Camus (e outros filósofos da mesma linha) escreveu que “A felicidade e o absurdo são dois filhos da mesma terra”. Esta terra, e estas eleições, confirmam-no.
De um lado, temos o profecta (e os/as apóstolos) da felicidade, do amor, do superlativo, do notável e do extraordinário, do optimismo vazio, da vida mágica; temos um hipocondríaco da empatia e da lisonja, um coração juvenil com espírito velho, ridiculamente superficial, sem essência própria, consequentemente sem valor, com uma pregação pomposa nas palavras mais infantil que adulta, dissimulada e desconexa, mendaz até, que tudo subordina à propaganda e ao charlatanismo.
Do outro temos um anão com duas cabeças, a bipolaridade, o nada e os absurdos, a moleza e o excesso, o estupor apático e o egocentrismo, a falta de tesão e a procura de guerrilha, o mutismo e a retórica opinativa oca, num corpo frágil, amorfo, doentio até, tolhido pelos seus medos e pelas suas contradições, consumido pela intriga e pela desconfiança, onde coexistem almas perdidas e rufiões do espírito incapazes de se fazerem ouvir por crentes e por não-crentes. Uma desgraça completa, que só não será maior porque do outro lado está o que está – outro filho da mesma terra, do mesmo sangue, da mesma massa.
Decididamente ainda não é desta que sairemos do marasmo.
Siga a festa, que a ressaca pode esperar.
Amigo e companheiro, não há nada que enganar é só votar no PSD
ResponderEliminarEng. Mas o Sr. voltou ao PSD? Já não é humano?
EliminarO Rodrigo Marques que conheço desde sempre, não apoia vozes maléficas e frustradas que vivem e sobrevivem com base na ofensa de todo e qualquer que se atreva a discordar da prepotência. O PSP não ganha nada com isso. O senhor não ganha nada com isso, e o PSD muito menos. Já agora, agradeço pela caricatura que o Sr òdio tentou fazer, e que creio que seja eu. As duas cabeças fizeram-me rir numa gargalhada perfeita ao " Pôr - do-Sol". Uma delas, a feminina, até está engraçada. Não precisa que o avise, mas cuidado com quem chama amigo e companheiro. Amiga, sou eu. Desde sempre. Companheiro...zzzzzzz. Mas já sabe isso. Vote PSD, como sempre o fez. Não é cata-vento, nem precisa de recorrer a apelos de voto a pessoas que...sei lá....
EliminarOh Maria, a senhora ou está alucinada ou anda enfeitiçada. Então mas alguém com um pingo de juízo ia perder tempo a fazer uma caricatura da senhora? Por outro, mesmo que alguém o quisesse fazer, seria impossível…
EliminarOlhe, por dó, não digo mais nada. Desgostos já a senhora tem e terá que cheguem.
Mizé, isso faria muito sentido se por acaso tivessemos todos hibernado entre 2017 e 2020, mais ou menos ;)
EliminarPrezado Adelino Malho,
ResponderEliminarTenho, com toda data vénia, uma análise filosófica diferente. Se me permite, gostaria de expô-la para aliviar o fardo e dar-lhe o bom ânimo, principalmente numa sexta-feira, reinício de tantas actividades portuguesas. Identifico, por um lado, um representante que surge da Terra do Nunca! Na Terra do Nunca não há dor, não se percebe injustiça social, inexiste corrupção, tráfico de influências, o jeitinho português prevalece enquanto creme salvador para aliviar as arestas e salvar o inescrupuloso. O cidadão da Terra do Nunca com outros adeptos, de repente com o jargão estampado em suas vestes «tudo é lindo, tudo é belo» estão a cumprimentar as pessoas até que lhes causavam repulsa: pele escura como o ébano (eu) e outros tantos seres diferentes com cabelos negros, encaracolados e com diferentes sotaques. Ali, nas ruas as funcionárias empenhadas na limpeza, os funcionários fabris recém-saídos dos turnos, os mecânicos com as mãos sujas de trabalho e até, acredite, os desfavorecidos passaram a ser notados, cumprimentados e considerados humanos. Todos(as) recebem um «bom dia» exortado de ânimo e atônitos todos esses ficam sem entender, porque foi há tão pouco tempo atrás que eles eram seres inexistentes. Os cidadãos da Terra do Nunca transmitem pseudo confiança, pseudomemória, pseudo gentileza e pseudo compromisso social e no final do dia, recebem como recompensa de um povo sofrido, sábio e letrado gritos de «fora fascistas», presenciado por mim, em 1ª pessoa no último da tarde.
