As obras de requalificação da Várzea - Jardim da Várzea e a requalificação da zona da estação de caminho-de-ferro - são o exemplo maior da prepotência e da irresponsabilidade. Consagram dois pecados capitais: aberração urbanística e gestão dolosa (processo de aquisição do espaço necessário para implantar o projecto).
A aberração urbanística reduziu, contra a vontade dos citadinos, o histórico Jardim da Várzea a uma praça modernaça, que no lugar de qualificar desqualifica um espaço singular e emblemático da cidade. Ficará para a história como um dos maiores atentados à memória colectiva dos pombalenses.
A zona circundante à estação de caminho-de-ferro é o espaço mais impróprio e mais feio da cidade; pedia, há décadas, uma adequada requalificação e valorização, pensada, planeada e concretizada com critério e método - coisas que não abundam nesta malfadada terra, onde tudo é feito às três pancadas, sem olhar a meios e critérios.
Assim, o executivo do doutor Mateus mandou riscar e lançou a concurso um projecto que incluía imóveis de particulares. O executivo do doutor Pimpão e o do doutor Mateus adquiriram, durante a execução da obra, sem poder negocial e sem qualquer critério, que não o da premência da execução da obra, fracções de imóveis por um montante global de 600.000 euros, por valores de m2 muito acima do valor de mercado, e, veja-se, com discrepâncias entre as fracções adquiridas que atingiram diferenças absurdas de 55%!, prejudicando fortemente o erário público e beneficiando alguns proprietários.
Isto é ou não é gestão dolosa?
Se isto não revolta nem indigna, siga a festa!
PS: o vereador Navega teve a lata de se desculpar assim: “na execução de obras onde há terrenos de privados, obviamente que - e queria deixar essa salvaguarda - na medida do possível, sempre que lançarmos uma obra haverá toda a cautela em termos todos os imóveis adquiridos a partir do momento em que entrámos no executivo, essa é uma premissa que temos, obviamente poderá haver uma situação ou outra esporádica que não o permita, mas essa é uma premissa que iremos tentar cumprir”. Oh Navega, o doutor Mateus e o Obras-tortas também pensavam assim! E também cumpriram a premissa na medida do possível. Valha-te Deus!
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