Por: Sidónio Santos
Fui desafiado pelos responsáveis deste Blog para dar a minha opinião sobre a situação política de Pombal, com especial enfoque neste primeiro ano de mandato do atual executivo.
O meu distanciamento da atividade política, faz com que se consiga efetuar uma avaliação sem influencia partidária ou de grupos de opinião formatados, embora mantenha intacto o meu pensamento político e por isso continuo a acreditar que chegamos a esta “estatização” devido a 30 anos de MAIORIA ABSOLUTA de um partido político, cujas decisões não precisam de ser discutidas, apresentadas e consensualizadas para serem implementadas. Por isso, há cada vez mais decisões inúteis e realização de obras cuja prioridade e funcionalidade são discutíveis. A bem da verdade, é necessário também referir que os projetos alternativos nunca conseguiram alcançar uma projeção que permitissem quebrar esta maioria do PSD.
Esta situação, fomentou um problema de génese em Pombal, pois normalizou a ideia de que a política é um EMPREGO e deixou de ser uma MISSÃO ou um SERVIÇO a Pombal e aos Pombalenses. Esta filosofia, associada ao amiguismo, está bem enraizada na cultura do atual executivo e equipas constituídas, e já nos está a criar um problema que vai piorar com o tempo.
Mas vamos por partes:
Acredito que o atual executivo municipal seja bem-intencionado, mas durante este ano já é mais do que evidente a falta de preparação, pensamento político e desarticulação da equipa que nos governa. Para o exercício destas funções, não basta ser simpático, bem-parecido ou ter conhecimentos técnicos, mas sim ter capacidade de gestão operacional, estratégica de várias áreas de atuação de um Município e de um organismo público desta natureza.
Isto já era mais do que evidente na campanha, pois quem apresenta um programa com mais de 100 medidas ou propostas denota a ausência de uma ideia clara e do que é considerado prioritário para o Concelho, tendo este receio sido confirmado após a tomada de posse, com a decisão “inovadora” na designação e distribuição dos pelouros que apenas serviram para alimentar capas de jornais e que na realidade aumentaram a inoperacionalidade interna da Câmara devido à desarticulação orgânica.
É esta a realidade caótica criada que veio justificar em parte a abertura do concurso para contratação de um Diretor Municipal para fazer o trabalho que na sua maioria competia ao Presidente e tentar meter ordem na casa.
Esta decisão é um “crime de lesa a pátria” (expressão utilizada frequentemente por Narciso Mota), pois além do custo que lhe está associado (+/-200 000€ de salários em 3 anos), vai provocar mais inoperacionalidade interna. Como dizia um ex-PSD e apoiante do atual presidente “Até se viesse de borla, era uma má decisão”, devendo-se exigir ao Presidente que faça o trabalho para o qual foi eleito. Contratar alguém para fazer o seu trabalho e pagar com dinheiro de todos nós, aumentando despesa fixa é uma medida de gestão incorreta e que não foi validada pelos eleitores. É apenas mais um reflexo dos efeitos nefastos da maioria absoluta, pois confunde-se com poder absoluto.
Hoje, se não fosse a enorme quantidade de imigrantes que o Concelho tem vindo a receber, com todos os benefícios e desafios que isso acarreta, os dados da demografia e da atividade económica seriam piores e as aldeias estariam mais desertificadas. Esta é uma dinâmica social a que o município não tem dado a devida atenção.
Em suma, este ano de mandato tem sido caracterizado essencialmente por uma política de fachada e de representação, que se consubstancia:
1)Executar obras lançadas pelo anterior executivo, mas não se questionar porque não existem obras estratégicas em lançamento;
2)Estar presente em todos os eventos, mas não se questionar porque é que há cada vez menos eventos e qual o impacto dos mesmos para o Concelho;
3)Visitar empresas instaladas para promover o investimento privado, mas não se questionar porque não há nenhuma empresa de grande dimensão a querer instalar-se em Pombal;
4)Querer fazer uma residência para estudantes de ensino superior, mas não se questionar se tem comunidade estudantil e ensino superior que o justifique;
5)Contratar uma empresa externa para elaborar um Plano Estratégico para Pombal, mas não se questionar se essa empresa conhece as especificidades do Concelho de Pombal;
Quando se faz e não se questiona porquê, decide-se com pouca responsabilidade.
Pombal, temos um problema….Ainda faltam 3 anos de mandato!
* Economista, ex-candidato à Câmara pelo CDS-PP
O Pedro realmente é boa pessoa, sabe comunicar e espalhar charme politico pela população, mas já se viu que cometeu erros de casting a escolher a equipa. Toda a gente, que anda na politica em Pombal, tem a noção que o Pedro não sabe, não tem vocação e não quer ter aquele trabalho de Executivo. Nesse sentido teria de ter escolhido para numero dois alguém com perfil para liderar as equipas de trabalho, como sempre fez O Eng. Narciso. O Eng. Narciso sempre teve equipas com competência. Diogo Mateus podia facilitar na competência de um ou outro, pois ele próprio estava a par de toda a governação. Pedro Pimpão fez o oposto disto tudo. Faltam 3 tenebrosos anos para acabar este mandato. Como amigo dele, sugiro, que volte a tentar ser Deputado da Nação ou então se voltar a ser candidato a Presidente da Camara, que renove toda a equipa. Pedro Navega até poderia ficar, mas se tecnicamente até é muito bom, já se verificou que a sua vertente politica é praticamente nula...Ser Vereador é um cargo politico, não basta aparecer nas festas com um "outfit" cuidado e proferir umas palavras de circunstancia e sem conteúdo. Pombal merece mais...merece muito mais.
ResponderEliminarAqui o Amigo Sidônio que já não dava à costa há uns tempos resolveu agora dar o seu contributo em resposta a um convite aqui do Farpas, como refere.
ResponderEliminarEmbora eu não concorde com muito do que ele refere, é óbvio que algo do que diz tem propriedade, e se não for objetivamente não deixa porém de ser subjetivamente uma vez que julgo traduz muito do que publicamente por aí se fala.
Quem está na vida pública deve ter atenção ás opiniões que se vão apresentando e retirando as conclusões que os possam ajudar a melhorar, nos atos, ou na mensagem, caso os atos até existam e não sejam bem apercebidos.
É óbvio que são essencialmente críticas que aqui são enunciadas e, mais justas ou mais injustas, têm de servir para ajudar à definição da rota, ou à sua correcção ou á sua melhor explicação.
Numa sociedade democrática a crítica honesta é sempre bem vinda e merece atenção, o que não quer dizer que por ser crítica seja um oráculo infalível.
Amigo Sidónio, gostei da partilha da sua opinião que certamente não cairá em saco roto. Todos nós temos a melhorar e com mais razão os que cuidam da coisa pública.
Um abraço