Um ponto aparentemente irrelevante – proposta de revogação de transferência financeira para a PMUGest (submetida pela própria empresa) - descambou numa hora de intifada política, sem ordem, sem tino e sem espírito.
Ali, naquela balbúrdia em que há muito se transformaram as reuniões do executivo, já nada se discute, já ninguém ouve, já ninguém pensa. Ali, naquele desvaneio sem grandeza e sem tino, vomitam-se palavras, grita-se, ofende-se. Ali, já todos discorrem às-cegas, com insuportável grosseria, indesculpável ignorância, inexplicável temeridade, sempre com fome de vingança, sejam eles rufiões do espírito, cavaleiros da triste figura, donzelas adulosas ou o destravado assistente.
Sabe-se que a política exacerba os piores instintos, mas até na maledicência se exige nível. E na adulação também.
Não estando propriamente alinhado com as afirmações do amigo Malho, principalmente na acutilância farpista habitual, mas querendo apenas opinar sobre o ponto discutido e algum oportunismo do Eng. Narciso, mais por vício do que por propósito especifico que lhe é habitual, numa deriva de assuntos próprios do "coração ao pé da boca", e principalmente no período eleitoral em que estamos a entrar já agitado, e de que maneira, pelo novel anúncio do Sr. Presidente da Câmara não ser recandidato ao próximo mandato, gostaria apenas de dizer o seguinte:
ResponderEliminarConcordo com o Vereador Mickael no reparo à forma contranatura com que o assunto foi apresentado à CM.
De facto, nunca se viu um CA de uma empresa a solicitar ao devedor, por razões estranhas à razão da dívida, que o "alivie" do seu direito creditício. É no mínimo um argumento infantil e hilariante e pasmo como o nosso atento presidente não reparou neste pormaior pelo contrassenso demonstrado e ainda tentou defender a forma num malabarismo argumentário inútil em tão evidente aberração.
Julgo que poderia ter havido a elegância e inteligência de preambular o assunto de outro modo, EX: A CM consciente dos resultados positivos da PMU e desconhecidos à data de atribuição desta compensação, e considerando o grave período pandémico que estamos a atravessar e a necessidade de canalizar muitos recursos financeiros para esta chaga nacional, solicitou à PMU anuência ao perdão deste crédito que deverá ser desviado para os apoios sociais referidos ficando assim como contribuinte liquido do esforço solidário que todos estamos obrigados. A PMU compreendeu o pedido e concordou em colaborar nesse esforço financeiro solicitado e prescindiu da referida verba, pelo que a Camara deverá tomar conhecimento e proceder à reintegração da verba em causa na tesouraria pela despesa não executada.
O resultado seria exatamente o mesmo, mas evitava o anacronismo que serviu de base a toda a discussão.
Louvo, no entanto, a paciência do Sr. Presidente da Câmara que, não deixando de dizer de sua justiça, teve um respeito reverencial merecido à reverente figura e aleatória intervenção do Eng. Narciso Mota, que falou de tudo e mais alguma coisa, sem lhe ser cortada a palavra. Exemplo que outros decisores deveriam seguir noutros fóruns, sabendo também ser tolerantes noutros momentos com interventores de igual merecimento e reverência.
A política é feita pelos homens e mulheres que são imperfeitos e logo imperfeita também.
Mas para mim prefiro estes momentos imperfeitos mas respeitados, tal como as críticas aos mesmos, do que um regime em que nem uns nem outros pudessem acontecer.
Termino com a explicação da ausência do nosso habitual comentador de serviço António Roque por razões de saúde, a quem desejo as rápidas melhoras e julgo que não usurparei direitos a ninguém aqui do farpas se afirmar que todos fazem igual força para que rapidamente se recomponha e volte à sua colaboração habitual cuja falta já se faz sentir.
Um abraço António Roque.
Amigo Serra,
ResponderEliminarComo eu compreendo este seu registo muito apaziguador...
Amigo Malho.
EliminarNa ironia do seu comentário registo principalmente a bondade da sua apreciação, o que, vindo de um acérrimo e habitual critico, considero um elogio que agradeço sinceramente.