31 de dezembro de 2008

O que podemos esperar de 2009 (I)


Durante o ano de 2008 assistiu-se, em Pombal, ao ressurgir de uma oposição de combate. O mote foi dado, logo no início do ano, pelo PCP, denunciando situações e levantando questões, sendo que algumas delas ficaram por responder de forma clara. O PS, à revelia dos seus vereadores, apareceu também bastante interventivo, e liderou a oposição, como lhe compete, durante a maior parte do ano.

Como o PS e o PSD são partidos geneticamente muito semelhantes, lembrando, muitas vezes a dupla Dupont e Dupond, é importante perceber onde estão suas as diferenças. O PS, para se afirmar como verdadeira alternativa de poder, faz muito bem em assumir uma postura mais aguerrida.

Sendo 2009 um ano de eleições, é de esperar que esta postura se venha a intensificar. Nesse processo, a oposição sujeita-se à crítica e à “farpa”. Mas isso é o que fortalece a democracia e torna o combate político salutar e participativo.

Balanço

2008, politicamente, e para Pombal, não trouxe novidades relevantes. A gestão corrente que se arrasta nos últimos tempos manteve-se. A lógica de obter mais receita, a quase todo o custo, também. A incapacidade de lidar com opiniões contrárias manteve-se nos níveis habituais. Os dois pesos, duas medidas idem. Mas será mesmo tudo mal? Claro que não. Mas há coisas que podiam ser (bem) melhores. Em 2009 falaremos disso. Do que é bom e do que pode, e deve, mudar.

PS: Sobre a saída de Luís Garcia, obviamente que motivos pessoais são sempre inquestionáveis. Mas que também há lugar para legítimas dúvidas, há.

Pensamento da noite…

Os políticos e as fraldas devem ser mudados frequentemente e pela mesma razão.
Eça de Queiróz

23:00 - Termina a AM

Uma tourada completa, como nunca vi!

Aditamento
No final da AM alguns jornalistas presentes perguntaram-nos: porque não abandonámos a reunião?
A pergunta faz todo o sentido, mas a resposta é mais complexa. A questão já tinha sido levantada entre os membros da bancada e no PS, defendi que essa opção só deveria ser tomada em situações extremas de falta de condições de liberdade de expressão ou de ofensas sistemáticas ou graves. Nós sabíamos ao que íamos pelo que deveremos aguentar até ao final, e faltam só mais 3 sessões. Depois, cada um e o eleitorado que faça o seu juízo.
É neste contexto que bem percebo a decisão do Dr. Luís Garcia. Sem condições para conduzir os trabalhos como gostaria e sabe, e percebendo que as coisas tenderão a agravar-se, disse BASTA! A muitos apetece dizer BASTA!

Um corte cirúrgico

Luís Garcia demitiu-se da presidência da Assembleia Municipal ontem ao início da noite. A menos de um ano das eleições autárquicas, as peças começam a encaixar-se tão facilmente que...quando a esmola é demais o santo desconfia. Sem supresas, foi então eleito para para o cargo outro médico: João Coucelo, que até nem estava presente na reunião. Ele há coincidências.
Resolvida que está - ou parece estar - para o PSD essa questão da Assembleia Municipal, pode agora o partido concentrar-se noutra (de somenos importância, é certo...), a da lista à Câmara. Aqui o problema vai chamar-se quotas. Paridade. Mulherio. É que a lei não perdoa e...desta vez as senhoras não podem ser delicadamente empuradas para a frente de batalha mais longínqua, lá no fim da lista. Uma chatice, portanto.

30 de dezembro de 2008

PomBus vazios

Sempre tive algumas dúvidas sobre a necessidade e todas as dúvidas sobre a viabilidade de transportes públicos numa pequena cidade.
Nas últimas semanas tenho circulado pela cidade de Pombal e ainda não vi nenhum PomBus com pessoas. Bem sei que são uma novidade e que estão em fase experimental, mas os indícios são os piores.
Os problemas de mobilidade em Pombal passam, essencialmente, por outras soluções: reorganização do trânsito, estacionamento, ciclovias, percursos pedonais, etc.