Na minha análise não existe o dragão com sete, três ou duas cabeças do outro lado, como na escritura sagrada, diga-se de passagem, o livro mais lido do mundo: a bíblia, passagem essencial do livro de Apocalipse 13:18 de João. Mas, resplandece o ser elementar coberto com uma camisola transparente, translucida e branca, com movimento de leveza caminha pela paz e reconstrução do que restou de um concelho secular e fundamental na estrutura orgânica do país. Em Pombal resiste as batidas de pureza no coração que refrigeram a alma. Mas, atenção, porque nem todos enxergarão, nem todos farão e nem todos ouvirão as maravilhas que são preparadas. Poucos, mas pessoas muito especiais são chamadas a fazer parte dessa renovação. Porque para ver, ouvir e estar há-se deixar os vícios, os rancores, o ódio e actos da in- veja (não-enxergar). Fará parte desta actualização os que querem o bem-viver, o equilíbrio e a coragem. Porém, os escolhidos trabalharão para o todo e não apenas para si próprio, porque a ambição desmedida, o orgulho, a ira e o egoísmo fracassam qualquer projecto colectivo de emancipação. Desejo-vos um excelente fim de semana cheio de serenidade. Saudações socialistas! https://www.youtube.com/watch?v=ncq2X9oqjs4&list=PLHGasxY79tUyteF01G4sMqVu1LktkV0p&index=5
Amigo Malho, sobre Camus e seus contemporâneos ninguém lhes nega as brilhantes conclusões, porém sabe que nem todos os irmãos ("filhos da mesma terra") são iguais, nem agem ou se comportam de forma igual, e temos na "nossa terra" exemplos bem expressivos; Logo não se pode concluir que por um ser mau, o outro, só porque é irmão e parecendo bom, afinal é mau! Ou vice-versa!
ResponderEliminarLogo, e para mim nesta matemática da vida publica a ordem dos atores não é indiferente.
Concordo que a ambição promovida pelo nosso "profeta da felicidade e do maravilhoso" na sua tão profícua e diversificada classificação, que sempre nos ensina algo, pois até "mendaz" tive de ir 'procurar ao dicionário, que agradeço, mais um adjetivo que desconhecia, é mesmo ambiciosa, e tenho sido daqueles que tenho dado a opinião de que a fasquia dele foi colocada muito alta.
Ora, daqui podemos perceber não o paraíso já ali à frente, mas sim a ambição de para lá caminhar.
Sabe o meu amigo, e sei eu, que que esse paraíso perfeito, com "tudo e mais alguma coisa" jamais será atingido, mas a ambição de o atingir transmite a força e a vontade pessoal e coletiva, na intervenção possível, sempre com os olhos nesse horizonte desejado.
Porém nesta crítica precoce que faz, onde se antecipam tormentas e perecimentos, tudo num revivalismo do Velho de Restelo de antanho, nenhum espaço deixa à ambição dos pombalenses, nem à esperança, apenas o grande vórtice devorador onde todos seremos engolidos, apenas porque o capitão não é um messias.
E nem nas alternativas o meu amigo vê possibilidades de êxito?
Mas se assim é pergunto eu, valerá a pena opinar, vaticinar, antecipar o grande buraco negro para onde caminhamos?
Desculpe mas eu só sei viver com a esperança, e sabe que mesmo um ser condenado, cheio de metástases que lhe anunciam um fim breve acredita que viverá muito mais e até melhor, porque sem esperança não vale a pena lutar por nada.
Pela mesma ordem de ideias também para o Sporting nem valia a pena ir a jogo porque antecipava 5-0 e simplesmente seria melhor a derrota por falta de comparência.
Pombal tem futuro e certamente para este desiderato até temos "o melhor dos filhos da mesma terra" no comando dos destinos imediatos, porque não conta só com ele, e talvez pela primeira vez alguem conta com todo o coletivo num acompanhamento e auscultação continuas.
E julgo que desta vez o mundo não gira ao contrário.
Abraço com amizade.
Marisa,aqui estamos em Portugal, só os tolos são ludibriados com as patetices das religiões, principalmente das evangélicas .
