O triste e caricato episódio que ocorreu na última AM com a Célia (BE), a “presidenta” (PSD) e o presidente (PSD) diz tudo sobre o estado a
que chegou o regime: ausência de regras, sectarismo e prepotência do lado do
poder; acanhamento e inabilidade do lado da oposição.
Discutia-se a moção de protesto contra o corte do
financiamento público a duas turmas do IDJ V.
Primeiro: a moção nasceu eivada de pecado original: não foi
votada a sua admissão a debate.
Segundo: a representante do BE foi impedida de discutir a
moção pela “presidenta”, porque, na opinião dela, “senhora deputada enveredou
por um caminho que não é esse que queremos” – A Célia falou nas barras de ouro.
Terceiro: o presidente interveio no debate (a questão era
unicamente da AM, logo não tinha que o fazer), durante 10 min!!!, para zurzir
forte e feio no BE e no governo, afastando-se sistematicamente do tema sem
nenhum reparo da “presidenta”. Começou logo com esta pérola: “há partidos que
são aqueles que se podem assumir por serem os únicos responsáveis por terem assaltantes
de bancos nas suas fileiras”. Nota importante: vale a pena reparar no “boneco”,
a seu lado, há muito escolhido e programado para dizer Amém a tudo o que o
soberano diz; e para o invertebrado politico, em frente, que também já lhe
apanhou o jeito;
Ninguém lhe deu troco, mas ele merece-o.
Quando um político desenterra cadáveres políticos, assuntos
mortos e enterrados, é sinal de falta de argumentos ou baixeza (política)
congénita. O presidente foi buscar o assalto a uma delegação do Banco de
Portugal, durante o regime fascista, para obter fundos para o combate à ditadura.
Pouco ou nada condenável – digo eu e a esmagadora maioria dos democratas.
Mas faltou alguém com coragem e memória que lhe dissesse que
o seu partido (PPD/PSD) tem um registo negro em termos de violência política:
teve no seu interior um grupo bombista que fez vários atentados à bomba e
várias vítimas mortais no pós 25 Abril, em Liberdade.
Tem vergonha, Diogo; em política não vale tudo.