27 de dezembro de 2008

Vila Verde IN

João Vila Verde soma e segue. Até há poucos dias acumulava o cargo de administrador executivo da PombalViva, onde executava e continua a executar recursos públicos a promover espectáculos ruinosos de interesse duvidoso, com o de sócio-gerente da Centralin, empresa que, consta, se dedica à importação de bebidas e promoção de espectáculos. Nos últimos dias assumiu, também, o cargo de Promotions Manager da Palace Kiay.
Um verdadeiro espectáculo este Vila Verde. Verdadeiramente IN. E com uma grande capacidade de colocar tudo em rede!

Luís Garcia Out

Luís Garcia aproveitou o jantar de Natal da Câmara Municipal para anunciar que não é candidato nas próximas eleições e para se despedir dos funcionários da câmara. É o desfecho esperado de um mandato muito atribulado, como Presidente da AM.
Decididamente, o espaço tem-se vindo a encolher muito para aqueles que estão, unicamente, na política pela política. Mesmo para os dinossauros da política, fará para os outros!

26 de dezembro de 2008

O melhor e o pior de 2008

A pergunta sacramental, por esta altura do ano, é: o que foi, para si, em termos políticos, o melhor e o pior de 2008 em Pombal? Deixo algumas sugestões e apelo ao comentário: ressurgimento da oposição; prémio para o portal do município; alegada corrupção na Câmara Municipal; as contas da PombalProf;...

23 de dezembro de 2008

O mínimo, diga-se em abono da verdade

Se não é incompatível então porquê impedir Vila Verde de "acumular" Pombal Viva com Kiay? Será mesmo possível que nem para explicar o elementar, numa perspectiva ética, a Câmara Municipal de Pombal consiga ser um bocadinho transparente?

Não conheço o teor do parecer, mas obviamente que a justificação se deve prender com a ausência de constrangimentos legais, já que os mecanismos de compatibilidade não abordam esta situação. Ou seja a lógica do não é ilegal porque não há uma lei que diga claramente que não é ilegal, mas a dúvida é legítima e não se prende apenas com horários (a esse propósito a justificação inicial de que a acumulação de horários nocturna e diurna era, no mínimo, hilariante). Mas no fundo, o essencial tinha de vir ao de cima: não basta ser, tem que se parecer.

PS: Mas que história é aquela de fundir PMU com Pombal Viva? Menos empresas municipais é sempre uma boa notícia, mas o que é que isto implica em concreto?

17 de dezembro de 2008

Façam as vossas apostas

João Vila Verde vai mudar de vida. Diz esta notícia que o administrador mais fashion das redondezas deixará de o ser em breve, para se dedicar em pleno ao mundo do espectáculo: será (ou já é?)o novo Relações Públicas da discoteca Palace Kiay.
E agora? Pergunta o leitor. Agora - que não adianta bater no ceguinho - - aceitam-se palpites para o sucessor da apetecível empresa municipal. Tenho cá para mim que o cargo assentava bem a Elisabete João. Ou até a Rui Miranda. Que tal?
Ah, e o presidente da Câmara diz que não vê incompatibilidade no facto de, até ao final do mandato, o rapaz acumular as duas funções. Eu também não vejo. Pelo menos há um privado que vai deixar de ter razões de queixa da concorrência alegadamente desleal da Pombal Viva e do Café Concerto. É o concelho charneira, humanista e solidário no seu melhor!

9 de dezembro de 2008

E repete-se a mentira

Na última reunião do executivo municipal uma munícipe confrontou Narciso Mota com as duplas facturas da água e com o seu elevado preço.
A primeira parte da questão foi chutada para o(s) banco(s) e a segunda respondida com uma mentira sistematicamente repetida.
Explique Sr. Presidente, porque é que Pombal tem, na sua opinião, a água mais barata e os pombalenses pagam a maior Factura da Água do distrito de Leiria (estudo do IRAR)?

