13 de junho de 2024

Obras nas Meirinhas – Coisas à Pança

“A quem hás-de castigar com obras, não trates mal com palavras, pois bem basta ao desditoso a pena do suplício, sem o acrescentamento das injúrias”.

                                            - Conselho de D. Quixote ao Pança; in D. Quixote. 

Apressadamente, porque o jantar/comício da AD a tal obrigava, a junta das Meirinhas – João Pimpão – implantou às três pancadas, sem licença e sem autorização das entidades oficiais, um parque de estacionamento em Reserva Agrícola Nacional (RAN) e leito de cheia, nas traseiras do ao Pavilhão Municipal das Meirinhas. O desmando chocou muitos residentes e não residentes; e já mereceu queixa no Ministério Público.



Pelo que se sabe, neste caso a câmara foi simples criada de serviço do presidente da junta. Foi tudo feito em família. Mas perante a sujeira do caso não pode lavar as mãos, ignorar os seus contornos políticos e jurídicos, como se nada tivesse a ver com a coisa. Deve embargar imediatamente a malfeitoria, a fim de salvaguardar a sua competência e autoridade perante o caso e a comunidade. 

Há muito que política pombalense rola sobre o modus faciendi da política do facto consumado - forma ordinária e antidemocrática de administrar e fazer obra. Só assim se percebe que João Pimpão, criatura que nutre enorme desprezo pela lei e pelos modos de actuação democrática, grande inventor de esquemas, atalhos e desvios, e que existe (politicamente) para mandar e estourar dinheiro, se tornasse expoente maior da espécie. Na verdade, uma certa estupidez de espírito tornou-se atributo necessário se não para todo decisor público, ao menos para os que querem apresentar obra e gastar dinheiro sem critério.

Mas desengane-se quem pense que a construção do dito parque de estacionamento em RAN e leito de cheia é uma qualquer precipitação de percurso. Não, não é; é o modus operandi da criatura. São múltiplas as queixas que circulam de boca-em-boca e nos invadem a caixa mensagens; e não se resumem ao desditoso parque, estendem-se à forma como a criatura usa e abusa do poder - que não tem - para alargar arruamentos sem o consentimento dos proprietários afectados e outros desmandos. 


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