A sede da Associação de Indústrias do Concelho de Pombal (AICP) esteve em hasta pública e, pelo que correu, foi arrematada por uma empresa da Batalha, que se dedica à Construção Civil e Obras Públicas, por 350.000 €.
A câmara cedeu gratuitamente (ou lá perto) o terreno e o edifício à AICP, com argumento do sempre badalado interesse público. Fê-lo com tanto facilitismo e promiscuidade que até lá deixou, contra todas as regras da boa administração da coisa pública, uns reservatórios de água que, diz agora, são seus.
Só por estes dois enunciados já os estimados leitores devem ter percebido que estamos perante dois problemas: a defunta AICP, e a desgovernada câmara.
A defunta AICP é um esqueleto já sem carne que ninguém sabe e quer enterrar. Ficará para a história como o exemplo maior do falso associativismo. Nunca foi o que prometeu ser; foi rapidamente tomada por oportunistas e “vendilhões do templo” que a usaram para benefício próprio, carregando-a de dívidas até ao último suspiro. Demos conta, por aqui, da desvergonha, mas toda a gente com responsabilidade fez ouvidos-moucos.
A câmara – agora transformada em Junta – quer comprar o imóvel, para, dizem aquelas alminhas TODAS, salvaguardar o interesse público e instalar ali um espaço de apoio ao sector empresarial e ao empreendedorismo (a banha-da-cobra da moda para a política económica).
O que não faltam à câmara são imóveis às moscas ou subaproveitados. Tem, até, um Centro de Negócios desocupado que nunca serviu para a finalidade subjacente à sua construção.
Porquê, então, a compra de mais e mais património imobiliário?
Somos - e temos sido - (des)governados por políticos que julgam que basta colocar dinheiro numa ideia tonta para ela se tornar virtuosa. Na área privada, estas aventuras têm perna curta, porque o dinheiro tem dono; na esfera pública são um desastre completo, porque o dinheiro não tem dono e os políticos são incapazes de assumir os logros.
PS: é por estas e por muitas outras que temos que continuar a andar por cá…, a dizer estas coisas feias!
Mais um grande negocio e exemplo da governação PSD. A C.M.P. dá o terreno e ajuda na construção do imóvel. Os maus gestores hipotecam o imóvel...Uma empresa privada compra o imóvel abaixo do valor do mercado...A C.M.P. decide comprar aquilo que já tinha oferecido anteriormente. Valente povo, que te calas a tudo isto.
ResponderEliminarSobre o assunto do Post apenas sei que nada sei, mas admito que tenha histórico digno de comentários.
ResponderEliminarSobre o "PS" já comento com gosto: Enquanto as "coisas feias" ditas derivarem de conclusões plausíveis julgo que são úteis que se digam porque alertam os leitores para assuntos polémicos e isso estimula a discussão e a participação nos assuntos públicos.
Todos sabemos que cada vez mais nos lamentamos do desinteresse da população pela coisa publica, da qual deriva o absentismo eleitoral, só que para que os eleitores sintam vontade e necessidade de participarem há que os estimular a isso.
Ora, a vida é feita de ações, opções e também erros, e um povo emancipado e esclarecido tudo pode e deve discutir, e a discussão só se inicia quando alguém aponta assuntos questionáveis, ou seja, quando dá o mote.
Até pode estar tudo certo e sem espinhas, mas ter-se obrigado a discutir o assunto, seja ele qual for, dá-lhe divulgação, conhecimento geral e discussão por muitos.
E os comentários dos "pobres de espírito" que apenas se pronunciam para nada acrescentar não podem servir de argumento àqueles que prefeririam que nada se falasse. Porque entre todos os comentários há os mais esclarecidos e válidos que, esses sim, contribuem com eficácia para que a coisa publica se torne mais límpida e cristalina.
Só os prevaricadores, os oportunistas e os habilidosos preferem que tudo fique na sombra e ai de alguém que ponha ao sol eventuais manigâncias e favorecimentos.
Infelizmente uma certa ingenuidade dos aficionados partidários ainda pensa que tudo o que pareça ser contra nós é mau, mas se for contra eles já é bom, e todos sabemos que a isso se chama parcialidade ( injustiça portanto).
O que interessa socialmente são os valores morais, de honestidade e de eficiência, que beneficie todos com o menor custo e sem proveitos pessoais indevidos.
Por mim sempre preferi que se pusesse tudo ao sol, porque as coisas são faladas e não há oportunidade à especulação, aos mexericos e à má língua, embora convenha que assim retiro muito da temática preferida de muitos, onde por entre invenções e suspeitas maldosas escorrem litros de imperial e de chá ou se ajuda a passar o tempo no cabeleireiro...
Por isso, enquanto "as coisa feias" vierem por bem e com honestidade só há que agradecer e participar na discussão o que nos ajuda também a nós, os outros, a continuar a andar por cá.
Defesa do caso: Se houve uma hasta publica judicial de uma massa falida, e se a camara exerceu direito de preferência, tê-lo-á feito com algum critério de utilidade e com uma decisão urgente dado que nestes processos ou se pega logo ou nunca mais. Se pegou, há agora que observar a utilidade que poderá vir a ser dada ao imóvel.
Cá estaremos para avaliar e discutir..."estas coisas feias"...