblante de pai tirano, que não tem medo, e que ousa dizer que "quando as pessoas não são capazes, eu não quero trabalhar com elas". Disse isto com ar sério, note-se. E nenhum dos vereadores se atirou para o chão a rir. 
Diogo tem a inegável virtude de não ter chamado familiares e amigos para povoar os diversos serviços da Câmara, como era useiro e vezeiro Narciso Mota. Mas ao lado dele, no que respeita ao espírito maquiavélico, o antigo patrono é um menino de coro. 
Por isso a novela das autárquicas promete tanto. 

O AMIGO BREU - Model Citizens


 

2 de dezembro de 2020

Madre da Caridade

A doutora Odete está totalmente enterrada na política – presidente da concelhia do PS, vereadora sem pelouros na CMP, e candidata a presidente da câmara. Está. Não para fazer política. Talvez para socializar - um vício muito actual.

Para a doutora Odete, a política é o exercício da bondade e da caridade. Cansa ouvi-la pedir esmolas, em todas as reuniões, para os comerciantes - aquilo que mantém a nossa economia local, diz ela - e para os que precisam (todos), sempre no registo sofrido, como deve ser. 

A doutora Odete é a mulher certa no lugar errado. Devia ser a madre das Missionárias da Caridade, não presidente de um partido – mormente do PS – e vereadora de uma câmara. Na política não acrescenta nada que vá além da profecia da caridade e de meia dúzia de desejos banais. No resto, limita-se a reivindicar o avanço de obras desastrosas - CIMU-SICÓ, Casa da Guarda Norte, Casa Mota Pinto, etc. - e a citar repetidamente o seu ideólogo - o doutor coiso.