“Erros e omissões” reduzem custo do estádio de Meirinhas para quase metade
A Câmara de Pombal aprovou um conjunto de “erros e omissões” no projecto de construção do estádio municipal de Meirinhas, o que faz reduzir o valor base da empreitada de 816 mil para cerca de 500 mil euros. O presidente da autarquia reafirma a importância daquele investimento para complemento da rede municipal de recintos desportivos.
A obra, que se encontra em fase de recepção de propostas, tem sido alvo de algumas críticas, tendo já levado Narciso Mota a enaltecer a sua “honestidade” para afirmar que “nunca fiz gestão danosa por onde passei”.
Logo que foi anunciada a abertura de concurso para a construção daquele estádio, as críticas começaram a surgir, essencialmente no blogue “Farpas Pombalinas”, com alguns bloguistas a questionar a prioridade daquele investimento. Paula Sofia Luz questiona “como é que a Câmara pretende explicar, a cada uma das colectividades e/ou juntas de freguesia do concelho, esta benesse à freguesia de Meirinhas”, questionando, também, se os 1775 habitantes da freguesia “não ficariam melhor servidos com outro tipo de infra-estruturas, entre as várias necessidades”.
De entre outros, José Gomes Fernandes, ex-líder da Concelhia do PSD de Pombal e antigo membro da Assembleia Municipal, considera aquela obra como “socialmente, um acto de esbanjamento e um insulto aos contribuintes” acrescentando que “é, na sua génese e nas suas consequências, um acto de ‘administração danosa’”.
Gomes Fernandes, que se incompatibilizou há alguns anos com Narciso Mota, diz não compreender o “silêncio cúmplice de vereadores e de membros da assembleia municipal que não cumprem o compromisso que assumiram com os eleitores”. “Também não se compreende a posição silenciosa e passiva de dirigentes partidários, que não cumprem os seus deveres políticos, nem da população em geral, que nada quer saber da forma como são gastos os dinheiros públicos”, diz.
Na quarta-feira, durante a reunião camarária, Narciso Mota reafirma que aquele equipamento irá “complementar” a rede de espaços desportivos geridos pelo Município e que “já são insuficientes para todas as solicitações”.
O presidente da Câmara refere que aquele estádio ficará dotado de um relvado sintético e balneários, à semelhança do que já acontece com outros campos de futebol do concelho, dando o exemplo de Mata Mourisca, Pelariga, Ilha e Moita do Boi, entre outros.
Segundo Narciso Mota o Município avança com a construção daquele estádio porque “há falta de bairrismo” na freguesia de onde é natural. Na opinião do autarca, “existem lá empresários que estariam disponíveis para apoiar a construção do estádio” mas “tanto a associação desportiva como a junta de freguesia disseram que não tinham condições para o fazer”.
Para o edil social-democrata, o estádio “ficará património do Município e poderá ser utilizado por outros clubes do concelho” sendo “gerido pelo respectivo pelouro do Desporto”.
Uma posição subscrita pelo socialista Adelino Mendes. O vereador é da opinião de que “nem todos os estádios municipais têm de estar localizados na sede do concelho” e reforça que “têm de ser criadas condições para que o futuro estádio seja utilizado por clubes de outras freguesias”.
Ao aprovar a lista de “erros e omissões”, Narciso Mota justifica que “houve necessidade de se proceder a ajustamentos ao projecto” até porque “o preço base foi considerado exorbitante”.