ResponderEliminarSr. Roque quero exercer o meu direito contraditório, a começar por dizer-vos que não sou evangélica, mas socialista e católica. Parece-me que não alcança a profundidade da análise filosófica de Adelino Malho, porque de facto é para poucos que possuem um sincretismo religioso que Vossa Senhoria por mediocridade desconhece. Até porque o texto, que se inspira no Apocalipse tem uma linguagem universal. Nem aqui é necessário afirmar que sou uma cidadã do mundo, detalhe perceptível aos mais sensíveis, porque a Covid-19 mostrou que não existe fronteiras, mas um planeta. Só para relembrar sou portuguesa tanto quanto o senhor, mas parece que apesar da nossa casta possuir fortemente a etnia Moura, os portugueses defensores da raça pura e extremos nacionalistas não compreendem e não aceitam a hibridez. Não percebo como o meu partido tolera um intolerante e mais, um desconhecedor das causas humanitárias, dentre elas o Cristianismo. Só uma adenda ao texto, prezado Adelino Malho, depois do debate que acabou de acontecer transmitido pelo Jornal de Leiria vi assim como mais de 2000 expectadores que Alexandre Pimpão não é profeta, mas uma ilusão. Abraços socialistas!
EliminarPrezada Marisa,
EliminarProfecta é - por definição - vendedor de ilusão.
Amigo Serra,
ResponderEliminarComo já falámos, sabe que há muito me afastei do moralismo cristão que tudo destrinça entre bom e mau. Como sabemos esta dicotomia é muito pobre, e falsa. E falsa porquê? Porque o que é virtuoso numa pessoa pode ser vício ou debilidade noutra, ou na mesma, ou noutro contexto, ou noutro papel, ou noutra situação.
Senão, veja bem: temos políticos que tudo fazem para parecer uma certa coisa, e, depois, quando a mostram/praticam, abominam serem apresentados (eles/elas dizem criticados) por essa característica, que eles/elas consideram qualidade, ou até virtude. Confuso? Talvez; mas eu sei que o meu amigo percebe.
Para terminar, só uma nota sobre esse seu lado esperançoso. Esperança é ilusão. Deixo-lhe um conselho: o meu amigo, que muito estimo, já não está na idade de morrer sobre uma vã ilusão. Merece uma coisa mais digna.
Abraço.
Amigo Malho
EliminarObrigado por sua resposta, e vou rematar com dois comentários, um simples e outro mais intelectual.
1- Dizia o alentejano simples: A lenha de oliveira não presta para nada! Bem, em não havendo outra, é do melhor!
2- A minha crença é na vida e no que nela podemos fazer, porque na morte nem tenho duvidas sobre a sua infalibilidade nem esperança em mundos fantásticos.
A ilusão é a essência da vida, a busca da sua concretização o motor da nossa vontade, senão repare:
O desejo: algo que se antecipa e muito mais inebriante que a sua própria satisfação!
A paixão: Um estado de alma superlativo, o sentimento levado ao paroxismo, e por isso breve! Mas não vale a pena?;
A Expetativa: Quem arrisca nos jogos de azar, arrisca para ter sorte, e quando tem consegue, momentaneamente, um orgasmo intelectual impar.
O Outro, o orgasmo mesmo, atuamos no sentido de o obter, mas não é muito melhor a mais durador todo o percurso até esse "grand finale"? Ou seja, é bem melhor o decurso da refeição do que sentir a barriga cheia!
Ora, a minha filosofia é a que celebra a vida, a amizade, as coisas boas, e o seu disfrute e as vantagens para todos.
Será isso uma vã ilusão? Talvez.
Mas entre essa vã ilusão que me comanda a existência e a vã ilusão que promete mundos fantásticos para além da morte, opto sem duvida pela primeira.
E sim, apenas penso na morte para que me relembre sempre quão boa é a vida e como ela vale a pena, e que se não acreditarmos em nós mesmos e nos outros, nada mais nos resta, na vida!
Está ver porque acredito na bondade do nosso "profeta do maravilhoso e da felicidade"? Porque tudo vale a pena quando a alma não é pequena.
Tal e qual a nossa dialética mútua busca conforto no seu próprio confronto e, veja lá, até o encontra.
Não teremos ambos afinal já, a coisa mais digna que refere?
Continuemos para Bingo!
