22 de setembro de 2021

Guia Interpretativo dos Programas Eleitorais

Começaram a surgir, finalmente, os programas eleitorais das diferentes forças políticas concorrentes às eleições autárquicas. Este post pretende ajudar aqueles que se dão ao trabalho de ler os ditos programas a interpretá-los com algum critério.

Assim:

Primeiro critério: desconfie dos que escrevem muito - não têm noção do essencial - e dos que escrevem muito pouco ou nada - estão totalmente impreparados.

Segundo critério: exclua todas as propostas iniciadas com o verbo “Garantir”, ou seus equivalentes “Defender” / “Promover” / “Colaborar” / “Incentivar”/ “Afirmar” / “Dinamizar” / “Valorizar” / “Fomentar” / “Envolver”; são intenções, não são acções; não lhe propõem nada de concreto, que possa ser cobrado; mostram que o candidato/partido que as faz não tem noção nenhuma do que fazer na matéria em questão.



Terceiro critério: Exclua as propostas iniciadas com os verbos “Elaborar”, “Rever”, “Estudar”, “Projectar”, “Desenvolver” / “Repensar” e afins se estas não concretizam o “Que” e “Como” fazer. No “Apoiar” exclua também se não quantifica.

Quarto critério: exclua as propostas iniciadas pelo verbo “Criar” quando se trata de comissões, grupos, equipas, etc. É conversa para encher ou para dar emprego à rapaziada ou a um ou outro amigo.

Quinto critério: não acredite em propostas que incluem conceitos complexos e muito em voga, tipo “Desenvolvimento Estratégico”, “Empreendedorismo”, “Inovação”, etc.; normalmente não dizem nada.

Se restar alguma coisa, escolha essa força política/candidato.

Boas escolhas.

5 comentários:

  1. Sendo assim...todos votariam em branco. Não se elegia nenhum candidato.

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  2. Amigo Malho
    Aqui pelas suas recomendações então faço assim: Desconfio, Excluo, Excluo, Excluo, Não acredito.
    Ok, supondo que lhe assiste uma razão plena sobre o assunto pergunto?
    Há mais política para além destas recomendações?
    É que pelas minhas contas, assim, ficamos sem qualquer caminho.
    Mas não sendo a Anarquia também uma opção política só nos restará uma possibilidade:
    O Suicídio coletivo profilático.
    Por mim e para já procrastino tal solução, pelo que só me resta, Confiar, Incluir, Incluir, Incluir, Acreditar...
    A bem de uma solução possível afastada que está a ideal.
    Abraço e boa escolha.

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    1. Amigo Serra, claro que há mais Política para além disto. Claro que a sociedade tem muito melhor que isto. Claro que o saber acumulado permite fazer muito melhor que isto.
      Nunca há falta de caminho; pode é seguir-se por maus caminhos.
      Suicídio? E colectivo? Vade retro. Esta gente não suicida ninguém, nem assassina, mas deprime. A mim de certeza que não, por que quero viver à margem disto.

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  3. Um pouco redutor, mas mesmo assim bem pensado...

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    1. JGF, se o guia é redutor, ora venha daí o que seria potenciador (para esta análise dos programas eleitorais).

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