28 de fevereiro de 2011

Se o meu Castelo falasse...

Discute-se hoje na Assembleia Municipal as regras para a concessão da "Cafeteria" do Castelo. Numa terra que sempre teve uma relação difícil com o seu monumento maior, e na ausência (ainda - e a isto voltaremos) da valorização interna do Castelo, discute-se a exploração comercial de um equipamento construído numa zona que, em bom rigor, não merecia mais uma desfiguração. Houve quem autorizasse e quem construísse. E muitos que calaram. Mas agora, com a obra feita, ao menos que possa sair dali uma exploração equilibrada e uma mais-valia para a cidade, já que muita da obra é simplesmente uma aberração. Não é um questão de gosto, mas de simples bom senso, já que havendo partes da obra que estão perfeitamente enquadradas e valorizam o espaço, outras são um perfeito... atentado (mas sobre isso haverá um post ilustrado).

Continuo é na minha (e à semelhança do que vi em Silves, adaptando à escala, claro) que essencial mesmo é um espaço museológico - original e apelativo (sim, ainda e sempre os Templários) - dentro de muralhas. Para que ao menos as cicatrizes da desfiguração possam ser esquecidas em função do conteúdo.

26 de fevereiro de 2011

Na agenda

Não é que o destaque fosse grande, mas este fim-de-semana, na Expocentro, temos os Campeonatos Nacionais de Atletismo, que definem quem estará no próximo Europeu. Um exemplo de reaproveitamento do espaço, bem como de promoção de actividades que podem tornar a nossa agenda social e cultural menos monolítica.

Tudo em família

Ora vejam só o que anda a passar-se. Estes problemas de família são muito desagradáveis...

24 de fevereiro de 2011

Há quem lhe chame malfeitoria, eu chamo-lhe dúvidas

Há coisas curiosas em Pombal. E uma delas é a ideia de ou se faz ou se diz mal. E isso dá azo a uma teoria que poderemos chamar de Narcisocentrismo: tudo é feito ou por ou contra Narciso Mota. E os principais teorizadores até são, espante-se, adeptos incondicionais desta gestão autárquica. Ora, não sabendo se é estratégia ou táctica, ou misto de dois, oponho-lhe a realidade. Tal como o Adérito menciona e a Paula reforça, há condicionantes para um blog que é um blog e nada mais que isso.

E quanto à realidade da nossa terra, preparam-se para arrancar as obras de requalificação do Centro Histórico, com intervenções que vão desde parques de estacionamento a um novo arco na Ponte sobre o Arunca. Há intervenções que fazem sentido, outras que confirmam os erros de planeamento anterior (parque da Marquês de Pombal). Mas no meio de obras que apenas alguns conhecem, há uma questão pertinente que, ao que me tenha apercebido, não foi discutida: o centro histórico alberga uma zona de comércio que, na melhor das hipóteses, se encontra moribunda. A Praça está agora vazia (durante o dia) de actividade comercial, sobrando edifícios públicos que, admita-se, não fixam as pessoas. De outra forma, o que é que se pode pensar para aquela zona que, findas as obras, consiga, para além de requalificar, revitalizar? Esta é uma das preocupações que deve acompanhar qualquer obra: o que fica servirá para uma placa e meia dúzia de intervenções desgarradas ou criará as condições para um aproveitamento maior? É que, e ao contrário do que muitos pensam, há obra boa e obra má. E obras que são feitas com base em projectos que não são discutidos na praça pública (e aqui a culpa também sobra para a dita sociedade civil que se desinteressa destas questões) pode - sublinho o pode - depois dar azo a obras que requalificam, mas a que falta utilidade.

E sim, já sei, o Governo também faz obra mal feita e antes também houve obra mal feita e as bombas de fumo da costume. Falo de Pombal e desta gestão autárquica que vai fazer um quinto de século. E falo desta população, das suas aspirações, participação e expectativas. Já basta ouvir abencerragens como os ventos do mundo árabe estarem a chegar a Portugal...

23 de fevereiro de 2011

Uma posta por dia, nem sabe o bem que lhe fazia

Diz que o Farpas anda enferrujado. Que sofre dessa maladia típica de Pombal.

E agora?

Criatividade ou morte!


Basta contar o número de “posts” para perceber que o Farpas, nos últimos meses, tem vindo a perder algum fulgor. Para além dos tempos não estarem bons para projectos colectivos, não é fácil manter um espaço eminentemente vocacionado para a crítica política local num concelho com apenas um único protagonista e numa altura em que a realidade nacional e internacional se impõe de forma esmagadora.


Mas isso são desculpas de mau pagador. Perante a inquietação revelada por alguns dos leitores, os “da casa” não podem ficar indiferentes. Apesar de não ser uma instituição, o Farpas merece uma farpa.

15 de fevereiro de 2011

Parabéns, Senhor Reitor


Depois do irmão ter sido escolhido para bastonário da Ordem dos Médicos, João Gabriel Silva foi eleito Reitor da Universidade de Coimbra.

14 de fevereiro de 2011

Até que enfim…

Que se vê a sociedade pombalense a reivindicar, do poder local, coisas realmente importantes. Na verdade, o Jardim-de-infância de Pombal não tem condições mínimas para o desenvolvimento das crianças. E a escola de 1.º ciclo contígua também não.
Este executivo nunca valorizou a educação. A forma como transferiu as suas responsabilidade nesta matéria para as juntas de freguesia diz tudo sobre as suas prioridades. Narciso Mota sempre preferiu estoirar o dinheiro em obras de fachada e em barracões para grupos de bisca lambida e copos de três do que dotar o concelho de uma rede de pré-escolar e 1.º ciclo de excelência, condição básica para fomentar a igualdade de oportunidades e o sucesso escolar.

4 de fevereiro de 2011

José Maria Duarte Júnior


Se há biografia interessante de fazer no concelho de Pombal, é a de José Maria Duarte Júnior, feito comendador na última década, benemérito grande parte da sua existência, empreendedor a vida toda. Faleceu esta semana, com quase 92 anos de uma vida intensa.

Um dia entrevistei-o, numa conversa que começou em Lisboa e terminou na Guia, perguntei-lhe como é que um homem como ele nunca tinha investido no concelho de Pombal. Disse-me, com uma frontalidade desconsertante, que a única coisa que valeria a pena era o Osso da Baleia.

Para lá de tudo o que (bem) conta esta notícia, Duarte Júnior desenvolveu com Narciso Mota uma proximidade única, quando comparada com todos os outros presidentes de Câmara de conheceu. E isso permitiu que tivesse também por cá uma projecção ímpar - neste caso, justamente merecida. Foi sempre um benemérito com as instituições da terra, sobretudo com a Igreja e com a Filarmónica, mesmo quando os negócios já não iam bem.

Era um homem tão interessado como interessante. Que agora descansa em paz, na Guia. A terra que amava.