7 de dezembro de 2008

Diz que é (foi) uma espécie de "perdoa-me"

O discurso do presidente da Câmara numa festa que O Correio de Pombal proporcionou a alguns convidados na semana passada, no Teatro-Cine. Desta vez não houve misses nem desfiles de lingerie, mas o show foi muito completo, pelo que se pode ler na edição desta semana.
Fazendo fé no que se escreve - numa página em que o director do jornal e o presidente da Câmara estão colocados no mesmo plano - o autarca, inimigo de outros tempos, mentor de variados processos judiciais contra o jornal, mais as queixas na extinta Alta Autoridade e tudo o resto, enalteceu a actual equipa que integra aquele semanário e "muito em particular a figura do seu administrador, o empresário Carlos Barros". Claro que aproveitou a ocasião para vociferar contra todos os outros jornalistas cujo trabalho é "movido por interesses de vária ordem". É uma vítima, este homem. Ainda bem que existe na terra um jornal acima de qualquer suspeita, que lhe faz o favor de reproduzir, de mansinho, o discurso.
Ora, para aqueles que, como eu - iluminados ou não - não sofram de amnésia parcial ou total, aqui está a prova de que, afinal, vale tudo. Vai-se a ver e temos aí um medalhado na calha já para o próximo ano. Ou um apoio para a próxima campanha.
Não fosse o facto de muito estar escrito e gravado, poderíamos até julgar que foi tudo invenção da história. Se calhar nem existiram as autárquicas de 2001. A única certeza que temos é...

4 de dezembro de 2008

Isto não pode ser tudo mau

Dedo ao alto a Pedro Martins, que deixará rasto nesta história.

Em Pombal, greve dos professores perto dos 100%

“Isto é a prova que a ministra da Educação não tem condições para continuar no cargo e o número de processos que aderiu à greve é significativo da contestação ao modelo de avaliação”, afirmou Fernando Mota, conselheiro nacional de escolas em representação de Pombal (in Radio Cardal)
Outra coisa não seria de esperar, por causa da recusa da avaliação e pelo resto.
Os professores não estão só contra a avaliação, estão contra a reforma e a melhoria da escola pública. Porque recusam toda e qualquer mudança, contestam tudo o que seja mudança. Como a ministra quer mudar, combatem a ministra. E desobedecem-lhe publicamente, depois lamentam-se…

Pensamento do dia

«Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que o levantamento de exércitos. Se o povo Americano alguma vez permitir que bancos privados controlem a emissão da sua moeda, primeiro pela inflação, e depois pela deflação, os bancos e as empresas que crescerão à roda dos bancos despojarão o povo de toda a propriedade até os seus filhos acordarem sem abrigo no continente que os seus pais conquistaram.»
Thomas Jefferson, 1802

Em 1802 sem computadores, estatísticas e análises de mercado...

Os resultados do neo-liberalismo

A presente crise económica e social, que só agora começou e ninguém arrisca grandes previsões sobre a sua intensidade, duração e consequências veio demonstrar a imoralidade, a ganância, congénita em que assenta o sistema capitalista.
A crise iniciou-se nos mercados financeiros, sustentáculo do sistema capitalista, e propagou-se rapidamente à economia. Os ideólogos do capitalismo assumem que os mercados financeiros são mercados perfeitos e que se os outros mercados funcionassem nos mesmos moldes, mercado livre, não haveriam crises económicas. Segundo eles as crises económicas devem-se ao mau funcionamento do mercado gerado pela regulação e pelo papel distorcedor do Estado.
Esta corrente de pensamento, neo-liberal, proveniente dos estados EUA, bombardeou-nos durante as últimas décadas com a necessidade de eliminar a regulação dos mercados e reduzir ao mínimo o papel do Estado na economia. Mas, mesmo lá, há (houve) gente a pensar de forma bem diferente.

2 de dezembro de 2008

Aqui a Bola é uma Batata

Esta época, a equipa mais representativa da terra, o SC Pombal, ainda não ganhou um único jogo. Nem nos seniores nem nos juniores.
Vai daí, a direcção decidiu fazer uma razia completa. Despediu o treinador dos séniores e o seu adjunto e o treinador dos juniores.
Para a razia ser mesmo completa faltou o auto-despedimento da direcção.
Mas a tradição ainda é o que era. Nesta terra a culpa fica sempre solteira.