Abraço
Amigo Serra,
EliminarO seu belo comentário merece-me duas notas/comentários.
O primeiro sobre a lição do carvoeiro alentejano, que, por acaso, também ouvi contada por ele. A sua versão tem umas ligeiras adaptações que, no entanto, não desvirtuam a lição. A jornalista perguntou ao carvoeiro alentejano qual era a melhor lenha para fazer carvão, ao que o carvoeiro respondeu – bem - que a melhor lenha para carvão era a de azinho - “a de azinho é que é boa”. A jornalista retorquiu dizendo que dizem que a de carvalho também é boa. E o carvoeiro respondeu que “sim, também é boa, não havendo outra”. E a jornalista insistiu afirmando que dizem que a de oliveira também é boa. Ao que o carvoeiro respondeu, com a paciência e sabedoria do alentejano, que “sim, não havendo outra, também é boa”.
O meu amigo aproveitou bem a lição do carvoeiro alentejano para fazer uma analogia com a nossa realidade local. E a analogia está bem feita; só lhe acrescento mais uns pormenores e um degrau. Nós, infelizmente, já temos poucas oliveiras; já só temos eucaliptos (lenha de eucalipto), que, como diria o carvoeiro alentejano, não havendo outra, também é boa.
Chegámos a isto, ao triunfo dos eucaliptos.
O segundo cometário será sobre a esperança e ilusão, mas fica para mais tarde, porque é mais denso e talvez ofuscasse a bela lição do carvoeiro alentejano.
Abraço, e boas ilusões
Marisa, eu á semelhança do fundador do meu partido, sou: socialista, republicano e laico. Se não se revê nestes valores o problema é seu.
ResponderEliminarPrezado Adelino Malho, se ainda puder contribuir com algumas farpas em contexto de informação e contrapor algumas colocações dos sumptuosos participantes:
ResponderEliminarEx.mo. Sr. Roque,
O blogue Farpas Pombalinas tem uma forte importância cultural. Aqui é importante deslindar: 1º) As liberdades tangem os princípios constitucionais, dentre elas a religiosa. 2º) Pesquise a história do 25 de Abril e encontrará nomes importantíssimos de base católica, dentre eles Dr. José Sebastião da Silva Dias. 3º) A filosofia socialista é manifesta no código de ética anunciado por Jesus Cristo que pregou o amor, a divisão de alimentos, a partilha de conhecimentos, tolerância, a igualdade social, o acolhimento ao estrangeiro, a não discriminação e principalmente, o perdão. Mas, para o resto pesquise, eleve-se e por favor não diferencie quem possui crenças. Porque desta forma agirá contra os princípios do próprio partido que defende um país laico e livre. Hoje são mais de 35.000 religiões cristãs no mundo. Por respeito que tenho por si porque pertence a minha espécie, construa conhecimentos e amplie o léxico não seja restrito, mas antes global. Veja o artigo de Cristãos pelo Socialismo e valorize quem tanto fez pela democracia. O perigo para a nossa sociedade são as sociedades secretas que agem na escuridão, por favor atente-se.
https://run.unl.pt/bitstream/10362/118257/1/Os_crist_os_pelo_socialismo.pdf
Ex.mo. Manuel Serra,
Nós entendemos que são 28 anos de pura ilusão, não aguentamos mais 04, porque a fome, a desigualdade, a injustiça, o desabrigo e a corrupção são as faces de realidades no concelho de Pombal que talvez Vossa Senhoria não conheça. Mas, a verdade liberta. Quem sabe o exacto significado dessas palavras são os condenados da terra, não os donos-disto-tudo. Os DDD’s não possuem uma cosmovisão do tudo e de todos, porque esses se acham os melhores e maiores. Dia 26/09/2021 a resposta nas urnas será dada por todo aquele e aquela que viu, ouviu e sofreu investidas, perseguições e violações do PSD, secretamente se manifestarão. Esse silêncio hoje em Pombal vibra como prece libertária depois do debate histórico de ontem. Odete Alves entrou definitivamente para a história de Pombal. Concretizar-se-á uma revolução dos pombalenses, quererei eu escrever um artigo a elevar esse acto de coragem de um povo guerreiro, valoroso, mas sofrido. O que digo não é ilusão, mas o viável possível. Será PS ponta-a-ponta no Concelho, na Assembleia e Autarquia. Vote Odete Alves!